sexta-feira, 20 de abril de 2018


Diferenciação de Funções

 

No livro de Reinaldo José Lopes, 1499 (O Brasil antes de Cabral), Rio de Janeiro, Harper Collins, 2017, na página 116, ele diz “Calcula-se que em todo o complexo de Camutins abrigasse uma população de até 3 mil pessoas - não muito diferente da que existiria numa cidade europeia medieval de médio e pequeno porte, aliás”. E os conjuntos de Mato Grosso e região da “terra preta de índio” comportavam até um milhão de moradores.

É questão de gradação, de diferenciação de funções.

Existiam em 1500 nas Américas cidades muito maiores que as europeias, contudo devemos levar em conta a estratificação, isto é, o número de níveis civilizatórios. Por exemplo, nossa cultura tem 6,5 mil tipos distintos de serviços, 8,0 mil bancos, 6,0 mil universidades, número incalculável de produtos. Cidade de 50 mil habitantes no Novo Mundo NEM DE LONGE se parecia com uma de mesma quantidade no Velho Mundo. Como já disse, a capital dos astecas e a capital dos incas estavam cinco mil anos atrás da Europa e da Ásia em 1500, quer dizer, situavam-se em 3500 a.C., construíam pirâmides e sua ourivesaria era de mesmo nível ao de 50 séculos antes, ou pior.

A questão toda é medir a quantidade de linhas trançadas, a tramurdidura, o tecido social-econômico.

O ponto é que os historiadores deprimiram as Américas e depois, com remorso, elevaram demais as culturas locais, equiparando-as falsamente com as antigas euroasiáticas e africanas do Egito.

Estupidez.

Falta de visão.

Vitória, sexta-feira, 20 de abril de 2018.

GAVA.

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