Policial Bom...
Nisso de “policial
bom, policial ruim”, aquilo de um bater e outro que pedir calma, podemos formar
algumas duplas curiosas. Por exemplo, um “armário” (os caras altos, largos e
profundos, pesadões) que seja o policial bom, enquanto o franzino, miudinho, é
o ruim. Ou vendo-se que o grande é que o bom na realidade, seja-lhe solicitado
que se passe por ruim. Depois o grandão diz ao pequenino que gostaria de ter a
força e audácia dele, etc. Isso pode ser mudado para vários contrastes: homem e
mulher, negro e branco, ocidental e oriental, todos os arquétipos.
Por outro lado, o
próprio filme policial, sempre com muitos tiroteios e perseguições, já virou
chavão, precisamos investir na desmistificação policial geral, quer dizer, do
mundo inteiro, tanto usando a zombaria para recolocar a brutalidade em seu
lugar (com o velho uso aristotélico do riso para controlar e desarmar a
sociedade) quando investigando mais a fundo os desmandos das corporações, o
corporativismo, o paralelismo entre policiais e bandidos, a cooperação deles, o
comensalismo.
O modelo diz que 2,5
% das pessoas, independentemente de qualquer necessidade, vão cometer crimes,
razão pela qual precisamos da Polícia geral, que vai se contaminar. Se
elegermos uma corregedoria, ela será comprada em metade (50 %) pelos policiais
sujos, diz o modelo. E assim por diante. Seria o caso, então, de usar os
instrumentos da dialética, do TAO e do modelo, e o riso, como formas externas
de controle. Começando com um filme piloto desse tipo, pode-se ir introduzindo
lentamente o assunto (para evitar perseguição aos produtores, diretor, atores e
demais envolvidos).
Vitória,
sexta-feira, 10 de janeiro de 2003.