sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Tanta Gente Fala...

 

DA MÚSICA

Samba de Uma Nota Só
 
Eis aqui este sambinha feito numa nota só.
Outras notas vão entrar, mas a base é uma só.
Esta outra é consequência do que acabo de dizer.
Como eu sou a consequência inevitável de você.

Quanta gente existe por aí que fala tanto e não diz nada, ou quase nada.
Já me utilizei de toda a escala e no final não sobrou nada,
Não deu em nada.

E voltei pra minha nota como eu volto pra você.
Vou contar com uma nota como eu gosto de você.
E quem quer todas as notas: ré, mi, fá, sol, lá, si, dó.
Fica sempre sem nenhuma, fique numa nota só.
 
Tom Jobim / Newton Mendonça

Eu mesmo falo muito, achei que para transmitir como via o mundo precisava dessas tantas páginas. Com toda certeza, falamos demais, o que podemos atinar tentando responder à pergunta de Caetano Veloso: quem lê tanta notícia?

CAETANO ANTECIPOU-SE

Alegria, Alegria
 
Caminhando contra o vento
Sem lenço, sem documento
No sol de quase dezembro
Eu vou

O sol se reparte em crimes,
Espaçonaves, guerrilhas
Em cardinales bonitas
Eu vou

Em caras de presidentes
Em grandes beijos de amor
Em dentes, pernas, bandeiras
Bomba e brigitte bardot
O sol nas bancas de revista
Me enche de alegria e preguiça
Quem lê tanta notícia
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Os olhos cheios de cores
O peito cheio de amores vãos
Eu vou
Por que não, por que não

Ela pensa em casamento
E eu nunca mais fui à escola
Sem lenço, sem documento,
Eu vou

Eu tomo uma coca-cola
Ela pensa em casamento
E uma canção me consola
Eu vou

Por entre fotos e nomes
Sem livros e sem fuzil
Sem fome sem telefone
No coração do brasil

Ela nem sabe até pensei
Em cantar na televisão
O sol é tão bonito
Eu vou
Sem lenço, sem documento
Nada no bolso ou nas mãos
Eu quero seguir vivendo, amor
Eu vou
Por que não, por que não...

UM EXAGERO DE FALAÇÕES

TÉCNICA-ARTE
FRAÇÕES
TOTAL
INTERMEDIADAS PELA MÍDIA.
Artes da AUDIÇÃO (2)
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Músicas, discursos, etc.
2
 
 
Revista, Jornal, Livro-Editoria, Internet, Cinema, Rádio, TV como interfaces de transmissão.
Artes da VISÃO (9)
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Poesia, prosa, pintura (a dos corpos femininos fica aqui, como também tatuagens, mas não piercings), desenho (inclusive caligrafia), fotografia, dança, moda, PAINÉIS (mosaicos, vitrais), LABIRINTOS (jogos), etc.
11
Artes do OLFATO (1)
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Perfumaria, etc.
12
Artes do PALADAR (4)
Resultado de imagem para paladar
Comidas, bebidas, pastas, temperos, etc.
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Artes do TATO (10), sentido central.
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Arquiengenharia, cinema, teatro, esculturação (inclusive ourivesaria; os piercings entram aqui – não há porque não apelar aos outros sentidos, além da visão), decoração (inclusive do corpo feminino, todo tipo de roupa, chapéu, sapatos, etc.), paisagismo/jardinagem (TOPIARIA), urbanismo, tapeçaria (inclusive macramé), PROPAGANDA (veja que eles não usam a totalidade dos sentidos, mas poderiam fazê-lo, com grande proveito), TESSITURA (não há porque não apelar aos outros sentidos, inclusive olfato com perfumes) etc.
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Da falta passamos ao excesso, da seca à tempestade de informações, ao que estão chamando de megadados, essa enxurrada de palavras que ameaçam nos sufocar, a começar do onipresente celular, quando antes mal tínhamos as linhas em casa e nos orelhões (agora os orelhudos são outros). Já tentei coletar, não conseguir saber com facilidade na Web, alguém mais esperto que faça a reunião de quantos são (livros o Projeto Gutenberg e o Google Livros responderam que 150 milhões de tipos diferentes).

Sobre ser espantoso, é incapacitante.

Você poderia publicar qualquer coisa espantosa e em alguns dias, talvez semanas cairia na trivialidade.

E há os assuntos pobres mesmo, porque há gente demais falando.

Admirável hoje seria o silêncio de 80 ou 150 mil anos passados.

Vitória, sexta-feira, 16 de dezembro de 2016.

GAVA.

O Almirante se Livra das Correntes Furiosas e A Operação Chromite

 

DOIS FILMES SOBRE A COREIA

Admiral.
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A ação se passa em 1597.
Yi Sun-sin
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Yi Sun-sin (28 de abril de 154516 de Dezembro de 1598 - coreano: 이순신, Hanja: 李舜臣), foi um comandante naval coreano conhecido por suas vitórias contra a marinha do Japão durante a Guerra Imjin da dinastia Joseon.
O seu título de Samdo Sugun Tongjesa (Hangul : 삼도수군통제사, Hanja : 三道水軍統制使), que literalmente quer dizer "Comandante Naval das Três Províncias" ficou como o título do comandante do braço operativo da Armada Coreana até 1896. Yi também é conhecido pelo seu inovador emprego dos barcos-targaruga (거북선). Ele tem a reputação de ser um dos poucos almirantes que foram vitoriosos em todas as batalhas navais (no seu caso 23) as quais ele comandou.
Yi foi morto por uma simples bala na batalha de Noryang (16 de Dezembro 1598). Enquanto morria, disse "não seja conhecida [ainda] a minha morte" (querendo evitar a perda de moral das forças próprias e o ganho das inimigas). A corte real concedeu-lhe eventualmente muitas honras, incluindo os títulos de Chungmugong (충무공, 忠武公, Senhor da Lealdade Marcial), Seonmu Ildeung Gongsin (선무일등공신, 宣武一等功臣, Ordem militar do mérito de Primeira Classe), e dois cargos póstumos, Yeonguijeong (영의정, 領議政, Primeiro Ministro), e Deokpung Buwongun (덕풍부원군, 德豊府院君, Príncipe da Corte de Deokpung). Recebeu mesmo o título de Yumyeong Sugun Dodok (유명 수군 도독, Almirante da Frota da China Ming) postumamente, pelo imperador de Ming. Yi é um herói dos coreanos hoje.
Operação Chromite.
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A ação se passa em 1950.
Batalha de Inchon
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
A Batalha de Inchon (em coreano: 인천 상륙 작전, Hanja: 仁川上陸作戰, Incheon Sangnyuk Jakjeon; Codinome: Operação Chromite) foi uma invasão anfíbia e uma batalha travada durante a Guerra da Coreia que resultou em uma vitória decisiva e uma reviravolta estratégica para as Nações Unidas (ONU).[2]
A batalha começou em 15 de setembro de 1950 e se encerrou dois dias depois, em 17 de setembro. Com um ataque longe do perímetro de Pusan que a ONU e a Coreia do Sul estavam desesperadamente defendendo, a cidade desprotegida de Incheon foi tomada após um bombardeio das forças da ONU. A batalha colocou um fim na série de vitórias por parte do Exército Popular da Coreia do Norte (NKPA). Com a batalha foi aberto um caminho para Seul cortando a linha de suprimentos do exército norte-coreano.[3]
A maior parte das forças de invasão da ONU eram membros do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos, comandados pelo General do Exército Douglas MacArthur. MacArthur comandava a operação nos bastidores, indo de encontro a antipatia de outros generais que reclamavam sobre um ataque em terreno pouco favorável.[4]
Em 2016 foi lançado o filme Operação Chromite com o ator Liam Neeson interpretando o General Douglas MacArthur, responsavel pelo comando da tropa norte americana juntamente com as Nações Unidas em combate ao exército norte coreano.

No filme aparece como Incheon.

O tempo entre as batalhas é de mais de 350 anos.

Na primeira batalha e no primeiro filme o almirante combate com 12 navios as mais de 330 naves japonesas e destroça grande parte delas com o uso de artifícios geniais.

Na segunda luta e na segunda película os coreanos do Sul, invadidos pela Coreia do Norte (estimulada pela Rússia e pela China), são acossados numa ponta da península e retomam até o Paralelo 38 o que se tornará o país vitorioso de hoje, com grande esforço e heroísmo.

Filmes notáveis mesmo, excepcionais.

Como elemento ainda mais destacável, o almirante havia sido chicoteado e torturado a mando do rei coreano, em razão das mentiras de gente traiçoeira; fiel, isso lhe serviu para endurecer o espírito para as futuras lutas, quando foi reconhecido o erro e ele reempossado em suas prerrogativas.

Vitória, sexta-feira, 16 de dezembro de 2016.

GAVA.

Dando as Mãos

 

Seguindo de Mão Esquerda e Mão Direita, vamos tentar mostrar que uma sem a outra não funciona: exige pensar muito, descobrir porque são necessárias-suficientes como par polar oposto-complementar, quando seria bem melhor passar sem o orgulho ou vaidade.

CADA MÃO NÃO COMPREENDE A OUTRA E NÃO SABE COMO PODE FUNCIONAR A CONTENTO

Orgulho.
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Beleza.
Feiura.
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Simplicidade.
Fama.
Anonimato.
Poder.
Fraqueza.
Riqueza.
Penúria.
Mundanos.
Santos.

Cada lado fica injuriado com o outro, como nas extremidades dos diâmetros na esfera se situam os opostos, ambos verdadeiros, que são ambos incapazes de aceitar o outro.

Cada qual tem sua preferência e utilidade.

Os do orgulho se matam de trabalhar para supersaturar suas mentes através das drogas injetadas pelos sentidos (como vimos em Direção-Sentido do Ego de Sensações ou A Rede de Prazeres), visando se entorpecer de prazeres, diariamente hipnotizados pelos gozos (inclusive sexuais), e com isso prestam serviços, esses do orgulho, com suas doideiras e excessos.

Do outro lado está a gente que equilibra. Esta deve purgar os excessos que iriam prejudicar o coletivo, organizando em mínimo a superprodução, coletando através de artérias que levam e veias que trazem - ao coração da essênciexistência - dados para o equilíbrio.

Vitória, sexta-feira, 16 de dezembro de 2016.

GAVA.

Mecatrônica

 

                            A cibernética foi criada em 1947 pelo cientista judeu-americano Norbert Wiener (1894 – 1964, 70 anos entre datas), que ele expôs logo a seguir no livro Cibernética, Controle e Comunicação no Animal e na Máquina, de 1948.

                            Muito tempo depois, já na década dos 1990, apareceu a palavra mecatrônica, fusão de mecânica e eletrônica.

                            Na física a mecânica se divide em estática e dinâmica.

                            No modelo, todo o Conhecimento é buscado pelos partidos altos (Magia, Teologia, Filosofia e Ciência) e baixos (Arte, Religião, Ideologia e Técnica), e pela Matemática, que fica no centro do duplo quadrado.

                            As ciências são: Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5, Dialógica/p.6. As técnicas são: Engenharia/X1, Medicina/X2, Psiquiatria/X3, Cibernética/X4, Astronomia/X5, Discursiva/X6. Elas se correspondem duas a duas, por exemplo, Física e Engenharia, Química e X1, formando a pontescada tecnocientífica. As técnicas são as ciências baixas, enquanto as ciências são as técnicas altas.

                            Informática é a ciência, cibernética é a técnica, ou seja, aquela pesquisa e esta desenvolve, aquela busca as razões e esta amplia os produtos.

                            Apesar de eu gostar tanto de Wiener, coloquei a Cibernética (em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de cibernéticas) em baixo, como deve ser. Tirando a palavra do grego antigo, kibernetes, timoneiro, o que conduz o navio, Wiener lhe deu grande profundidade. Repare que ele chamou de ciência da “comunicação e do controle NO ANIMAL E NA MÁQUINA”, maiúsculas minhas, o que inclui o ser humano.

                            Mas a Cibernética se estende para baixo, rumo à Psicologia/p.3, à Biologia/p.2 e à Física/Química, e para cima, rumo à Cosmologia/p.5 e à Dialógica/P.6, e seus pares inferiores, quer dizer, para baixo à Psiquiatria/X3, à Medicina/X2 e à Engenharia/X1, e para cima à Astronomia/X5 e à Discursiva/X6. E, propriamente, age no plano da Informática/p.4 e da própria Cibernética/X4. Enfim, abrange tudo, porque tudo tem retroalimentação (alimentação para trás) ou realimentação, num sistema fechado. Poderíamos falar de realimentação física, de realimentação química, até de realimentação dialógica. É evidente que a ecologia biológica/p.2 é uma cibernética. Sem falar na Ecologia do modelo.E falamos, é claro, num plano mais restrito, de realimentação cibernética, realimentação do timoneiro, que possui a tecnarte (ciência/magia baixa) de guiar o navio.

                            E quanto à robótica, qual é seu grau de parentesco?

                            A robótica é a fração da cibernética que trata dos robôs, como esses de fábrica e outros.

                            A mecatrônica, por outro lado, é uma engenharia, situada no plano da Física, conseqüentemente sem se interessar por altos raciocínios sobre a realimentação na Biologia/p.2, na Psicologia/p.3, etc. Ela não se pergunta sobre as realimentações psicológicas: realimentação espacial, realimentação psicanalítica (das figuras), realimentação psico-sintética (dos objetivos), realimentação econômica (da produção), realimentação sociológica (da organização) e realimentação temporal.

                            Nada disso, ela fica rente às perguntas características da engenharia. Se vê o estático, é sob a ótica da forma de engenharia; se olha para o dinâmico, é sob a condição de conceito da engenharia, ou seja, no conjunto como formestrutura de engenharia. Formestrutura mecatrônica, diga-se de passagem, realimentação mecânica-eletrônica, que usa os elétrons e a eletricidade para animar as máquinas, os aparelhos, os instrumentos, criando programas-máquinas, programáquinas, como os chamei, programas que operam máquinas, aparelhos, instrumentos por meio de sequências e redes de comandos. Podemos até esperar que atinja a união com a arquitetura, como realimentação das formestruturas de arquiengenharia.

                            É então uma fração-derivada da Cibernética propriamente dita, aquela mais alta, a cibernética-das-máquinas, porque existe a outra, a cibernética-dos-animais, e ainda mais no alto a cibernética-dos-seres-humanos, assim como vai haver a cibernética para o além-do-humano.

                            Por fim, a mecatrônica não é a Cibernética de fato. É o uso dos conceitos e formas da Cibernética para a produção de autocontrole ou autocomunicação induzida, de baixa resposta, não-inteligente, não-racional em coisas puramente físicas (e até químicas).

                            Porém, GROSSO MODO, poderíamos falar de cibernética, robótica e mecatrônica como sendo a mesma coisa, ao nível do povo, que não conseguirá vê-las como separadas.

                            Entrementes, num plano de discussão mais alto, a distinção é necessária, é até mesmo fundamental.

                            Vitória, quarta-feira, 29 de maio de 2002.

Matemática Celestial

 

                            No livro de Gore Vidal, Criação, Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1984, p. 527, um personagem egípcio diz: “Meu povo construiu as pirâmides como um exercício baseado na matemática celestial”.

                            É claro que é Gore Vidal falando, portanto americano nascido no século passado, o XX, e não qualquer egípcio real de 500 antes de Cristo, mas mesmo assim. Se não fosse pela Rede Signalítica a coisa passaria em branco, como passou na minha primeira leitura.

                            Com esta podemos ver que matemática celestial = ASTRONÁUTICA CELESTE, e outras traduções cognatas. Veja que ele diz “exercício”, como se fosse mesmo um mero exercício de matemática, treinamento corriqueiro. É claro que Gore Vidal não poderia saber do modelo, o original americano é de 1981 e o modelo nasceu em 1992, a Rede e a Grade signalísticas sendo de 1994 no Brasil e numa língua que ele não conhece, o português.

                            Quer dizer, técnica de navegação entre os astros.

                            Bom, o que as pirâmides têm de especial que representem os astros? Dizem alguns investigadores que elas representam as “Três Marias”, uma pseudoconstelação de estrelas em aparente alinhamento no céu. Constituiriam cada pirâmide e todas elas um mapa celeste? De que modo?

                            Aparentemente as pirâmides nada têm de especial. Por exemplo, a maior delas, a de Quéops, tem 145 de altura por 230 metros em cada lado do quadrado de base, e isso nada significa. É claro que as pirâmides não foram construídas em metros (o metro é a décima milionésima parte de um quarto do círculo máximo meridiano, que passa pelos pólos, na definição de depois da Revolução Francesa de 1789), em nenhum lugar, e ao fazer as contas devemos obter números inteiros ao dividir alturas pelos lados da base, ou vive-versa, por exemplo, 230/145 = 1,5862069896..., que deveria ser o metro deles. Eles tinham os “medidores de passos do rei”, o instituto metrológico de lá. Eratóstenes de Cirene (grego, 276 a por volta de 194 antes de Cristo), trabalhando em Alexandria, calculou a circunferência da Terra (tendo desenhado mapas com paralelos e meridianos – ele sabia que o planeta era redondo), determinando a distância entre Alexandria e Siena (hoje Assuan) como sendo de cinco mil estádios egípcios, doravante EE, ou 1/50 do meridiano, distância de um pólo a outro. Fez isso observando o Sol na vertical nas duas cidades ao meio dia, chegando à conclusão de que o ângulo entre ambas seria de sete graus, quer dizer, 1/50 de 360º = 7,2º, segundo Carl Sagan em seu livro Cosmos, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1982, p. 14/5. Sabendo que tal distância era de aproximadamente 800 km, concluiu que a circunferência deveria medir 40.000 km. A distância contemporânea é de 40.036 km, a partir de um raio de 6.372 km. Observe que 40.036/40.000 = 1,0009, ou 40.000/40.036 = 0,9991, erro de 0,0009, nove partes em 10.000 (ou uma em mil)! Para comparar, pensemos que a distância de Vitória a Linhares é de, digamos, 140 km, em algum ponto dentro daquela cidade; se Eratóstenes tivesse sido consultado para medi-la, teríamos uma diferença de 126 metros.

                            Vendo de outro modo, o METRO EGÍPCIO, isto é, a CONFIABILIDADE DAS MEDIDAS naquele tempo, século III antes de Cristo, seria de 9/10.000, ou um erro de 0,9 mm num metro. Perceba bem que precisão tremenda.

                            Para começar, eles tinham institutos de metrologia MUITO confiáveis, mais confiáveis que os da maioria dos países de hoje. Porém não tanto assim.

                            O ESTÁDIO EGÍPCIO valia, portanto, 800 km (ou 800.000 metros) divididos por 5.000 estádios = 160 m por estádio, diferença de 9/10.000, como vimos, ou 144 mm. Como seria possível obter medida tão exata (três zeros) quanto 5.000 estádios? Não obteve 4,5 mil, ou 5,5 mil, ou qualquer outro número (4.995 estádios, digamos). E sim, precisamente, cinco mil. Claramente ele escolheu um ponto em Alexandria, mandou os medidores medirem os cinco mil estádios, colocou a outra vareta e usou algum processo não trivial, com o qual não posso atinar agoraqui. Naquele tempo as cidades já tinham três ou quatro quilômetros de comprimento, diferença de 19 a 25 estádios egípcios. Tal falta de 25 estádios em 5.000 corresponderia a um erro de 0,5 %. Ele não fincou a vareta em qualquer lugar, foi num lugar preciso.

                            Depois, veja que o estádio egípcio (EE) sendo de 160 m, a pirâmide de Quéops mediria 0,9063 de altura por 1,4375 EE no lado da base. É bem sabido que as pessoas não toleram “números quebrados”, querem múltiplos das bases. No nosso caso, somos fixados nos múltiplos da base 10 (10, 10 x 10 = 100, 10 x 10 x 10 = 1.000, etc., os chamados “números inteiros”). Para a Pirâmide de Quéops medir 1,0000 EE, ela deveria ter EXATAMENTE 160 m de altura, e para ter lado da base igual a 1,5000 EE, 240 metros, ou seja, 15 metros a mais na altura e 10 metros a mais no lado da base. Sabe-se que as coberturas (bem como seus interiores saqueados) das pirâmides foram tiradas posteriormente por ladrões, para construção de casas. Sabemos também que o lugar não era árido como agora, havia belos bosques, com lagos, com paisagens onde passear.

                            Penso que as pirâmides ERAM IGREJAS, lugares onde iam cultuar os deuses, e depois objetos de adoração em si. Se foram usadas como túmulos foi como nas igrejas ocidentais, onde os corpos dos mortos mais meritórios repousam.

                            Assim, 240/160 = 1,5000, um número que deveria ter um significado especial, mas na realidade não tem.
                            Deveríamos esperar uma regra matemática simples (embora celestial), do tipo 2H, H sendo a altura, como lado do quadrado de base. Isso daria como diagonal do quadrado √8, um “número quebrado” (quando os Pitagóricos descobriram a raiz quadrada isso acabou com a sociedade deles em 500 antes de Cristo), o que é insatisfatório. Se fosse √9 = 3 para a diagonal, teríamos D = 3 H. No triângulo retângulo, D2 = 9 H2 = 2 L2, donde L = 2,1213 H. Para D = 2H teríamos L = 1,414141...H, ou L = H √2. Por aí não vai.
                            Tomando a altura de 145 m e multiplicando por √2, teríamos 226,27 metros para o lado da base. Não dá para encurtar o lado da base, portanto não é isso. O lado da base deve ser fixo, 230 m mesmo, mais a cobertura que havia, para ocultar as pedras e dar aparência contínua à pirâmide.Daí, dividindo 230 pela √2, teríamos 162,6346 m, quase o EE que calculamos, 160 m. Entrementes, se o EE fosse esse, 162,6346 m, aí teríamos uma regra simples.
                            Em resumo: o lado da base seria mesmo de 230 m (isso é permanente, não pode mudar) e a altura deveria ser de 162,6346 m (mas é de 145 m).

                            Observe ao que estou querendo chegar: Eratóstenes não poderia, de modo algum, ter produzido uma medida TÃO CORRETA quanto 5.000 EE. Embora os “medidores de passos do rei” pudessem ser excepcionais, eles passavam sobre montanhas, dunas, rios, o que fosse, e não produziriam algo tão notável quanto 9/10.000. Se o EE fosse de 162,6346 m, então 5.000 EE = 813,1728 km, e não 800 km certinhos. Com isso 50 vezes a distância entre Siena e Alexandria = 40.658 km, diferença para mais de 1,5 %, o que estaria dentro ainda da margem estatística de erro.

                            Definitivamente não era de 800 km a distância entre as duas cidades, embora pudesse ser de 5.000 EE, com o EE valendo outra medida, restando saber se os egípcios usavam base 10.

                            Qual é essa medida é que é o problema agudo.

                            A questão é que essa medida, o EE, DEVE SERVIR PARA TODAS AS PIRÂMIDES, pois se trata de um exercício de matemática celestial, como disse Gore Vidal, produzindo relações simples, com números redondos, nalguma base. Só se forem achadas essas condições, sucessivamente, é que se tratará de uma mensagem matemática. Não pode haver variações, ajustamentos, acomodações à esquerda e à direita, para fazer parecerem sábios os egípcios e outros povos antigos. Eles não eram sábios como nós, de sabedoria própria, cavada duramente pelo Conhecimento autêntico e independente. SE constituíam, como dizem as lendas, povos decaídos, não passavam de propagadores de mensagens, ou seja, meros transmissores que rapidamente estavam esquecendo o significado das mensagens.

                            Por enquanto o que deduzimos é que havia um EE (estádio egípcio), uma medida rigidamente controlada por um instituto de metrologia. Que a distância entre Siena e Alexandria não poderia ser, de modo algum, precisamente 800 km (dois alinhamentos de base 10). Que a medida de Eratóstenes não teria condições de ser de 5.000 EE (três alinhamentos de base 10) senão se ele tivesse, de propósito, assim estabelecido. Que a precisão da medida não poderia atingir 10 (9) por 10.000 (1/1.000, três alinhamentos de base 10 – os estatísticos devem calcular a improbabilidade).

                            Tomando como certo que ele tivesse escolhido 5.000 EE, se a distância real de Siena a Alexandria fosse de 800 km, teríamos que 5.000/800 = 6,25 EE/km. Agora, 625 = (5)4 = 5 x 5 x 5 x 5 = 25 x 25. Acontece que Alexandria afundou no mar, e embora Siena esteja no mesmo lugar enquanto Assuan (onde foi construída a represa de mesmo nome no Egito atual), onde ela ficava antigamente? Como puderam deduzir que eram exatamente 800 km? Dado tal valor a medida de Eratóstenes iria ser de 50 x 800 = 40.000 km, com aquela estupidamente mínima diferença, coisa insignificante, 36 km em 40.000 km, menos de um milésimo. É esperar demais, mesmo dos sábios de Alexandria e dos medidores de passos do Faraó.

                            No livro de Sagan ele coloca no rodapé que a distância entre Alexandria e Siena é de “cerca de 500 milhas”, e 500 milhas x 50 = 25.000 milhas, ou 40.036 km, donde uma milha seria = 1,6014 m. Na realidade a milha é, pela definição aceita, igual a 1,609 m, donde 25.000 milhas valem 40.225 km, 189 km a mais que a medida correta. “Cerca de 500 milhas” não é a mesma coisa que 500 milhas, exatamente, que corresponderiam a 804,5 km, não 800 km, exatamente.

                            Tudo vai ficar mais fácil se aceitarmos que o estádio tinha outra metragem. Segundo o Houaiss, o estádio grego (EG) = 125 (53 = 5 x 5 x 5) pés geométricos gregos, ou 206,25 m. Aí o PÉ GEOMÉTRICO GREGO valeria 1,65 m. O pé atual, enquanto medida, é definido como (exatamente) 12 polegadas, ou 30,48 cm. Conseqüentemente num pé geométrico grego caberiam 5,4134 pés atuais.

                            SE era uma “matemática celestial”, não é fácil de decifrar.

                            Ainda mais estando presente em todas as pirâmides. Cada um e todas devem significar uma cifra e uma soma de códigos, como palavras de uma seqüência, como uma instrução. Para ser verdade, instruções exatíssimas deveriam ser passadas de geração a geração, o que é improvável. Com todas as mudanças socioeconômicas um grupo deveria ficar permanentemente no poder, de modo a conduzir as construções sucessivas, conduzindo os dirigentes, e estes aos trabalhadores (das cinco classes).

                            Parece uma coisa como o último Teorema de Format.

                            Pode existir uma solução, mas ela não é trivial.

                            Vitória, sábado, 8 de junho de 2002.

Listas de Invenções

 

                            O livro Fontes de Informação para Pesquisadores e Profissionais, Belo Horizonte, Ed. UFMG, 2000, de Bernadete Santos Campello, Beatriz Valadares Cendón e Jeannette Marguerite Kremer, organizadoras, tem no artigo 12, A Patente, de Ricardo Orlandi França, p. 153 e ss., uma série de explicações muito úteis.

                            Como já citei, dentro de um vidro de remédios veio um cilindro desumidificador, cujo número americano de patentes é 4.093.105. Tendo sabido que Europa e EUA fazem, cada um, 50 mil patentes/ano, enquanto o Brasil não fica com mais de que a milésima parte disso (o que é surpreendentemente baixo, devendo ser um dado falsificado), calculei que isso corresponde a mais de 80 anos lineares (como o número deve vir crescendo, é possível que seja o dobro disso) por lá.

                            Embora Norbert Wiener tenha dito em seu livro editado em espanhol, Inventar, que o ato seja em si mesmo das mentes menores, comecei a ver a coisa de outro ângulo.

                            O autor do artigo citado, naquele livro, dá uma quantidade de sítios ou sites onde podemos obter informações sobre patentes, modelos de utilidade, registros de livros, marcas e demais formas de preservação e divulgação.

                            Não sei se neles há uma divulgação explícita.

                            Propus no modelo uma forma de classificação diferente daquela em uso. Quanto a tal divulgação, no entanto, não falei ainda nada, o que passo a dizer aqui:

1)      É preciso antes de tudo colocar desenhos explicativos com as partes bem contrastadas (tipo a técnica russa ex-soviética das fotografias retocadas), como que explodidas, técnica usual;

2)     Do lado as medidas proporcionais (ou as reais), com características de cada parte destacada;

3)     Mostrar vários lados (no CD seria mais fácil);

4)     Encadear a evolução dos objetos;

5)     Dar endereços dos criadores, dos fabricantes e outros envolvidos (reais e virtuais);

6)     Descrever os materiais, se possível, e outras iniciativas.

A questão central é a ligação de umas invenções a outras, a abertura de cada uma sendo como um funil de descendências, sua coligação com as demais, facilitando a composição de imagens e conceitos. Devemos possibilitar ao máximo criações de toda espécie de coisas, em particular a de máquinas, aparelhos e instrumentos que facilitem a vida das pessoas e diminuam o gasto de matéria, energia e informação redundante.

Não se trataria meramente de listas de patentes, mas de LISTAS QUALIFICADAS, trabalhadas e retrabalhadas para permitir o encontro dos elementos. Isso os governempresas brasileiros devem fazer, em todos os níveis, separando as listas em sub-listas, o quanto antes, condição de maior progresso e desenvolvimento.

Quem está trabalhando o processo ou o objeto, presentemente? Quem o esteve fazendo no passado? Quem está se lançando a ele agora? Como conseguir bibliografia? Tudo isso é fundamental para o salto brasileiro.

Vitória, quinta-feira, 20 de junho de 2002.

Invenções dos Pesquisadores

 

                            Ainda que Norbert Wiener tenha falado das invenções (patentes e modelos de utilidade) como sendo atividade menor, quanto mais penso mais vejo que não é nada disso, pelo contrário, a criação dos objetos dá sustentação e alegria ao mundo, bastando repassar aquelas coisas de que você se lembra no seu dia a dia.

                            Depois que comecei a buscar informações na Internet, desde uns seis anos atrás - tendo juntado muitas delas -, mais me convenço de que este é o caminho, não só para o pessoal de oficina como para os pesquisadores mesmo e os desenvolvedores.

                            Fiz quatro mil inicialmente, em razão da promessa de chegar a esse patamar, e depois parei, sendo 2,3 mil idéias e 1,7 mil patentes descritas. Idéias não seriam patenteáveis, enquanto objetos sim. Depois que recomecei juntei mais certa de 400 idéias e perto de 300 patentes. As regras para as patentes são: 1) tudo que for industrializável, 2) a novidade absoluta, ou seja, o que estiver além do estado de tecnarte, como chamei, ou estado da arte, como dizem. Os modelos de utilidade são acréscimos às patentes, pequenas mudanças.

                            É tão simples quanto identificar a necessidade, imaginar a forma material, dar-lhe conteúdo ou conceito sustentador energético e registrar, sozinho ou com ajuda de um agente de patenteamento, no meu caso o Wagner Fafá Borges, do CENDI, Clube dos Inventores do ES, e do CLUBE DOS INVENTORES BRASILEIROS, veja www.inventar.com.br.

                            Acontece que as pessoas se refreiam, especialmente os pesquisadores, que detém conhecimento mais profundo, em razão dessa visão distorcida e corruptora de ser atividade insignificante, do ponto de vista da criação, intelectual ou não.

                            Aí é que está, embora precisemos do conhecimento fundamental, que dá fundamento ou base teórica ao avanço humano, os pesquisadores (magos, teólogos, filósofos e cientistas) e os desenvolvedores (artistas, religiosos, ideólogos e técnicos) e matemáticos podem dedicar parte de seu tempo às invenções. Se obtiverem duas ou três em sua vida já bastará para terem dinheiro suficiente para se dedicarem à P&D com tranqüilidade, com absoluta calma, fleuma, frieza.

                            Com dinheiro no banco, com casa boa, com carro e recursos para passeios, para não falar com quê comprar livros e outros instrumentos ou meios de pesquisa, tudo ficaria muito mais conveniente.

                            Em lugar disso, que vemos hoje?

                            Um monte de pesquisadores & desenvolvedores ganhando pouco, superatarefados, indo atrás de migalhas das verbas, sujeitando-se a todo tipo de desprezo e maus-tratos psicológicos, quando poderia haver independência física e mental, verdadeira liberdade de busca.

                            Se não há é porque meteram nas cabeças deles que inventar é ruim, é tarefa dos pouco fecundos, dos simples.

                            De modo nenhum! E, mesmo se fosse, não precisaria ser assim. Se os teóricos e os práticos fossem orientados para, nas horas vagas, inventarem alguma coisa ganhariam aquele precioso dinheiro com o qual teriam independência financeira em relação às instituições públicas e privadas. Talvez seja justamente isso que o Estabelecimento/Establishment governempresarial políticadministrativo não quer.

                            Vitória, sexta-feira, 21 de junho de 2002.