quinta-feira, 1 de dezembro de 2016


História da História

 

Em seu livro, Jacques Le Goff - A História Deve Ser Dividida em Pedaços? São Paulo, UNESP, 2015 (sobre original de 2014) – coloca um punhado de informações relevantes. Não fazia ideia de que a história enquanto disciplina não existia desde sempre, porque há memória letrada dos tempos antigos, que pensei ter sido passada adiante pelos professores, por exemplo, os padres desde o começo, mas não foi assim, ela é recentíssima (e do mesmo modo deve ser a geografia), mais uma das conquistas europeias que tem menos de 500 anos, a gente não sabia (pelo menos eu), foi ele quem abriu meus olhos.

LE GOFF ENQUADRADO (para não citar extensamente colocarei as datas, compre o livro e leia, droga, quer tudo de mão beijada!), páginas 40/41: “A Alemanha é o país em que o reconhecimento da história como saber independente e a difusão de seu ensino são os mais precoces, impregnando mais profundamente o pensamento universitário, assim como o espírito nacional – ainda que o país continue politicamente dividido” (por mais 350 anos).

ANO
#
ONDE
PAÍS
Desde o início do século XVI.
1
Wittenberg.
Alemanha.
1527.
2
Universidade protestante de Marbourg.
1535-1536.
3
Universidade protestante de Tübingen.
1544.
4
Universidade de Königsberg.
1544.
5
Greifswald.
1548.
6
Iena.
1558.
7
Heidelberg.
1564.
8
Rostock.
1568.
9
Freiburg.
1622.
10
Oxford.
Inglaterra.
1627.
11
Cambridge.
1659.
12
Basileia.
Suíça.
1673.
13
Pisa.
Itália.
1724.
14
Oxford/Cambridge (história moderna).
Inglaterra.
1738.
15
Viena.
Áustria.
1771.
16
Pisa (história e eloquência).
Itália.
1775.
17
Colégio da França, Paris.
França.
1776.
18
Universidade de Oviedo, Toledo.
Espanha.

Quem diria, 500 e poucos anos (contando do “início do século XVI”, 1500 ou mais), é tudo que temos da História geral como contada, como invenção humana (respaldada em pesquisas, é claro, mesmo os inventivos historiadores precisam de alguns fatos).

Entretanto, Le Goff nega a si mesmo na página 122: “(...) exceto na Alemanha, a História desfruta de uma cátedra de ensino nas universidades (...)”.

Serra, domingo, 15 de novembro de 2015.

GAVA.

Os Fracassados Gregos e os Desprezíveis Romanos

 

 

Em seu livro Jacques Le Goff - A História Deve Ser Dividida em Pedaços? São Paulo, UNESP, 2015 (sobre original de 2014) - se mostra devotado à Idade Média tão atacada por tantos bobos, incapazes de pensar em tudo que ela fez nos quase mil anos, tal como definidos de 476 a 1453 – 977 anos, de fato.

Pelo contrário, foi tremenda gestação, a tarefa central de Cristo, a preparação do frutuoso porvir.

Isso de os europeus renegarem mostra bem o que são, renegados, ingratos, inclusive meus antepassados italianos do Vêneto, região de Veneza, Treviso.

CHAMANDO A ATENÇÃO DELES

De trás até 476.
Os gregos tão criativos, a quem devemos tanto em tantas áreas, vinham das estepes e estavam gerando desde 1500 a. C. sem chegar a realmente nada, foram capturados pela potência romana; permanentemente separados em seu excesso de zelo pela individualidade, não formaram Estado-império, exceto o efêmero de Alexandre. Já os romanos em permanente guerra desde 753 a. C., somaram quase 1.230 anos (parte dos quais, desde 33, foi luta pela cristianização de assassinos despudorados) de ataques aos povos submetidos, inclusive gregos.
Interstício supostamente improfícuo da Idade Média, de fato redefinidor de todas as instâncias do ser, do ter, do estar: foi o cadinho em que Jesus construiu a nova consciência.
1453.
Carlos enfrentou e deteve a enxurrada árabe.
O Grande Carlos Martelo detém a invasão dos infiéis em 732.
https://sites.google.com/site/historia1958/_/rsrc/1307393354389/os-arabes-e-o-islamismo/Carlos%20Martel.jpg?height=200&width=162
A Batalha Decisiva, valorosos franceses.
http://images.slideplayer.com.br/5/1646383/slides/slide_30.jpg
Expulsão dos árabes em 1492 (mesmo ano da descoberta da América, foi a luta heroica dos ibéricos, resistência começada já em 711, quando chegou a invasão, que possibilitou o avanço europeu).
O lado português foi precursor.
http://images.slideplayer.com.br/1/295264/slides/slide_57.jpg
Wikipédia: “A ideia de guerra santa, pela cruz cristã, só veio a surgir na época das Cruzadas (1096) e já em 1085, os reinos ibéricos já haviam reconquistado mais da metade da península Ibérica. A reconquista de todo o território peninsular durou cerca de sete séculos, só ficando concluída em 1492 com a tomada do reino muçulmano de Granada pelos Reis Católicos” e “Fim da Reconquista para o Reino de Portugal com a conquista de Faro em 1249”.
O lado espanhol da Reconquista (os nortistas nunca falam desse esforço).
http://images.slideplayer.com.br/7/1790943/slides/slide_26.jpg
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/1/11/Pt-Reconquista2.jpg

As pessoas são ou se fazem de sonsas em razão dos acordos de energia, em vez de pesquisar mais por si e pelos seus.

Os greco-romanos eram povos violentos que guerreavam o tempo todo. A Idade Média é constituída pelos mil anos necessários para curar as feridas e arquitetar o mundo novo; de fato, foi MUITO INVENTIVA, muito mais que a China, largamente, basta comparar, embora frisem a pólvora e os tipos móveis (que não foram aproveitados por lá).

Os europeus, como filhos e netos vivendo no bem-bom, desprezam pais e avós lutadores que lhes forneceram as bases para tudo que é bom atualmente. Começaram na Renascença a falar de “tempos de trevas” e Idade das Trevas, o que de fato nunca existiu, exceto na cabeça inventiva-destrutiva dos intelectuais detestáveis que não pensam, mas falam muito, demais. Os medievos inventaram MILHARES de coisas, o que está sendo mostrado.

Os iluministas doentes mentais doutrinários da super-afirmação das luzes jogaram mais lenha na fogueira.

AS IDADES E OS IDIOTAS INGRATOS

Antiguidade: de -12000 a 476.
Violência em toda parte, desrespeito total dos direitos humanos, absurdo total.
Idade Média: 476 a 1453, cura  cristã da humanidade.
Jesus introduziu as dimensões do refinamento da alma, consertou com seu sacrifício a humanidade doente.
Interstício da Renascença e do Iluminismo, Idade Moderna, de 1453 a 1789.
1789 a 1991.
Planetarização da humanidade sob a condução cristã, Idade Contemporânea.
1991 em diante.
Idade Pós-Contemporânea: o início da Comunhão, digamos assim.

Foi preciso que Deus interferisse para nos afastar do abismo.

Chegam os bobocas e dizem que a Renascença foi como re-nascer, nascer de novo para as “luzes” da Antiguidade greco-romana, de que só pegaram as coisas boas, deixando de fora as atrocidades, as crueldades infindáveis, os malfeitos, toda a insuportável desumanidade.

Quando você vai ver de perto assusta-se, de perto ninguém é normal, como disse Caetano Veloso, mas aqueles eram mais anormais que os atuais: DE LONGE!

Jesus consertou a humanidade quebrada.

E olhe que mesmo Deus precisou para isso de mil anos.

Veja o ponto a que chegaram aqueles panacas.

Serra, domingo, 15 de novembro de 2015.

GAVA.

Sustentação da Palavra

 

Há que sustentar a Palavra geral.

Não só no sentido de honrar, o que agora é feito por poucos, como no sentido da palavra preciosa, a língua-diamante com que expressamos a realidade nossa de cada ano, cada mês, cada dia, cada hora, cada minuto, cada segundo (coloquei todos para você ver como dou importância, dou imprescindibilidade).

O PRAZER DAS PALAVRAS (Um Olhar bem-humorado sobre a Língua Portuguesa), Porto Alegre, L&PM, 2007 – existem vários de outros autores, tenho alguns.

http://www.lpm-editores.com.br/livros/Imagens/prazer_das_palavras_vol.1__o_9788525416773_m.jpg
http://thumbs.buscape.com.br/livros/o-prazer-das-palavras-vol-2-claudio-moreno-8525417246_200x200-PU6e6b8b1c_1.jpg
http://www.ebalivros.com.br/resizer/view/175/175/false/true/153504.jpg

Não sei quem é o autor, não conheço a editora.

AS LÍNGUAS E SEUS VOCÁBULOS BRILHANTES (com eles você pode fazer todo tipo de composição; dizem o Google Livros e o Projeto Gutenberg que existe 150 milhões de livros, quer dizer, 150 milhões de salas de aula - sem falar em memorandos, que aí já são incontáveis, e e-mail, ah, meu Deus, aí já nem sei)

Mundo Estranho
Qual é o idioma com mais vocábulos?
Tudo leva a crer que seja a língua inglesa, com um número total de palavras estimado entre 500 mil e 1,2 milhão. "Mas não dá para ter certeza, pois as estatísticas que temos levam em conta apenas uma minoria de línguas. Além disso, a contagem do léxico é muito difícil de ser feita. Um exemplo é o alemão, rico em palavras compostas que costumam ser contadas como um único termo", afirma o linguista Bruno Dallari, da Pontifícia Universidade Católica (PUC), de São Paulo. Uma das explicações para o inglês ser o campeão está no número de países que falam a língua (45 nações, somando 322 milhões de habitantes) e na imensa profusão de dialetos. O linguista Deonisio da Silva, da Universidade Federal de São Carlos (UFSCAR), concorda que é impossível saber ao certo quantas palavras tem cada idioma. "Os dicionários registram palavras fora de uso e deixam de mencionar muitos novos vocábulos", diz Deonisio.
Segundo ele, o português - falado na América, na Europa, na Ásia e na África por cerca de 220 milhões de pessoas - poderia facilmente ser incluído entre as línguas mais numerosas, com mais de 400 000 vocábulos.
[Como disse alguém, esse texto está errado, porque só de americanos existem 320 milhões, sem falar dos 60 milhões de ingleses, os 35 milhões de canadenses (alguns falam duas línguas), os 23 milhões de australianos, os sul-africanos, os hindus, etc].
http://images.slideplayer.com.br/3/1350642/slides/slide_20.jpg
Aprendendo Línguas
[É interessante ver que não fizeram ou se fizeram não mostraram levantamento minucioso e geral das línguas, o nosso mais importante, fundamental instrumento de entendimento].

Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas

Qual é o seu nível de fluência no idioma que você está estudando?

É comum as pessoas responderem essa pergunta como “nível básico”, “intermediário” ou até mesmo “fluente”. Mas o que quer dizer cada uma dessas respostas? São respostas vagas demais e que podem ter significados muito diferentes para cada pessoa.
Atualmente, a melhor forma para se ter um entendimento comum sobre um nível de fluência em um idioma é usar como referência o Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas, ou simplesmente CEFR (Common European Framework of Reference for Languages).
O Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas é o resultado de 20 anos de pesquisas do Conselho Europeu. É uma ferramenta para classificar os conhecimentos de um idioma da maneira mais objetiva possível, de forma que os diferentes credenciamentos linguísticos sejam similares. Ele é largamente utilizado como referência na Europa, e cada vez mais usados em países da Ásia e Américas. Para isso são estabelecidos três níveis que se dividem, por sua vez, em subníveis para se chegar uma escala mais precisa com um total de seis níveis.
 
Quadro Europeu Comum de Referência para Línguas - CEFR
 

A: Falante Básico

É aquele que consegue comunicar-se através de frases simples, mas que ainda não tem independência suficiente para articular um discurso. Utiliza enunciados simples e compreende expressões, desde que se trate de um tema que seja familiar e não se entre em detalhes técnicos.
 

A1: Iniciante

– Consegue entender e usar expressões familiares do dia-a-dia e frases bem básicas, visando satisfazer necessidades concretas.
– Consegue apresentar-se, assim como apresentar os outros, fazer e responder perguntas sobre detalhes pessoais como: onde mora, pessoas que conhece e coisas que possui.
– Consegue interagir de forma simples, se a outra pessoa falar lenta e claramente e com paciência para ajudar.
 

A2: Básico

– Consegue entender sentenças e expressões frequentes relacionadas a áreas de relevância imediata (por exemplo, informações pessoais e familiares básicas, compras, localidades geográficas, emprego, etc.).
– Consegue se comunicar em tarefas simples e em rotinas que exigem apenas uma troca de informação simples e direta sobre assuntos que lhe são familiares e habituais.
– Consegue descrever em termos simples aspectos do meio ao seu redor e se referir a assuntos relacionados com necessidades imediatas.
 

B: Falante independente

É aquele que consegue manejar o idioma com o grau de fluidez e independência necessário sem tornar um esforço a comunicação com um interlocutor nativo. É capaz de compreender qualquer texto escrito, ainda que trate de aspectos técnicos, e dar sua opinião sobre temas da atualidade.
 

B1: Intermediário

– Consegue entender os pontos principais, quando em contato com linguagem usual e familiar (no ambiente de trabalho, escola, laser, etc.).
– Consegue lidar com a maioria das situações que possivelmente podem ocorrer em viagens onde a língua é falada.
– Consegue produzir um discurso simples e coerente sobre assuntos que lhe são familiares ou de interesse pessoal.
– Consegue descrever experiências e eventos, sonhos, esperanças e ambições, e dar breves razões e explicações de suas opiniões e planos.
 

B2: Independente

– Consegue entender as ideias principais de textos complexos em tópicos concretos e abstratos, incluindo discussões técnicas em sua área de especialização.
– Consegue interagir com um grau de fluência e espontaneidade de modo que conversas com falantes nativos ocorra sem esforço por nenhuma das partes.
– Consegue produzir textos claros e detalhados em temas diversos e explicar um ponto de vista em um assunto, expondo as vantagens e desvantagens de várias opções.
 

C: Falante Proficiente

O falante proficiente é aquele que possui um nível de domínio da língua que lhe permite
expressar-se de forma precisa enfatizando o significado dos conceitos. É capaz de compreender o que escuta ou lê sem esforço. Tratam com fluência temas complexos sem que se note que estão procurando a palavra adequada.
 

C1: Proficiência Operativa Eficaz

– Consegue entender um vasto número de textos longos e complexos, sendo capaz de reconhecer significados implícitos.
– Consegue se expressar fluente e espontaneamente sem se esforçar para encontrar palavras adequadas.
– Consegue usar a língua com flexibilidade e eficazmente para propósitos sociais, acadêmicos e profissionais.
– Consegue produzir textos complexos, claros e bem estruturados, demonstrando um domínio de mecanismos de organização, de articulação e de coesão do discurso.
 

C2: Domínio Pleno

– Consegue entender com facilidade praticamente tudo que ouve e lê.
– Consegue resumir informações de diferentes fontes faladas e escritas, reconstruindo argumentos e fatos em uma apresentação coerente.
– Consegue se expressar como espontaneidade, fluidez e precisão.
– Consegue distinguir finas variações de significados, inclusive nas situações mais complexas.
 

Conclusão

Eu gosto de usar o CEFR como uma forma de definir objetivamente minhas metas fluência em um idioma que eu estou estudando. Quando eu quiser, posso facilmente encontrar um exame de certificação para testar se cheguei no nível desejado.
Acho que o nível B1 é suficiente para passar as férias em um país do idioma alvo e se virar muito bem. O B2 é o nível que costuma ser exigido por várias universidades da Europa para aceitar estudantes estrangeiros. Para mim o nível C1 já pode ser considerado como fluente, e é o nível que eu tenho como meta nos idiomas que eu estudo. Eu não tenho planos para alcançar o nível C2 em nenhum dos meus idiomas, acho que é muito audacioso, pois é um nível próximo de nativos com formação superior (claro que podendo manter ainda um sotaque).

Fora a RELIGIO universal (veja de ainda agora Os Pecadores e a Reunião), não sei qual seria tarefa mais importante para todos os humanos que isso de definir suas línguas, especialmente para os brasileiros, que desprezamos tanto a nossa, o que é acabrunhador, aflitivo, atormentador. Para o português, expressar nesses níveis europeus de proficiência, de falante básico a domínio pleno C2, P2 (poucos estariam nessa condição, inclusive eu não chegaria nem perto, mas pretendo chegar).

Serra, domingo, 15 de novembro de 2015.

GAVA.