Instinto Casador

 

Faz tempo venho insistindo em retornarmos parcialmente às convenções antigas em que os pais e as mães e pessoas sábias da coletividade, os casamenteiros, estudavam os pretendentes para orientar as melhores combinações; e que uma nova instituição local, estadual, nacional e global possa auxiliar a evitar tantos descasamentos causadores de danos horríveis às crianças e ao conjunto de nós.

TAXAS DE DIVÓRCIO NO BRASIL

São empresas com dois ou mais sócios (neste caso, os filhos, que não são consultados) entrando em falência.	Antes não existia isso, o casamento era “para sempre”.

EMOÇÃO&RAZÃO DO CASAMENTEIRO (ele poderia sob treinamento buscar informações que ajudassem os proponentes e ser sócioeconomista-psicólogo buscando os melhores lugares para morar, para trabalhar, para poupar, para se divertir, etc.)

Péssimos.	Médios.	Excelentes.

Quanto melhor, mais caro.

A PSICOLOGIA DO CASAMENTO (a ser estudada nas universidades, nos institutos, nos governempresas – pois todos temos interesse na estabilidade das famílias)

CONDIÇÕES AMBIENTAIS	Mundo.
	Nação.
	Estado.
	Cidade-município.
CONDIÇÕES PESSOAIS	Empresas.
	Grupos.
	Famílias.
	Indivíduos.
Investigação das figuras ou psicanálises (do par).
Investigação dos objetivos ou metas ou psico-sínteses.
Investigação das produções ou economias.
Investigação das organizações ou sociologias.
Investigação dos espaçotempos ou geo-histórias.

Claro, o casal – quando jovem – está ansioso, não pode esperar, porém isso deveria se tornar matéria escolar desde muito cedo, a ser estudada em lugar de “sexo” (que é uma palhaçada, principalmente se “avançado”): Casamento 101 e assim por diante na universidade também, ou principalmente, com estudos de casos, inclusive ou principalmente de divórcios e suas consequências em todas as pessoambientes. Deveríamos formar mestres, doutores, pós-doutores em casamento, dando consultas em consultórios patrocinados pelos governos ou ofertados pelas empresas.

Tudo é sério demais para ser levado com a leviandade atual. Que os pesquisadores estudem os custos coletivindividuais dos divórcios e separações.

Serra, segunda-feira, 31 de agosto de 2015.

GAVA.

Verniz Corretor

 

O pessoal do escritório chama de “tintinha”, a pequena tinta usada antigamente para corrigir datilografia errada, e erros hoje: vem num pote pequeno, como de esmalte de unha, bem pouquinho, não dura muito e endurece. Puxa-se com um pincel pequeno agarrado na tampa.

NINGUÉM CHAMA DE VERNIZ CORRETOR (seria esnobe; mas a Internet só reconhece assim)

Mais ou menos isso, só que não era totalmente branco.

Há décadas venho falando de outro verniz, o civilizado.

O VERNIZ CIVILIZADO [é passado só por cima, por baixo é outra a realidade, por baixo está tudo corroído, deteriorado, destruído; leia sobre os países listados no livro de Michael Lewis, Bumerangue (Uma viagem pela economia do novo terceiro mundo), Rio de Janeiro, Sextante, 2011, sobre original do mesmo ano: Islândia, Grécia, Irlanda, Alemanha e EUA são investigados; e pegue na Web a lista das maiores dívidas externas do mundo, você vai cair para trás]

Laca, brilhante por fora, por dentro a realidade pode ser boa (ou não).	Pintura, a cor de baixo é outra, as de cima são mentiras mais ou menos educadas.
A propaganda é o verniz da realidade.	Maquiagem é máscara, por baixo é que está a pessoa sem representação.

AS MÁSCARAS DAS PESSOAMBIENTES

MÁSCARAS AMBIENTAIS (Como disse H. L. Mencken, todo governo mente).	Mundo.
	Nação.
	Estado.
	Cidade-município.
MÁSCARAS PESSOAIS	Empresas.
	Grupos.
	Famílias.
	Indivíduos.

Não apenas o Lewis tem feito esse bom trabalho, outros tem des-mascarado pessoambientes tortas – isso ensina muito à gente toda sobre desconfiar das estradas largas, das facilidades postas adiante (caí em várias ciladas), pois muitos de nós estão predispostos aos enganos. Espertalhões que se valem da boa-fé existem aos montes.

No que tange aqui, quando você passa verniz corretor sobre as pessoas elas não se tornam verdadeiramente civilizadas, compactuam. As mentes dos bons são boas por natureza, mas as dos maus recebem aquela tintura que os iluminados proporcionaram para possibilitar a vida em sociedade.

Vamos indo enquanto der, quando houver o tropeço, tudo desabará e as más-índoles emergirão – aí deveremos contar com o que é chamado historicamente de “homens verdadeiros” (e mulheres, claro).

Um grande teste está vindo em 2019.

Serra, segunda-feira, 31 de agosto de 2015.

GAVA.

Pairticipação

 

CURVA DO PAI E DA MÃE (são duas, uma para cada, são motores independentes; filhos constituiriam uma terceira em termos de benefícios, porque podem ser contemplados com ambos ou não) – aqui a do pai quanto à devoção aos filhos, que é o que vale mais (para riqueza teríamos outra, não-coincidente, classes do TER E, D, C, B, A que vai de miseráveis a ricos).

Porqueiras.	Desatentos.	Médios.	Atentos.	Excepcionais.

Naturalmente o Pai geral e Mãe geral são felicitados anualmente no calendário de eventos, o que é homenagem, está certo, tributo talvez válido para as mães, para os pais é idiotice e ainda mais estúpido o Dia Internacional do Homem.

Outra questão bem diferente é os psicólogos estudarem a paternidade, esse ato excelente que vem rolando os milênios.

DESDE A INVENÇÃO DO SEXO (Bilhões de anos, já pensou? O rala-e-rola é a empresa humana mais exitosa, já distribuiu 100 bilhões de filhotes)

Biologia-p.2.	Arquea, fungos, plantas, animais e primatas (e a interface hominídea).
Psicologia-p.3.	0	Espaçotempos ou geo-histórias ou o quê?
	1	Figuras paternas ou psicanálises ou quem?
	2	Objetivos paternos ou psico-sínteses ou por quê?
	3	Produções paternas ou economias ou com quê? (Os homens são melhores nisso).
	4	Organizações paternas ou sociologias ou como? (as mulheres são melhores nisso).

Parece natural, trivial, mas pense bem: por quê um gari levanta quatro ou cinco horas da manhã, passa o dia de segunda a sábado (não sei exatamente qual é o regime deles) trabalhando no sol ou na chuva, até doente, com coriza, com péssimos atendimento em hospitais, médicos descuidados, para cuidar dos barrigudinhos dele? A esposa reclama de ele ir tomar umas pingas baratas com os amigos, só rolam umas cervejinhas de vez em quando, mil aborrecimentos em 30 dias, poucos divertimentos, sempre a mesma roupa abóbora fedida, o time perde, toda a agitação da Anta, a roubalheira do PT na qual não pode intervir – E TUDO ISSO POR MENOS DE MIL REAIS POR MÊS.

É de deixar qualquer um zureta!

E lá vai o gari se arrastando em 35 anos de trabalho.

Se você fizer as contas de tudo o que o lado masculino (sem falar nas mulheres, que a tarefa delas é muito pior) fez nos anos todo da Vida e da Psicologia, 300 mil anos dos neandertais e 100 mil anos dos cro-magnons, rapaz, é de arrepiar! Donde vem esse sentimento de compromisso?

Serra, segunda-feira, 31 de agosto de 2015.

GAVA.

Os Ricos que Pensavam em Mim

 

AS CINCO CLASSES DO TER

E	D	C	B	A
Miseráveis.	Pobres.	Médios.	M-altos.	Ricos.

Andei pensando e vi que há dois modos de fazer:

1)      Coletivamente (sem intenção);

2)     Individualmente (mirando, focando).

PRODUZINDO E RE-PRODUZINDO

P/A		MECANISMO CIRCULAR
PRODUÇÃORGANIZAÇÃO AMBIENTAL.	Do mundo.	Apossamento coletivo, redistribuição das benesses: POLÍTICA.
	Das nações.
	Dos estados.
	Das cidades-municípios.
PRODUÇÃORGANIZAÇÃO PESSOAL.	Das empresas.	Apossamento individual, mesmo em pool de companhias: ADMINISTRAÇÃO.
	Dos grupos.
	Das famílias.
	Dos indivíduos.

OS MISERÁVEIS PODERIAM TER PAGO POR ESTAS COISAS? (Ou se interessado por elas?)

Vermeer, Moça com Brinco de Pérolas.	Vermeer com jujubas, Kristen Cumings.
“Bauhaus linhas retas design limpo”.
“Houve um tempo em que o sonho de consumo era ter um computador 486 em casa. Mas não era barato: em 1994, um IBM Aptiva 310 (que tinha só 4 MB de memória RAM e disco rígido de 270 MB) custava R$ 1.849. Seria o equivalente, em 2012, ao valor corrigido de R$ 8.707,24”.		Não fossem as ambições dos ricos ainda estaríamos no Ford T e olhe lá!

Os miseráveis aspiram ao feijão com arroz, que também é bom, mas não passam disso – não existem para fora, não contribuem, não dão, são gente-umbigo. É preciso grandeza para projetar o grande, como disse Fernando Pessoa com “tudo é grande quando a alma não é pequena” (ou, dizendo de outro modo, tudo é pequeno quando a alma não é grande). Claro que existem os contrapontos, ricos miseráveis e miseráveis ricos, estes os que optaram pela pobreza extrema.

Não há nenhum rico pensando diretamente em mim, mas o trabalho deles deixa rastros que chegam favoravelmente, que trazem a mim como trazem a todos – ninguém é dispensável, só precisamos acertar o que está errado. Há espaço para todos, devemos acertar o excesso de ambições, as doenças, os desacertos – pois todos produzem coisas boas.

Diretamente os ricos não pensam em nós, só pensam em si (como, aliás, quase todos, menos os 2,5 % que pensam nos outros, mais 47,5 % que, de vez em quando, nos beneficiam).

Serra, domingo, 30 de agosto de 2015.

GAVA.