domingo, 4 de setembro de 2016


A Soma de Todos os Medos

 

Comecei a pensar nos medos que todos e cada um tem.

Pensei demoradamente.

Já faz algum tempo vi na agora chamada SundayTV a série FlashForward (como nos aparelhos eletrônicos, avanço rápido, pois o enredo diz que todos na Terra avançaram seis meses e viram o futuro por dois minutos e 17 segundos; é legal, eu recomendo, embora negue algumas abordagens), sem nome em português.

Nela os personagens criam um sítio de convergência das experiências chamado Mosaico, para o qual cada qual manda suas lembranças dos supostos eventos, quer dizer, de suas visões.

Pensei fazer o mesmo e criei o Medos (já havia criado o Sonhos, para as pessoas dizerem se os sonhos de uns se parecem com suas vidas ou de conhecidos – vocês se lembram desse, a imprensa divulgou há uns 15 anos); choveram descrições. Pedi que cada um fosse bastante atencioso, não falsificando, por se tratar de experiência científica com apoio da Universidade. Foram, pelo que pudemos medir; de qualquer modo meus amigos estatísticos providenciaram filtros que eliminam os absurdos e ficamos com o núcleo. Com base nisso e na Internet, na telefonia universal, na cooperação dos acadêmicos do mundo inteiro elaboramos mapas dos países, formando vales e montanhas, picos e fossas, de modo que temos agora um Atlas universal com o qual projetamos várias coisas.

Despontou que esses medos remontam a muitos milhares de anos. É como estar vendo medos ancestrais, de quando os CROM (cro-magnons) e os NEMAY (neandertais de Eva Mitocondrial e Adão Y) andavam no planeta e até mais para trás ainda, foi como estar vendo a vida sonhando, quer dizer, os medos não dizem respeito a nossos tempos, não são medos civilizados, são medos remotos, muito primitivos mesmo.

Lembrei-me de um filme no qual o ator ficava numa solução dentro de uma câmara, sem afundar, sendo fechado ali e como um Buda em repouso regredia primeiro em memória e depois fisicamente até os tempos mais antigos. Não sei o nome. Com nosso levantamento foi mais ou menos assim, pudemos ir vendo a memória toda da espécie humana, depois de antes de nós e de antes e de antes até o começo da vida, medos tão antigos que não deveríamos lembrar, pois não há isso de memória genética, não é mesmo?

Foi esquisito, mas tudo documentado e muito controlado na Universidade, quem quiser pode acessar os dados, desde que se candidate no departamento de Psicologia. Tem de falar com o diretor e entrar na lista de espera. Melhor seria se falassem diretor a diretor em vez de cada um ligar isoladamente, porque tumultua.

Aplicamos todos os filtros, todos os algoritmos padrão, tudo dentro do método, as medidas de proteção estão dadas em anexo com os desvios-padrão.

Serra, domingo, 01 de abril de 2012.

 

 

A SÉRIE

http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT83xDl5t7Yg76VnztW6Q1LKuzkxAjIkQKf3LNeTl2KvTdc07fBjjN4i9t2
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgOQ5DTmPsLSpD7UijMMjiQOcBv3EkS2ZIK2RKh5tIlO1-J0P-NRv96H5or_t-u5zyByFD4Es8W6Jl_DShZaFxZ2pVMrh5-sAk-Ok7e22g7fPdymKfy-shaTWXPGJsJ-Fu_nOkLoUOyfm51/

FOBIAS (não entre em pânico, pois aí já seria chamado de medo pânico) – quem tem, tem medo; como todo mundo tem, todo mundo tem medo.

http://www.putput.com.br/wp-content/uploads/2011/02/fobiaparte1.png
http://imagensaturados.files.wordpress.com/2011/03/fobia-3-final.jpg
Abissofobia – medo de abismos, precipícios;
Ablepsifobia – medo de ficar cego;
Ablutofobia – medo de tomar banho;
Amatofobia – medo de poeiras;
Batofobia – medo de profundidade;
Botanofobia – medo de plantas;
Brontofobia – medo de trovões e relâmpagos;
Biofobia – medo da vida;
Cinofobia – medo de cães;
Copofobia – medo da fadiga;
Corofobia – medo de dançar;
Clinofobia – medo de ir para cama;
Diabetofobia – medo de diabetes;
Dipsofobia – medo de beber;
Disabiliofobia – medo de se vestir na frente de alguém;
Dromofobia – medo de cruzar ruas;
Eisoptrofobia – medo de espelhos ou de se ver no espelho;
Electrofobia – medo de eletricidade;
Eleuterofobia – medo da liberdade;
Equinofobia – medo de cavalos;
Fagofobia – medo de engolir ou de comer;
Falacrofobia – medo de tornar-se careca;
Farmacofobia – medo de tomar remédios;
Fobofobia – medo de fobias;
Gamofobia – medo de casar;
Gimnofobia – medo de nudez;
Glossofobia – medo de falar ou tentar falar em publico;
Gnosiofobia – medo do conhecimento;
Globofobia – medo de bexigas;
Hadefobia – medo do inverno;
Hagiofobia – medo de santos ou coisas santas;
Hidrofobia – medo de água;
Hipsifobia – medo de altura;
Iatrofobia – medo de ir ao médico;
Ictiofobia – medo de peixe;
Iofobia – medo de veneno;
Insectofobia – medo de insectos;
Katsaridafobia – medo de baratas;
Lactofobia – medo de leite;
Lilapsofobia – medo de furacões;
Limnofobia – medo de lagos;
Linonofobia – medo de cordas;
Melanofobia – medo de cor preta;
Melissofobia – medo de abelhas;
Melofobia – medo ou ódio de música;
Mictofobia – medo de escuridão;
Nelofobia – medo de vidro;
Neofarmafobia – medo de medicamentos novos;
Neofobia – medo de qualquer coisa nova;
Noctifobia – medo da noite;
Oenofobia – medo de vinhos;
Ofidiofobia – medo de cobras;
Oclofobia – medo de multidão;
Ocofobia – medo de veículos;
Pirofobia – medo do fogo;
Quimofobia – medo de ondas;
Radiofobia – medo de radiação, raio-x;
Somnifobia – medo de dormir;
Termofobia – medo de calor;
Uranofobia – medo do céu;
Verbofobia – medo de palavras;
Xenofobia – medo de estrangeiros ou estranhos;
Zoofobia – medo de animais.

A Sobrancelha de Deus

 

Na Bíblia, depois de Deus ter levado um papo sério com Noé, preparando-o para o Dilúvio, dando-lhe por assim dizer um “aviso prévio” de despejo da antiga Terra e ocupação da Terra reformulada, ele firmou uma aliança, um novo casamento com a humanidade, dizendo que não iria mais apagar a face da Terra para recomeçar tudo de novo.

Disse taxativamente que daí em diante não apagaria totalmente o quadro, por mais negro que ele ficasse. A marca disso seria o arco-íris. A cada vez que chovesse e o fenômeno físico se manifestasse, olhando-o os seres humanos saberiam que o planeta nada sofreria, pelo menos da parte de Deus, não se falando da Natureza.

O QUE DEUS DISSE, O QUE DEUS NÃO DISSE?

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhF8Iy_ThPe8eRXk9BoVeNnELfdPqUcAbzeEulk7ZmMgAyHMdfEuZVOgUxWdJZ3zzmnsBlhWPaojc6OXWyB7jityyLM7ZjZbNvkNdp6RqNSD9-s4FZhWpCaDdveFCPyHRw_V9YY3wuOrQ/s1600/genesis.jpg
Descrição: http://rafaelzanatto.files.wordpress.com/2010/08/digitalizar0002.jpg
“E o Senhor aspirou o suave cheiro e disse consigo mesmo: Não tornarei a amaldiçoar a terra por causa do homem, porque é mau o desígnio íntimo do homem desde a sua mocidade; nem tornarei a ferir todo vivente, como fiz.” (Gênesis 8:21)

Raciocinei que se havia íris é porque o que estava acima - o arco-íris - era o equivalente da sobrancelha, neste caso a de Deus – e que ele estaria olhando a humanidade.

De cada vez, em todo lugar do mundo, Deus olhava.

O OLHO DE DEUS

Descrição: http://1.bp.blogspot.com/-BCk6UaLP5I0/TeakTsZXvtI/AAAAAAAAAxo/zKXRf1kok_Y/s1600/arco_iris_2%255B1%255D.jpg

Isso é assustador, porquanto se Deus prometeu não acabar com toda a humanidade, não se impediu de tomar outras atitudes.

Raciocínio após raciocínio comecei a ver como a humanidade havia afrouxado os padrões de qualidade com base na promessa de Deus de não apagar tudo. Contudo, na minha simplicidade, penso que Deus não daria trela a todo tipo de patifaria, não se manietaria, não se impediria de corrigir – de fato, ele só disse que NÃO ACABARÁ COM TUDO. Isso não quer dizer, de modo nenhum, não promover correções, só quer dizer que não cancelar o projeto inteiro.

Tais pensamentos me deixaram inquieto e perplexo.

Comecei a investigar as transgressões humanas e vi que eram muitas, demasiadas. Pareceu-me garantido que algum castigo virá sob a forma disfarçada de alguma guerra devastadora, global, em que a própria espécie humana SE CASTIGUE.

Deus não estaria descumprindo sua promessa, sua aliança, é ou não é? Deus pode castigar a humanidade de milhões e modos sem descumprir sua aliança. Se as pessoas pensavam que iam escapar para praticar todo tipo de sandice estavam muitíssimo enganadas.
Serra, quinta-feira, 12 de abril de 2012.

Da Nação, Que Parceiros Escolher?

 

Olhando do Brasil para o mundo, entre as 193 nações quais escolher como parceiras - em nosso julgamento atual, as confiáveis.

COM-FIÉIS

ALEMANHA.
Veja Grande Alemanha: são lutadores incansáveis, grandes trabalhadores – só que se deixam enganar por demagogos.
ARGENTINA.
Mostrou-se fiel nos recentes acontecimentos com Lularápio, Dilmaluca, PT (acredito que podemos nos fundir com ela em confederação).
AUSTRÁLIA.
Sempre atendeu aos chamados da Commonwealth ou Riqueza Comum, a Comunidade das Nações (53) lá deles. Honra.
EUA.
Tem (por interesse também, e jogo) socorrido os demais (veja I e II Guerra Mundial) e com tanto poder mantém-se relativamente não interferentes, mercê da crença em Jesus. Falei em fusão total com eles.
FRANÇA.
É até pior que a GB, mas tem seus méritos notáveis, entre os quais a sonante língua, o equilíbrio da beleza, a simpatia quando não nos sufocam com sua falsa sabedoria.
GRÃ-BRETANHA.
Não é à toa que é chamada Pérfida Albion: rapineira, pirata, infiel, interesseira, egoísta – porém, do outro lado, defende a liberdade, dá asilo, escreve bem, zomba de si mesma.
GRÉCIA.
Brilhante. Perdida, deve ser orientada para a grandeza.
ITÁLIA.
É uma trapalhona, mas os italianos são amistosos, alegres, festivos, muito coloridos.
JAPÃO.
Que pese a detestável crueldade, há a determinação e o empenho, o silêncio e o equilíbrio artístico de cores.
MÉXICO.
Recebeu-nos brilhantemente na Copa de 70, é depreciado baba-ovo imitador dos EUA, mas promete bastante.
PARAGUAI.
Recusou-se a participar da palhaçada da UNASUL e do grupo golpista safado Venezuela-Equador-Bolívia.
PORTUGAL.
A grandeza do país (é só duas vezes a área do ES e 1/100 da do Brasil), contudo fascina, deve ser muito estimulado, amparado, propulsionado.

Não dá para avaliar todos e cada em texto curto, é supertarefa para o Ministério do Exterior, a Chancelaria brasileira. Em todo caso, muita atenção na fase de supercrescimento do Brasil que se iniciará em breve.

Vitória, domingo, 04 de setembro de 2016.

GAVA.

A Recíproca Nem Sempre é Verdadeira


 

NO HOUAISS ELETRÔNICO


Recíproca
Substantivo feminino
1      m. q. reciprocidade
2          ideia ou ação oposta; inverso.

Você não pode acreditar que no fundo é igual na superfície, por exemplo, que os fundos de investimento são iguais à propaganda dos fundos, mas não são; é para isso que existe a propaganda, a arte psicológica tanto de mostrar a verdade quanto de com ela iludir.

Na prática a Recíproca nem sempre é verdadeira.

Pode ser.

Pode não ser.

Não dá pra saber, porque as Recíprocas não vêm com estrelas na testa, como também os seres humanos não vêm marcados.

Umas são e outras não são.

A Recíproca que conheci não era sempre verdadeira, numas vezes mentia e noutras falava a verdade. É assim na realidade, 50/50, metade está propensa a ser verdadeira e metade não. Como distinguir? Temos de esperar o ato, o separador de vida entre os que são os bons e os que são ruins, entre os bons e os maus.

MAUS


http://i.s8.com.br/images/books/cover/img5/729985_4.jpg

Ora, Jesus disse “amai ao próximo como a ti mesmo”, mas não disse para conviver com os maus, só para amá-los, porque o amor fica em você e o mal é de quem fizer, como também disse Buda.

Você tem de tomar cuidado com ela, com a Recíproca.

Boa pessoa, mas se você acreditar que ela SEMPRE será verdadeira pode quebrar a cara, porisso o melhor é confiar e ter alguma reserva para as dificuldades. Porque se você não confiasse SEMPRE não saberia da alegria nem o terço, assim como da missa. Seja expansivo, seja aberto e deixe em casa ou no banco uma reserva, porque a expansividade e a abertura, o amor a todos e cada um tornará os bons melhores ainda e abrandará os maus.

Serra, terça-feira, 10 de abril de 2012.

100 Milhões Tiveram Fim na Europa

 

No livro de Molly Guptill Manning, Quando os Livros Foram à Guerra (As histórias que ajudaram os aliados a vencer a Segunda Guerra Mundial), Rio de Janeiro, Casa da Palavra, 2015 (sobre original de 2014), ela conta que 100 milhões de livros foram queimados na Europa pelos nazistas medrosos (o chamado “valentão” só o é com o três oitão na mão, um .38 de cano enorme, assustador), eles não podiam suportar as ideias porque elas levam a pensar, algo perigoso para a gangue hitlerista – essa queima foi clara tentativa de reduzir os alemães, tornando-os não-contestadores das pequenezes nazis. Depois de mais de 70 anos, 1939 a 2016, a Alemanha voltou à mesma população, 82 milhões, círculo bem grande, muita destruição e reconstrução, inclusive reconstrução da chamada Alemanha Popular (quem oprime o povo não pode ser popular em nenhum sentido), Alemanha Democrática (não era, o povo não estava no poder) a partir da reunificação em 1990.

REVÓLVER NA MÃO

Bicho Feroz
 
Você com revólver na mão é um bicho feroz
Sem ele anda rebolando e até muda de voz

É que a rapazeada não sabe
Quando você entrou em cana
Lavava a roupa da malandragem
E dormia no canto da cama
Hoje está em liberdade
E anda trepado como marra de cão
Eu conheço seu passado na cadeia
Seu negócio é somente pagar sugestão

Olha aí vacilão...

Você com revólver na mão é um bicho feroz
Sem ele anda rebolando e até muda de voz

Simplesmente tô dando esse alô
Porque sei que você não é de nada
Quando leva um arroxo dos homens
De bandeja entrega toda rapazeada
Acha bonito ser bicho solto
Mas não tem disposição
Quando entra em cana novamente
Vai passar lua de mel outra vez na prisão

Olha aí safadão...

Você com revólver na mão é um bicho feroz
Sem ele anda rebolando e até muda de voz

É que a rapazeada não sabe
Quando você entrou em cana
Lavava a roupa da malandragem
E dormia no canto da cama
Hoje está em liberdade
E anda trepado como marra de cão
Eu conheço seu passado na cadeia
Seu negócio é somente pagar sugestão

Olha aí corujão...

Você com revólver na mão é um bicho feroz
Sem ele anda rebolando e até muda de voz

Simplesmente tô dando esse alô
Porque sei que você não é de nada
Quando leva um arroxo dos homens
De bandeja entrega toda rapazeada
Acha bonito ser bicho solto
Mas não tem disposição
Quando entra em cana novamente
Vai passar lua de mel outra vez na prisão

Olha aí safadão...

Você com revólver na mão é um bicho feroz
Sem ele anda rebolando e até muda de voz

Medrosos, não sabiam pensar, não sabiam enfrentar ideias, principalmente as complicadas (veja O Hitler da Biblioteca, ele não era nem de longe pensador, aprofundador, ficava no raso e no ódio superficial multiplicado).

Por outro lado, os americanos enviaram a seus soldados (para isso, editaram) mais de 120 milhões de livros. As outras forças armadas (grã-bretãs, canadenses, australianas, neozelandeses, hindus, sul-africanas, francesas, holandesas, brasileiras, italianas não fizeram isso; muito menos as japonesas e soviéticas – todas elas usavam os soldados como bucha de canhão, carne para retalhar), não, de jeito nenhum, sequer um livro, mormente as alemãs, que estavam destruindo.

NENHUMA outra  força armada, só as americanas.

Isso, evidentemente, vem de Cristo, do interesse compassivo pelo próximo, pela dignidade alheia, principalmente no enfrentamento da morte.

Veja o contraste entre a des-consideração e o apreço.

Quem ganhou a guerra e prosperou?

Como eu disse, sempre é quem ama.

Depois que os EUA deixaram de assim proceder (na Coréia, no Vietnam, nas guerras do Golfo de 1991 e de 2003) só gastaram trilhões de dólares e empataram ou perderam.

Vitória, domingo, 04 de setembro de 2016.

GAVA.

A Mesa Redonda


 

Era uma mesa grande, alta e larga.

Era gorda, obesa.

Fica incomodada com isso, decidiu emagrecer, enfrentar os problemas, renovar a vida, foi para um SPA, pagou caro com o objetivo firme e não teve contemplação.

Emagreceu uns 30 %, chegou a 105 kg, não estava satisfeita, ficou uma mesa oblonga, ainda larga na cintura, meteu na cabeça que iria prosseguir e prosseguiu mesmo. Operação de estômago não queria fazer, só num mês morreram quatro no Espírito Santo. Coisa de doido, ela ficou com um medo danado. Iria adiante na base da vontade, quando olhou para dentro de si descobriu lá nas profundezas uma força de vontade irresistível, nem sabia que tinha isso.

E foi em frente.

Ficou retangular, mas ainda não estava bom.

Aí ficou no ponto, mas tinha uma vírgula, ela não viu que já estava bom, a vontade acesa demais, porisso ela continuou a descer a ladeira sem freio e sem contenção, mesmo com as pessoas dizendo que já tinha chegado. Ela não acreditava, achava que estavam tentando mantê-la levemente gorda e inapetecível, sem saber que homens não gostam de mulheres muito gordas nem muito margas, tem de ter substância, algo para apalpar, é preferível até um pouco de celulite a não ter carne.

BULIMIA, ANOREXIA (Houaiss eletrônico)

ANOREXIA
Substantivo feminino
Rubrica: medicina.
Falta ou perda de apetite
BULIMIA (aqui me tens de regresso)
Substantivo feminino
Rubrica: psicopatologia.
Distúrbio do apetite caracterizado por episódios incontroláveis, chamados de acessos de hiperfagia, que, independentemente da anorexia nervosa, sobrevêm ao menos duas vezes por semana durante três meses ou mais.
CAQUEXIA
Substantivo feminino
1      Rubrica: medicina.
grau extremo de enfraquecimento
2     Derivação: sentido figurado, por analogia.
estado ou condição do que está muito alquebrado ou muito usado ou muito ultrapassado
Ex.: a c. de uma tese cosmológica

A Mesa ficou uma taboa.

Fininha, fininha.

Ela não conseguia se ver como magra, se via como gorda.

Quando as pessoas encasquetam com uma coisa, não há jeito de mudá-las, a dialética é terrível.

BULÍMICAS


https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgNnHM-tsJhvqv1k5YQCvP4282mjuUgvW8Q9sNm2jC8zdLVaJvPZlR1YI1XpTynxmVvrQpuUobDVHHHv591KOmWvoZ4JCquYt3K7as504Yn92DbbmF400_h52RQkbjNJxIRRoqh_bwZoBc/s1600/07.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgLD-mlkjnhgnX3hH_nLd1m999g_FdNVECka1A1VsFS90fu7hAXLPKNaVRQdQEmSU5Hk73PxtwDEJDO-EluiKkev-b2mz_B2ZQn48EP8VVqkHyQv9sEZGNOlQCfJl28c5BloQEnkptQZk4/s320/kxdt.jpg
https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiysRVALmk9IWmyAg0vtPEHvb12tSJCMFIkgLVEvVnd7Qu_HUukG0pC6MeW2JWYI1vztp3gLw8qp9rHr8NMR23nZBlN_6i4c8Ypt5vD5bIFce58HMfHfb7nr0mN4G7zRUi3iSQaY1m-ZWeK/s1600/anorexia-y-bulimia.jpg
http://psiadolescentes.files.wordpress.com/2007/08/ciclo-bulimico.jpg?w=575&h=419

As pessoas pensam que a Mesa Redonda ficou magra só por si, porém a bulimia não é doença apenas pessoal, é pessoambiental, tanto da individualidade quanto da coletividade. Exagero essa ideia coletivindividual do emagrecimento total.

O mundo precisa cuidar de si.

A Mesa achava que era ela, mas não era somente ela, eram todos e cada um. Só que a sociedade não se assumia, se acovardava.
Serra, sexta-feira, 30 de março de 2012.

A Luz no Fim do Túnel


 

Depois me disseram que entrei em coma e morri, tendo sido ressuscitado por eletrochoques que nem nos filmes. Fiquei dois ou três minutos morto, me disseram, eu não vi, claro.

O que eu vi foi um túnel e lá no fundo uma luz, na direção e sentido da qual fui caminhando cada vez mais depressa, no fim já tava correndo.

Se o Paraíso é como dizem?

É melhor.

Não tem de brigar com a mulher, não tem de fazer compra no supermercado (não sei como a pessoa se alimenta, ninguém me disse nem deu tempo de perguntar), não tem de pagar as contas, não fica em fila, não tem trabalho nem clientela para atender, não tem calor nem frio, nem sei como dizer tudo.

Mas o melhor é a bem-aventurança, o estado de bem-estar total.

Sabe aqueles problemas de matemática que a gente não atinava a solução, que a professora passava na escola e depois a gente fez no segundo grau e na universidade, aquelas coisas cabeludas de integrais triplas? Pois é, você fica sabendo de prima, resolve com a maior tranquilidade, matrizes de 100 mil equações com 100 mil incógnitas. Não me pergunte como. Sabe a física e a química, a biologia, a psicologia? Barbada, cara. Puxa, me sentia um gênio, não ficava colando para passar raspando com 5,0, que frio na barriga. Sabe a questão dos “três primeiros segundos” do universo? Sabe a questão da gravidade quântica e a solução para a Prova de Godel?

E o futuro?

Você não tinha que ficar com medo como no Brasil. Não havia insegurança, nem sujeira nas praias, nem Big Brother, nem música alta nos ônibus, nem pastores ressuscitando os mortos, nem enganação pelos empresários (aliás, não vi um só deles por lá, talvez houvesse um retiro especial, sei lá). Tudo isso eu soube naqueles dois ou três minutos, foi instantâneo.

Então me trouxeram de volta.

Os médicos, com grande esforço e competência, os filhos da puta me trouxeram de volta. E a minha família toda em volta, rezando, os sacanas, logo que melhorei já bati em meia dúzia. Nunca mais falo com eles.

E quando eu estava vindo de volta pra esta merda alguém buzinou no meu ouvido que eu iria viver mais 65 anos.

65 ANOS, PUTA QUE O PARIU!

Fiquei bravo demais.

FICAR CALMO O CACETE!

35 anos no Brasil e agora mais 65, 100 anos, quem aguenta?

Vai encher o saco de outro, fazer entrevista pôrra nenhuma.

Serra, sábado, 24 de março de 2012.