Baixa Extração da Memória

 

Antigamente eu também teria ficado indignado, pois deu no documentário Quem Somos Nós? (já comentado) que a proporção é de 400.000.000.000 bits entrados por segundo na memória humana para 2.000 bits de aproveitamento, ou seja, relação de 200.000.000/1. Parece aproveitamento baixo demais.

Contudo, o modelo ensina a ver de outro modo, quer dizer, como a Natureza é sábia, afinal de contas.

Pois 2.000 bit/s x 86.400 segundos do dia é igual aproximadamente a 172,8 milhões de bits/dia. Como cada byte tem 8 bits, teremos 21,6 milhões de bytes, o que dá 21,1 MB por dia. Por ano teríamos 7,5 GB, o que é apenas 1/10 de um HD corriqueiro de 80 GB de hoje. Então, parece que as máquinas estão nos ultrapassando.

Mas isso não é só estocagem em boxes, em caixas, é estoque-dinâmico, como diz o modelo, é memória-inteligência, reunião do par polar, é memória-que-interagem, em homeostase, em equilíbrio dinâmico. Não basta apenas depositar, é preciso harmonizar, pois o EU não é apenas uma reunião de memórias, é uma reunião-dinâmica; não fosse isso seria fácil inventar a inteligência artificial – contudo, a IA é justamente essa pulsação, essa reverberação, esses relâmpagos, esses raios HARMÔNICOS. Não é a toa que se diz TEMPESTADE CEREBRAL (brainstorm).

TODOS os seres humanos são tempestades ambulantes; a diferença é que umas são tempestades pequenas em copos d’água e outras são monções sobre países e continentes inteiros. Se usássemos as memórias todas nossas mentes seriam confusões tremendas, caos insuportáveis; pensar seria intolerável abismo.

Vitória, sábado, 12 de agosto de 2006.

 

TEMPESTADE MENTAL (a mente não é estática, ela é estático-dinâmica, mecânica, é combin/ação, ação permanente de combinar)