O
Brilho Enganador das Elites e o Passado Não-Resolvido
Com vimos nos
artigos anteriores as elites encarnam o passado, a morte, a história, a paz, as
necessidades já atendidas (inclusive as do povo e de todo o desenho psicológico
cooptado), os problemas já resolvidos. Então, ela é como uma fruta
completamente madura, colocada no limite do acabamento no presente. É claro que
esse acabamento é de primeiro mundo para as primeiras elites, de segundo mundo,
de terceiro mundo, de quarto mundo e de quinto mundo que, estas, constituem o
limite mais baixo (aliás, os primeiros trabalhadores poderiam facilmente
derrotar as quintas burguesias – mas é claro que numa situação assim as
primeiras burguesias interfeririam para reequilibrar o jogo, porque elas agem
protetoramente em todo o mundo; como fizeram no Chile em 1973) do coletivo
planificador das elites.
Então, nos lugares
mais arrojados as elites mais adiantadas resolveram todos os problemas daquele
espaçotempo de agoraqui. Elas brilham, mas esse brilho é enganador, ele é
passadista, é voltado para trás, para o passado; com todo encanto que possa ter
ele tende a se exaurir. Emite toda luz que pode, mas não pode toda a luz,
porque uma parte dela está no futuro. Por exemplo, o Brasil tem 20 % (ricos 5 %
e médios-altos 15 %) de luz no passado e 80 % (médios e pobres 50 % e
miseráveis 30 %) de luz no futuro, isto é, 80 % de surpresas, enquanto no Japão
a relação é de 93 % de classes médias para uma fração restante de 7 %, onde com
os ricos e médios-altos se incluem os miseráveis, isto é, o Japão só tem pequenina
porção de futuro – o Japão se expressa todo agora. Você não poderia dizer que
isso beneficia o Brasil, de jeito algum! Pois o futuro pode chegar a nunca
existir.
Em todo caso, é das
elites tudo que foi expresso e é do povo tudo que está por se exprimir. Tudo
que está brilhando agora na mídia (TV, Revista, Jornal, Livro/Editoria, Rádio e
Internet) e no Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião,
Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) é das elites, não é do povo,
não mostra o povo. Tudo que veio à tona é das elites, como os artistas de
cinema, os esportistas em evidência, as empresas que deram certo e assim por
diante.
É claro que esse
brilho, essa elegância, essa moda, tudo isso que já deu certo é muito bacana de
ver, mas é tudo passado, é tudo que está morrendo, foi a aptidão conseguida na
luta com o passado e a morte.
Vitória,
segunda-feira, 01 de agosto de 2005.
Nenhum comentário:
Postar um comentário