O Colegiado do
Passado e o Povo das Elites
Como está no Livro
129 no artigo A Luta por Pertencer ao
Passado (que é de muita gente, inclusive dos nobiliarcas, os que pregam o
poder da “nobreza”), alguns se voltam para o passado, a história (uma parte prega
que quanto mais antiga melhor), o tempo, a morte (os necrófilos, os que gostam
de corpos mortos, encaixam-se aqui), a paz, as elites. Outros se voltam para o
futuro, a geografia, o espaço, a vida, a guerra, o povo. Terceiros são os do
encontro (como disse Jesus, cuidar apenas do dia de hoje): passado-futuro ou
presente, história-geografia ou geo-história, espaçotempo (como Einstein, que
uniu as duas bandas), vida-morte ou passagem, paz-guerra ou diálogo, povelites
ou nações ou culturas.
Chamarei, portanto,
de “colegiado do passado” aos que querem a volta, que o povo chama de “volta
para trás”.
VOLTA PARA TRÁS (não traz nada de novo)
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DUAS
ELITES E DOIS POVOS
(diz o modelo)
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OLHANDO AS ELITES E OS POVOS
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ELITES
DO POVO
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Andam adiante dele, conduzindo-o ao
futuro pela solução dos novos problemas.
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POVO
DO FUTURO
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Vai junto das suas elites,
inventando o amanhã.
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POVO
DAS ELITES
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Sonha com ser elite de ontem, como
nas escolas de samba do Rio de Janeiro.
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ELITES
DO PASSADO
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Resolve os problemas antigos e
inventa o ontem.
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Nem todos são revolucionários, diz a
Curva das Distribuições Estatísticas, de Gauss ou do Sino: de pronto, metade
não é. Dos que não são nessa metade potencialmente está metade dos operários.
Como as elites não constituem metade (no Brasil são ricos e médios-altos 20 %),
temos à esquerda (10 + 40 =) 50 % e na direita (40 + 10 =) 50 %, ou seja, nada
menos de 40 % dos brasileiros são contra-revolucionários. Mas também há a boa
notícia de que 10 % de todos são elites revolucionárias que miram o futuro e
não o passado. No meio dos operários há os que sonham em ser escravos, em levar
chibatadas, em retornar aos “bons tempos” do império.
Essa gente do passado está sempre
reinventando o hoje com as roupas de ontem, sempre levando o presente para
trás, sempre carregando o rio até o nascedouro, fazendo propaganda da fonte,
dizendo que o rio deve tudo ao nascimento, esquecendo-se que era só um fio de
água.
Vitória, agosto de 2005.


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