sábado, 7 de outubro de 2017


O Consórcio de Atlântida


 

                            Estando no quintal dos Estados Unidos eles é que decidirão (pela produçãorganização e pela força) com quem repartir. Certamente buscarão os amigos para a outra metade, porque com toda certeza ficarão com 50%. O Canadá e o México podem ser julgados “de casa” e se situarão dentro da órbita de proteção.

                            Essa outra metade dividirá com os amigos clássicos e com aqueles que fizerem pressão, no caso sempre Rússia e China, na base de 4 % (e olhe lá!) - para os 10 seguintes, quer dizer, no total 40 %, sobrando 10 % para os outros 180 países – uma ninharia, mas melhor que nada, pois ninharia de muito é muita coisa para quem nada tem. Por exemplo, 0,1 % é ninharia percentual, mas se for um milésimo da fortuna de Bill Gates isso chegará a 40 milhões de dólares.

                            Ora, contamos que seja uma nave imensa de 400 km de diâmetro, portanto, com imensurável quantidade de programas e computadores, processos e objetos. Se eles vieram para colonizar e se instalar trouxeram tudo que podiam de seu mundo, tanto já pronto quanto em desenhos para replicar – algo deu errado e caíram para não mais levantar. Assim, esses potencialmente inumeráveis objetos estão lá tanto em forma quanto em potência, quer dizer, conceitualmente, podendo ser decifrada a linguagem e reproduzidos os objetos ad infinitum em série na Terra. Se os objetos dos EUA já são os mais avançados e se eles de fato descobrirem a nave e se apoderarem dela com certeza seus valores dominarão o horizonte planetário, porque os outros todos se tornarão dependentes.

                            Contudo, pode demorar uma década como pode demorar um século até remover a capa de detritos, entrar na nave, erguê-la com os macacos hidráulicos gigantes, consertá-la e fazê-la voar, sem falar em reproduzir confiantemente os objetos. Tudo isso custa dinheiro (razão dos EUA atribuírem os outros 50 % aos demais – os outros pagam metade e dão implicitamente o domínio ao possuidor da maioria das ações, 50 % mais uma). É claro que o Consórcio será interesseiro – quem não seria? Assim, os EUA pagarão só metade (ou 51 %) e levarão todo o domínio.

                            O que parece ficção, quando posto na realidade torna-se algo de bem agudo e complicado.

                            Vitória, Segunda-feira, 20 de Junho de 2005.

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