A Mardita
da Cachaça
Desde
quando era criança ouço essa estória da “mardita (maldita) da cachaça”, como se
ela tivesse um diabo tentador dentro e não fosse vontade de quem bebe o beber.
Em todo outro caso de bebidas quentes e frias a vontade de beber é sempre do
usuário, mas no caso da cachaça encontrou-se uma justificativa externa, que se
situa fora do bebedor: a cachaça mesma teria um atrativo inescapável, algo tão
poderoso que ninguém consegue fugir. Assim milhares e mesmo milhões de
populares estão livres de remorso por serem fracos vencidos pelo vício, quer
dizer, por sua incapacidade de se autocontrolar. Com a cachaça é diferente,
pois não é vício, é um demônio dentro dela que tenta.
A
pessoa quer não-beber, quer se livrar da tentação, quer escapar ao vício, mas
que fazer? - a cachaça é maldita, ela é diabólica. Sábia invenção, porque remete
a disputa com a consciência teologicamente para a contenda entre Deus e o
diabo, ultrapassando o que é meramente humano.
É
um caso a investigar demoradamente, desde os primórdios.
Vitória,
terça-feira, 14 de Junho de 2005.
GEO-HISTÓRIA DA CACHAÇA
A
aguardente-de-cana, a bebida mais popular do Brasil é definida pela
legislação brasileira como produto alcoólico obtido a partir da destilação do
caldo de cana fermentado, devendo apresentar teor alcoólico entre 38º e 54º
GL. Sua história remonta dos primórdios do século XVI, como sendo a primeira
bebida destilada entre nós.
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PROCESSO
PARA OBTENCÃO DA CACHAÇA
Vamos começar com uma pequena explicação sobre levedura, o principal agente de fermentação do caldo de cana. |
A
cana-de-açúcar, elemento básico para a obtenção, através da fermentação, de
vários tipos de álcool, entre eles o etílico. É uma planta pertencente à
família das gramíneas (Saccharum officinarum) originária da Ásia, onde teve
registrado seu cultivo desde os tempos mais remotos da História.
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