sábado, 7 de outubro de 2017


A Inconfidência de Sólon

 

                            Sólon ouviu do sacerdote egípcio em Saís, capital do Egito de então, e contou a alguém, que foi passando adiante até chegar a Platão, que “botou a boca no trombone” revelando ao mundo inteiro (de então) a existência de Atlântida. Sólon, por si mesmo, era legislador respeitadíssimo, um dos Sete Sábios da Grécia: vinha de antes e ia para depois, estava inserido numa linha de construção civilizatória autônoma e depois muito respeitada. No nível mais alto dos governantes os reis e as nobrezas se tratam como “primos”, considerando-se todos parentes descendentes dos deuses.

                            É esse Sólon.

                            Foi ele que entregou a todo mundo.

                            Não foi um Zé Mané da rua que não tem responsabilidades, que não tem ligações, que não tem conhecimentos; era um dos príncipes do tempo, um dos letrados, um da nobreza grega.

                            Podemos imaginar que não fosse dado a invencionices, que não ficasse contando fofocas a boca pequena, participando do tititi, pois tinha mais a fazer, um Estado a dirigir e outras funções. E foi lá conversar com um sacerdote egípcio, um guardador de segredos. A menos que eles quisessem mostrar ao mundo é em tudo estranho que uma tal confidência, segredo guardado por nove mil anos, fosse revelada. Pois Sólon existiu de 638 a 559 antes de Cristo, quando o Egito estava a caminho do fim, depois de três mil anos de domínio. Se os sacerdotes temiam que o segredo se perdesse para sempre podem tê-lo compartilhado justamente com o objetivo de mantê-lo vivo, mesmo envolto em lendas. A transmissão pode ter sido encomendada. Pode ter sido uma obrigação. Sólon não era irresponsável de não saber que os segredos de Estado não podem ser comunicados a torto e a direito. Quem convive com o poder acostuma-se às confidências, não às inconfidências, até porque sabe que pode ser morto a qualquer instante (como PC Farias foi ao dizer que iria mostrar as fitas das conversas do esquema de Collor).

                            De maneira nenhuma ele seria inconfidente.

                            Foi de propósito passando de um a outro até chegar a Platão.

                            Plantado o mito era só esperar por algum tempo do futuro, quando alguém deparasse com a localização correta.

                            Vitória, terça-feira, 21 de junho de 2005.

 

INCONFIDÊNCIA NA AURÉLIO SÉCULO XXI

[De in-2 + confidência. ] S. f. 1. Falta de fidelidade para com alguém, particularmente para com o soberano ou o Estado. 2. Abuso de confiança; deslealdade, infidelidade. 3. Revelação de segredo confiado.

SÓLON NA ENCICLOPÉDIA ENCARTA (ele não era um qualquer, foi considerado um dos Sete Sábios da Grécia)

Sólon (638-559 a.C.), legislador e político ateniense. Foi eleito arconte. Proibiu todo empréstimo realizado sobre a liberdade do devedor, ainda que respeitasse a divisão de classes segundo a riqueza. Sua legislação emancipou o indivíduo e deu o primeiro passo rumo a uma democracia completa e verdadeira. Suas reformas foram marcadas pela moderação; acreditava que cada classe devia receber privilégios em proporção às responsabilidades públicas que arcava. Também escreveu poemas, porém seus versos são menos valiosos como poesia do que como informação de seus objetivos políticos. Microsoft ® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001 Microsoft Corporation. Todos os direitos reservados.

SÓLON NA INTERNET

Hélade 2 (2), 2001: 41-46
Sumissão:  Jun/2001; Aceitação: Ago/2001
Katsuzo Koike
Professor Mestre em História Social pela UFRJ
E-mail: kkoike@uol.com.br
 
A ANTIGA SOPHÍA GREGA
O presente artigo tem por objetivo principal compreender como os gregos vivenciaram a idéia de sophía, conceito de grande expressão teórica que recebeu amplos sentidos no período entre os séculos VIII e IV a.C.
A REPRESENTAÇÃO DE SÓLON NAS HISTÓRIAS
Agatha Bacelar.
Heródoto inicia sua obra, que consiste em nove livros, divisão que data do período Alexandrino, da seguinte forma (Histórias. I, 1):
JHrodvovtou  JAlikarnhssevoV iJstorivhV ajpovdexiV h{de, wJV mhvte taV genovmena ejx ajnqrwvpwn tw/~ crovnw/ ejxivthla gevnhtai, mhvte e[rga megavla te kaiV qwmastav, taV meVn {Ellhsi taV deV barbavroisi ajpodecqevnta, ajklea` gevnetai, taV te a[lla kaiV di *h}n aijtivhn ejpolevmhsan ajllhvloisi.

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