A Inconfidência de
Sólon
Sólon ouviu do
sacerdote egípcio em Saís, capital do Egito de então, e contou a alguém, que
foi passando adiante até chegar a Platão, que “botou a boca no trombone”
revelando ao mundo inteiro (de então) a existência de Atlântida. Sólon, por si
mesmo, era legislador respeitadíssimo, um dos Sete Sábios da Grécia: vinha de
antes e ia para depois, estava inserido numa linha de construção civilizatória
autônoma e depois muito respeitada. No nível mais alto dos governantes os reis
e as nobrezas se tratam como “primos”, considerando-se todos parentes
descendentes dos deuses.
É esse Sólon.
Foi ele que entregou
a todo mundo.
Não foi um Zé Mané
da rua que não tem responsabilidades, que não tem ligações, que não tem
conhecimentos; era um dos príncipes do tempo, um dos letrados, um da nobreza
grega.
Podemos imaginar que
não fosse dado a invencionices, que não ficasse contando fofocas a boca
pequena, participando do tititi, pois tinha mais a fazer, um Estado a dirigir e
outras funções. E foi lá conversar com um sacerdote egípcio, um guardador de
segredos. A menos que eles quisessem mostrar ao mundo é em tudo estranho que
uma tal confidência, segredo guardado por nove mil anos, fosse revelada. Pois
Sólon existiu de 638 a 559 antes de Cristo, quando o Egito estava a caminho do
fim, depois de três mil anos de domínio. Se os sacerdotes temiam que o segredo
se perdesse para sempre podem tê-lo compartilhado justamente com o objetivo de
mantê-lo vivo, mesmo envolto em lendas. A transmissão pode ter sido encomendada.
Pode ter sido uma obrigação. Sólon não era irresponsável de não saber que os
segredos de Estado não podem ser comunicados a torto e a direito. Quem convive
com o poder acostuma-se às confidências, não às inconfidências, até porque sabe
que pode ser morto a qualquer instante (como PC Farias foi ao dizer que iria
mostrar as fitas das conversas do esquema de Collor).
De maneira nenhuma
ele seria inconfidente.
Foi de propósito
passando de um a outro até chegar a Platão.
Plantado o mito era
só esperar por algum tempo do futuro, quando alguém deparasse com a localização
correta.
Vitória,
terça-feira, 21 de junho de 2005.
INCONFIDÊNCIA NA AURÉLIO SÉCULO XXI
[De in-2 + confidência. ] S. f. 1.
Falta de fidelidade para com alguém, particularmente para com o soberano ou o
Estado. 2. Abuso de confiança; deslealdade, infidelidade. 3. Revelação de
segredo confiado.
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SÓLON
NA ENCICLOPÉDIA ENCARTA
(ele não era um qualquer, foi considerado um dos Sete Sábios da Grécia)
Sólon (638-559 a.C.), legislador e
político ateniense. Foi eleito arconte. Proibiu todo empréstimo realizado
sobre a liberdade do devedor, ainda que respeitasse a divisão de classes
segundo a riqueza. Sua legislação emancipou o indivíduo e deu o primeiro
passo rumo a uma democracia completa e verdadeira. Suas reformas foram
marcadas pela moderação; acreditava que cada classe devia receber privilégios
em proporção às responsabilidades públicas que arcava. Também escreveu
poemas, porém seus versos são menos valiosos como poesia do que como
informação de seus objetivos políticos. Microsoft ® Encarta ® Encyclopedia 2002. © 1993-2001 Microsoft
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SÓLON
NA INTERNET
Hélade 2 (2), 2001: 41-46
Sumissão: Jun/2001;
Aceitação: Ago/2001
Katsuzo Koike
Professor Mestre em História Social
pela UFRJ
E-mail: kkoike@uol.com.br
A ANTIGA SOPHÍA GREGA
O presente artigo tem por objetivo
principal compreender como os gregos vivenciaram a idéia de sophía, conceito de grande expressão
teórica que recebeu amplos sentidos no período entre os séculos VIII e IV
a.C.
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A REPRESENTAÇÃO DE SÓLON NAS HISTÓRIAS
Agatha
Bacelar.
Heródoto inicia sua obra, que
consiste em nove livros, divisão que data do período Alexandrino, da seguinte
forma (Histórias. I, 1):
JHrodvovtou JAlikarnhssevoV iJstorivhV ajpovdexiV h{de, wJV mhvte taV genovmena ejx ajnqrwvpwn
tw/~ crovnw/ ejxivthla gevnhtai, mhvte e[rga megavla te kaiV qwmastav, taV
meVn {Ellhsi taV deV barbavroisi ajpodecqevnta, ajklea` gevnetai, taV te
a[lla kaiV di *h}n aijtivhn ejpolevmhsan ajllhvloisi.
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