Depois que o Operário
Abriu a Porta do Paraíso
O FILME NA Internet
A Classe Operária vai ao Paraíso. (La Classe Operária va in Paradiso).
Direção de Eliso Petri, 1971, Itália, 115min.
Operário perde um dedo em acidente de trabalho e é envolvido em movimento de protesto. Clássico do cinema político italiano, radiografia de um operário, dividido entre as tentações da sociedade de consumo e as convocações da esquerda tradicional. |
Luís Inácio Lula da
Silva, o Lula, foi eleito em 2002 e tomou posse em primeiro de janeiro de 2003
como primeiro presidente operário do Brasil, depois de 500 anos de presença de
europeus aqui. Seguindo-se a ele não sei se haverá outro, ou quando, porque após
sempre demora um pouco, mas em todo caso está para ser eleito em Vitória, ES,
um ex-operário, João Coser. É claro que pensar que os operários assim eleitos e
empossados se diferenciam da pequena burguesia é pura ilusão, do lado de fora,
e pura demagogia do lado de dentro, enquanto afirmação propagandística. Não
muda quase nada, exceto pelo remorso de uns e outros por terem acumulado
fortunas.
Sendo as classes
(operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas) cinco, quanto
cada representante delas e quanto na soma cada qual ficou no poder? Seria
curioso pesquisar o percentual, mas de pronto dá para saber que intelectuais,
financistas e burocratas, através da democracia, e os militares através de golpes
permaneceram muito mais tempo que os operários; disparado, se houve algum
destes na maior parte dos países. Quanto países já tiveram presidentes,
governadores, prefeitos operários? Presidentes e governadores são muito mais
raros, enquanto prefeitos, por quase não deterem poder, são mais corriqueiros.
Todavia, com grande certeza, a grande maioria se bandeia para o outro lado e
busca enriquecer o quanto antes. As famílias deles nunca mais passam
necessidades, para não dizer fome.
Seria interessante
pesquisar suas justificativas e a rapidez com que deixaram para trás as
afirmações libertárias com que se elegeram, bem como todas as promessas de
igualdade. Seria muito legal alguém fazer um livro nesse sentido com os 100
exemplos mais destacados e curiosos, porque não dá para colocar demais; mas o
ideal, para ser bem representativo, colocar pelo menos mil.
Vitória, segunda-feira,
25 de outubro de 2004.
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