quarta-feira, 2 de agosto de 2017


Depois que o Operário Abriu a Porta do Paraíso

 

                            O FILME NA Internet

A Classe Operária vai ao Paraíso. (La Classe Operária va in Paradiso). Direção de Eliso Petri, 1971, Itália, 115min.
Operário perde um dedo em acidente de trabalho e é envolvido em movimento de protesto. Clássico do cinema político italiano, radiografia de um operário, dividido entre as tentações da sociedade de consumo e as convocações da esquerda tradicional.

                            Luís Inácio Lula da Silva, o Lula, foi eleito em 2002 e tomou posse em primeiro de janeiro de 2003 como primeiro presidente operário do Brasil, depois de 500 anos de presença de europeus aqui. Seguindo-se a ele não sei se haverá outro, ou quando, porque após sempre demora um pouco, mas em todo caso está para ser eleito em Vitória, ES, um ex-operário, João Coser. É claro que pensar que os operários assim eleitos e empossados se diferenciam da pequena burguesia é pura ilusão, do lado de fora, e pura demagogia do lado de dentro, enquanto afirmação propagandística. Não muda quase nada, exceto pelo remorso de uns e outros por terem acumulado fortunas.

                            Sendo as classes (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas) cinco, quanto cada representante delas e quanto na soma cada qual ficou no poder? Seria curioso pesquisar o percentual, mas de pronto dá para saber que intelectuais, financistas e burocratas, através da democracia, e os militares através de golpes permaneceram muito mais tempo que os operários; disparado, se houve algum destes na maior parte dos países. Quanto países já tiveram presidentes, governadores, prefeitos operários? Presidentes e governadores são muito mais raros, enquanto prefeitos, por quase não deterem poder, são mais corriqueiros. Todavia, com grande certeza, a grande maioria se bandeia para o outro lado e busca enriquecer o quanto antes. As famílias deles nunca mais passam necessidades, para não dizer fome.

                            Seria interessante pesquisar suas justificativas e a rapidez com que deixaram para trás as afirmações libertárias com que se elegeram, bem como todas as promessas de igualdade. Seria muito legal alguém fazer um livro nesse sentido com os 100 exemplos mais destacados e curiosos, porque não dá para colocar demais; mas o ideal, para ser bem representativo, colocar pelo menos mil.

                            Vitória, segunda-feira, 25 de outubro de 2004.

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