O Carro dos Céus
Uma vez escrevi à
EMBRAER ainda estatal que ela estava mirando o alvo errado, querendo competir
com as grandes empresas estrangeiras no terreno delas, da fabricação dos aviões
gigantes, e que deveria mirar os médios, para governantes do Executivo,
políticos do Legislativo e juizes do Judiciário, mais os empresários. Não
nestes termos, com estas palavras, mas nessa direção e neste sentido.
Agora miremos as
famílias abastadas, os ricos e médios altos, que podem pagar isso que chamei de
“carro dos céus”, o avião familiar, que não é um helicóptero nem um carro com
asas nem um jatinho Leader Jet, coisa nenhuma, é uma nova configuração
especialíssima.
Nós haveríamos que
querer:
A CONFIGURAÇÃO FUNDAMENTAL DO CcC
1. Três motores independentes para o caso
de falha (a redundância é importantíssima, porque se pobres caindo já é uma
coisa horrível, só a perspectiva de médios-altos e ricos selecionados
despencando já mata qualquer iniciativa, além de interferir nos altos poderes);
2. Muita área projetada no plano,
significando grande sustentatilidade-planar (para o caso de falha geral ainda
seria possível planar); imensa largura relativa das asas em delta;
3. Grande integração no desenho, ou seja,
curvas suaves de alto valor aerodinâmico, baixa resistência ao ar;
4. Mínimo de quatro assentos, para a
família média, postos os quatro no perpendicular do eixo maior frente-traseira,
ou duas a duas;
5. Voo automático, no caso de o piloto
passar mal, podendo levantar e pousar sem auxílio, exceto das torres;
6. Aeroportos independentes das rotas
comerciais de transporte de cargas e passageiros;
7. Tecnociência VTOL de elevação e pouco
na vertical, para pistas pequenas nos condomínios seletivos de periferia.
E assim por diante, porque se trata de
tirar dos ricos e médios-altos um tanto desses bilhões que eles têm em estoque;
eles, como todos sabem, não chegaram lá sendo “mãos-abertas”, pelo contrário. E
devem poder voar numa faixa isolada, onde os demais aviões civis e militares
não passem, um canal de fluxo bem determinado e inviolável, grandes túneis
invisíveis demarcados pelos controles de tráfego.
Vitória, terça-feira,
11 de novembro de 2003.
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