domingo, 2 de abril de 2017


O Carro dos Céus

 

                            Uma vez escrevi à EMBRAER ainda estatal que ela estava mirando o alvo errado, querendo competir com as grandes empresas estrangeiras no terreno delas, da fabricação dos aviões gigantes, e que deveria mirar os médios, para governantes do Executivo, políticos do Legislativo e juizes do Judiciário, mais os empresários. Não nestes termos, com estas palavras, mas nessa direção e neste sentido.

                            Agora miremos as famílias abastadas, os ricos e médios altos, que podem pagar isso que chamei de “carro dos céus”, o avião familiar, que não é um helicóptero nem um carro com asas nem um jatinho Leader Jet, coisa nenhuma, é uma nova configuração especialíssima.

                            Nós haveríamos que querer:

                            A CONFIGURAÇÃO FUNDAMENTAL DO CcC

1.       Três motores independentes para o caso de falha (a redundância é importantíssima, porque se pobres caindo já é uma coisa horrível, só a perspectiva de médios-altos e ricos selecionados despencando já mata qualquer iniciativa, além de interferir nos altos poderes);

2.       Muita área projetada no plano, significando grande sustentatilidade-planar (para o caso de falha geral ainda seria possível planar); imensa largura relativa das asas em delta;

3.      Grande integração no desenho, ou seja, curvas suaves de alto valor aerodinâmico, baixa resistência ao ar;

4.      Mínimo de quatro assentos, para a família média, postos os quatro no perpendicular do eixo maior frente-traseira, ou duas a duas;

5.      Voo automático, no caso de o piloto passar mal, podendo levantar e pousar sem auxílio, exceto das torres;

6.      Aeroportos independentes das rotas comerciais de transporte de cargas e passageiros;

7.       Tecnociência VTOL de elevação e pouco na vertical, para pistas pequenas nos condomínios seletivos de periferia.

E assim por diante, porque se trata de tirar dos ricos e médios-altos um tanto desses bilhões que eles têm em estoque; eles, como todos sabem, não chegaram lá sendo “mãos-abertas”, pelo contrário. E devem poder voar numa faixa isolada, onde os demais aviões civis e militares não passem, um canal de fluxo bem determinado e inviolável, grandes túneis invisíveis demarcados pelos controles de tráfego.
Vitória, terça-feira, 11 de novembro de 2003.

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