terça-feira, 27 de setembro de 2016


Rede Escolar

 

Vou retratando as coisas que fico sabendo aqui e acolá. Levo meu caderninho e no bar onde qualquer pessoa fale quando ela vai ao banheiro ou está distraída escrevo furiosamente. Como bebo sozinho, fico de orelha em pé. É só curiosidade com a extrema criatividade humana, não me aproveito, não uso indevidamente. Quando perguntam, digo que tenho ideias e as guardo desse jeito.

Depois fico atento para ver se as ideias são praticadas. Mais de 90 % não são e não passa de imaginação, ação de imaginar, sem qualquer realização, ação de realizar, tornar real. Fica no irreal mesmo.

Essa foi uma das virtuais, mas não por culpa do autor.

A ideia (muito linda) foi a de explicitar as redes ecológicas tróficas, os ecossistemas, os biomas, as espécies nas escolas através da Ecologia nas Escolas, depois chamada Educação Ecológica. O professor que falava, biólogo conhecido, queria introduzir os assuntos a fundo mesmo em discussão direta com os alunos desde o primeiro grau até a universidade, promover debates nas empresas e nos governos, visitar os bairros, ir até a Igreja, freqüentar as chamadas Casas de Leis, distribuir revistas em quadrinhos nas ruas, subir as favelas, ir às palafitas dos mangues, freqüentar as universidades, fazer de tudo mesmo.

Fiquei emocionado.

Nesse dia até banquei o intrometido e pedi para sentar à mesa, pedi explicações, estive ouvindo umas três horas ou mais, passou de meia noite, fiquei interessadíssimo, quase chorei, logo eu.

EXPLICANDO A ECOLOGIA EM REDE (e as redes biológicas de dependência mútua, inclusive nossa, humana)

ECOSSISTEMA
BIOMA
NÍVEL TRÓFICO
REDE

Ôba, essa vai dar certo.

Fiquei esperando para ver as notícias vitoriosas.

Contei como certo que a mídia daria apoio, os governos, as empresas, as instituições, a Igreja, os sindicatos, todos mesmo, pois interessa a todos e cada um.

Iêba, essa vai emplacar em cheio!

Um mês, um ano e nada.

Pior que eu não havia anotado endereço, nem telefone, nem e-mail nem nada. Voltei várias vezes ao bar, não reencontrei o homem, comecei a pensar que tinham dado cabo dele. Um dia ele reapareceu, todo abatido, contou que tinha buscado apoio, inclusive das creches e de tanta, tanta gente que acabara por gastar um dinheirão com transporte e consertos de seu carro, sem o mínimo resultado. Os gabinetes não o recebiam, parece que passar à prática no Brasil é muito difícil. Interpretando, acho que controle rígido da produçãorganização socioeconômica não interessava aos donos do poder, ficavam mais na declaração superficial das ONG, não lutam por uma políticadministração mundial de verdadeira proteção da Vida geral (fungos, plantas, animais e primatas).

Imagine o que seria uma Rede Ecológica Mundial (nosso sonho REM), unida pela Internet, estimulada e sustentada por biólogos comprometidos!

A sócioeconomia é sadomasô, quer sofrer em vez de fazer o que é o correto no momento certo.

Fiquei deprimido meses.

Serra, quinta-feira, 09 de agosto de 2012.

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