As Criaturinhas
Abandonadas e os Desconhecidos Filhos da Puta que Elas Apontavam
Vejo nas ruas os
cachorros e gatos abandonados.
Antes existiam as
crianças de rua com pais de rua e mães de rua: uma vez que foram eles e elas
que decidiram tê-las e as tiveram deviam arcar com o ônus, em vez de transferir
para a coletividade – deveriam ser postos a trabalhar pelos filhos e filhas, em
caso contrário sendo aprisionados.
No caso dos animais
não há como fazer isso, não há identificação, fica para o coletivo de produçãorganização.
HÁ MUITOS ANIMAIS – A HUMANIDADE ABANDONADA
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Vejo neles as pessoas que os largaram.
Elas se justificam dizendo que não podem mais
sustentar a alimentação e os remédios, que isso, que aquilo, dão todo tipo de pretexto.
São pessoas sem compromisso, fúteis, irresponsáveis, desatentas às suas promessas.
Quase todos nós, seres humanos, caímos nesse pecado de abandonar os outros, de
humanos a primatas, animais, plantas e fungos.
A TEORIA E A PRÁTICA
DO ABANDONO
(há fotos e há filmes, deveriam fazer palestras e atacar duramente essa gente,
porque quando abandonam estão sacrificando os outros, todos nós; a decisão
deles não é individual, é coletiva, não é pessoal, é ambiental) – pra quem
abandona gente pouco custa abandonar os animais; para quem abandona os animais
pouco custa abandonar gente.
A coletividade deve promover debates,
mostras, congressos, encontros, ensinaprendizado nas escolas, publicar
cartilhas, verberar contra abandonos de todo gênero.
Não é apenas indecente o que fazemos com
essas criaturinhas, sacrificamos a humanidade de muitos modos: 1) toda ideia de
decência de nossa espécie; 2) o coletivo socioeconômico; 3) as pessoas que
passam nas ruas (pelas doenças transmissíveis); 4) (deveria estar em primeiro
lugar) as próprias criaturinhas (sofrimento, fome, abandono, doenças).
Essa gente constitui um lado agudamente
triste de nossa existência.
Serra, segunda-feira, 17 de setembro de 2012.
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