Virturismo
Com aquela máquina
que tinha GPS posicionando as fotografias em coordenadas LAL (longitude,
altitude, longitude) no tempo, mais o ângulo em que a foto fora tirada [isso
nos dava o espaçotempo ou geo-história da foto], houve uma revolução em termos
de olhar o mundo. Claro, apareceram os programas de falsificação, mas quando se
tratava do Google Earth podíamos ter relativa confiança, pois era tudo
espontâneo e não-pago.
Ademais, o GE
proporcionou alguns avanços, porque quando a foto era colocada sobre os mapas
(dentro do programa Panoramio), o GE automaticamente posicionava-as em torno da
construção, “exatamente” (muito próximo) na posição em que foram tiradas.
O NOVO PANORAMA DO GE
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Acresce que o GE
proporcionava agora caminhos pelas estradas (você marcava o início e o fim, ele
calculava as distâncias por terra – além de proporcionar viagens de bicicleta,
de modo, mostrando os semáforos -, por água, pelo ar; calculava também áreas e
volumes, mas isso é outra história), fornecendo verdadeiras viagens virtuais,
mostrando as entradas das cidades, as fazendas, os pontos de abastecimento.
Eram novos mapas.
Não eram planos como
os de antigamente.
Inclusive você
poderia usar os óculos e ver em falso-3D!
Puta merda!
Transcorreram só 50 anos entre minha infância, em que os mapas eram raros, até aquele
ponto!
Agora podíamos viajar
virtualmente por “todo o mundo” sem sair de casa, sem correr riscos, sem gastar
dinheiro, sem empregar tempo, sem sentir frio ou calor, sem precisar dormir ou
nos alimentarmos; e quando quiséssemos, a qualquer hora do dia ou da noite,
onde fosse.
Evidentemente não era
a mesma coisa que ao vivo, mas era muito bom. Chegar a Milão e ver os prédios,
uau! Ou ver a cachoeira de Matilde. Ir aos museus entrando pela porta e
inclusive vendo a planta baixa e as vistas explodidas deles, isso não tem
preço.
Evidentemente que
quando começam, progride logo. Quando fiz 86 já tinham se passado quase 30 do
lançamento e as surpresas eram ainda maiores. Se tivessem me contado aos oito
anos, quando vi meu primeiro mapa, que chegaria esse tempo, eu não acreditaria.
Hoje, vendo, não acredito, parece sonho.
Esta semana mesmo
passeei pelos lençóis maranhenses, olhei as poças, naveguei pelos rios, foi
algo de deslumbrante. Vi muito mais detalhes do que poderia ver se tivesse ido
pessoalmente.
Serra, sexta-feira,
10 de agosto de 2012.
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