terça-feira, 27 de setembro de 2016


Reiflorestador

 

Considerando:

1.             Que 2/3 dos 510 milhões de km2 da superfície planetária são cobertos por água;

2.             Que dos restantes 170 milhões, 80 milhões são desertos de areia ou de gelo;

3.            Que os 90 milhões que sobram pelo menos 45 milhões (se as pessoas forem espertas, 60 milhões) devem permanecer florestadas;

4.            Que dos 45 milhões usáveis pelos seres humanos (menos de 10 % de tudo) 1/10 será usado pelas construções (casas/apartamentos, escritórios, estradas, açudes), ao cabo a humanidade podendo dispor de 40 milhões ou menos para agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos, mais de 90 % na agricultura-pecuária...

O Rei das Florestas, o Reiflorestador pensou em como a humanidade havia migrado das florestas e matas para a desolação urbana, quase não presenciando a Vida (fungos, plantas, animais e primatas), sujeitando-se a enorme e crescente nostalgia e que, como alguém disse, os seres humanos eram virtualmente prisioneiros das cidades (veja a cartilha Prisioneiros das Cidades), os pobres por décadas ou séculos, o Reiflorestador pensou a reflorestar de modo especial.

Então ele imaginou um pacote de ofertas - segundo a curva do sino – para as classes A, B, C, D, E da riqueza financeiro-econômica, um leque de investimentos, um portfólio de desejos de restauração. Por menor que fosse o quintal sempre era possível colocar grama, flores, plantas e até acostumar passarinhos; poderia usar as calçadas no planejamento.

RE-FLORES/TANTO

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Descrição: http://www.saoroquedocanaa.es.gov.br/imagens/noticias/reflorestar_inscri%C3%A7%C3%B5es.jpg

Sem nunca ter prestado atenção à riqueza anterior, agora amargavam a falta; e isso custava, onde antes era gratuito - agora era pago. Arquiengenheiros, urbanistas, pintores, decoradores e os demais tecnartistas harmonizavam a casa/apartamento ou o que fosse ao ambiente inventado, de modo a reimergir a família aos antigos ambientes, só que agora super-tecnocientíficos, muito avançados.

Como disse Clarice Lispector com outras palavras, “a falta é a arte”. Não é a presença, nem muito menos a abundância, é o não ter que favorece a gratidão. A permissão e seu excesso, a permissividade só leva aos abusos, à petulância, à arrogância humana – infelizmente.

As pessoas pagavam caro o que antes era gratuito e pagavam felizes.

Serra, segunda-feira, 13 de agosto de 2012.

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