Reiflorestador
Considerando:
1.
Que
2/3 dos 510 milhões de km2 da superfície planetária são cobertos por
água;
2.
Que
dos restantes 170 milhões, 80 milhões são desertos de areia ou de gelo;
3.
Que
os 90 milhões que sobram pelo menos 45 milhões (se as pessoas forem espertas,
60 milhões) devem permanecer florestadas;
4.
Que
dos 45 milhões usáveis pelos seres humanos (menos de 10 % de tudo) 1/10 será
usado pelas construções (casas/apartamentos, escritórios, estradas, açudes), ao
cabo a humanidade podendo dispor de 40 milhões ou menos para
agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos, mais de 90
% na agricultura-pecuária...
O Rei das Florestas, o Reiflorestador pensou
em como a humanidade havia migrado das florestas e matas para a desolação
urbana, quase não presenciando a Vida (fungos, plantas, animais e primatas),
sujeitando-se a enorme e crescente nostalgia e que, como alguém disse, os seres
humanos eram virtualmente prisioneiros das cidades (veja a cartilha Prisioneiros das Cidades), os pobres
por décadas ou séculos, o Reiflorestador pensou a reflorestar de modo especial.
Então ele imaginou um pacote de ofertas -
segundo a curva do sino – para as classes A, B, C, D, E da riqueza
financeiro-econômica, um leque de investimentos, um portfólio de desejos de
restauração. Por menor que fosse o quintal sempre era possível colocar grama,
flores, plantas e até acostumar passarinhos; poderia usar as calçadas no
planejamento.
RE-FLORES/TANTO
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Sem nunca ter prestado atenção à riqueza
anterior, agora amargavam a falta; e isso custava, onde antes era gratuito - agora
era pago. Arquiengenheiros, urbanistas, pintores, decoradores e os demais
tecnartistas harmonizavam a casa/apartamento ou o que fosse ao ambiente
inventado, de modo a reimergir a família aos antigos ambientes, só que agora
super-tecnocientíficos, muito avançados.
Como disse Clarice Lispector com outras palavras,
“a falta é a arte”. Não é a presença, nem muito menos a abundância, é o não ter
que favorece a gratidão. A permissão e seu excesso, a permissividade só leva
aos abusos, à petulância, à arrogância humana – infelizmente.
As pessoas pagavam caro o que antes era
gratuito e pagavam felizes.
Serra, segunda-feira, 13 de agosto de 2012.
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