Trabalhando com a
Cabeça
Depois do Nicolelis e da progressão
exponencial dos CORE (núcleos antigos, que são como newrônios de hoje), a
conjugação da informática com a cibernética nos proporcionou os primeiros
artefatos, acho que lá por 2032 (2029? Então, sigamos a informação da
Interrede). Ainda incipientes, mesmo assim foram de grande utilidade. Eram
colocados na cabeça, envolvendo-a como um capacete, à modo das antigas
motocicletas.
Era como o Chapéu do Pensador, uma
brincadeira dos inventores do Professor Pardal, da Disney, conforme vi no
biblioseu virtual, muito engraçado.
O PROFESSOR PARDAL DE
O CHAPÉU DE PENSADOR (não é à toda que chamamos a nossa cabeça de PARDAL)
Poderia ter sido bem aproveitado pela tecnociência.
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Para as patentes.
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Eram colocados e tirados o tempo todo, depois
passaram a ser usados indiscriminadamente. Antes ainda só eram usados nos
poucos laboratórios que podiam pagar, que tinham cacife para tal, que tinham
muita grana, porque custava caro demais. Um horror! Caro mesmo, só as maiores
empresas podiam pagar.
Imagine você quão revolucionário foi ter um
computador na cabeça conectado diretamente com a telefonia universal e a
Interrede! Tenho a honra de dizer que fui o terceiro a usar, pois estava
jovenzinho ainda no centro mesmo da empresa que o desenvolveu. Pouco mais que
um garoto saído da escola de computação, que dias!
Foram dando saltos cada vez mais altos.
Até que raramente eram tirados.
Quem iria querer ter cabelo, naquelas
condições?
Cabelos crescendo por debaixo da cabeça
postiça seria o fim da picada, de modo que a primeira providência uns 10 a 15
anos (Oito só?) foi tirá-los. Depois muitos raspavam as cabeças - homens,
mulheres, crianças, velhos e novos, todas as raças - os cabelos começaram a
desaparecer, agora só existindo como excrescência nas periferias rebeldes
toleradas e apenas como curiosidade. Que nojo! Vocês não suportam, mas nós
estávamos lá, 60 ou 70 anos atrás.
Os primeiros modelos ainda eram pesados,
pesadões, até descômodos, dois ou três centímetros de espessura, o pescoço
doía, mais uma razão para tirar. Depois desceu a um centímetro, meio, 0,25 e
0,1 e foi descendo, até se tornar essa película que usamos e que comporta cada
vez mais funções. Nós somos das velhas gerações, ainda nos lembramos de como era
o passado, ainda falamos sem consultar a Interrede, “só de memória”, que
pobreza.
Hoje, como curiosidade, quando olhamos os
filmes do passado e eles mostram as pessoas carecas, pensamos que foi
capacidade de previsão, mas que nada, foi apenas chute. Por quê as pessoas
iriam raspar as cabeças? Isso seria estupidez, se não houvesse motivação maior.
Agora fizemos re-arquiengenharia genética para suprimir o nascimento de
cabelos, de modo que podemos usar a película-cabeça o tempo inteiro, inclusive
no banho, com conexões permanentes, já é verdadeiramente uma segunda pele e uma
segunda natureza. Talvez em algumas situações a forma preceda a função, mas
aqui, nitidamente, a função antecipou a forma. Atiraram no que viram, acertaram
no que não viram.
OS
CARECAS DO FUTURO
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Careca está longe de indicar sabedoria.
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Também, quem poderia imaginar algo assim?
Serra,
terça-feira, 07 de agosto de 2012
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