Fístula, Oximoro,
Blenorragia
Como essas coisas começam?
Nem sou lingüista nem nada, não fiz curso
universitário de letras, mal consigo falar a língua para me comunicar a
contento. E escrever, então, sou uma negação!
Tentando achar a fonte, como começamos algo,
é difícil, é mais ou menos como achar a nascente de um grande rio, o Amazonas
ou o Nilo. Fiquei horas pensando sem chegar a nenhum resultado.
O fato foi que em determinado momento reparei
em certas palavras, por exemplo, estas do título.
DE
ONDE VEM ESSAS PALAVRAS? (tá no Houaiss eletrônico)
PALAVRA
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SIGNIFICADO
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Blenorragia
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Substantivo
feminino
Rubrica: dermatologia,
infectologia.
Doença sexualmente transmissível, provocada pela
bactéria Gram-negativa Neisseria gonorrhea, no homem, ger.
caracterizada por uretrite, na mulher, por corrimento mucoso e nos
recém-nascidos, por oftalmia gonocócica; gonorreia, gonococcia, gonococia
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Fístula
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Substantivo
feminino
1 Rubrica: patologia.
Canal patológico que cria uma
comunicação entre duas vísceras (fístula interna) ou entre uma víscera e a
pele (fístula externa)
2 Rubrica: cirurgia.
Canal criado cirurgicamente com
finalidades terapêuticas
3 Rubrica: morfologia botânica.
Canal ou cavidade que comunica
duas estruturas de um corpo ou uma estrutura com o meio exterior
4 Uso: informal.
Indivíduo de má índole, vil,
indigno; canalha, infame, pústula
5 Rubrica: música.
Denominação genérica de flauta simples, de sopro
vertical
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Oximoro
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Substantivo
masculino
Rubrica: retórica.
Figura em que se combinam
palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no
contexto, reforçam a expressão (p.ex.: obscura claridade, música silenciosa);
paradoxismo
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Baixinho, aqui para nós: conclusivamente
aceitei que são extraterrestres. É a prova maior da presença dos aliens entre
nós. Não é nada daquilo de círculos nas plantações, nem de ruínas em tal ou
qual lugar, nem as supostas construções agora submarinas em Yonaguni, no Japão,
nem as tumbas do Primeiro Imperador na China, nem nada de maia ou asteca ou
inca ou isso ou aquilo, são as palavras.
Ah! Meu irmão, são muito estranhas.
Comecei a colecioná-las. Imagine que mesmo no
português são umas 200 ou 250 mil palavras e metade poderia ser estranha,
talvez menos. Fui paciente, cuidadoso, muito atencioso, zeloso mesmo. Burilei.
Primeiro, passei uma por uma, depois defini os sentidos (isso de dicionário
eletrônico e Internet ajudou demais, foi só ctrl-c e ctrl-v, copiar e colar,
uma beleza), em terceiro lugar fiquei olhando para elas no tablete meses a fio,
cada uma vários minutos, pensando no uso atual e no uso remoto.
Não cabiam em nossa realidade. Era
literalmente de outro mundo.
Não falavam de seres humanos, seres humanos
não falavam assim, era tudo artificial, vinha de outra realidade, realidade
distante e distinta, de outro mundo. Retirei todas as palavras de nossa língua
e compus um dicionário só com aquelas - era plenamente viável falar daquele
jeito, só que trabalhoso, esquisito, fantástico, fora da nossa realidade.
Em casa comecei a falar só com aquelas
palavras e dava certo, só tinha de ter cuidado para evitar articular em
público, as pessoas estranhavam à bessa. Com a ajuda de universitários do curso
de informática criei um programa de emissão, elaborei uma pauta de ideias a
transmitir, transliterei para o LALIEN (língua-alienígena) e emiti durante dois
dias.
Isso foi há seis meses. Ontem os
rádios-receptores do programa de inteligência alienígena recebeu a resposta.
Serra, quinta-feira, 16 de agosto de 2012.
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