segunda-feira, 26 de setembro de 2016


Fístula, Oximoro, Blenorragia

 

Como essas coisas começam?

Nem sou lingüista nem nada, não fiz curso universitário de letras, mal consigo falar a língua para me comunicar a contento. E escrever, então, sou uma negação!

Tentando achar a fonte, como começamos algo, é difícil, é mais ou menos como achar a nascente de um grande rio, o Amazonas ou o Nilo. Fiquei horas pensando sem chegar a nenhum resultado.

O fato foi que em determinado momento reparei em certas palavras, por exemplo, estas do título.

DE ONDE VEM ESSAS PALAVRAS? (tá no Houaiss eletrônico)

PALAVRA
SIGNIFICADO
Blenorragia
Substantivo feminino
Rubrica: dermatologia, infectologia.
Doença sexualmente transmissível, provocada pela bactéria Gram-negativa Neisseria gonorrhea, no homem, ger. caracterizada por uretrite, na mulher, por corrimento mucoso e nos recém-nascidos, por oftalmia gonocócica; gonorreia, gonococcia, gonococia
Fístula
Substantivo feminino
1      Rubrica: patologia.
Canal patológico que cria uma comunicação entre duas vísceras (fístula interna) ou entre uma víscera e a pele (fístula externa)
2     Rubrica: cirurgia.
Canal criado cirurgicamente com finalidades terapêuticas
3     Rubrica: morfologia botânica.
Canal ou cavidade que comunica duas estruturas de um corpo ou uma estrutura com o meio exterior
4     Uso: informal.
Indivíduo de má índole, vil, indigno; canalha, infame, pústula
5     Rubrica: música.
Denominação genérica de flauta simples, de sopro vertical
Oximoro
Substantivo masculino
Rubrica: retórica.
Figura em que se combinam palavras de sentido oposto que parecem excluir-se mutuamente, mas que, no contexto, reforçam a expressão (p.ex.: obscura claridade, música silenciosa); paradoxismo

Baixinho, aqui para nós: conclusivamente aceitei que são extraterrestres. É a prova maior da presença dos aliens entre nós. Não é nada daquilo de círculos nas plantações, nem de ruínas em tal ou qual lugar, nem as supostas construções agora submarinas em Yonaguni, no Japão, nem as tumbas do Primeiro Imperador na China, nem nada de maia ou asteca ou inca ou isso ou aquilo, são as palavras.

Ah! Meu irmão, são muito estranhas.

Comecei a colecioná-las. Imagine que mesmo no português são umas 200 ou 250 mil palavras e metade poderia ser estranha, talvez menos. Fui paciente, cuidadoso, muito atencioso, zeloso mesmo. Burilei. Primeiro, passei uma por uma, depois defini os sentidos (isso de dicionário eletrônico e Internet ajudou demais, foi só ctrl-c e ctrl-v, copiar e colar, uma beleza), em terceiro lugar fiquei olhando para elas no tablete meses a fio, cada uma vários minutos, pensando no uso atual e no uso remoto.

Não cabiam em nossa realidade. Era literalmente de outro mundo.

Não falavam de seres humanos, seres humanos não falavam assim, era tudo artificial, vinha de outra realidade, realidade distante e distinta, de outro mundo. Retirei todas as palavras de nossa língua e compus um dicionário só com aquelas - era plenamente viável falar daquele jeito, só que trabalhoso, esquisito, fantástico, fora da nossa realidade.

Em casa comecei a falar só com aquelas palavras e dava certo, só tinha de ter cuidado para evitar articular em público, as pessoas estranhavam à bessa. Com a ajuda de universitários do curso de informática criei um programa de emissão, elaborei uma pauta de ideias a transmitir, transliterei para o LALIEN (língua-alienígena) e emiti durante dois dias.

Isso foi há seis meses. Ontem os rádios-receptores do programa de inteligência alienígena recebeu a resposta.

Serra, quinta-feira, 16 de agosto de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário