Ciclos Defasados Seca-Enchente

 

Procurei durante décadas conectar os dados que fui adquirindo marginalmente (sem parar para anotar, às margens da consciência) sobre secas e enchentes, sem dispor das condições ideais para testes cruciais, sem contar com o somatório disponível aos tecnocientistas, e também por estar em tantas tentativas.

OS DADOS DISPONÍVES (as enchentes são mais notáveis, porque acontecem subitamente em dias, enquanto secas podem demorar meses e anos; desde que neste ano, 2016, está acontecendo grande seca no Espírito Santo, podemos começar dela)

1.       Aconteceu enchente em Cachoeiro do Itapemirim (sul do ES) antes de 1963, quando saímos de lá; eu era pequeno, menos de nove anos, mas lembro perfeitamente do rio Itapemirim transbordando e ocupando as ruas do centro da cidade;

2.       Depois de chegarmos a Linhares ocorreu enchente terrível no Rio de Janeiro (vi na Internet que foi em 1966) e logo em seguida chegou a nossa cidade (norte do ES);

3.      Em 1979 houve uma arrasadora em Linhares; em Conceição da Barra mudou as praias, acho que até mudou as estações;

4.      No governo de Vitor Buaiz, de triste memória, de 1º de janeiro de 1995 a 31 de dezembro de 1998 levei à ALES (Assembleia Legislativa do ES) anteprojeto de lei visando construção de barragens, que a deputada estadual BB passou como lei e aquele governante esdrúxulo vetou, logo em acontecendo assoladora seca;

ALINHANDO OS DADOS (vi que o período é de 13 anos e não o das manchas do Sol, de 11 anos; pensava que se opunham a cada 6,5 anos, mas na verdade não é isso)

	Grande enchente previsível para 2018.
Grande seca em 2016.
	Sondar 2005.
Sondar 2003 (logo depois de VB).
	Sondar 1992.
Sondar 1990.
	Presenciei em Linhares em 1979.
Sondar 1977.
	Estava morando em Linhares em 1966.
Sondar 1964.
	Sondar 1953.
Parece que é algo assim, defasagem de dois anos, a confirmar.

Veja que em Cachoeiro aconteceu antes de 1963, enquanto em Linhares só foi ocorrer junto com a do Rio em 1966, portanto não ocorre no mesmo ano em toda parte.

Os governos estão sempre reagindo, não agem por iniciativa própria, eles são - além de temerários no desnecessário - bastante acomodados e imprevidentes. Entrementes, sabendo da oscilação, poderíamos nos preparar, pois as séries de dados de pluviometria estão amplamente disponíveis em razão da medição que já vem de décadas em alguns lugares e séculos nos países mais avançados do centro.

Em princípio, podemos esperar enchente violenta em 2018, temos dois anos para nos preparar para o desastre.

Vitória, segunda-feira, 19 de setembro de 2016.

GAVA.