sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Emblemas da Razão

 

                            Quando construí o modelo, coloquei a razão do lado dos homens, pois a coisa corre supostamente assim desde a origem do mundo.

                            Entretanto, na Rede Signalítica razão = MULHER (MÃE), ou seja, 0/homem= 0/0M = 0/Z = 0/X = 0/P. Homem = PRIMEIRO, o que surgiu antes, e também EMOÇÃO, o contrário/complementar ou oposto/complementar da razão no par polar.

                            Quem diria uma coisa dessas?

                            É totalmente inesperado.

                            As mulheres sempre foram tidas como desprovidas de razão, o que a RS vem negar absolutamente, como extremo polar, como definição de mundo, embora não esteja bem definido, por certas características da língua portuguesa, quem é mulher, porque mulher = MELHOR = MAIOR = MENOR, enquanto homem = PIOR. Como se vê, maior e menor não são verdadeiros antônimos, nem base e topo – são a mesma coisa, o que é compreensível logicamente. Mas como as mulheres poderiam ser maiores (e menores) que os homens (os quais deveriam situar-se na média)?

                            Contudo, razão = MAL.

                            Então a RS, contra a minha vontade, pois sou necessariamente um libertário, confirma os preconceitos expressos nas Escrituras Sagradas.

                            Daí eu ter colocado emblemas = SOBERANAS = SATANÁS, isto é, emblemas da razão = SOBERANAS DO MAL. É inevitável.

                            Nós lutamos séculos e milênios pela liberdade, sem nada conseguir, se tomarmos como certa a Rede.

                            A coisa se repete em todos os níveis que eu tenha tido chance de traduzir nos cognatos, a partir das chaves identificadas no início do modelo, quando eu não poderia esperar nada disso, pelo contrário, contava que o mundo fosse libertário também.

                            É uma decepção total para mim.
                            Vitória, quinta-feira, 6 de junho de 2002.              

Ducha de Cometas

 

                            Seguindo o texto anterior, Nemêsis, do mesmo Dyson, no livro Infinito em Todas as Direções (Do Gene à Conquista do Universo), São Paulo, Best Seller, original americano de 1988, edição brasileira s/d, podemos tirar as citações nas páginas:

·        36: “A extinção em massa mais famosa é uma que aconteceu há 65 milhões de anos, quando os dinossauros desapareceram sem deixar sequer uma espécie viva”.

·        36: “Temos prova de que, ao menos nesse caso, as extinções marinhas ocorreram num tempo em que algum grande objeto atingiu a Terra. Os depósitos de calcário onde os microfósseis aparecem são interrompidos por uma fina camada de argila”.

·        37: “Extinções em massa não ocorrem simultaneamente, mas dispersas em períodos de um a dois milhões de anos”, negrito meu.

·        37: “O padrão desses eventos nos leva à conclusão de que a Terra tem sido bombardeada não por uma saraivada constante de cometas, mas por ‘duchas’ intermitentes. Cada ducha de cometas dura aparentemente um milhão de anos e resulta em vários impactos na Terra. (...). A teoria das duchas de cometas foi delineada por Jack Hills (...)”, negrito meu.

·        38: “Essa estrela nem precisa chegar muito perto ou perturbar excessivamente os cometas. Basta perturbar suas órbitas em apenas um pequeno ângulo, de modo que o estreito cone vazio seja afastado do Sol. (...) A Terra ficaria exposta à chuva de cometas com intensidade total, até que a estrela se afastasse e os efeitos do calor solar e dos encontros planetários estabelecessem um novo cone. Durante esse milhão de anos, a Terra experimentaria uma ducha de cometas”.

·        39: “Alguns paleontologistas alegam que extinções em massa, ou grupos de extinções, ocorreram a intervalos de mais ou menos 26 milhões de anos. Eles detectam grandes extinções, com vasto número de desaparecimento de espécies, em épocas de cerca de 13, 39, 65 e 91 milhões de anos, com um ciclo regular de 26 milhões de anos”. Então se segue a teoria alternativa de Piet Hut e Rich Muller.

·        40: “Considerando que o último grupo de extinções e crateras aconteceu cerca de treze milhões de anos atrás, estamos agora a meio caminho do ciclo”.

·        43: “Se estiver correta, mudará a nossa maneira de pensar a vida e sua evolução. A teoria implica que a vida tem sido exposta, a intervalos regulares, a uma poda drástica. A cada 26 milhões de anos, mais ou menos, tem acontecido uma catástrofe ambiental grave o bastante para destronar os poderosos e ceder seu lugar para os pequenos e humildes”.

A Barsa eletrônica dá conta de que a Era Mesozóica começou há aproximadamente 245 e terminou há cerca de 66,4 milhões de anos, ou seja, na ponta mais antiga começaram os dinossauros a viver e na ponta mais recente eles desapareceram.

 Temos que 66,4/26 = 2,55 (mas, como começa em 13 + 26 + 26 = 65, a diferença é de 1,4 milhões de anos, 66,4, - 65,0 = 1,4; 1,4/65,0 = 2,15 %), dentro da margem estatística de erro.

É possível que as datas corretas sejam: 13, 39, 65, 91, 117, 143, 169, 195, 221, 247, 273 e assim segue até seiscentos e tantos milhões de anos, numa data que se supõe tenha começado a “explosão cambriana”. As datas marcadas em vermelho correspondem ao fim e início da Era Mesozóica, quase precisamente (o início, 66,4 – 65,0 = 1,4 e 1,4/65,0 = 2,15 % de erro, e o fim, 255 – 247 = 8 e 8/247 =3,24 % de erro).

Lá por 250 milhões de anos atrás um meteorito extinguiu 99 % da vida na Terra, iniciando a Era Mesozóica, enquanto em 65 milhões de anos outro, de 16 km, caiu na península de Iucatã e extinguiu 70 % da vida de então.

Parece verdadeiro, então, que de 26 em 26 milhões de anos, por períodos de um ou dois milhões de anos, a Terra é bombardeada. Pode ser essa estrela, Nemêsis, ou outro fator, mas é certo que existe, a próxima estando marcada para daqui a 13 milhões de anos. Duas das grandes ocorreram há 65 e 247 milhões de anos. Na primeira a África foi separada do Brasil, o que Wegener notou e chamou de Deriva Continental, depois apelidada de Tectônica de Placas, a partir da década dos 1960, a seguir ao Ano Geofísico de 1957. Há 65 milhões outro dos grandes adiantou ou acelerou a migração da atual América do Sul, então crátons do Brasil e das Guianas, na direção e sentido do sudoeste. Eles devem chocar-se com extrema violência e abrir fissuras no leito do mar, pois a crosta terrestre tem de 65 a um quilômetro separando-a do magma. Naquilo que a energia fabulosa é transferida, a crosta deve rachar toda, em vários pontos, fazendo emergir ainda mais energia das profundezas, especialmente matéria com tremenda carga de radiação, o que leva à irradiação dos seres todos, após a extinção, em particular dos animais e plantas marinhas.

Agora, são cometas ou meteoritos?

Se fossem cometas, a Lua, Mercúrio e Marte estariam cheios de água, pois os cometas são chamados “bolas de neve suja”, e não é isso que se vê, eles quase não a possuem. Gases não conseguiriam reter, dada sua baixa atração gravitacional, mas água sim, como retém, porém pouquíssima, para um bombardeio de bilhões de anos. Além disso, eles vêm de muito longe, da nuvem de Öort, situada a 0,5 ano-luz. Plutão, que fica a 4,9 bilhões e quilômetros, no máximo, está a 0,52/1000 de um ano-luz, ou seja, a um milésimo da distância Sol-Öort.

Parece mais garantido pensar em meteoritos, que estão logo ali, relativamente, no Cinturão de Asteróides, que fica entre Marte (1,5 UA, distância Sol-Terra) e Júpiter (5,2 UA), ou seja, entre 228 e 778 milhões de quilômetros. Ou, segundo o livro de André de Cayeux e Serge Brunier, Os Planetas, Rio de Janeiro, Francisco Alves, 1985, página 130, entre 2,17 e 3,67 UA, quer dizer, entre 325,5 e 550,5 milhões de quilômetros. Ou ainda entre 18,1 e 30,6 segundos-luz. Para quê ir tão longe? A Natureza é simples e direta.

Temos ainda os meteoritos que ficam em torno da Terra, verdadeiro enxame de “pequenos” (cada um pode abrir uma cratera de 10 vezes seu diâmetro; um pequeno, de um quilômetro, destruiria um estado inteiro como o Espírito Santo, e mataria muitas espécies), mal-estudados. Mas eles, a menos da passagem de algum astro destruidor, estão em estabilidade gravitacional.

De qualquer forma, é para daqui a 13 milhões de anos. Se depender do governo e das empresas, até lá já estaremos mortos há muito tempo.

Vitória, terça-feira, 28 de maio de 2002.

Dialética e Psicologia

 

                            Façamos uma listagem do Conhecimento (em maiúsculas conjunto ou família ou grupo de conhecimentos):

 

CONHECIMENTO

  1. Matemática (no centro do quadrado)
  2. Magia/Arte
  3. Teologia/Religião
  4. Filosofia/Ideologia
  5. CIÊNCIA/TÉCNICA

1.       Física/Química (Engenharia/X1)

2.      Biologia/p.2 (Medicina/X2)

3.      Psicologia/p.3 (Psiquiatria/X3)

4.     Informática/p.4 (Cibernética/X4)

5.      Cosmologia/p.5 (Astronomia/X5)

6.     DIALÓGICA/P.6 (DISCURSIVA/X6)

a.      Lógica

b.     DIALÉTICA

·        Dialética físico/química

·        Dialética biológica/p.2

·        DIALÉTICA PSICOLÓGICA/P.3

0.     Dialética do espaço tempo ou da geo-história

1.       Dialética da psicanálise (das figuras)

2.      Dialética da psico-síntese (ou dos objetivos)

3.      Dialética da economia (ou das produções)

4. dialética da sociologia (ou das organizações)

·        Dialética informacional/p.4

·        Dialética cosmológica/p.5

·        Dialética (enquanto metade da dialógica/p.6)

A dialética se originou na Grécia antiga, quase ao mesmo tempo em que sua feição oriental, o taoísmo de Lao Tsé, o Velho Sábio. Foi criada por Sócrates e sua escola, ou até antes, lá pelo século 6 a.C.

Mais recentemente, século XIX, Hegel primeiro e Engels depois como compilador-vulgarizador, firmaram as três leis:

1.       A interpenetração dos contrários;

2.      A transformação do sim em não;

3.      O salto qualitativo ou revolucionário, mutação da quantidade em qualidade nova.

 Podemos ver assim:

 

 

 

Seta para a direita: Reevolução

A evolução começa na esquerda, enquanto interpenetração dos contrários.  Digamos que apareça uma mutação que conduza aos tigres, os novos predadores, um casal, o par fundamental; eles vão usar a natureza anterior como campo de predação, e produzirão filhotes. A descendência amplia, pela quantidade, o número de tigres, de modo que eles ficam em conjunto mais fortes. Entretanto, um maior número de tigres torna a predação do tipo c/t, ou seja, uma partição do campo pelo número de tigres que, sendo maior, torna a ração de cada um menor. Então, se segue que os filhotes são complementares/opostos dos pais e mães, significam competição com a morte destes por esgotamento de oportunidades. Como a soma é (quase) zero, há um lado positivo. É a interpenetração dos contrários. Aqui são constituídas famílias a partir de indivíduos, grupos a partir de famílias, empresas a partir de grupos.

Os tigres, genitores e filhotes, entram em competição.

Depois, pelo meio, o que era bom, o aparecimento de novos tigres, crescimento da espécie e fortalecimento ambiental dela, passa a ser ruim, pois há agora uma generalidade de tigres enchendo todo o ambiente – uma guerra brabíssima se forma. É a transformação do sim em não, do branco em negro, e vice-versa. Não há nada melhor para ser manchado que uma colcha branca.

A seguir, no final, temos que, de dentro dos tigres (tomados aqui como os mais avançados do ambiente) sairá uma mutação, um salto revolucionário, a transformação da quantidade de tigres em qualidade nova, ou simplesmente a transformação da quantidade em qualidade, que vai predar os próprios tigres.

Ou podemos ver como evolução ou COMEÇO (interpenetração, negação do anterior, afirmação do novo), revolução ou FIM (negação da negação, negação do novo, finalização) e re-evolução ou RE-COMEÇO (salto revolucionário, reafirmação, afirmação do renovo), um ciclo.

Acontece que, na Chave do TER, CT {matéria, energia e informação} e na Chave do SER, CS {memória, inteligência e controle/comunicação}, a primeira é acumulada pela segunda numa pontescada, que sobe e se amplia, como uma espiral, de N.O (natureza-zero, a físico-química) a N.5 (natureza-cinco, dialógica/p.6), a Escada (ou modelo) da Vida.

Onde está a energia que financia isso tudo?

Ora, num dos livros de Trotsky ele diz de passagem que “a mutação dos conjuntos é diferenciada” (como lembro, não acho a passagem). Os conjuntos de SER/TER são distintos, por exemplo, cada indivíduo, cada família, cada grupo, cada empresa - entre as pessoas; e cada município/cidade, cada estado, cada nação e cada mundo – entre os ambientes.

Vê-se que os conjuntos têm circulinhas distintas, isto é, são campartículas ou ondas diferentes. Todas elas se misturam, formando uma composição extraordinária, a Dança de Shiva.

Mao Tsé Tung (Mao Zedong) disse então que “a energia vem de fora” (no Livro Vermelho de Mao), quer dizer, a fecundação vem do exterior para o interior. Por si mesmo o conjunto não mudaria. A energia exterior vai fecundar a matéria, fazendo aparecer a informação.

Introduzi o TENSOR DIALÉTICO e a HERANÇA VIRTUAL, dois corolários. O primeiro diz respeito ao tempo (como vi pela Rede Signalítica, pois tempo =TENSOR = DOIS = DUPLO), e a herança ao espaço, que é o que resta – ela se esparrama no ambiente, se o conjunto se desfaz, digamos.

Fiamos assim:

4.     Mutação diferenciada dos conjuntos (Trotsky);

5.      Herança virtual (relativa ao espaço);

6.     Tensor dialético (relativo ao tempo);

0.     Mudança formestrutural financiada pelo exterior (Mao).

Podemos reunir 5 e 6 como espaçotempo ou tempespaço ou tempolugar ou pontinstante de alteração, a herança de tensões, ou virturreal, no sistema triortogonal de Descartes, o zero sendo o tempo, com três dimensões espaciais, como é usual.

Essa HERANÇA DE TENSÕES está pelo centro, como espaçotempo onde se abrem as coisas todas do espaçotempo de configurações. Configurações físico/químicas (esta a primeira ponte), biológicas/p.2, etc. Por conseguinte TENSÕES FÍSICAS, TENSÕES QUÍMICAS, etc., cujas energias de mudança formestrutural, das formas e dos conceitos, vem de fora.

Em seqüência:

0.       O operador de transformação vem de fora (na economia agropecuária/extrativista brasileira);

1.         Há um espaçotempo de tensões virturreais, com herança de tensões, um tempo de espaços de construção, resultantes dos diálogos anteriores (a A/E brasileira se choca com as indústrias, o comércio, os serviços e os bancos daqui e de fora);

2.        Sabemos que os conjuntos mudam a ritmos diferentes, ficando claro que os subconjuntos da A/E brasileira se alteram a cadências diversas, a agropecuária diferentemente do extrativismo, a agricultura diversamente da pecuária, a agricultura do mamão desigualmente da agricultura da abóbora;

3.        Seguem-se as três leis já conhecidas.

Resulta que essa nova dialética (que composta com a lógica seria a dialógica-de-mundo, o diálogo-de-mundo, as coisas conversando entre si nos vários patamares e os patamares entre si) é a mecânica de descobertas. Isso precisamos ver com clareza, cristalinamente.

Para tudo, devemos ver.

De onde vem essa energia?

Como ela sobra, além, e vai para os outros conjuntos? Quais sãos suas rotas de migração? Que vetores a transportam, nos vários patamares e espelhos das pontescadas (tecnocientífica e outras)?

Que transformações ela provoca na Chave do SER e na Chave do TER? Como é que a energia dos terroristas árabes de Osama Bin Laden desviou-se para as duplas torres do Trade Center?

Essas são as perguntas pertinentes na geo-história em particular, na Psicologia em geral, no Conhecimento todo. Como mapear essas transformações?

Vitória, quarta-feira, 5 de junho de 2002.

Até Onde Podemos Ir

 

                            No modelo há três pirâmides: a micropirâmide (campartícula fundamental, subpartículas, átomos, moléculas, replicadores, células, órgãos e corpomente), a mesopirâmide (indivíduo, família, grupo, empresa, município/cidade, estado, nação e mundo) e a macropirâmite (planeta, estrela, constelação, galáxia, aglomerado, superaglomerado, universo e pluriverso), cada uma começando onde termina a outra.

                            Até a micro e a mesopirâmide há limites evidentes à expansão, especialmente na micropirâmide.

                            Na mesopirâmide a coisa vai se infinitizando, porque no limite dela os conjuntos devem migrar do planeta até o vasto universo. Não poderão mais ficar, não estarão mais contidos. Devem ultrapassar os horizontes = PLANETAS = LIMITES. Deverão saltar ou perecer.

                            Assim, deixam de existir limites precisos para a expansão.

                            Ir além dos planetas, além dos limites é a nova missão coletiva irremediável, incontornável.

                            O que há para fazer, de agora em diante?

                            Há tudo, de que o que fizemos não foi senão um prelúdio muito tímido. A verdadeira expansão está lá fora. Há mundos mortos a transformar em planetas vivos, há estrelas a consumir nos projetos de arquiengenharia estelar e constelar, há zilhões de construções por fazer, novos testes de resistência, novas alturas a atingir.

                            Tudo que fizemos até agoraqui foi muito simplório, acanhado, estreito, apertado, inseguro, inibido. Lá fora está a verdadeira construção, o chamamento maior. Então, depois da saída do planeta, não há mais limites verdadeiros. O planeta é o ovo cósmico, o berço cósmico de nascimento da espécie, mas, como disse Arthur Clarke (depois de outros), ninguém pode ficar no berço para sempre, ninguém pode ficar pequeno para sempre.

                            Depois do planeta podemos ir aonde quisermos.

                            Vitória, terça-feira, 09 de julho de 2002.

Constante Gravitacional

 

                            Imaginando que as quatro “forças” (os campartículas) reais sejam o campartícula magnético, o campartícula elétrico, o campartícula fraco e o campartícula forte, e que no centro desse quadrado esteja o campartícula gravinercial (veja Inércia e Gravidade), vi que a soma zero dessas duas é uma coisa só.

                            Por via de conseqüência a fórmula de Newton F = G m1.m2/d2, sendo a constante gravitacional G = 6,67. 10-11 m3/s2.kg, deve ser modificada para incluir a inércia, que é a “força” repulsiva, par da gravidade, no conjunto a gravinércia repulsivatrativa de soma mesmo zero.

                            Daí que G não seja propriamente constante gravitacional e sim CONSTANTE GRAVINERCIAL, quer dizer, o pano de fundo sobre o qual é tecido o universo inteiro.

                            Ora, a única coisa que permeia todo o universo é a radiação de fundo, que pensei ser os restos da construção, aonde vem se depositando a entropia de elaboração dos cenários, o entulho do aniquilamento geral progressivo. Disse num outro texto que essa coisa é o próprio éter = G = gravinércia = radiação de fundo, passando por dentro de tudo, razão pela qual não pôde ser detectada por Michaelson e Morley em 1881 e 1887.

                            Segue-se que G é a CONSTANTE GRAVINERCIAL, a ponte que leva a mensagem de uma partícula a outra no campo – isto é, ELA É O PRÓPRIO CAMPO sobre o qual transitam todas as coisas.

                            Vitória, quarta-feira, 12 de junho de 2002.

Bossa Nova

 

                            A revista Caras lançou faz algum tempo uma coleção sobre os Tempos da Bossa Nova, quatro CD’s. Ouvindo-a agora pude pensar além do que havia dito a Pedro de João Gilberto, tio dele, ter sido o construtor de uma ponte entre a música clássica das elites e a música popular, permitindo um novo nível de diálogo entre as elites e o povo brasileiro, com isso dando mais tempo à união povelite ou nação. Com isso o Brasil não se fragmentou por mais 40 anos, só agora apresentando novos sinais de cansaço do projeto frágil da burguesia. Porém, onde vai surgir outro João Gilberto?

                            Contudo, o lado menos favorável da Bossa Nova (na Rede Cognata algumas traduções válidas seriam BRASIL NOVO ou DANÇA NOVA ou TESÃO NOVO) é que se tratou de um movimento pequeno-burguês do Rio de Janeiro, essencialmente, então capital de pequeno império tropical de fundo cultural português, o Brasil. Como tal reproduzia o superpoder de paisano da capital federal, muito rica relativamente e muito atoa realmente, sem nada para fazer, só gozando o cair da tarde, as garotas de Ipanema, o Sol-luz e o sol-calor, a água tépida, a liberdade pós 1945 até 1968 (mesmo após a pseudo-revolução redentora dos militares em 1964 ainda continuou livre), os 23 anos de maior (e única) liberdade brasileira verdadeira em 500 anos de opressão.

                            Como foi legal, enquanto durou, e como foi decepcionante quando terminou!

                            Enquanto durou a humanidade inteira, o povo e as elites brasileiras e particularissimamente o Rio de Janeiro gozaram de um dos maiores fenômenos de todos os tempos, combinação do calor tropical com uma civilização florescente nova, com liberdade de expressão, com grande criatividade artística, com movimento filosófico independente, com penetração brasileira nas ciências, com tudo que um grande povo e uma elite verdadeira poderiam dar, naquelas circunstâncias.

                            Porisso foi tão louvado, tão apreciado por quem percebia, tão deplorado o seu fim, tão repetidas as canções, tão eternas as emoções e as razões. Ali estavam pessoas que nada faziam de relevante para o mundo, aparentemente, salvo gozar a vida e ter porres de saudades, sucumbindo às coisas mais vagas e tolas da existência.

                            Mas com que graça e tempero o faziam!

                            Com que nobreza d’alma eles foram isentos de propósitos, desnorteados, inúteis para a nação!

                            Deram ao Brasil a primeira coisa realmente apreciada universalmente, o primeiro momento em que de fato o mundo se curvou para a futura grandeza deste lugar.

                            Nas músicas perpassa essa vacuidade, essa santa estupidez que viu mais fundo que qualquer pensamento das elites intelectuais, operárias, financistas, militares e bancárias daqui e de fora, na crença da igualdade de todos os seres humanos no mais alto dos mundos, no Paraíso mesmo. Creio que a bondade que atravessa o movimento bossanovista era uma pregação da identidade de todos os seres humanos no amor incondicional de ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele – um ato de doação do Criador ao mundo criado, através desta terra que em tudo mais foi covarde com os excluídos.

                            Através da Bossa Nova uma porta estava sendo aberta para todos. Com o fim dela a porta foi fechada, embora não para sempre.

                            Por meio dela um amor infinito estava se espremendo para fora da prisão em que foi confinado pela má fé e má vontade da humanidade. Infelizmente não prosperou, porém deixou sementes que fatalmente brotarão no momento em que a burguesia castradora adormecer novamente de seus ódios ingênuos.

                            Vitória, sábado, 15 de junho de 2002.

Bibliopsicologia

 

                            Biblion vem do grego, significando “papel de escrever, carta, lousa, tábula de escrever”, e evolutivamente, LIVRO, portanto PSICOLOGIA DO LIVRO. No modelo a Psicologia se subdivide em FIGURA DO LIVRO, OBJETIVOS DO LIVRO, ECONOMIA/PRODUÇÃO DO LIVRO, SOCIOLOGIA/ORGANIZAÇÃO DO LIVRO E ESPAÇOTEMPO ou GEO-HISTÓRIA DO LIVRO.

                            E, claro, os agentes que lidam com ele.

                            Há o Livro, que é o todo, a família ou grupo ou conjunto dos livros, e o livro particular.

                            E há também a Psicologia do Usuário, que é sempre humano, claro, portador de humanidade (das pessoas: humanização individual, humanização familiar, humanização grupal, humanização empresarial, e dos ambientes: humanização municipal/urbana, humanização estadual, humanização nacional, humanização mundial – a globalização em curso), a relação com o Livro e o livro sendo relação humana, com tudo que isso tem de certo e errado.

                            O objeto Livro-livro deve ser então investigado como meio, média, até multi-meios ou multimédia, o transferidor de conhecimento (ou de desconhecimento), como orientador e como desorientador.

                            A humanidade se divide em classes de trabalho (operários, intelectuais, financistas, militares e burocratas), do sexo (fêmeas, machos, pseudofêmeas e pseudomachos), do TER (ricos, médios-altos, pobres e miseráveis), do empenho socioeconômico (agropecuária/extrativismo, industrial, comércio, serviços e bancos) – como seria a relação de cada um com Livro-livro?

                            Deve e devem o Livro e os livros ser e serem classificados conforme o conhecimento alto (Magia, Teologia, Filosofia, Ciência) e o conhecimento baixo (Arte, Religião, Ideologia, Técnica) e Matemática. Na Ciência, Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6.

                            Enfim, como os biblitecônomos-sociólogos ou biblio-sócioeconômos produzirãorganizarão a Nova Biblioteca, no novo espaçotempo Geo-Histórico do futuro? Onde ela se localizará? Uma biblioteca-Internet não precisa de grande espaço físico.

                            Eu não sei, só sei que não será tarefa fácil, nem trivial como até agora. O próprio aparecimento da Internet e tudo que trouxe de novo já é antecipação de notícia desse novo tempespaço. Como enquadrar a Nova Psicologia humana, tão distinta da precedente? Não houve tempo em que os que lidam com o Livro-livro tenham sido chamados a uma percepção antecipada de sua (quase) frustrante tarefa geral, e também tão gratificante.

                            Erram os que pensam que a Biblioteca geral e a biblioteca particular morrerão nos tempos novos da Internet. Não morrerão, como a Rádio não morreu nos tempos da TV, nem o Cinema nos tempos do videocassete, etc. Reviverão em outros termos.

                            Sem dúvida alguma com imensas oportunidades novas de investimento e lucro. É fundamental realizar seminários, palestras, debates, mostras.

                            Vitória, sexta-feira, 14 de junho de 2002.