quarta-feira, 14 de dezembro de 2016


Internet em Horário Nobre

 

                            Tendo surgido como ARPANET militar-científica na década dos 1960 nos EUA, para proteger os serviços vitais da nação em caso de conflito termonuclear, a evolução dela veio dar no que é hoje a Internet, consolidada em 1989 no mundo e a partir de 1995 no Brasil.

                            Em apenas sete anos a Internet daqui “explodiu”, deu saltos tão grandes que não há quem não tenha ouvido falar dela.

                            Se foi assim em apenas sete anos, que será do futuro?

                            Imagine se poderíamos prever, apenas sete anos após o lançamento do primeiro veículo no século XIX, o que é hoje essa enormidade de carros circulantes?

Há gente que faz exercícios de futurologia, mas é completamente inútil. Alguém, fazendo tais projeções sobre as carruagens do século XIX poderia imaginar que elas seriam aprimoradíssimas ao logo das décadas, com cavalos e coches cada vez melhores, aos milhões e centenas de milhões rodando nas ruas, e algum comerciante mais afoito pensaria no feno necessário, nos estábulos, nos estacionamentos, e o resto da riqueza imaginária.

                            Vieram os automóveis e mudaram tudo.

                            Mesmo no Brasil, que é atrasado em relação a isso, já devem existir 25 a 30 milhões deles.

                            Para algo que promete ser tão importante, fundamental mesmo na vida das pessoas, o Brasil e o Espírito Santo fazem relativamente bem pouco. Há a Internet, a Internet 2 e a RNP (Rede Nacional de Pesquisas; mas não uma RCP, Rede Capixaba de Pesquisas, por exemplo).

                            Não há uma visualização direta e firme dos potenciais da Internet -- globais, brasileiros, estaduais e municipais/urbanos. Como sempre os governos são modernos, bons para os anos 1700, precisando ser contemporanizados, atualizados para o século XXI, com um salto sobre os 300 anos de atraso.

                            Eles não TOMAM A FRENTE, como diz o povo; estão sempre à retaguarda. É como se a locomotiva fosse puxada pelos vagões, e não o contrário, como deveria ser.

                            Em vez de termos tantas novelas, os governos bem que poderiam agendar com as emissoras um assim chamado HORÁRIO NOBRE DA INTERNET, para nobre missão, das 19 às 20 ou das 20 às 21 horas. Que fossem 30 minutos, de início, para ver a aceitação do público.

                            As matérias podem ser variadíssimas. Darei alguns títulos.

·        Hardware/máquinas

·        Software/programas

·        A situação presente do Brasil e do estado do ES

·        Os centros mais avançados

·        Imbricação da informática com a cibernética

·        Bibliografia

·        Excelência brasileira

·        Locais públicos de acesso nas cidades, etc.

Podem ser milhares de abordagens.

E do mesmo modo no restante da mídia (rádios, revistas, jornais, livros e a própria Internet), no geral mais avançado que a TV.

A Internet não se parece, por suas características, com nada que tenhamos visto antes, exceto as rodas. Ela é, por assim dizer, a RODA DO PENSAMENTO, catapultando-o a alturas nunca sonhadas. E, é lógico, deve ter um tratamento à altura.

                            Vitória, sexta-feira, 03 de maio de 2002.

Inteligência Muito Artificial

 

                            O autor americano Michio Kaku, em seu livro Visões do Futuro (como a ciência revolucionará o século XXI), Rio de Janeiro, Rocco, 2001 (é autor também de Hiperespaço, segundo a capa), diz na página 118: “Programar um robô para ter emoções é difícil, mas não impossível. Como isso pode ser feito? Cientistas podem atribuir ‘pesos’ ou números a certos comportamentos. Diante de um perigo, o robô poderia atribuir um número negativo à situação e, em conseqüência, evitá-la. Diante de uma alternativa agradável (por exemplo, amplas fontes de energia), o robô lhe atribuiria um número positivo e a buscaria. Assim, a resposta pode ser programada (como para seres humanos): músculos faciais se contraem para riso, pernas se movem para fuga, braços se flexionam para luta, sobrancelhas se erguem para surpresa ou baixam para raiva”, grifo, itálico e negrito meus.

                            Esses caras estão mais perdidos que cego em tiroteio, ou cachorro caído de mudança.

                            Porisso, no modelo, chamei o par polar de corpo/cérebro e mente/GAP (gerador-de-autoprogramas), ou seja, o corpomente humano é um programáquina. E é AUTOGERADOR de programas porque não depende de nada de fora. As crianças humanas, desde o útero, desde a mais tenra infância só são programadas de fora 50 %, PORQUE INTERESSA A ELAS. Elas se auto programam.

                            Se um ser humano fosse posto no vazio, num lugar totalmente sem informação e controle, sem conceitos e sem formas, ainda assim ele começaria a raciocinar NO VÁCUO.

                            Ora, a coisa não diz respeito à programação exógena, gerada fora, mas à programação endógena, gerada dentro – ISTO É QUE É, ESSENCIALMENTE, A VIDA. Prende-se a uma bifurcação, conseqüentemente a uma árvore de decisões binárias: sim ou não? Para a esquerda ou para a direita?

                            A vida toda espaçotemporal dos seres faz-se desse modo, em toda geo-história de toda psicologia, humana ou não. Devemos decidir. É essa decisão que não é programável de fora, pois depende da apresentação do inesperado, do diverso. E TODO INFINITÉSIMO INSTANTE A SEGUIR é inesperado, mesmo quando há repetição: neste caso teremos o segundo evento parecido com o primeiro, mas somado, e fazendo parte de um segundo instante de memória. É só quando se mostra igual que vemos que é igual (na verdade, semelhante), e não antes, pois antes por definição não existia. Se virmos o Sol surgir (numa idade como a minha umas 17,6 mil vezes – aí deveríamos descontar os sete anos de ausência relativa de memória externamente ligada) repetidamente e por indução supusermos que ele surgirá novamente, nem por isso a constatação de que efetivamente surgiu deixa de ser uma surpresa. A cada manhã devemos re-agir ao aparecimento novo do Sol.

                            Os autoprogramas devem decidir a cada infinitésimo instante.

                            Os programas não constituíram, não constituem, nem vão constituir nunca inteligência artificial.

                            São programas, ordens de funcionamento que saem de um GAP qualquer, um ser humano sempre, na Terra.

                            Para obtermos GAPA (GAP-artificial) devemos inventar ainda a computação paralela de que falei noutro texto. E aí não será mais programação, e sim autoprogramação artificial, verdadeira IA, inteligência artificial, como já temos MA, memória artificial, e da junção das duas teremos MICA, memória/inteligência/controle artificial.

                            As tais “expressões faciais” não são expressões faciais coisa alguma. São, no máximo, desenhos, animados por um GAP qualquer, no caso do cinema e suas máscaras agitadas de bichos apenas geometria variável, alteração de formas.

                            Só existirão expressões FACIAIS onde houver face ou rosto.

                            E rosto, humano, ou face, de animal, é sempre de um GAP, seja ele de qualquer reino (fungos, vegetal, animal ou humano – de reino um a quatro). Daí teríamos expressões faciais humanas e expressões faciais animais. Como fungos e plantas não têm faces não podem ter expressões faciais.

                            Segue-se que essas modificações de máscaras não passam de alterações de formas, porisso sendo programáveis verdadeiramente.

                            Mas um rosto humano ou face animal não são programáveis PORQUE as expressões faciais SÃO RE-AÇÕES, isto é, pertencem a uma árvore de decisões. Quando alterações de forma, digamos na máscara de gorila que ele cita, assustam as crianças, é porque elas e seu inconsciente coletivo auto programaram as formas como facilidade, como anúncio de perigo, tendo-as visto na parentela ou na vizinhança ou na TV ou nos colegas ou amigos, etc.

                            Como eu disse, eles estão perdidinhos da silva.

                            É espantoso, tão espertos e tão atrasados ao mesmo tempo.

                            Vitória, terça-feira, 14 de maio de 2002.

Inércia e Gravidade

 

                            Logo no início do modelo eu rejeitei a antigravidade da FC, porque sem explicação. Depois aceitei a antigravidade, pois o modelo diz que devem existir dois motores opostos/complementares, os pares polares. Era uma aceitação sem outro raciocínio de base, exceto que ela deveria existir, de qualquer modo.

                            O livro de R. Resnick e D. Halliday, Física 1, 4ª. Edição, Rio de Janeiro, LTC, 1983, diz na página 79: “O fato de os corpos permanecerem em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, na ausência de forças aplicadas, é freqüentemente descrito atribuindo à matéria uma propriedade denominada inércia”, grifo e negrito meus.

                            Observe que é descrito, não explicado.

                            No modelo devemos ter dois movimentos que se anulam em SOMA ZERO. O movimento retilíneo dever ser anulado pelo movimento curvilíneo, de modo que realmente a soma deles dê, na origem, zero, ou seja, eles estão E NÃO ESTÂO em movimento. Estão, porque os vemos em movimento, e não estão porque, reconduzidos ao princípio, se reduzem na singularidade a zero, ao nada.

                            Por exemplo, o Sol puxa a Terra através do campo gravitacional, e a empurra através do campo inercial, de modo que a Terra está e não está em queda permanente. Pela gravidade a Terra está sempre caindo no Sol e pela inércia ela nunca está caindo, de modo que na prática ela faz uma cirlulinha (círculo-linha, uma reta-curva) ou retacurva ou campartícula ou onda. E assim é para todos os corpos. Conseqüentemente, diz o modelo, se um meteorito cai no Sol, na Terra, em Júpiter ou em qualquer lugar, sua gravidade é transferida ao corpo sobre o qual caiu, bem como sua inércia. Elas são somadas, pois G = I, ∑ = G – I = 0.

                            A gravidade e a inércia são números conservados, tais como os demais números. Tal como a lei da conservação da energia devem existir leis de conservação da gravidade e da inércia, cuja soma inicial era zero.

                            Quer dizer, a gravidade e a inércia não são criadas nem destruídas, elas são transferidas. Parodiando Lavoisier, a gravidade e a inércia não são criadas, elas são transformadas.

                            Os livros de Física dizem que não há como distinguir gravidade e inércia. Por um motivo só, elas são uma e a mesma coisa.

                            Se a gravidade fosse subitamente anulada, a inércia (que é um motor independente) continuaria presente na Terra em órbita, e esta sairia disparada em linha reta pelo espaço, afastando-se para sempre do Sol e do sistema solar. Aonde iria a gravidade anulada? Ela se transferiria a outro corpo das imediações.

                            Daí que, para fazer subir uma nave subir antigravitacionalmente desde o solo, é preciso transferir sua gravidade para o ambiente, ou seja, tirá-la da partícula, da parte, e reposicioná-la no campo, no todo. Como que EXTRAIR gravidade do objeto. Porisso, para gerar “gravidade artificial” nas tempespaçonaves da FC, seria necessário extrair inércia de algum lugar, como a carga renovada da bateria do carro é retirada da energia do combustível. Com isso a nave ET (espaçotemporal, e não apenas espacial) reduziria sua marcha, desaceleraria, e alguma energia extra deveria ser gasta para re-acelerá-la.

                            Note que, de fato, só podem existir duas energias verdadeiras. No texto de 29 de abril, O Que Einstein Buscou e o Que Ele Achou, eu recoloquei as quatro forças, magnética, elétrica, fraca e forte, com a gravidade no centro, vá ler. É como uma pirâmide de base quadrada, com a gravidade no topo ou na base, bem para dentro.

                            Então, tal como eu havia raciocinado sem ter chegado às conclusões de agoraqui, só existem mesmo duas energias, que no final são uma e a mesma, a gravinercial, com campartículas ortogonais, como a eletromagnética, em que Maxwell reuniu a materenergia magnética com a materenergia elétrica, numa só materenergia eletromagnética.

                            Ou seja, a materenergia gravinercial da singularidade abriu-se nas origens no par gravitacional-inercial, e este na quádrupla dos campartículas/ondas: 1) campartícula/onda magnética, 2) campartícula/onda elétrica, 3) campartícula/onda fraca e 4) campartícula/onda forte.

                            Não existem outras energias.

                            Sendo assim, as energias que existem são a cinética ou inercial ou reta ou retilínea, e a potencial ou gravitacional ou curva ou circular. Nenhumas outras. Não há energia termelétrica, e sim potencial. Não há energia vital, nem quaisquer umas que não as duas, que eram uma só no princípio.

                            Por via de conseqüência, quando o livro citado diz: “Em termos do momento de inércia, pode-se expressar a energia cinética do corpo rígido em rotação como K = ½ I.w2. Este resultado é análogo à expressão para a energia cinética de translação de um corpo, K = ½ M.v2”, grifo, negrito e letras distintas minhas.

                            Na verdade, a “energia cinética de translação” é, mais economicamente, apenas energia linear ou inercial, e a energia cinética de rotação é somente a energia não-linear, ou gravitacional ou de queda ou potencial.

                            Como vimos, não é análogo, é igual. São uma e a mesma coisa.

                            O momento (movimento) inercial é o mesmo momento (movimento) gravitacional.

                            Como resultado, podemos falar em dissociação ou rompimento ou quebra ou anulação magnética, elétrica, fraca, forte e gravinercial pelo centro. Haveria então uma fórmula equivalente a E = m.c2 mais para baixo, no reino gravinercial, próximo ou coincidente com as dimensões de Planck, aquilo que Stephen “Rei das Águias” Hawking chamou de “propriedade espacial” (espaçotemporal). E a fórmula vale para qualquer uma das quatro materenergias ou campartículas, com as devidas modificações. Segue-se que é a materenergia gravinercial que modela ou define o espaçotempo e as dimensões todas deste universo Uo.

                            Vitória, terça-feira, 21 de maio de 2002.

Há Perigo de Argentinização do Brasil?

 

                            Quando eu estava trabalhando em Pequiá, divisa com Minas Gerais, surgiu o papo da Argentina. Tenho falado do modelo para alguns colegas, e dos ciclos, da sua presumida capacidade de previsão. Falei de quando, em 1994, escrevi um artigo para o jornal circular da SEFA dizendo que o Brasil, lançada a URV (unidade Real de Valor) que conduzia ao Real, passaria pelos mesmos problemas que a Argentina, que tinha embarcado antes. Descrevi alhures que quando a Argentina afundasse, ela se escoraria no Brasil, e perguntei em quem nosso país se ampararia.

                            Disse ainda, naquele ano, logo em abril, que a inflação tinha acabado nos próximos 60 anos, o que espantou muito as pessoas.

                            Então, se agora a Argentina está afundando, o Brasil seguirá seus passos? Creio que não. Naquela ocasião afirmei que FHC teria sete anos para evitar o desastre que o governo mesmo havia plantado. Não porque havia dado fim à inflação e aos juros tremendos da época, pelo contrário, porque não o havia feito antes. Mesmo assim os juros reais brasileiros são um dos maiores do mundo, tolerados pelo governo como forma de superacumulação das elites não-produtivas de fundo cultural português.

                            No papo de agosto ou setembro/2001 em Pequiá afirmei que a Argentina caminharia para a guerra civil. Logo em seguida estimei que a relação peso/dólar iria a 4/1 (chegou até agora a 3,2/1), porque o desestancamento levaria a isso. De fato, no Brasil a relação real/dólar chegou a 2,8/1, baixando agora a 2,3/1, inflação de 130 %. Lembre-se que a Argentina começou uns três ou mais anos antes, o que levaria a uma inflação maior no período de 10 ou 12 anos, decorridos desde o início do plano deles. Em vista disso, grosso modo, poderíamos pensar em 4/1.

                            Como quando houve a súbita desvalorização do real, de 30 % ou mais. Era fácil prever que ele iria a 1,7/1, pois o preço dos produtos e serviços todos apontavam isso. E, depois, para mais que dois por um. O preço das passagens dos ônibus municipais em Vitória passou de 0,30 em 1994 para 0,45 (50 % de reajuste no ano seguinte), depois 0,50, a seguir 0,75 e é agora de 1,00, devendo haver outra greve forjada dos “trabalhadores” (motoristas e trocadores induzidos pelos donos das empresas) em junho/2002, como sempre aconteceu, nestes oito anos. Segue-se que a inflação das passagens foi de 1,00/0,30 = 233 % (o dólar deveria estar a 3,33 reais. Estando a 2,30 reais, isso mostra a força do Real como moeda e produçãorganização).

                            Se tudo isso pode ser pensado, o Brasil seguirá os passos da Argentina, como eu havia previsto?

                            A resposta é que NÃO.

                            Porque a turma de FHC fez direitinho o dever de casa.

                            Não deu independência ao Banco Central, como não tinha mesmo que fazer; não estancou a relação das moedas, o que seria um absurdo; liberou os preços; fez obras “enterradas” fundamentais, para o futuro, e outras evidentes no Brasil em Ação. Ademais o Brasil é muito maior que a Argentina e, PRINCIPALMENTE, não é homogêneo em palavras e ações. Há enormes cidades aqui em 26 estados e o DF, num número incomparavelmente maior que por lá.

                            Há independência de procedimentos, de invenção, de renovação. Há uma liberdade de cruzamentos em todos os sentidos com a qual os argentinos nem sonham.

                            Por via de conseqüência o Brasil está a salvo. Não haverá aqui argentinização, e o país passará ao largo não só desta mas de muitas crises mais, como passou com a do México em 1987, a do Oriente em 1997, a da Rússia em 1998, e assim por diante. Só um colapso total do mundo ameaçaria verdadeiramente o Brasil, e assim mesmo por curtíssimo prazo, dependendo somente da ligeireza da abertura interna. Não é mais como em 1929, quando a nação foi pega de surpresa numa monocultura subserviente do café.

                            Vitória, domingo, 12 de maio de 2002.

Gêmeos Idênticos

 

                            O modelo diz que cada afirmação é e não é verdadeira, ao mesmo tempo. Existem gêmeos idênticos? Sim, e não. A questão é: onde?

                            Por exemplo, são idênticos na medida em que ambos foram construídos com a mesma carga genética, que é biológica, relativa à Vida geral e à vida humana, em especial. Não são pelo fato de no plano psicológico não poderem ser.

                            Então, vamos investigar mais a fundo a questão.

                            Coloquei as naturezas como sendo seis, de N.0 a N.5, representando os planos Físico/Químico, Biológico/p.2, Psicológico/p.3, Informacional/p.4, Cosmológico/p.5 e Dialógico/p.6.

                            No plano Físico/Químico, para serem idênticos, deveriam sê-lo para todos os campartículas fundamentais e as subpartículas da Física, bem como os átomos e moléculas da Química.

                            No plano Biológico/p.2, para todos os replicadores (são vários, e não apenas o ADRN), as células, os órgãos e corpomente.

                            No plano Psicológico/p.2, para todas as pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo). É evidente que dois gêmeos vivem no mesmo mundo, não há outro, mas podem estar em nações diferentes, sem falar em estados e municípios/cidades – os ambientes diferem. Embora geralmente fiquem na mesma família, um pode ser adotado, ou ambos, por famílias diversas. E durante a vida podem pertencer a grupos e empresas várias.

                            Então, definitivamente não pode haver identidade absoluta, ponto a ponto, em nenhum dos planos.

                            De que identidade estão as pessoas falando?

                            De uma identidade relativa, conceitual, que não leva em conta precisamente as formas, só as estruturas de pensamento.

                            Relativa à semelhança biológica.

                            Os gêmeos biológicos podem ser uni ovulados, de um óvulo, ou univitelinos, de um saco vitelino apenas, ditos “gêmeos idênticos”; ou biovulados, de dois óvulos, ou bi vitelinos, ou “gêmeos germanos”, ou apenas gêmeos.

                            É uma identidade frouxa, esta. SE nós dizemos que a letra está contida no alfabeto, excetuadas as de A até Z, criamos uma contradição. É como perguntar se Deus pode fazer algo que Ele não pode desfazer.

Creio que foi a Santo Agostinho que perguntaram o que Deus estava fazendo antes de criar o mundo, e ele teria respondido que criando o inferno para pessoas que fazem perguntas como essa. Na realidade ele procurou escapulir (o que não é muito elegante, nem favorece o desenvolvimento racional humano, ao passo que enclausura o sentimento da humanidade), enquanto nós devemos enfrentar as dificuldades.

                            Uma definição ruim gera para/doxos (do grego, para, oposição, e doxa, razão – que se opõe à razão). Se isto é péssimo, de um lado, do outro é ótimo, caso as pessoas tenham cuidado de prosseguir a busca da solução, pois a soma é zero. Zenon colocou paradoxos que seu tempo não pôde resolver, o que acabou matando a pesquisa & desenvolvimento gregos – mas poderia perfeitamente tê-las disparado.

                            Se colocamos que é IDÊNTICO, total ou perfeitamente igual, e não semelhante, fica consignado que há um paralelismo integral, que, como vimos, não pode existir.

                            Eles são superficialmente iguais.

                            Se insistimos que são idênticos, descuidamos de olhar o ambiente, de que a pessoa é o outro lado, na soma zero 50/50. O papel do ambiente desaparece de cena. Ninguém atenta para o fato de que os ambientes físicos/químicos, biológicos/p.2 e psicológicos/p.3 acabam por promover diferenciação a partir do primeiro segundo de nascimento, ou mesmo antes.

                            Deixaremos de pensar.

                            É isso que uma definição ruim traz de comprometedor à razão.

                            Ela a obstrui, entrava, atravanca, oblitera, fecha, extingue.

                            O resultado pode ser extremamente daninho para a coletividade, a sociedade/civilização/cultura, todo o povelite/nação.

                            É PORISSO que as definições devem ser vigiadas.
                            Vitória, quinta-feira, 23 de maio de 2002.

Fazenda ES

 

                            No modelo falei das “terras preciosas”.

                            As pessoas (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e ambientes (municípios/cidades, estados, nações e mundo) não estão avaliando com bastante profundidade a questão da terra/solo.

                            Primeiro índice: a população vai passar dos atuais seis para 12 bilhões em 2050, daí um fator de dois.

                            Segundo índice: a desertificação está aumentando – significando menos terras úteis para qualquer coisa, inclusive moradia e visitação. Aqui devem ser incluídas também a salinização dos solos, a tomada de terra pelas hidrelétricas, e o que mais houver.

                            Terceiro índice: a população rural passou no Brasil, em 40 anos, de 70 a 30 % no campo, e está sendo reduzida drasticamente. 70/30 = 2,33. Quando chegarmos a 4 %, como nos EUA e outros lugares, teremos 100/4 = 25. Só um em cada VINTE E CINCO indivíduos terá acesso direto ao campo. Esse esvaziamento do campo, ou êxodo rural, julgado positivo em algum instante, gerará uma tremenda nostalgia, uma saudade formidável, uma dor intensa, uma melancolia incontrolável nas criaturas, o que valorizará as terras do interior de uma forma que sequer podemos sonhar.

                            Quarto índice: os oceanos ocupam 70 % da superfície da Terra (total de 510 milhões de km2). Do 1/3 restante (160 milhões de km2 de terras emersas) sobram menos de 90 milhões de km2 (fiz as contas, retirando desertos, gelos, águas internas, etc.), devendo pelo menos 1/3 ou 30 milhões de km2 serem mantidos como reservas naturais. Restam 60 milhões de km2 para efetiva ocupação humana. Daí, 160/60 = 2,7.

                            Colocando esses índices em seqüência, teremos: 2 (duplicação da população) x desertificação (não avaliável – avança dois mil km2 POR ANO) x 12,5 (imaginando que metade das nações perseguirá o modelo americano) x 2,7 = 68 (sem contar a desertificação).

                            Veja, tudo isso é exponencial.          

                            Porque no primeiro índice as moradias humanas devem incluir as fábricas, a agropecuária/extrativismo, o comércio, os serviços, os bancos e a presença governamental, todos ávidos de construírem prédios e edifícios variados.

                            Qual o índice de EXPONENCIALIZAÇÃO?    

                            Não sei, mas se imaginarmos que é o menor deles, dois, teríamos 4,6 mil para um. As terras vão valorizar tremendamente. É muita coisa, mesmo. É algo até de apavorante o que as pessoas darão para ter um pedacinho insignificante de terra. Sem dúvida os elementos da Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo e fogo/energia, mais a vida no centro e no centro do centro a vida-racional) constituem os melhores investimentos do século XXI, sem falar em lixo e transportes, que estão um pouco abaixo.

                            Neste sentido, como já disse a meus filhos (Clara e Gabriel), o que haveria de melhor seria comprar QUALQUER TERRA disponível ou ofertada no mercado capixaba, ou em qualquer lugar, por exemplo, os estados pequenos, muito populosos e ricos, como o Rio de Janeiro ou São Paulo. Comprar sítios, fazendas, roças, propriedades – seja que nomes recebam. QUALQUER PEDACINHO JÁ FAZ SENTIDO.

                            A terra/solo se tornará um objeto de desejo intenso, neste e nos futuros séculos, à medida do crescimento populacional.

                            Mas, em vista da própria pressão e demanda por terras, concentrá-las em megapropriedades, em latifúndios, seria besteira, por conta da justíssima reinvindicação do MST, Movimento dos Sem-Terra. É preferível comprar pedaços separados e NÃO JUNTÁ-LOS, de modo algum. É fundamental deixá-los separados, mesmo se contíguos, se colados uns aos outros, com as diferentes denominações originais. Frações de solo se tornarão TÃO CARAS que serão disputadas, mormente se tiverem rios, montanhas, restos de florestas, o que for de diferente e notável.

                            Vitória, sexta-feira, 03 de maio de 2002.

Escola Capixaba de Investimentos

 

                            Tendo sido nacionalmente preterido até 1975, como já falei e escrevi tantas vezes, o estado do Espírito Santo só tem mesmo 27 anos de desenvolvimento, o que nos trouxe muitas coisas boas, como já denotei.

                            Sendo pequeno, com 45.597 km2, o terceiro menor estado, à frente somente de Alagoas e Rio de Janeiro, fora o Distrito Federal, e com apenas, no máximo, 2,5 % da renda nacional (1/40 do Brasil, que é 1/40 do mundo = 1/1.600 do mundo), o ES deve usar de todos os artifícios legítimos para prosperar, em seu próprio nome e em nome dos outros brasileiros (e dos estrangeiros) que podem aqui encontrar amparo e boa recepção.

                            Como disse alguém, cuide dos centavos que os dólares cuidam de si mesmos. Ou seja, se você tratar das miudezas elas crescerão a ponto de se tornarem muito respeitáveis.

                            Veja que as pessoas nascem desconhecendo quase tudo (exceto por suas heranças genéticas), sendo esse o ZERO DE FORMAÇÃO PSICOLÓGICA (zero de auto-reconhecimento como figura humana, zero de objetivos, zero de produção/economia, zero de organização/sociologia, zero de espaço e zero de tempo, ou seja, de espaçotempo ou tempespaço, de tempolugar, de pontinstante, de Geo-História – exceto se já vem com herança familiar, grupal, empresarial).

                            Os capixabas fomos particularmente prejudicados pela decisão dos governos centrais colonial, imperial e republicano, e agora devemos reunir-nos como pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e como ambientes (municípios, cidades, remorsos dos estados e do país, e mundo). Não que não tenhamos nossas rixas, é que elas devem ser abrandadas, reduzidas, minoradas.

                            Sendo desse modo, os conjuntos podem reunir-se para prosperar juntos, de uma forma que o Brasil não conhece, ainda.

                            Reuniões de indivíduos, círculos de famílias, aglomerações de grupos, agregações de empresas, associações de municípios/cidades, cooptações de governos (pelos três poderes) e empresas de outros estados, verdadeira e insistente “pedição” aos três poderes federais e por fim solicitações planetárias, em particular ao G-8.

                            Não podemos perder nem um prego enferrujado.

                            As pessoas fizeram uma lista de “indicações de pobreza ou miséria”, por exemplo colocar Bombril em antena de TV ou colherinha no bico de garrafa de refrigerante para impedir o gás de sair. Esses gozadores baratos não vêem que isso é inventividade, em primeiro lugar, e em segundo é resistência diante da falta de recursos e riquezas, constituindo positivíssimo valor de sobrevivência na luta pela aptidão psicológica.

                            Como é que os pobres e miseráveis fazem para sobreviver diante dos recursos e riquezas disparadamente maiores dos ricos e classe média alta? Certamente é tirando dos recursos e riquezas disponíveis, insignificantes diante dos outros, TUDO QUE PODEM OFERECER, sugando até a última gota, espremendo até o bagaço.

                            Isso deveria render centenas de teses de mestrado e doutorado, mas a Academia é idiota, só sabe zombar, com base numa suposta e não provada “superioridade” estamental. Quando você olha nas fotografias e pinturas antigas as roupas que sobreviveram foram as mais simples, as dos pobres e miseráveis, e não as dos ricos e médios-altos. Os despossuídos de agoraqui serão os superiores de amanhã, enquanto os terra-tenentes decairão até desaparecerem do retrato do futuro.

                            Nós, como estado antigamente pobre, seremos ricos nalgum ponto do futuro. Contudo, essa riqueza é CONSTRUTIVA, ela não aparece por si mesma, sem perseguição – ela não vem bater à nossa porta, escancarando suas possibilidades diante da inércia.

                            Precisamos juntar nossos esforços, focá-los como num laser. E isso significa transferir às pessoas e aos ambientes o conhecimento mais alto, por exemplo, o dos investimentos, todos eles, de empresas a construir a aplicações financeiras, publicando todo tipo de mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet de investimentos).

                            Vitória, domingo, 12 de maio de 2002.