segunda-feira, 14 de novembro de 2016


Exame de Admissão

 

Toda vez que vamos passar de faixa de aprendizado e de complexidade da visão fazemos exames de admissão, um deles o vestibular, mormente no Brasil onde as coisas sempre foram desorganizadas (o que fala de afastamento humano, de estranheza, de desconsideração do próximo, justamente sobre o que Jesus preveniu).

A cada segundo, a cada dia, a cada ano são realizados exames.

ADMISSÃO ÀS PESSOAS E AOS AMBIENTES (muitas vezes somos reprovados e rejeitados, por exemplo, no contato com membros da família, com os que vamos conhecendo, com colegas e chefes no trabalho, em tudo mesmo)

EXAMES PESSOAIS
Exames individuais (a aceitação ou rejeição nas conversas).
Exames familiares (pai e mãe e irmãos estão sempre mirando a gente em busca de defeitos biológicos-p.2 e psicológicos-p.3).
Exames grupais (existem os de gangue).
Exames empresariais (na entrada, por exemplo, testes psicotécnicos).
EXAMES AMBIENTAIS
Exames urbano-municipais (o habite-se é exame de adequação da proposta de residência pelo Corpo de Bombeiros).
Exames estaduais (as investigações fiscais dos tributos são exames de contas quanto à ânsia de sonegação, quer dizer, ficar com o dinheiro alheio que as empresas prometeram entregar ao Estado).
Exames nacionais (turistas passam por isso).
Exames mundiais (as guerras mundiais foram desses).

OS EXAMES SÃO MUITOS, MAS ALGUNS SÃO MAIS TERRÍVEIS QUE OUTROS (tirado de O EU e a Agonia no Terrário e modificado)

ÚTERO
IMPRESSÃO
ADOLESCÊNCIA
IDENTIDADE
Espermatóvulo até nascimento.
Nascimento até 7.
8 a 17.
16 a 30.
9 meses.
7 anos.
10 anos.
15 anos.
Crescimento biológico-p.2.
Aceleradíssimo crescimento psicológico-p.3.
Acelerado crescimento psicológico-p.3.
Fase de têmpera.
Fase de aquisição.
Fase de manifestação.
Fase de inserção.
EXAME DE TÊMPERA (nascimento: não só do bebê, a mãe nasce também).
EXAME DE AQUISIÇÃO (adequação).
EXAME DE MANIFESTAÇÃO (integração).
EXAME DE INSERÇÃO
(encaixe nos acordos pretéritos de produçãorganização).

DEPOIS, CONTINUA (idem; a psicologia é constante teste de resistência do agente: os miseráveis, que dependem de ajuda dos outros, bem como as raças cotistas, são declarações de incompetência na lutamorosa pela vida)

JUVENTUDE
MATURIDADE
VELHICE
MORTE
Até 30.
31 a 60.
61 a 90.
91 a 120.

A REJEIÇÃO ESTÁ SEMPRE BATENDO À PORTA (é inacreditável como os seres todos, humanos ou não, resistem às pressões: quem vive recebeu um atestado de CONCLUSÃO DO DIA ou do segundo, se você preferir: por dia, na Terra toda, 170 mil são rejeitados, morrem)

TIRADO DE VIDA DE MÃO ÚNICA
 
 
 
 
MICROPIRÂMIDE
Cê-bóla (campartícula fundamental)
 
Subcampartículas
 
Átomos
 
Moléculas
 
ADRN
 
Células
 
Órgãos
 
Corpomentes ou indivíduos
1.       Fungos
2.      Plantas
3.      Animais (a matéria só aprende a suspirar aqui)
4.     Primatas
 
 
 
 
MESOPIRÂMIDE
Famílias
 
Grupos
 
Empresas
 
Cidades-municípios
 
Estados
 
Nações
 
Mundos ou Planetas
 
 
 
 
MACROPIRÂMIDE
 
Sistemas estelares
 
Constelações
 
Galáxias
 
Aglomerados
 
Superaglomerados
 
Universos (1022 estrelas)
 
Multiverso
 


Quem está agoraqui neste tempolugar ou pontinstante no HS Horizonte de Simultaneidades ou HP Horizonte de Planck é um vitorioso, mesmo se dentro do sistema ABCDE de riquezas/pobrezas estiver em E como derrotado do TER.

Dormir e não morrer, acordar indica vitória sobre a morte. Viver o dia também: não ser atropelado, não ser assaltado e morto no Brasil de Dilmanta, vixe!, isso é inqualificável, merecedor de aclamação. De bilhões de modos o ser humano, cada um dos 7,2 bilhões de vivos, cada um dos 100 bilhões que já viveram deve ser festejado.

Você vai passar para o segundo seguinte?

Serra, segunda-feira, 24 de agosto de 2015.

GAVA.

Um Só Já Arrebenta Você

 

De tanto olhar a Curva do Sino ou Distribuição Normal ou Curva de Gauss (muitos trabalharam nela antes dele) pude pensar, entre outras coisas, essas duas:

1.       Embora a CS seja a acomodação final dos “grandes números” (não-finitos números), na prática a realidade - qualquer que seja - “chama os prováveis” enquanto possíveis desenhos do todo-possível de universos;

2.      De todos os não-finitos manifestáveis, sempre há chance de um acontecer (pode haver um só elemento, contudo a probabilidade de acontecer existe infinitesimalmente dentro dele), por exemplo, de 50 mil pessoas à sua volta, se você confiar completamente, UM poderá traí-lo. Mesmo isso diminuindo muito a oportunidade, ela está lá. Então, fie-se em contratos assinados com firmas reconhecidas PORQUE o contrato é defesa contra essa possibilidade única e não contra todos – se você for traído por um só que seja os dados podem vazar, se não houver contrato de confidencialidade – pressa de fazer leva ao aumento da chance de traição, qualquer descuido encaminhará àquele único furo no balão.

Em resumo, não é que você não deva confiar nos outros, pois deve, já que essa confiança o levará a ser completamente aberto e a que tudo fique azeitado e corra bem. O contrato e a proteção operam não contra todos e contra um, porque na verdade você está se defendendo contra a possibilidade: se o goleiro deixar passar uma bola só, aquela poderá ser a que fará o time perder. O bom goleiro não é o que defende a maioria das bolas, é o que defende TODAS as bolas.

Não deixe passar, faça contratos.

Eles não operam contra os amigos nem contra os inimigos, operam contra o erro e o fracasso, atuam contra aquele um só que, se acontecesse, arrebentaria com você.

Serra, domingo, 23 de agosto de 2015.

GAVA.

O EU e a Agonia no Terrário

 

Em maiúsculas o EU aí não indica você ou eu e sim o Eu geral, o eu-mesmo de todos e cada um dos humanos racionais psicológicos de todos os tempos, desde quando surgiram os CROM cro-magnons e o primeiro par fundamental homulher.

NO QUE D’EU O CRESCIMENTO (reparei que há fases MUITO MAIS interessantes que a idade adulta, velhice e morte)

1)      QUATRO IDADES (contando em gerações de 30 anos; naturalmente a morte pode acontecer a qualquer tempo, até no nascimento)

JUVENTUDE
MATURIDADE
VELHICE
MORTE
Até 30.
31 a 60.
61 a 90.
91 a 120.

2)     JUVENTUDE (o que fases?)

ÚTERO
FAIXA DE IMPRESSÃO
ADOLESCÊNCIA
IDENTIDADE
Espermatóvulo até nascimento.
Nascimento até 7.
8 a 17.
16 a 30.
9 meses.
7 anos.
10 anos.
15 anos.
Crescimento biológico-p.2.
Aceleradíssimo crescimento psicológico-p.3.
Acelerado crescimento psicológico-p.3.
Fase de têmpera.
Fase de aquisição.
Fase de manifestação.
Fase de inserção.

O espematóvulo é o terceiro, união do primeiro, espermatozoide, com o segundo, óvulo.

Na Fase de Aquisição ou Faixa de Impressão, sobre a base b-p.2/p-p.3 o indivíduo deve adquirir toda civilização humana enquanto fala, jeito de agir, probabilidades corpomentais, alimentação biológica-psicológica – ela é, DE LONGE, a fase mais interessante da humanidade, porque, como diz o povo brasileiro, “chega o caboclo” e tem de assimilar e ser assimilado por um meio que, não fosse o treinamento da caverna (veja MCES Modelo da Caverna para a Expansão dos Sapiens e As Defesas do Bebê Mais Apto), seria extremamente hostil. É verdade que bebês são protegidos pelas mães em todas as espécies, mas muitos mais são devorados fora da humanidade – foi longo treinamento e os bebês humanos tiveram de ficar gordinhos-fofinhos de olhos grandes, aprender a rir das bobeiras dos pais e falar muito cedo para não serem largados para trás nas constantes movimentações.

Pense num migrante que vai para outro país: ele demora anos, até décadas para aprender a circular, a falar, a comprar-vender, a se enturmar, até porque tem vícios, rigidezes, enquanto as crianças fazem isso em um ou dois anos. Infelizmente isso não foi estudado nem por Piaget enquanto FASE DE ESTRANHEZA, que não há. Por que não há? É autêntico assombro.

Na Fase de Manifestação ou Adolescência, as crianças vão entrar no mundo competitivo, contudo não receberam qualquer lição sobre ele. Subitamente cessam os afagos maternos-paternos e elas dão de cara com as rejeições, os “chega para lá” dos demais competidores. Não há folga, há embates, eles estão em treinamento para serem pequenos guerreiros produtores ou úteis organizadoras. Ninguém quer saber. Ao final da fase eles terão de pensar em encontrar um “lugar ao sol”, quer dizer, ter luz de crescimento própria, não a cedida, não a gratuita: como se tornarão produtores-organizadoras aceitos? Como já disse, o salto masculino é enormemente maior que o feminino, daí os ritos de passagem, os testes de resistência para separar os chorões, as merdinhas que só atrapalham.

Adiante o ser humano vai se tornando menos e menos interessante até a velhice e a morte. POUCOS se conservam como crianças, como pediu Jesus. A maior parte encolhe e só os gênios-criadores conseguem resistir à extrema pressão por conformidade ao coletivo de produçãorganização.

E o EU não estudado (como estrangeiro-alienígena que vem tomar o que é dos outros) vai afunilando no terrário, a Terra de água-solo-ar-energia onde é um bichinho de estimação passando pela luta-labuta (bruta-labruta) diária, os grandes choques e embates que temos de atravessar sem qualquer amparo.

A psicologia (e não a vida) de cada um é uma agonia persistente pontilhada de alegrias, que são tanto mais festejadas quanto mais ausentes.

Permanente agonia dentro do terrário redondo que é o planeta.

Os adultos respondem a ela com alguma altivez, mas as crianças e os adolescentes são incomparavelmente melhores nisso. Alguns, que são capazes de permanecer vivazes como as crianças, sofrem menos (e os demais tem inveja e ódio destes): você sabe quais são porque eles riem, gargalham. Esses são os fortes. Os sérios estão perdendo a batalha.

Serra, segunda-feira, 24 de agosto de 2015.

GAVA.

Cumbuquim

 

A PRÁTICA DO DIMINEIRIM SÓ INMINAS (do dicionário de mineirês ou mineirim só em Minas Gerais, só sendo nativo) – eu, propriamente, sou praticante do capixabês.

Letras.etc.br
O sotaque das mineiras deveria ser ilegal, imoral ou engordar. Porque, se tudo que é bom tem um desses horríveis efeitos colaterais, como é que o falar, sensual e lindo (das mineiras) ficou de fora? Porque, Deus, que sotaque! Mineira devia nascer com tarja preta avisando: ouvi-la faz mal à saúde. Se uma mineira, falando mansinho, me pedir para assinar um contrato doando tudo que tenho, sou capaz de perguntar: só isso? Assino achando que ela me faz um favor. Eu sou suspeitíssimo.
Confesso: esse sotaque me desarma. Certa vez quase propus casamento a uma menina que me ligou por engano, só pelo sotaque. Os mineiros têm um ódio mortal das palavras completas. Preferem, sabe-se lá por que, abandoná-las no meio do caminho (não dizem: pode parar, dizem: "pó parar"). Não dizem: onde eu estou?, dizem: "ôncôtô.
Os não-mineiros, gnorantes nas coisas de Minas, supõem, precipitada e levianamente, que os mineiros vivem - linguisticamente falando - apenas de uais, trens e sôs. Digo-lhes que não. Mineiro não fala que o sujeito é competente em tal ou qual atividade. Fala que ele é bom de serviço. Pouco importa que seja um juiz, um jogador de futebol ou um ator de filme pornô. Se der no couro - metaforicamente falando, claro - ele é bom de serviço. Faz sentido... Mineiras não usam o famosíssimo tudo bem. Sempre que duas mineiras se encontram, uma delas há de perguntar pra outra: "cê tá boa? " Para mim, isso é pleonasmo. Perguntar para uma mineira se ela tá boa é desnecessário.
Há outras. Vamos supor que você esteja tendo um caso com uma mulher casada. Um amigo seu, se for mineiro, vai chegar e dizer: - Mexe com isso não, sô (leia-se: sai dessa, é fria, etc.). O verbo "mexer", para os mineiros, tem os mais amplos significados. Quer dizer, por exemplo, trabalhar. Se lhe perguntarem com o que você mexe, não fique ofendido. Querem saber o seu ofício. Os mineiros também não gostam do verbo conseguir. Aqui ninguém consegue nada. Você não dá conta. Sôcê (se você) acha que não vai chegar a tempo, você liga e diz: - Aqui, não vou dar conta de chegar na hora, não, sô. Esse "aqui" é outro que só tem aqui. É antecedente obrigatório, sob pena de punição pública, de qualquer frase. É mais usada, no entanto, quando você quer falar e não estão lhe dando muita atenção: é uma forma de dizer, olá, me escutem, por favor. É a última instância antes de jogar um pão de queijo na cabeça do interlocutor. Mineiras não dizem apaixonado por". Dizem, sabe-se lá por que, "apaixonado com". Soa engraçado aos ouvidos forasteiros. Ouve-se a toda hora: "Ah, eu apaixonei com ele...". Ou: "sou doida com ele" (ele, no caso, pode ser você, um carro, um cachorro). Elas vivem apaixonadas com alguma coisa.
Que os mineiros não acabam as palavras, todo mundo sabe. É um tal de bonitim, fechadim, e por aí vai. Já me acostumei a ouvir: "E aí, vão?". Traduzo: "E aí, vamos?". Não caia na besteira de esperar um "vamos" completo de uma mineira. Não ouvirá nunca. Eu preciso avisar à língua portuguesa que gosto muito dela, mas prefiro, com todo respeito, a mineira. Nada pessoal. Aqui certas regras não entram. São barradas pelas montanhas. Por exemplo: em Minas, se você quiser falar que precisa ir a um lugar, vai dizer: - Eu preciso de ir. Onde os mineiros arrumaram esse "de", aí no meio, é uma boa pergunta. Só não me perguntem. Mas que ele existe, existe. Asseguro que sim, com escritura lavrada em cartório. Deixa eu repetir, porque é importante. Aqui em Minas ninguém precisa ir a lugar nenhum. Entendam... Você não precisa ir, você "precisa de ir". Você não precisa viajar, você "precisa de viajar". Se você chamar sua filha para acompanhá-la ao supermercado, ela reclamará: Ah, mãe, eu preciso de ir? No supermercado, o mineiro não faz muitas compras, ele compra um tanto de coisa. O supermercado não estará lotado, ele terá um tanto de gente. Se a fila do caixa não anda, é porque está agarrando lá na frente. Entendeu? Agarrar é agarrar, ora!
Se, saindo do supermercado, a mineirinha vir um mendigo e ficar com pena, suspirará: - Ai, gente, que dó. É provável que a essa altura o leitor já esteja apaixonado pelas mineiras. Não vem caçar confusão pro meu lado. Porque, devo dizer, mineiro não arruma briga, mineiro "caça confusão". Se você quiser dizer que tal sujeito é arruaceiro, é melhor falar, para se fazer entendido, que ele vive caçando confusão". Para uma mineira falar do meu desempenho sexual, ou dizer que algo é muitíssimo bom vai dizer: "Ô, é sem noção". Entendeu, leitora? É sem noção! Você não tem, leitora, ideia do tanto de bom que é. Só não esqueça, por favor, o "Ô" no começo, porque sem ele não dá para dar noção do tanto que algo é sem noção, entendeu? Capaz... Se você propõe algo ela diz: Capaz!!! Vocês já ouviram esse "capaz"? É lindo. Quer dizer o quê? Sei lá, quer dizer "cê acha que eu faço isso"!? Com algumas toneladas de ironia.. Se você ameaçar casar com a Gisele Bündchen, ela dirá: "ô dó docê". Entendeu? Não? Deixa para lá. É parecido com o "nem...". Já ouviu o "nem..."? Completo ele fica:- Ah, nem... O que significa? Significa, amigo leitor, que a mineira que o pronunciou não fará o que você propôs de jeito nenhum. Mas de jeito nenhum. Você diz: "Meu amor, cê anima de comer um tropeiro no Mineirão?". Resposta: "nem..." Ainda não entendeu? Uai, nem é nem. Leitor, você é meio burrinho ou é impressão? A propósito, um mineiro não pergunta: "você não vai?". A pergunta, mineiramente falando, seria: "cê não anima de ir"? Tão simples. O resto do Brasil complica tudo. É, ué, cês dão umas volta pra falar os trem... Falando em "ei...". As mineiras falam assim, usando, curiosamente, o "ei" no lugar do "oi".
Você liga, e elas atendem lindamente: "eiiii!!!", com muitos pontos de exclamação, a depender da saudade... Tem tantos outros... O plural, então, é um problema. Um lindo problema, mas um problema. Sou, não nego, suspeito. Minha inclinação é para perdoar, com louvor, os deslizes vocabulares das mineiras. Aliás, deslizes nada. Só porque aqui a língua é outra, não quer dizer que a oficial esteja com a razão. Se você, em conversa, falar: Ah, fui lá comprar umas coisas...- Que' s coisa? - ela retrucará. O plural dá um pulo. Sai das coisas e vai para o que. Ouvi de uma menina culta um "pelas metade", no lugar de "pela metade". E se você acusar injustamente uma mineira, ela, chorosa, confidenciará: -Ele pôs a culpa "ni mim". A conjugação dos verbos tem lá seus istérios, em Minas ... Ontem, uma senhora docemente me consolou: "preocupa não, bobo!". E meus ouvidos, já acostumados às ingênuas conjugações mineiras, nem se espantam. Talvez se espantassem se ouvissem um: "não se preocupe", ou algo assim.
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antionti - antes de ontem
badacama - debaixo da cama
belzonte - belo horizonte
cabedipassaismánazunha - acabei de passar esmalte nas unhas
cadim - bocadinho, um pouquinho
cadiquê - o mez qui causdiquê
casopô - caixa de isopor
causdiquê - o mez qui pucausque
cetábão - você está bom? O mesmo que "você está bem?"
cetáboa - você está boa? O mesmo que "você está bem?" para mulher
cocê - com você
concorcucê - eu concordo com você
coquincuntes - é uma coisa que acontece
credincruis - credo em cruz
dárripidivê - isso dá arrepio de ver
dendapia - dentro da pia
denduforno - dentro do forno
dentifrisso - dentifrício, o mesmo que pasta de dente, embora em desuso
deu - o mesmo que "di mim": "Larga deu, ô sô!"
dicoqui - de cócoras, sentar agachado
dimais da conta - além da medida; "bom... ", muito bom, excelente
djenium - de jeito nenhum
docê - de você
dodicabes - dor de cabeça
dodistongo - dor de estômago
doidimais - doido demais
donasjunta - dor nas articulações
donofigu - dor no fígado
éakekiliga - é aquele que liga
émez - é mesmo?
iscodidente - escova de dente
jizdifora - Cidade minera "pertín do RidiJanero". O "pessoar da capitár" nunca sabe se a turma de lá é "minerin" ou carioca. Daí ficam dizendo que é terra dos "carioca do brejo".
kabô - acabou
kapoko - daqui a pouco
kidicarne - kilo de carne
lidileite - litro de leite
magrilin - Indivíduo muito magro
makifalducação - mas que falta de educação
manem - de forma alguma, de jeito nenhum
mastumate - massa de tomate
midipipoca - milho de pipoca
modizê - modo de dizer, maneira de falar algo
moiá a palavra - tomar um gole, beber um gole de bebida como cachaça
nó - forma reduzida de nossinhora
nossinhora - nossa senhora
nu - versão muderna do "nó", coisa dos jeca de belzonte
nutogradanodis - não estou agradando disso, não estou gostando disso
onquié - onde que é?
onquoto - onde que estou
oprocevê - olha pra você ver!
óscargualzim - olha os carros iguaizinhos
óuchero - olha o cheiro!
pincumel - pinga com mel
pipocumquijim - pipoca com queijinho (qualquer hora divulgo a receita!)
pokim - pouquinho, bocadinho
pondiôns - ponto de ônibus
pradaliberdade - Praça da Liberdade
prestenção - presta atenção
procê - pra você
pron-nostaminu - para onde nos estamos indo?
pucausque - por causa de quê?
puquecetamipeguntanuissu - por que você está me perguntando isso?
quentá sóli - ficar sentado de cócoras no terreiro pegando o primeiro sol da manhã pra passar o frio
quainahora - quase na hora
sápassado - Sábado passado
sessetembro - sete de setembro
tampar - jogar, lançar, arremessar
tidiguerra - tiro de guerra
tissodaí - tira isso dai
tradaporta - atrás da porta
trem - coisa, qualquer coisa é um trem, mas nem todo trem é uma coisa.
trudia - outro dia
tupicão - também tropicão, quer dizer tropeço.
vidiperfumi - vidro de perfume
Diálogo de mineirins farofeiros em Guarapari.
- Pópopó? (Pode por pó).
- Pópopó, mapopopó. (Pode por pó, mas pode por pouco pó).


O português é essa língua linda que permite inumeráveis contrações palatáveis, deliciosas, cheias de redondíssimas vogais, suculentíssimas.

Já vimos que piadas (e todo riso, como mostrou Umberto Eco em O Nome da Rosa) são defesas contra as tiranias (inclusive da superafetação do ”politicamente correto” cheio de dedos) do gosto conformado e repetitivo; são rebeldias, são rejeições do mandonismo, da superalteridade, da substituição de si pelo outro, trabalham contra a submissão pela doutrina: povo que não ri é povo pronto a ser dominado (você pode fazer o levantamento do mau-humor, do mau-amor; vai ver que Hitler pôde dominar PORQUE os alemães não riem). Gente que não ri pode trair, pode entregar, certamente vai puxar saco.

Povo que não ri e que não ri de si é frágil, é conquistável.

Quem ri sabe enfrentar a vida, quem ri não liga para tropeços, quem ri está disposto a tudo, inclusive a ajudar os filhos, os amigos, os irmãos, os parentes, os colegas, os desconhecidos.

A gíria é o riso das palavras.

E as contrações linguísticas constituem um índice de desencantamento com a normalidade. Inventei algumas: pronquivou, donquivenho, donquitou, donquivem, onquitá; a par das conhecidas vambora, tudibom, tudim, bondimais e assim vai.

Só nessa língua, só nessa língua.

Ai, que felicidade.

E cumbuquim é contração de cumbuquinha, pequena cumbuca.

DEUS FEZ UM PAIS PARA SI (mas vieram Lulambão e Dilmandona tentar estragar)

http://www.sunlab.com.br/images/Mapasolar.jpg
A luz nossa de cada dia nos dai hoje (isso deveria ajudar a evitar lâmpadas com a ajuda da arquiengenharia).
http://patricialins.files.wordpress.com/2013/09/sem-tc3adtulo.png
Falta agradecer e aprender a aproveitar o calor do Sol com termocoletores e a luz com fotocoletores.

·        Neve só tem um tiquinho no Sul para os saudosistas do frio europeu;

·        Terremotos assustadores noutras partes, aqui precisam de aparelhos sensibilíssimos para serem ouvidos e sentidos porque, gente, dia após dia, ano após ano estamos aqui sem tremedeiras - a gente até esquece que o mundo treme;

·        Em Santa Catarina para aquela imitação de tufão precisaram fazer procissão no dia da santa padroeira;

·        Três colheitas por ano (o primeiro jornalista, Pero Vaz de Caminha – já fala de cama, pequena cama -, disse que “em se plantando tudo dá” já em 1500);

·        Tsunami só se for passear no Oriente;

·        Guerra mesmo só em 1860;

·        Rios de montão (só em volta do Amazonas sete mil, dizem);

·        O monte mais alto interno fica entre Minas Gerais e Espírito Santo, o outro é na fronteira com outro país;

·        Sei lá, como disse Einstein, o Senhor é sutil, deve ter muito mais coisas por aí, vá procurar.

E a língua, meu Deus do Céu!

Dizem que só se pode filosofar em alemão. Claro, em alemão. Em português filosofamos em português, é tudo tão justo, tão perfeito!

Em resumo, alguém precisa fazer um livro sobre essa língua portuguesa-brasileira (sobre a sabedoria de lá tivemos que incrementar indigenismos, africanismos, asianismos, estrangeirismos, uma profusão de somas).

Arre, isso é mutcho bom.

Mas isso é baianíssimo, é superlativo também.

Já é outro cumbuquim de Deus.

Serra, domingo, 23 de agosto de 2015.

GAVA.