Tiro Certo

 

Esse detetive gostava muito de filmes de faroeste, de guerra, policiais e de tudo em que acontecessem tiroteios.

TIRO E QUEDA (as pessoas acham legal porque não é com elas: uma “balinha de nada” em alta velocidade rompe tecidos, acaba com a vida do atingido, fere a família, os amigos e a coletividade inteira)

GUERRA	FAROESTE
POLICIAL	FAROESTE ESPACIAL

CANCELAMENTO DE PROJETO DE VIDA (o trem-bala viaja a alta velocidade, quase 1.000 km por hora)

A bala saindo do cano e você entrando pelo cano.	Medindo a velocidade da bala em m/s.
	Dando nó em pingo d’água.

Ele era dedicado.

Gostou dos tiroteios até raciocinar.

Quando caiu a ficha, foi com força. Ele não viu o sofrimento das pessoas, tanto mocinhos quanto bandidos, tanto policiais quanto marginais, com as famílias destroçadas, as ausências, a dor e a agonia, nada disso.

Viu o desperdício.

TIRO-TEIAS (interessa a muita gente, das fábricas de armas e balas a tantos outros) – ensinando às crianças que a vida é desprezível:

Os assassinos escolares de hoje foram preparados na faixa de impressão, até os 7 anos...	... e você está na outra ponta.
Armando...	... e esperando as consequências.

Por quê disparar tanto? Era “troca de tiros” com centenas de projéteis, milhares até numa refrega, não fazia sentido, era desperdício, balas destruindo patrimônio, alcançando pessoas alheias à situação (as chamadas “balas perdidas”) - devendo-se depois explicar à imprensa, pegava mal.

Pensou na Swat, nos atiradores de elites.

Como o tempo virou chefe de polícia e decidiu implantar aquilo que tinha pensado: treinou um batalhão de elite, mas não para fazer mira em caso de refém somente, também para qualquer enfrentamento. Preparou psicologicamente os policiais para esperarem o momento certo, não atirarem a esmo, só atirarem UMA VEZ, certeiramente. Esperar, esperar, esperar, mirar olho-no-olho, ter paciência. Era preciso coragem, com tantas balas voando, era preciso imensa bravura e determinação.

No primeiro combate que tiveram, do outro lado foram disparadas 916 balas (inclusive com metralhadoras), enquanto do lado policial foram 8, um erro, sete mortos. Ele não viu as mortes, comemorou ardentemente a eficácia.

Serra, sexta-feira, 10 de agosto de 2012.

Tábua das Marés

 

Vi isso pela primeira vez nas praias de Conceição da Barra, ES. Quem diria, né? Pois é, a PMCB colocou em vários pontos do litoral as placas com as indicações dos horários das marés de todo o ano.

Não é fácil calcular tábuas de marés, que são tabelas sobre a combinação das atrações gravitacionais da Terra, do Sol e da Lua em seu movimento complexo pelo espaço para aquele tempolugar. Antes de existirem programas e computadores as pessoas “faziam à mão”, quer dizer, usando caneta ou lápis, papel e o poder computacional das suas mentes para pacientemente ir calculando casa decimal após casa decimal das influências tríplices. Quando apareceram os logaritmos melhorou um pouco, mas não muito, era trabalhoso e os ministérios da marinha tinham ciúmes delas, como antes dos “portulanos”, os caminhos portugueses dos ventos, passagens dos canais, latitudes e (quando apareceram os cronômetros confiáveis) longitudes.

TÁBOADAS DAS MARÉS

Só essa epopéia já mereceria um livro, dos primórdios aos programáquinas supercomputadores.

Que luta!

É claro que não é a Prefeitura que faz os cálculos, ela não teria capacidade para tal, mas existem programáquinas para inserir a longitude-latitude e calcular instantaneamente. Foi a iniciativa de colocar as placas que aplaudi. E para descobrir as coordenadas dos pontos LAL (latitude, altitude, longitude) é só usar o GPS amarrado aos satélites.

De modo que, surpreendentemente, a PMCB colocou as placas nas praias da Guaxindiba a Bugia e para cima até Itaúnas e para baixo disso até São Mateus, sendo logo imitada pela PMSM (Prefeitura Municipal de São Mateus) e aí foi descendo.

Vou lá e o que vejo?

As placas.

Estive olhando um tempão, tão surpreso fiquei com o mundo.

Não foi nenhum balneário famoso tipo Comburiu ou as praias da Argentina ou da França ou desse ou daquele país, foi Conceição da Barra, ES. Fiquei pasmado, vou confessar!

Queria as marés de 16 de janeiro? Estavam lá. De 27 de julho, também.

E vou dizer mais, a PMCB indicou os melhores pontos de pesca, assim como os ventos predominantes, de modo que você sabia exatamente de onde soprava o terral ou os ventos do mar, sul ou nordestão, e podia ir direto às locas de peixes, os melhores pontos de pesca.

Rapaz, não saio mais de lá!

Serra, sexta-feira, 03 de agosto de 2012.

Suicesso

 

Apesar das críticas acerbas que faço à Suíça enquanto Inferno Fiscal (se você vê do lado do aproveitamento por poucos chamará de Paraíso), o país tem enorme quantidade de qualidades.

$UI$$A (como se escrevia antigamente)

O PAÍS	OS CANTÕES E OS CANTINHOS
VIZINHANÇA: O BAIRRO É BOM	EURO-INSERIDO

Os críticos dizem que em 500 anos a Suíça só inventou o relógio cuco.

MESTRE CUCO (mas a fama dos relógios de lá atingiu a Terra toda: isso diz respeito à precisão, que fala de trabalho, que remete a compromisso por décadas e séculos) – as invenções suíças (eles não inventaram o relógio cuco, foram os alemães).

leite achocolatado	raiom
velcro	600 funções

CHARGES SOBRE A SUIÇA

	Davos (Suíça), não nego, pego quando puder.
O silêncio é de ouro (e de prata e de platina e de diamantes e de dinheiro).	A Suíça leva mais banco.

Que tal morar num lugar em que 100 % das coisas dão certo? Por assim dizer, é claro, mas é o mais próximo que se pode chegar do Paraíso, fora Liechtenstein.

SINTANALISANDO A SUIÇA (coloque você)

1.       Figuras ou psicanálises da Suíça, ou quem?

2.       Objetivos ou psico-sínteses da Suíça, ou por quê?

3.      Produções ou economias da Suíça, ou com quê?

4.      Organizações ou sociologias da Suíça, ou como?

5.      Espaçotempo ou geo-história da Suíça, ou quandonde?

As informações estão à disposição de todos e de cada um; agora com a Internet, mais ainda. Essa moça cuidadosa e amorosa decidiu pegar as informações de enciclopédias e dicionários, de livros raros e nem tão difíceis de obter, das vulgarizadas na Rede e fez livros REALMENTE DEDICADOS, como se tivesse nacionalidade suíça - o primeiro a publicar. Aquilo que todo mundo pensava saber ela por assim dizer desventrou, colocou para fora, o que nos deu raro prazer. É uma delícia ler o livro, tão recheado de coisas desconhecidas, pequenas incursões formidáveis.

Ah! Existem tantas coisas não sabidas.

Com a publicação e venda do primeiro, fizeram filme, ela vendeu os direitos; com tudo isso fez um segundo e de repente havia uma editora dedicada às nações, aos estados-províncias, às cidades-municípios e até às empresas.

Ganhou horrores.

Serra, terça-feira, 21 de agosto de 2012.

 

NOTA: depois de escrever, li em John Mitchinson & John Lloyd O Livro da Ignorância Generalizada (perguntas e respostas sobre tudo), Rio de Janeiro, Record, 2012 (original de 2006), página que eles comem carne de cachorro, o que abomino, pois os cães são nossos amigos há dezenas de milhares de anos e não se trata os amigos assim (os chineses também são detestáveis neste particular). E há a Suíça-lavanderia, que é desprezível também.

Mimosas

 

MIMADOS, CHEIOS DE MIMOS

MIMOS AOS AMBIENTES	Mundo florido de mimosas, decadente.
	Nações resguardadas (com a condição de mais favorecidas nas tarifas de importação).
	Estados em condições privilegiadas.
	Cidades-municípios com benefícios fiscais (os do ES, que pertencem ao mesmo tempo à área da SUDENE nordestina e do Sudeste).
MIMOS ÀS PESSOAS	Empresas protegidas com benefícios fiscais e vários favores dos governos, perdão das multas, sonegação consentida e todo tipo de favores.
	Grupos acarinhados (por exemplo, os de samba e MPB ou quaisquer uns da atualidade).
	Famílias superprotegidas.
	Indivíduos mimados por cotas, filas especiais, aposentadorias precoces, bolsas famílias deturpadas.

Sempre defendi os fracos e comprimidos, todos aqueles em condição difícil, falei a favor deles – ajudar é a condição do amor de Cristo, a caridade de que são Paulo falou. Contudo, todos estão exagerando. Dar demais é contraproducente, produz o contrário do pretendido.

MIMADOS

Luis Felipe Pondé ousa falar.	Lagarto largado.
Blogue EscrevaLolaEscreva, professora doutora. Só ouvi falar em geração "nem-nem" há poucos anos, e relacionada aos europeus. Mas as pessoas entre 15 e 29 anos que nem estudam e nem trabalham são hoje quase dez milhões no Brasil, cerca de um em cada cinco jovens. 70% dos nem-nem são mulheres, e muitas são mães (quase 60% desse grupo tem pelo menos um filho) e não têm com quem deixar a criança, já que nosso país carece de creches. Para mulheres de classe baixa, o salário que ela vai receber trabalhando pode não cobrir o pagamento de uma creche para cuidar da criança.

Podridão dos excessos: ou 8 ou 88. Dar demais é tão errado quanto dar de menos. É o que vimos vendo na Europa desde centenas de anos, nos EUA do século XX, na China dos pequenos imperadores, nos filhos e em tudo das burguesias, na gente-trash do Japão e na abominação do enfraquecimento.

Vitória, quarta-feira, 28 de setembro de 2016.

GAVA.

Reinados Muito Duradouros

 

A DECADÊNCIA SOBREVÉM?

Wikipédia Reinado Pepi II Chamado de Neferkara na Lista Real de Abido e na Lista Real de Sakara, Pepi II assumiu o trono possivelmente aos seis anos de idade e, segundo o Papiro Real de Turim, reinou durante 94 anos, o que o torna o monarca que mais tempo permaneceu no trono em toda a história. Sua mãe Ankhesenpepi II foi provavelmente regente do trono durante sua infância e juventude.

Globo.

Qual foi o rei que mais tempo governou? Por Redação Mundo Estranho  19 agosto 2016 Segundo crônicas históricas antigas, foi Pepi II, faraó do Egito durante 94 anos. Quinto rei da Sexta Dinastia – período que se estende entre 2325 a.C. e 2150 a.C. -, ele teria subido ao trono com apenas 6 anos de idade. Seu governo foi marcado pela decadência econômica, pelo enfraquecimento do poder central e pelo aumento da criminalidade. Segundo textos da época, ele estava mais interessado em cerimoniais para os mortos do que no mundo dos vivos. A obsessão em construir monumentos fúnebres e preparar seu próprio ritual funerário é apontada como uma das causas do empobrecimento do Egito no período. Os relatos sobre a permanência de Pepi II no poder, porém, não são lá muito confiáveis e é difícil acreditar que alguém tenha completado 100 anos de vida dois milênios antes de Cristo. Além de serem de difícil comprovação, os registros antigos costumam apresentar a tendência de exagerar os fatos, confundindo mito com realidade. Bem mais fáceis de confirmar são os reinados de monarcas mais recentes. Por isso, no ranking de longevidade no poder, a medalha de prata da rainha Vitória é inquestionável. Ela governou o Império Britânico durante 64 anos (1837-1901). O bronze fica com o imperador japonês Hiroíto, que reinou por 63 anos (1926-1989). Já o monarca em atividade que está há mais tempo no poder é o rei da Tailândia, Bhumibol Adulyadej, no trono desde 1950.

O que interessa saber é se as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e os AMBIENTES (cidades-municípios, estados/províncias e nações) se tornam mais tolerantes com os outros e consigo mesmos, complacentes e autocomplacentes, permissivos, indulgentes, tolerantes, condescendentes e auto condescendentes – sendo depois golpeados e conquistados.

Saber se as PESSOAMBIENTES, confrontadas com os largos períodos de calma e tranquilidade, tornam-se indolentes, como nesses 70 anos desde 1945 sem grandes guerras (não estou pregando necessidade de nenhuma, uma só morte me estarrece – só quero saber como olhar a geo-história, encontrar padrões).

Vitória, quarta-feira, 28 de setembro de 2016.

GAVA.