Funkicção
O presidente da república de FUNKUSA
estava fazendo os exercícios matinais orientados pelo médico, visando o máximo
de longevidade possível, pois mesmo depois de abandonar o cargo de quatro ou
oito anos os presidentes ainda têm muita serventia criando suas fundações,
contando suas memórias, conversando com políticos e militares, dando palestras,
visitando outros países.
Conversou com a esposa e as crianças
ao café da manhã e hora e meia depois de acordado desceu dos aposentos na Casa
Branca ao escritório de reuniões com os secretários e chefes militares.
Entrou na sala ensaiando passos de
FUNK, no que foi imitado por quase todos, adeptos inquestionáveis do ritmo
nacional da República do Funk, a FUNKUSA.
OS
FUNKADAS (Funk
Sinatra era o mais famoso dos funqueiros)
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Como disse um amigo, “o funk é a
extrema unção do samba”, mas isso foi antes da fusão, criando-se o Funksamba. E
um colega lembrou que na origem, nos EUA, o funk tinha origem digna e toda uma
vertente bastante auspiciosa.
Não sei, só sei que na maior economia
do planeta alternativo ele alcançou patamares insuspeitados, tornando-se
matéria obrigatória nas escolas, objeto de especulações filosóficas profundas,
instrumento de disseminação do “orgulho de raça” (que é racista), objeto de
investigações tecnocientíficas e domínio cultural, tornando-se, como não
poderia deixar de ser, foco privilegiado em Funkwood, Hollywood transformada em
funk.
O presidente foi falando “bro” e “my
man” e dando socos com a mão fechada (simbolizando o entrechocar de canecos),
inclusive com mulheres, estas as mais entusiasmadas porque estavam chegando
agora. Tocava música funk e quase todos, fora os chatos resistentes,
levantaram-se para dançar, alguns mais ousados fazendo a dança completa.
Era um bom começo de dia, as almas
estavam retemperadas.
Se não fosse o funk, não sei o que
seria se nós...
Serra, terça-feira, 26 de junho de
2012.
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