sexta-feira, 2 de novembro de 2018


Batendo nos Pequenos

 

No supermercado o pai dizia ao filho:

- Tá bem, vou comprar o carrinho de plástico, mas se você quebrar vou rebentar você.

Em vista disso o governo contratou pessoas de 2,10 m para cima, até 2,50 m para ensinar a pais e mães, a irmãos e irmãs mais velhas, tios e tias, a maridos e esposas algumas verdades sobre bater.

Quando essa pessoa acima bateu com seu carro, foi chamada para um corretivo.

A ELEVADA DIMENSÃO DOS PROFESSORES E PROFESSORAS

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Toda pessoa que sabidamente batia em outra era convidada a essa sala de aprendizado, aonde ia conhecer as “verdades da vida”: apanhava igual a gente grande. Ou o gigante colocava no colo, baixava as calças ou a saia e sentava tapões ou dava socos ou o que fosse, como aquele ou aquela fazia com outros. Se pai batia de tala filho, apanhava de tala; se colocava ajoelhado no caroço, ajoelhava do caroço.

Alguns religiosos se insurgiram contra essa política do “olho por olho, dente por dente”, a chamada Lei de Talião que havia sido banida por Cristo e do Ocidente séculos antes. Covardia, gritavam uns com cartazes nas ruas, ao passo que outros apoiavam também com cartazes e gritarias – quase saíram na porrada.

- Bater em crianças pode?

- E revidar em adultos?

Então se sentaram as partes e combinaram banir todas as violências, tal como deveria ser realmente. O governo retiraria seu instrumental corretivo por moratória, período de vigilância da eficácia do acordo, enquanto os violentadores seriam denunciados por vizinhos abertamente, com proteção policial e do juizado supremo, diretamente envolvido.

O fato foi que pais e mães, e todos os outros se sentiram pequenos e violentados diante dos gigantes. Meditaram sobre a lição e pensaram nas possibilidades, colocando-se no lugar das crianças, dos velhos, dos desvalidos mendigos, dos doentes, de todos que sofriam “violência doméstica”, inclusive cães e outros animais. No caso desses, a pessoa era abandonada nas ruas e não podia voltar para casa, sendo escorraçada.

Achei um pouco abusivo por parte do governo, mas produziu resultados, pelo menos isso.

Fiquei dividido.

É errado o governo intervir na liberdade, mas é MUITO MAIS errado as pessoas socarem os outros.

Serra, quinta-feira, 05 de julho de 2012.

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