Os
Queridinhos Deparam com a Dura Realidade
Já vimos no Modelo
da Caverna para a Expansão dos Sapiens (MCES) que as mães (e as mulheres todas,
inclusive os pseudomachos) paparicavam (e ainda paparicam) os “queridinhos”, os
garotos até 13 anos, que é quando eles saíam para a caça pela primeira vez. Não
as menininhas, que eram enxovalhadas e quando se tornavam mulheres e mães
faziam igual ou pior. Apenas os garotinhos, alvo e centro de toda atenção.
Isso
ia desde o nascimento até os 13 anos.
Quando
chegavam a essa idade era hora de se tornarem homens, uma alegria
incomensurável, porque largavam de ser meninas e podiam pretender o respeito
dos guerreiros (que eram apenas um em cada dez ou um em cada cinco, quer dizer,
10 a 20 % do total da tribo); havia o rito de passagem, que era apenas o preâmbulo
dos perigos de depois, porque os guerreiros não davam trégua. De total, a
atenção caía a perto de zero, pois os pretendentes começavam no degrau mais
baixo. Os da ponta de cima ainda dariam alguma atenção, se tivessem tempo,
porque tinham tendência de favorecer os mais jovens, nem que fosse em razão da
memória de como tinham sido suas próprias passagens; mas os que tinham entrado
pouco antes tripudiavam, escarneciam mesmo (um resíduo disso são os trotes
universitários) até os limites da resistência dos jovens, inventando novos
gêneros de tortura. Porque, também, ninguém queria fracotes que colocassem a
tribo-caçadora em perigo de morte frente aos predadores. Atrasar-se todo tempo
para socorrer os fracos seria o cúmulo! Fazer isso seria premiar a fraqueza e
tornar-se com o tempo cada vez mais fraco. De fato, o rito era uma triagem,
garantindo um patamar mínimo de resistência à dor.
Os
queridinhos deparavam com a dura realidade do desprezo, precedido pela escarificação,
antes da qual nada eram, estavam abaixo de nada, zero à esquerda. Depois
começava a verdadeira provação, porque caminhavam atrás de todos, faziam os
piores serviços, nunca podiam participar das batalhas ou eram empurrados para
frente como bucha de canhão, carregavam as carcaças, limpavam as latrinas (como
os soldados ainda fazem nos quartéis – eles são os queridinhos desmamados de
agora). Ah! Os queridinhos pastavam mesmo. De leite quente da mamãe a trapo do
grupo de caça, que mudança! No entanto, isso nunca é mostrado nas falsas
histórias que nos contam sobre o antigamente.
Vitória,
quarta-feira, 13 de julho de 2005.
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