quinta-feira, 12 de outubro de 2017


120 Ansiedades


 

                            Estou no livro 127, mas 120 livros (de 50 artigos cada) foi o limite que imaginei atingir em 10 anos escrevendo os textos; mas ao cabo de pouco mais de três anos cheguei a ele.

                            Começado um livro, há a ânsia de chegar ao fim dele, não propriamente arranjando motivos para escrever, mas meramente pensando tudo que se imagina ser necessário dizer; como há um fluxo ininterrupto de idéias há correlativamente um fluxo interminável de palavras. O pensamento recorrente é se há utilidade. Estabelecido que há uma flutuação estatística no plano da realidade, qual o sentido da preocupação? Bem, vimos que há o amor, o querer gratuito, sem recompensa. De outra parte há o sentido de resistência contra o des-fazer, as forças contrárias que o povo chama de “forças negativas”, as forças que tendem a anular. Essa é certamente a grande emoção: se uma rede é montada pela capacidade de raciocinar, que é lógica (lógica alta ou lógica baixa, mas sempre lógica), as flechas incidentes que tendem a romper os vínculos ou os laços ou as linhas de ligação dos nós causam aborrecimento. Podemos desfazer ou contradizer os rompimentos e obstar os rompedores? É um exercício de vontade. Podemos, diante de todas as improbabilidades, fazer tal ou qual construção? Teremos força de vontade e capacidade mental para tornar dominante essa síntese que propusemos? É aqui que se insere a divisão dos que fazem em dois blocos:

Ø  Gênios do bem (seria melhor dizer “gênios construtores”);

Ø  Gênios do mal (é preferível dizer “gênios destrutivos”).

Então, não é verdadeiramente ansiedade, é mais a necessidade de apresentar um produto viável, terminado e completo, que sirva ao todo e à parte. Quanto se poderá espremer daquilo? Quanta utilidade apresentará? Será que conseguimos verdadeiramente ajudar alguém?

Então, terminado um livro vem outro, depois mais um e assim sucessivamente, prosseguindo sempre. Será que nessas seis mil oportunidades pude contemplar soluções para potenciais problemas?

Vitória, sexta-feira, 15 de julho de 2005.

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