sábado, 29 de julho de 2017


O Espaçotempo que Brigou para Ser Rio

 

                            Como vimos para o Rio Amazonas (no artigo anterior neste Livro 97, A Evolução dos Consórcios de Rios), com o Rio Nilo acontece também: ele é um consórcio, uma soma, só que não, como no caso anterior, de mais de mil rios. É outro gênero de consórcio.

                            OS TIPOS DE CONSÓRCIOS

CONSÓRCIO FINAL
LOCAL
TIPO DE SOMA
Amazonas
América do Sul
Mais de mil afluentes
Amu
Antiga URSS
?
Yang Tse
China
?
Mississipi
Estados Unidos
?
Nilo
África
?
Yellow (Huang Ho)
China
?

Não é só que eu não conheça, nunca vi em nenhum lugar um levantamento desse tipo, até porque a idéia não existia.

O CONSÓRCIO QUE É O NILO


Rios são somas, devemos nos convencer disso. São somas de outros rios, de lagos, de neves das altas montanhas, de chuvas, de fontes que jorram do interior da Terra, do espaçotempo anterior, das condições meteorológicas no tempo presente – enfim, rios grandes ou pequenos são somatórios, adições, totalizações, como que numa máquina registradora, conduzindo, como já disse, do volume da bacia pelo plano dela à linha do rio, e através deste àquele ponto da foz.

O DISPUTA QUE É O YELLOW OU HUANG HO (Amarelo,                                           na China)


E A LUTA DIÁRIA DO IANG TSE KIANG (na China)


Nenhum rio ESTÁ TERMINADO, sem mais nada para fazer; ele é um enfrentamento constante, diário, secular, plurimilenar, eterno mesmo, por toda a sua existência (e nem tem folga aos sábados e domingos). Os espaçotempos brigam para reunir as condições de criação dos rios e só depois de muita confusão é que a coisa termina por ser aquele caminho. Fica mudando o tempo todo e na pele da Terra estão mil voltas que não são mais rios, porque eles se foram dali. Na realidade os rios são interessantíssimos e nem de longe podíamos imaginar, vendo sua calma de hoje, que batalharam tanto no passado (disso ninguém fala).

No caso de que estamos mais próximos, o Consórcio do Amazonas, cada grande tributário dele é por sua vez arena de outra luta, porque é outro consórcio. O Rio Amazonas, em especial, é um consórcio de consórcios, é um rio gigantesco em tudo.

Em resumo, devemos ver os rios como anfiteatros de enfrentamentos da Bandeira Elementar (ar, água, terra/solo, fogo/energia, Vida e Vida-racional). Não é mais nem menos que isso. Os rios não são linhas nos mapas, como sempre nos mostraram; eles têm riquíssima geo-história.

A BRIGA DO ORIENTE (lá também a pancadaria é feia – só quando acalma vira esse rio que conhecemos atualmente, o Rio Amu, Amu Daria)


O BANZÉ DO OESTE, O MISSISIPI (não pense que a placidez de adiante indica que lá para trás não houve arranca-toco, porque houve; por vezes confrontos acirrados, pois as famílias também são campos de contendas)


Vitória, domingo, 03 de outubro de 2004.

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