segunda-feira, 31 de julho de 2017


O Cinturão que nos Defende

 

                            Marte fica a 228 e Júpiter a 778 milhões de quilômetros do Sol; na faixa de 550 milhões de quilômetros entre ambos os planetas fica o Cinturão de Asteróides, com muitos deles, em várias órbitas.

                            A fórmula para a gravidade newtoniana (embora a maioria não saiba, existe a gravidade einsteiniana) é F = G m1.m2/d2. O ponto em que as gravidades de Júpiter e do Sol se igualam é Fs = Fj operando sobre o mesmo objeto m situado entre ambos. Como G, a constante gravitacional (newtoniana) é a mesma, temos ms/D2 = mj/d2 ou ms/mj = D2/d2, sendo ms = 1,99. 1030 kg e mj = 1,90. 1027 kg e a relação ms/mj = 1.046. Então, D = d.√ 1.046, pouco mais de 32d. Como a soma é D + d = 778, temos 33 d = 778, d = 24 milhões de quilômetros, enquanto D = 754 milhões de quilômetros. Quer dizer, o Sol exerce pleno domínio no sistema solar. Mas em volta de Júpiter, por 24 milhões de km (para o diâmetro equatorial do planeta de 143 mil km isso é equivalente a 171 vezes além dele, de um lado e do outro – quer dizer, tudo que passar a essa distância ou Júpiter captura ou desvia) o planeta domina. Júpiter não é propriamente um ponto ou uma linha, é uma área e um volume. Dependendo da velocidade da flecha (meteorito ou cometa) que venha de fora, ou ele vai absorver ou vai desviar da rota, assim devendo ter se formado o Cinturão. Tudo que o Sol não pôde pegar para si (e foi muita coisa, a maioria), Júpiter ou Saturno ou Netuno ou Urano pegaram ou desviaram. Não é àtoa que possuem tantas luas, tantos satélites.

                            Essa disputa do Sol com os jupiterianos ou jovinianos tendo criado o Cinturão este começou a defender os planetas interiores, porque, veja, embora devêssemos esperar que as flechas embatendo no Cinturão empurrassem os asteroides para cá, isso não se dará, porque não se trata somente de gravidade e sim também de inércia, quer dizer, DE SOMA GRAVINERCIAL G + I = Σgi, por ser campartícula, como tudo. Quando bate nos asteróides o movimento inercial leva tudo de roldão, como uma multidão que carrega a pessoa que tenta atravessar.

                            Parece que há muitas defesas para o planeta desenhado para ser o portador da Vida. Esta não surge à toa, ela tem tremendas configurações de apoio. Seria interessante criar um modelo computacional em computação gráfica para fazer incidir as flechas e ver como se comportam. Flechas de todas as massas, dimensões, orientações vetoriais.

                            Creio que vai ser um modelo muito bonito.

                            Vitória, domingo, 10 de outubro de 2004.

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