segunda-feira, 31 de julho de 2017


Jorro Passivo da Fissura Meso-Atlântica

 

                            A Dorsal Meso-Atlântica faz jorrar continuamente magma das profundezas num arco de quase 20 mil km de sul a norte, quase de um pólo a outro. Os geólogos agem como se ela tivesse aparecido espontaneamente e prosseguisse no seu trabalho de construção por todos esses milhões de anos. Pensei que não, que a fissura começou com a flecha SG-273 (o supergrande de 273 milhões de anos atrás) que incidiu no Brasil e rebentou a grande placa Brasil-África unitária de antes, separando-os e empurrando o primeiro para sudoeste e a segunda para nordeste.

                            No começo o ritmo foi muito mais ligeiro, pois é uma exponencial inversa, tipo 1/xn, caminhando para a assíntota em nossos dias, quando a taxa de migração é bem pequena. Ou seja, o jorro não é ativo, é passivo, ele não empurra as placas, só coloca matéria para cima, fechando continuamente o buraco, comunicando uma carga bastante alta de calor ao fundo do oceano. É um selador, um obliterador, algo que fecha a fenda que existiria, comunicando com o manto; não há força interior bastante grande que dê para empurrar continentes e placas continentais, de modo algum, o peso deles é extraordinário demais. Podemos calcular: 1) área de 17,7 milhões de km2 na América do Sul, fora as partes submersas da PAS (Placa da América do Sul), como as plataformas continentais: como a média de profundidade da crosta é de 60 km, 17,7. 106 x 60 = 1,062. 109 km3; 2) sendo a densidade média da Terra 5,5 ton/m3 e a superficial 2,7 ton/m3 a massa da PAS passa de 109 km3 x 2,7. 109 ton/km3, quer dizer, massa total de mais de 1018 ton. Dificilmente massa dessas seria movida pelo lento brotar do fundo oceânico. De modo algum, isso vem do meteorito que caiu.

                            É jorro passivo, que apenas brota lentamente à medida que as duas placas vão se afastando sudoeste-nordeste.

                            Agora, se, como calculamos grosso modo, as faixas formadas foram de 10 km por milhão de anos, brotando hoje muito mais lentamente que antes o magma, evidentemente antes abria muito mais rápido que agora, em razão da exponencial. ABRIA MUITO, jorrava desmesuradamente o fundo oceânico (era uma fissura estreita de algumas dezenas de quilômetros no primeiro milhão de anos) germinando numa velocidade incrível um calor tremendo e borbulhando uma enormidade de vapor a cada ano, com muita radiação e mutação ocorrendo então.

                            Vitória, segunda-feira, 11 de outubro de 2004.

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