domingo, 30 de julho de 2017


A Vida nos Arcos

 

NOS ARCOS DA VÉIA (porque os arcos são muito mais velhos que os Lobatos, embora mais novos que os crátons). À esquerda os Andes, arco de montanhas da América do Sul; à direita o cráton, Planalto Brasileiro. No centro o Lobato.


Os geólogos poderão realizar medições muito mais precisas paralelo por paralelo. Contudo, suponhamos que elas fiquem entre 1,5 mil em baixo e 2,5 mil quilômetros em cima, desde a linha da costa do Pacífico no oeste até as sucessivas posições do cráton.

Quando o cráton estava caminhando para o oeste e só ele existia acima do nível do mar tudo mais estava submerso; foi preciso que aparecesse uma primeira ilha, depois uma segunda e assim foi indo até todo o arco ter aparecido e se configurado como atualmente, na forma alta atual, que está em transição contínua. Antes não existiam montanhas, só ilhas ao nível do páleo-oceano. A vida quase toda (99 %) da Terra tinha sido extinta pelo SG-273 (supergrande de 273 milhões de anos atrás), justamente porque, como imaginei, ele caiu no cráton brasileiro (que então estava na África) empurrando-o no sentido sudoeste.

Que gênero de vida surgiu nos arcos, não apenas neste, mas em todos? Isso é do máximo interesse, porque já se tinham passado muitos anos da Explosão Cambriana, talvez 416 milhões de anos, se o modelo está certo. Vida nova desde zero não iria surgir. Os peixes teriam reevoluído para sair até as novas terras emersas? Improvável. Mas, em todo caso, é de se pensar que fosse proliferação nova, nova irradiação a partir do que sobrou. Assim, os altos das montanhas dos Andes devem estar cheios de páleo-vida, de vida fóssil daqueles tempos: 273, 272, 271 milhões de anos ou de quando começou, de quando apareceu a primeira ilha. Pelos restos deixados poderá ser determinado, talvez, quais foram tais primeiras ilhas. A datação determinará com o tempo a seqüência do aparecimento das ilhas, enquanto se poderá também saber que animais estavam convivendo uns com os outros.

Toda uma atividade febril dos páleo-biólogos começará, demandando muito trabalho. Acho que estamos na efervescência de uma nova era também nisso. Quando os páleo-mapas estiverem prontos poderemos apreciar em modelação computacional cenários MUITO CONSISTENTES do surgimento e elevação das ilhas milhão após milhão de anos.

Vitória, sexta-feira, 08 de outubro de 2004.

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