O Rio que Resultou de
Toda Aquela Briga
OLHE O VITORIOSO
DA GUERRA NA BACIA
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UM RETRATINHO DA LUTA (Santarém, Pará, Brasil)
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A guerra lavra solta
- o rio é a notícia final dela. Tudo é, de todos os pares polares opostos/complementares,
inclusive do da guerra/paz. Veja os artigos anteriores, para o começo da
discussão (comece por A Evolução do
Consórcio de Rios, neste Livro 97). Quando os víamos como pacíficos os rios
novos ou velhos pareciam menos interessantes, pacatos demais, porque nada
vazava das entranhas deles, nada era manifestado, mostrado; todo o passado
turbulento estava oculto. Na realidade eles são resultados atuais de guerras
espaçotemporais antigas. Por toda a Bacia do Rio lavrou violenta discussão de
por onde ele, reunião dos outros, e cada um dos outros deveria passar. Por onde
finalmente passaram foi uma reunião de acasos de meteoritos e cometas que caem,
de placas que andam e giram, de terremotos que balançam e vulcões que cospem
fogo, de deslizamentos em enchentes e chuvas, de ocultamentos e desobstruções,
de plantações e pousios humanos, de neves caídas e descongelamentos, de
inumeráveis movimentos.
Quem poderia
imaginar que estávamos presenciando um conflito tão pavoroso?
NOTÍCIA VISUAL DO CAMPO DE BATALHA
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Os mais de mil afluentes do rio
Amazonas participam desse consórcio, reunindo em toda parte para o banco geral
que é o Amazonas, que vai depositar no mar; assim, quando o Oceano Atlântico
recebe todo aquele volume, ele não pergunta de onde está vindo, mas vem de
enfrentamentos: os mais de mil capatazes do rio Amazonas cobram serviço de mil
terras além.
O
RIO AMAZONAS É UM TRÂNSITO
·
Amazonas
do passado:
1. De 1.000 milhões de anos atrás (mesmo
se ele não existia, havia o espaço onde ele surgiria);
2. De 10 milhões de anos atrás (o projeto
estava se consolidando para ser o que é hoje);
3. De 100.000 anos atrás (a forma final
estava chegando ao que vemos agora);
4. De 1.000 anos atrás (outros vivos ele
sustentou);
·
Amazonas
do presente;
·
Amazonas
do futuro.
Em Santarém o rio luta também para ser
futuro, pois ele está constantemente em processo de transformação. O rio não
foi, não é e não será – ele ESTÁ SENDO o tempo todo resultado de luta. Ele
enfrenta o planeta, e o mundo o enfrenta. Ele vai ganhando e vai perdendo, ele
soma e diminui, ele embate e é socado, ele não é o bobão plácido que todos
diziam. Não é o coió pacato de que todos zombavam.
É um guerreiro cheio de feridas,
provado em inúmeras batalhas. Para ser tão rico e grande assim ele lutou
bravamente.
Vitória,
segunda-feira, 04 de outubro de 2004.
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