sábado, 29 de julho de 2017


O Rio que Resultou de Toda Aquela Briga

 

                            OLHE O VITORIOSO DA GUERRA NA BACIA



                            UM RETRATINHO DA LUTA (Santarém, Pará, Brasil)


                            A guerra lavra solta - o rio é a notícia final dela. Tudo é, de todos os pares polares opostos/complementares, inclusive do da guerra/paz. Veja os artigos anteriores, para o começo da discussão (comece por A Evolução do Consórcio de Rios, neste Livro 97). Quando os víamos como pacíficos os rios novos ou velhos pareciam menos interessantes, pacatos demais, porque nada vazava das entranhas deles, nada era manifestado, mostrado; todo o passado turbulento estava oculto. Na realidade eles são resultados atuais de guerras espaçotemporais antigas. Por toda a Bacia do Rio lavrou violenta discussão de por onde ele, reunião dos outros, e cada um dos outros deveria passar. Por onde finalmente passaram foi uma reunião de acasos de meteoritos e cometas que caem, de placas que andam e giram, de terremotos que balançam e vulcões que cospem fogo, de deslizamentos em enchentes e chuvas, de ocultamentos e desobstruções, de plantações e pousios humanos, de neves caídas e descongelamentos, de inumeráveis movimentos.

                            Quem poderia imaginar que estávamos presenciando um conflito tão pavoroso?

                            NOTÍCIA VISUAL DO CAMPO DE BATALHA


Os mais de mil afluentes do rio Amazonas participam desse consórcio, reunindo em toda parte para o banco geral que é o Amazonas, que vai depositar no mar; assim, quando o Oceano Atlântico recebe todo aquele volume, ele não pergunta de onde está vindo, mas vem de enfrentamentos: os mais de mil capatazes do rio Amazonas cobram serviço de mil terras além.

O RIO AMAZONAS É UM TRÂNSITO

·       Amazonas do passado:

1.       De 1.000 milhões de anos atrás (mesmo se ele não existia, havia o espaço onde ele surgiria);

2.       De 10 milhões de anos atrás (o projeto estava se consolidando para ser o que é hoje);

3.      De 100.000 anos atrás (a forma final estava chegando ao que vemos agora);

4.      De 1.000 anos atrás (outros vivos ele sustentou);

·       Amazonas do presente;

·       Amazonas do futuro.

Em Santarém o rio luta também para ser futuro, pois ele está constantemente em processo de transformação. O rio não foi, não é e não será – ele ESTÁ SENDO o tempo todo resultado de luta. Ele enfrenta o planeta, e o mundo o enfrenta. Ele vai ganhando e vai perdendo, ele soma e diminui, ele embate e é socado, ele não é o bobão plácido que todos diziam. Não é o coió pacato de que todos zombavam.

É um guerreiro cheio de feridas, provado em inúmeras batalhas. Para ser tão rico e grande assim ele lutou bravamente.
Vitória, segunda-feira, 04 de outubro de 2004.

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