O Arqueamento do Arco
Quando o arco de
montanhas começou a surgir do fundo do mar o arqueamento não foi regular,
homogêneo, como quase nada é, mesmo. Uns fundos surgiram primeiro, porque
estavam mais próximos do nível do mar ou acima dele ou porque o ritmo deles foi
mais rápido ou porque o perfil da placa que descia era mais encurvado ou por
outro motivo qualquer real que pode ser pensado.
É muito importante
decidir qual fez o quê porque se um determinado topo de montanha atual está há
mais tempo exposto ao Sol esteve durante mais tempo sujeito a erosão eólica e
hídrica, quando não à resultante da presença da vida; e de ter saído antes do
fundo do mar sobre ele se depositaram menos coisas. O espaço tempo específico
de cada um é importantíssimo. Essa CONTAGEM PARTICULAR e geral do MAPA DO ARCO
(digamos assim, para distinguí-lo do MAPA DO LOBATO e do MAPA DO CRÁTON, quando
não do MAPA DO FUNDO MARINHO que foi nascendo noutra parte) é importantíssima,
dado que conforma nossa relação com os elementos minerais e energéticos nele
configurados, desenhados em termos de relações conosco. Dizer que cada montanha
do arco é individual é tautologia, mas não é trivial o uso que faremos de cada
uma. As relações humanas com os recursos são de aproveitamento, desde aquele
aproveitamento estético tão basilar quanto as aplicações socioeconômicas ou
produtivorganizativas.
Porisso faz todo
sentido que façamos um levantamento exaustivo montanha por montanha, uma por
uma, atenta e cuidadosamente, de modo que nenhuma delas escape. Como são
dezenas de milhares em todo o mundo há trabalho à beça para os geólogos, cada
um ou cada grupo podendo adotar tais ou quais montanhas ou região delas para
mapeamento. Deve haver um acordo com as escolas de geologia e os geólogos
isolados, trabalhando separadamente, tanto os práticos quanto os teóricos.
É do maior
significado fazer esse mapeamento.
Isso implica em
delimitar os confrontamentos, onde iniciam e terminam tais ou quais montanhas,
quais são os cortes verticais delas, como já pedi num outro texto bem do
passado.
Vitória, sábado, 16
de outubro de 2004.
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