segunda-feira, 31 de julho de 2017


O Arqueamento do Arco

 

                            Quando o arco de montanhas começou a surgir do fundo do mar o arqueamento não foi regular, homogêneo, como quase nada é, mesmo. Uns fundos surgiram primeiro, porque estavam mais próximos do nível do mar ou acima dele ou porque o ritmo deles foi mais rápido ou porque o perfil da placa que descia era mais encurvado ou por outro motivo qualquer real que pode ser pensado.

                            É muito importante decidir qual fez o quê porque se um determinado topo de montanha atual está há mais tempo exposto ao Sol esteve durante mais tempo sujeito a erosão eólica e hídrica, quando não à resultante da presença da vida; e de ter saído antes do fundo do mar sobre ele se depositaram menos coisas. O espaço tempo específico de cada um é importantíssimo. Essa CONTAGEM PARTICULAR e geral do MAPA DO ARCO (digamos assim, para distinguí-lo do MAPA DO LOBATO e do MAPA DO CRÁTON, quando não do MAPA DO FUNDO MARINHO que foi nascendo noutra parte) é importantíssima, dado que conforma nossa relação com os elementos minerais e energéticos nele configurados, desenhados em termos de relações conosco. Dizer que cada montanha do arco é individual é tautologia, mas não é trivial o uso que faremos de cada uma. As relações humanas com os recursos são de aproveitamento, desde aquele aproveitamento estético tão basilar quanto as aplicações socioeconômicas ou produtivorganizativas.

                            Porisso faz todo sentido que façamos um levantamento exaustivo montanha por montanha, uma por uma, atenta e cuidadosamente, de modo que nenhuma delas escape. Como são dezenas de milhares em todo o mundo há trabalho à beça para os geólogos, cada um ou cada grupo podendo adotar tais ou quais montanhas ou região delas para mapeamento. Deve haver um acordo com as escolas de geologia e os geólogos isolados, trabalhando separadamente, tanto os práticos quanto os teóricos.

                            É do maior significado fazer esse mapeamento.

                            Isso implica em delimitar os confrontamentos, onde iniciam e terminam tais ou quais montanhas, quais são os cortes verticais delas, como já pedi num outro texto bem do passado.

                            Vitória, sábado, 16 de outubro de 2004.

Nenhum comentário:

Postar um comentário