sábado, 1 de julho de 2017


Páleo-Praias e Páleo-Divertimento

 

                            Como os brasileiros são tão chegados a praias isso pode ser usado como ajuda psicológica pela Petrobrás (ou quem se interessar) no sentido de atrair atenção para o trabalho da geologia, contaminando de aceitação os espíritos, preparando-os para a absorção favorável dos assuntos. Falar de páleo-praias nos mares interiores da antiga “América do Sul” (coloco aspas para referir a mudança de forma, muito acentuada) ou à beira dos páleo-lagos ou das páleo-fozes dos antigos rios e lagos, predisporá as almas para olhar atentamente, com um pouco de carinho e com uma intimidade que atrairá e focará as atenções. O que estavam fazendo as páleo-figuras nessas praias? Como os seres usavam os páleo-mangues para se alimentar? Que serviços tais páleo-mangues, páleo-charcos, páleo-pantanais prestaram à humanidade (as pessoas farão ligação instantânea com o presente).

                            Pode-se começar o documentário chegando trivialmente a uma praia, como se fosse recente, depois a câmara subindo cada vez mais para mostrar um páleo-mapa de, digamos, 35 milhões de anos atrás na América do Sul e no mundo inteiro, depois voltando à praia, ao ter enquadrado o tempo; passando ao espaço, exploraríamos os arredores daquela praia em particular, para indicar a vida que por ali estava, em círculos concêntricos caminhando para dentro na terra e para fora no mar. De onde está vindo aquela água? Poderíamos mostrar o páleo-rio e como ele se transformou no rio recente. Vendo de cima, seria mostrada a linha antiga e onde ela terminava; contraposta a ela a mais atual e onde termina hoje. Isso irá ensinar sobre mutabilidade ambiental; porém, mais importante, dará aos paleontólogos no Brasil e aos arqueólogos, onde houve civilização prévia, embasamento sobre onde buscar os resíduos ou restos. Clicando no ponto o mapa apontaria a que profundidade do solo atual se encontrava o páleo-rio ou páleo-lago – um aporte formidável em toda pesquisa de campo, inclusive para buscadores de petróleo e gás, e de gemas ou veios compostos por antigos cursos. Mineradoras haveriam de gostar demais desses traçados. Tais informações privilegiadas poderão, claro, ser vendidas.

                            Vitória, segunda-feira, 28 de junho de 2004.

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