quinta-feira, 27 de julho de 2017


O Valor dos Americanos Magros

 

                            Desde que eu soube que 60 % dos americanos estão obesos (não apenas gordos, mais que gordos, obesos, gordos-mórbidos, doentes) extraí várias compreensões. Em primeiro lugar há o fato de que cada um, isoladamente, não pode lidar com suas taras, porque gordura e obesidade é excesso de gratificação e medo, receio do mundo, do que é exterior, do ambiente relativo ao indivíduo, ou seja, medo das PESSOAS (dos outros indivíduos, das outras famílias, dos outros grupos e das outras empresas) e medo dos AMBIENTES (das outras cidades/municípios, dos outros estados, das outras nações e do mundo).

                            Se a proporção não é 2,5 % de muito magros, 47,5 % de magros, 47,5 % de gordos e 2,5 % de muito gordos, obesos, como diz o modelo que deveria ser, então algo está errado. A nação toda está doente de medo. Com medo há grande chance de a pessoa se tornar paranóica, ver perigo em toda parte, onde realmente há e onde não há; não podendo distinguir entre haver realmente e pensar que há ela toma atitudes insensatas e agride todo mundo, inimigos (onde há mesmo e ela deveria se precaver de fato) e amigos (onde não há, com a violência assustando a todos). Assim, a relação 60/40 não indica nada de bom, porque podemos pensar que os 60 contaminarão outros 30, formando 90 % de inclinação, porque haverá propaganda para agradar e vender para aqueles 60 % e o país inteiro se moverá para a loucura.

                            Mas é, como eu disse a Gabriel, um momento único no cinema americano, porque não querendo ver a realidade os 60 % e os contaminados por eles quererão a irrealidade, o virtual, o fictício e isso demandará boas criações do cinema, do teatro (que, sendo inquisitivo, será pouco visto, até porque implica sair de casa), das revistas em quadrinhos, da TV, da Rádio, da Revista, da Internet, do Jornal, da Editoria e de tudo que pode colocar uma redoma em volta de todos e cada um. Compras pelos Correios e pela Internet. Os EUA se fecharão ainda mais para o mundo, QUERENDO DESCONHECER o resto todo, menos alguns aliados tradicionais (Canadá e México, mais próximos, e Europa e Japão, Coréia, Formosa). Em resumo, em se tratando de tecnartes será um tempo bom; no cinema melhor ainda, com grandes produções de fantasia e FC, de tudo que é fantástico em todos os gêneros, as pessoas refesteladas em suas poltronas, quase todos fechados na TV fechada. E o valor dos 10 % de americanos magros saltos de 2/1 para 10/1. Adivinhe onde eles estarão? No cinema, claro.

                            Vitória, quinta-feira, 23 de setembro de 2004.

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