terça-feira, 4 de julho de 2017


Eugenia Irresistível

 

                            EUGENIA NA BARSA DIGITAL 1999

No início do século XX, com a divulgação dos trabalhos de Mendel sobre herança genética, muitos pensaram em aplicá-los na eliminação ou correção de caracteres considerados indesejáveis da raça humana. Entretanto, essas idéias caíram em descrédito depois que os nazistas usaram a eugenia para justificar a eliminação de judeus, negros e homossexuais. ©Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda.

                            Isso sempre teve controvertida feição política, porque se assemelha a querer estar acima de outros, ser melhor, mais produtivo, etc., e foi recusado firmemente; mas, na medida em que puder ser FRACIONALMENTE - com o andamento possível ou tolerado em frações do todo – comprado, caminhará com uma celeridade a toda prova. Compra-se uma sobrancelha “melhor” aqui ou acolá, incorporada à definição genética de fulano ou beltrano; depois lábios; a seguir cor de pele; mais adiante pernas mais compridas e em algumas dezenas de anos não mais reconheceremos a humanidade. Pense na beleza multiplicada por 10, depois mais cinco ou seis itens e no final teremos 10n; se N for 8, já teremos distância de 100 milhões de vezes. Isso não se conseguirá em séculos, mas em décadas. Veja a situação do avião. Em 1906 Santos Dumont subiu com o 14 Bis, que mal e mal voava algumas dezenas de metros, e em 1936 já havia luxuosos aviões de 20 passageiros viajando milhares de quilômetros, com baldeações e reabastecimento. Em trinta anos, uma geração, a ampliação genética terá dado saltos formidáveis, muito além de nossa imaginação. É isso que precisamos frisar no livro e no filme: a ardilosa penetração da revolução genética nos costumes e nas leis e as novas guerras que serão travadas (sempre ganhas pelos que possuem mais informações). De milho em milho a galinha encherá o papo.

COLCHA DE RETALHOS DO LIVRO (os elementos coadjutores ou auxiliares da trama; outros avanços que podem ser lateralmente mostrados)

·       Migração espacial (até a Lua, colônias circunterrestres; Marte);

·       MICA (memória, inteligência, controle artificiais): robôs, andróides, ciborgues, exoesqueletos;

·       Nano instrumentos e nanoprogramáquinas;

·       Enxertos mentais (dilatação mental; com re-arquiengenharia cerebral);

·       Telefonia instantânea;

·       Memória compartilhada praticamente infinita;

·       Transplantes de órgãos biologicamente construídos; etc.

E então, em meio a tudo isso, os REGEN se tornarão os novos senhores da humanidade, travando-se guerras de guerrilhas num seriado muito sério, abordando as razões de um e outro lado. Debatem entre si o que fazer os bilhões que não foram realçados.

Assim a eugenia prossegue inexoravelmente, implacavelmente, palmo a palmo, item a item, mudando tudo que a humanidade foi historicamente, fazendo a transição para o futuro bem diante dos olhos (realçados) de todos “os que importam” (os telespectadores participaram como mudos do diálogo futuro). É como que um congresso do futuro, um jornal do amanhã prevenindo os que ficarão de fora.

Vitória, terça-feira, 13 de julho de 2004.

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