Deus, que Encontrou a
Solução, e a Memória da Natureza
Já vimos que o
centro do círculo - na realidade, da circunferência - não é do círculo
propriamente, é o outro nome dele, é o que o resume. É o zero que resume todo o
sistema numérico, por mais estranho que pareça. É muito compacto. Embora eu
ainda não tenha retomado minhas compreensões matemáticas naturais, vou tentar
estimar a relação entre o Deus que resume pela inteligência e a Natureza que é
amplíssima e demora bilhões de anos para remontar do zero, ao acaso.
Já temos que a
relação (é absoluta, porque o sistema é dimensionalmente conexo no SI, Sistema
Internacional de Unidades, que o dá em metros por segundo; em qualquer outro
sistema a relação seria a mesma, de cerca de 300 milhões – ou 300 mil km/s) da
velocidade da luz no vácuo, “c”, é constante para todo o universo, na base 10
sendo expressa como 3.108, entre 108 e 109.
Ora, temos a área A = πR2, em que R = c; então A = π. (3. 108)2
= 3,141592... (9. 1016), o que dá aproximadamente A = 3. 1017
ou 300.000.000.000.000.000 para um, trezentos quatrilhões para um (a chance
parece toda contra a Natureza, mas ela vive para sempre, é eterna, pode gastar
o tempo que for; depois de formado remotamente o primeiro Deus tudo é muito
mais ligeirinho). Neste universo em que o metro é “c” a Natureza demora
trezentos quatrilhões de unidades para montar Deus (observe que há
concentradores, como se fossem enzimas potencializando tudo).
Assim, a memória,
por si mesma, seria muito lenta, porisso a inteligência intervém. Eis porque a argúcia,
que se acumula, vale tanto, enquanto as recordações, que são cíclicas, quase
não têm valor nenhum e são mal pagas. Essa é a razão de se pagar muito pelas
demonstrações das soluções, enquanto as reminiscências não encontram
compradores (por mais lindas que sejam). Eis porque a Natureza ama os clarividentes
– pois são raros. Ela gasta com prodigalidade das lembranças, mas preserva a
todo custo as agudezas. Mesmo a Natureza, que vive para sempre, gosta de ver os
trabalhos prontos.
Vitória,
terça-feira, 27 de julho de 2004.
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