terça-feira, 4 de julho de 2017


Áreas de Depósito, Páleo-Bacias e Páleo-Depósitos

 

                            Áreas de depósito tanto servem para a atualidade quanto para os tempos antigos. Por exemplo, o Rio Doce, que deságua na foz em Regência Augusta, Linhares, Espírito Santo, Brasil, tem uma área de depósito que fica defronte, dentro do mar. Mas tudo que é mar vira terra emersa e vice-versa, algum dia. Hoje, determiná-la é apenas exercício geológico menos interessante, mas encontrar as do passado é muito importante, porque as fozes são o PLUS que se acrescenta aos contínuos depósitos de ficto e zooplancto, aquele algo a mais que se soma continuamente à media dos outros.

                            Como já foi dito, há que diferenciar, porque se o Amazonas é novo, alguns milhares de anos, talvez milhões, deposita muito numa área muito grande, a cada segundo, ao passo que o Rio Doce, que é antigo de 70 milhões de anos ou até 280 milhões, deposita pouco relativamente, ou seja, devemos encontrar as multiplicações Vv (velho, vazão pequena) e nV (novo, vazão enorme), máximos e mínimos, e tudo que está no meio.

                            Devemos achar também as páleo-fozes, como já ficou estabelecido; e as páleo-bacias, as antigas bacias que existiram antes das atuais: digamos, a páleo-bacia do páleo-Tocantins. E todos os páleo-amazônicos e todos os páleo-rios do mundo. É uma busca frenética, porque ali estarão os maiores depósitos. Definidas as grandes páleo-bacias (que de modo algum coincidirão com as atuais) teremos nas páleo-fozes grandes páleo-depósitos diante delas, com chance maior de encontrar grandes depósitos de petróleo. E onde tenha havido muito tempo (para o lado do Oeste do Planalto Brasileiro, pelo menos prováveis 3,8 bilhões de anos da duração da Vida, especialmente 600 milhões de anos desde a Explosão Cambriana) teremos depósitos imensos, gigantescos mesmo. Dado que o canal Lobato da América do Sul (LAS) só se fechou nos últimos milhões de anos, antes da existência do Consórcio Amazônico (isso que se chama Rio Amazonas hoje e que só existe há pouco tempo relativo) os páleo-rios depositaram nele por pelo menos (600 – 70 =) 530 milhões de anos, na realidade até perto de 600 milhões de anos mesmo, porque só no último milhão de anos o Rio Amazonas foi se conformando.

                            Vitória, terça-feira, 13 de julho de 2004.

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