terça-feira, 4 de julho de 2017


Aquele Laguinho Muito Quente e as Estranhas Mudanças que Ele Provocava

 

                            Suponho que aquela separação antiga entre a África e a América do Sul de início era apenas uma fissura, depois um lago, e que de dentro da Terra e do solo vem o magma quentíssimo que jorra. Se a radiação ficava travada pelas pedras e pelo chumbo que ela naturalmente tem, quando o calor entrava em contato com a água essa radiação não era mais bloqueada e emergia; o ar quente que fazia a água borbulhar, com o calor saía à atmosfera e a impregnava, tendo muito maior densidade de radiação, que contaminava mais os animais ao redor, iniciando um período de maior número de mutações por unidade de tempo.

                            Deve ter sido criada uma ÁRVORE DE DIFERENCIAÇÃO naquele exato momento em que o lago se formou e a fissura foi aumentando até dar na separação em que não se via mais o outro lado, pois ele estava além do horizonte, quer dizer, da curvatura do mundo. A AD-africana e a AD-sulamericana formaram dois galhos distintos, a partir de algum momento imiscíveis, isto é, com espécies que não podiam mais cruzar, casar. A ADF desenvolveu-se para o lado exclusivamente africano e a ADSA apenas no continente sulamericano. Não mais se tocaram.

                            Porém, antes disso elas se misturavam, quando ainda se podia atravessar nadando. Os animais atravessavam a nado o lago, nadando a distância toda da separação quando ela ainda não era bastante grande, ou rodeavam-no. E antes disso ainda conviviam abertamente.

OS VÁRIOS TEMPOS E OS LUGARES QUE COMUNGAVAM (quanto tempo vai entre um e outro eu não sei)

1.       Estágio de fissura mínima;

2.       Fase de lago;

3.      Tempo de mar interior;

4.      Período de largo canal;

5.      Etapa inicial da imiscibilidade;

6.      Intervalo de tempo entre a metade e o dobro da distância de agora.

Interessa sobremaneira a fase de lago, pois nem havia radiação de menos como ANTES, quando a fissura era pequena demais para permitir comunicação muito larga com o interior; nem de menos como DEPOIS, quando a área a contaminar era grande demais e a quantidade de radiação por unidade de volume ficou reduzida de novo. Na fase de lago a comunicação com o interior quente da Terra era grande e o caldeirão borbulhante relativamente pequeno, de modo que os animais que ali nadavam ou ali bebiam entravam fatalmente em mutação; e, produzindo mutações benfazejas ou maléficas, sempre mutavam, fazendo andar a seleção natural muito mais depressa, num ambiente que também mudava e potencializava as figuras.

O resultado é que essa FASE DE LAGO será marcada por altas taxas de mutações, com muitos cadáveres diferentes distinguindo o mesmo horizonte temporal, nos mesmos estratos. Dez milhões de anos apresentarão as mais altas taxas de mutações, tanto quanto 100 milhões em outros lugares; organismos que estão mudando podem adquirir qualidades que suplantem as do passado, prosperando e ocupando os nichos ambientais, tornando-se dominantes. Assim esses lagos devem ser procurados no mundo inteiro. Chamarei esses lagos de BA (Brasil-África), portanto, LBA (lagos-BA), nome universal deles. Eles não são todos iguais em forma, mas são todos importantes, ainda que uns mais que outros.

Vitória, quarta-feira, 14 de julho de 2004.

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