quinta-feira, 6 de julho de 2017


A Neotenia Social e a Longa Infância Pessoambiental

 

                            Na página 31 de seu livro, de 1967, O Macaco Nu, Desmond Morris diz: “Como a batalha havia de ser ganha com a cabeça e não com os músculos, teve de tomar drásticas medidas evolutivas para aumentar a potência do cérebro. Aconteceu uma coisa muito estranha: o macaco caçador tornou-se um macaco infantil. Aliás, esse toque evolutivo não é único; aconteceu num certo número de casos bem distintos. Posto em termos muito simples, trata-se de um processo (chamado neotenia) pelo qual certos caracteres juvenis ou infantis são mantidos e prolongados na vida adulta”. E na página 33: “Além disso, não só se tornou mais desembaraçado no manejo de objetos mas também passou a ter uma infância mais longa, durante a qual podia aprender com os adultos”.

                            A neotenia (no Aurélio Século XXI: S. f.  Biol.  1. Capacidade de reprodução em estágio larvar.  2. Persistência de caracteres filogenéticos larvais ou juvenis na fase adulta, como ocorre em anfíbios) estaria então renovando as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações, mundos); estaria remoçando-os para além da NEOTENIA INDIVIDUAL rumo a algo mais complexo e completo: a NEOTENIA SOCIAL ou coletiva.

ÍNDICES NEOTÊNICOS SOCIAIS (através do ensinaprendizado)

·       Primeiro, segundo e terceiro graus (8 + 3 + 5 = 16 anos de retardamento do envelhecimento dos interesses em materenergia);

·       Mestrado, doutorado e pós-doutorado (outros 2 + 4 + 4 = 10 anos).

Assim, a infância é mantida agora por mais (16 + 10 =) 26 anos, contando dos sete até os 33 anos, o que tem permitido construir as coisas mais extraordinárias. Quanto a humanidade evoluiu devido a essa neotenia coletiva? Evidentemente, devido aos baixos índices de rendimento do conhecimento humano, não é possível para todos, mas mesmo assim a pequena fração que consegue ainda tem feito muito por todos nós.

Vitória, terça-feira, 27 de julho de 2004.

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