A Neotenia Social e a
Longa Infância Pessoambiental
Na página 31 de seu
livro, de 1967, O Macaco Nu, Desmond
Morris diz: “Como a batalha havia de ser ganha com a cabeça e não com os
músculos, teve de tomar drásticas medidas evolutivas para aumentar a potência
do cérebro. Aconteceu uma coisa muito estranha: o macaco caçador tornou-se um
macaco infantil. Aliás, esse toque evolutivo não é único; aconteceu num certo
número de casos bem distintos. Posto em termos muito simples, trata-se de um
processo (chamado neotenia) pelo qual certos caracteres juvenis ou infantis são
mantidos e prolongados na vida adulta”. E na página 33: “Além disso, não só se
tornou mais desembaraçado no manejo de objetos mas também passou a ter uma
infância mais longa, durante a qual podia aprender com os adultos”.
A neotenia (no
Aurélio Século XXI: S. f. Biol. 1. Capacidade de reprodução em estágio
larvar. 2. Persistência de caracteres
filogenéticos larvais ou juvenis na fase adulta, como ocorre em anfíbios)
estaria então renovando as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e
os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações, mundos); estaria
remoçando-os para além da NEOTENIA INDIVIDUAL rumo a algo mais complexo e
completo: a NEOTENIA SOCIAL ou coletiva.
ÍNDICES
NEOTÊNICOS SOCIAIS
(através do ensinaprendizado)
·
Primeiro,
segundo e terceiro graus (8 + 3 + 5 = 16 anos de retardamento do envelhecimento
dos interesses em materenergia);
·
Mestrado,
doutorado e pós-doutorado (outros 2 + 4 + 4 = 10 anos).
Assim, a infância é mantida agora por
mais (16 + 10 =) 26 anos, contando dos sete até os 33 anos, o que tem permitido
construir as coisas mais extraordinárias. Quanto a humanidade evoluiu devido a
essa neotenia coletiva? Evidentemente, devido aos baixos índices de rendimento
do conhecimento humano, não é possível para todos, mas mesmo assim a pequena
fração que consegue ainda tem feito muito por todos nós.
Vitória, terça-feira, 27 de julho de
2004.
Nenhum comentário:
Postar um comentário