quinta-feira, 8 de novembro de 2018


Numa Relax, Numa Tranquila, Numa Boa

 

EU VIM AQUI PARA LHE DIZER:

Guiné Bissau, Moçambique e Angola
 
Eu vim aqui para lhe dizer
E eu vim aqui para lhe dizer
Que eles agora estão
Numa relax
Numa tranquila
Numa boa
Numa relax
Numa tranquila
Numa boa
Lendo os livros da Cultura Racional
Guiné Bissau, Moçambique e Angola
Guiné Bissau, Moçambique e Angola

Buda achava que a luz de sua iluminação não tinha vazado toda para ele, que algo ainda mais elevado tinha tocado um ou mais de um ser humano. Não que isso o incomodasse, ele atingira o auge da simplicidade, mas restava a curiosidade.

SONDAGEM


BUDA
TIM MAIA
http://www.culturamix.com/wp-content/gallery/deus-budista-quem-foi-buda/deus-budista-quem-foi-buda-2.jpg
http://upload.wikimedia.org/wikipedia/pt/thumb/b/bb/Tim_Maia.jpg/200px-Tim_Maia.jpg

Os caras da Cultura Racional tornaram Tim Maia santo, São Tim, e distribuíam os São Tim, o que aborreceu os políticos, porque achavam que somente eles podiam distribuir os santinhos. E diziam que se eles não eram santinhos, mas distribuíam os santinhos, ENTÃO Tim Maia também não poderia ser santo.

Contudo, como começam os cultos?

Ora, o mundo é muito complexo.

Buda sorria com aquele sorriso angelical dele.

Serra, terça-feira, 17 de julho de 2012.

Meu Pé Escroto

 

Como é sabido do MP modelo pirâmide, o equilíbrio 50/50 dos pares polares oposto-complementares significa que a área e o volume da Curva do Sino se distribuem em tensões e descompressões por todo o espectro de atividades e inatividades.

OS DOIS LADOS DO CORPOMENTE DICIONÁRIENCICLOPÉDICO

O LADO ESCROTO
Lugar de casamento, onde a continuidade permite à esquerda ir adiante através dos filhos
O LADO LEGAL
Lado ruim do dicionário
Lado bom do dicionário
Maldade, corrupção, indecência, pedofilia, desnaturalização, desequilíbrio, oportunismo
Bondade, honestidade, decência, cuidados filiais, eco-respeito, frugalidade, equilíbrio, respeitabilidade
Vagões
Locomotiva
Fraco
Resistente
Parasitas
Trabalhadores

Um pé, o pé escroto, é aleijado e se apóia no outro, o são, que leva o peso de dois; assim o universo é, e parece que assim foi feito, por razões desconhecidas.

Veja o caso dos trabalhadores: as pessoas pensam que falando deles estamos nos dirigindo aos operários, mas não, trabalhador é todo aquele que trabalha, seja patrão ou empregado, e eles deveriam se unir para se oporem eficazmente aos não-trabalhadores.

OPORTUNISTAS
O eixo de transmissão é a faixa de enganação, através da qual os ruins migram para o futuro, via herança psicológica.
TRABALHADORES
Que folgam, enquanto os outros mourejam
Tanto patrões quanto empregados
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjhUAqPEahdvOAGb1Ohuq3urwtgzIhuNRjb_h4qHa0vRiwCTF10xabR4C0_f4eYuqqU0FBvMUVBuZsYxF1Diq5FkodAzgirk9p1vFWyZNSxZib-Of0YJeC17SoP_j9g9dAvYFa6PiiP4Ng/s400/duke+8.jpg
Descrição: http://sinttel.org.br/imprensa/imagens/charge_bracoscruzados.jpg
Descrição: http://blogdoonyx.files.wordpress.com/2011/05/psd_kassab_dilma.jpg
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgIbtAO0KHn7W2Ldpx6k2cCR6no8HS6ION7N9OgTSpZodEs8lifb2q_U5Viv2HMIevSqahkvPCD43f8xXiswBnDXC6GSFqjeV-vr-QIZUvs9XzqYsfp0TcN4qCihPJXSK24c0Sx-NFJAP8/s400/charge1.jpg
Um sindicato de trabalhadores (todos).

Existem não-trabalhadores, oportunistas em todos os setores, inclusive nas famílias e nos governos.

O pé escroto é composto de centomens (homens-centopéias) e centomulheres (mulheres-centopéias) que tomam os braços e as pernas dos outros, além de suas ideias, roubando-as.

ORA, ISSO FALA DE ENFRAQUECIMENTO.

Acontece que o MP é mais preciso que isso, ele não é só 50/50 direto, é 25/25/25/25, quer dizer, 25 % que deveriam ser de um jeito são de outro e 25 % que deveriam prejudicar, ajudam, enquanto 25 % dos quais se esperaria ajuda na hora H falham.

Há enfraquecimento que gera os ciclos, que podem ser estudados e resolvidos. Fiz isso, em parte, com os elementos de que dispunha, porém tudo pode ser MUITO aprimorado através dos instrumentos tributários.

Já sabemos qual é o elo fraco.

É o pé esquerdo. O que apóia a existência do pé esquerdo é i Deus-Natureza ter colocado tudo de tal forma que não sabemos quais pessoas são dele e quais não são; metade dos 50 % acaba por acertar ao errar, enquanto do outro lado os postos para acertar acabam errando. São quatro porções, nenhuma delas tendo estrela na testa. Não é possível discriminar, assim como Deus colocou fundo o sinal em Caim e avisou para não tocar nele.

i Deus-Natureza embaralhou as cartas de tal forma que a salvação deve ser geral, sem exclusão (ou com exclusão mínima), pois os que são inúteis de um jeito, são úteis de outro. Contudo, quando identificamos o mal e o achamos repugnante podemos por amor, apelando ao livre-arbítrio, batalhar contra o perverso.

Serra, quinta-feira, 26 de julho de 2012.

Mané Pelé

 

Neste século 35, depois de 1.500 anos de avanços em arquiengenharia genética biológica-p.2 e psicológica-p.3 os tecnocientistas-matemáticos acharam-se capazes de replicar Pelé e Mané Garrinha, a genialidade (racional) de Pelé e a emocionalidade (emocional) de Mané Garrincha. Não poderiam chamar Pelé Mané, porque iria parecer ofensivo, pois “mané” em brasileiro é um bunda mole qualquer, daí colocarem o Mané na frente.

MANÉ E PELÉ

EDSON ARANTES DO NASCIMENTO
Descrição: http://user.img.todaoferta.uol.com.br/N/B/N0/MS4CA6/bigPhoto_0.jpg
MANOEL FRANCISCO DOS SANTOS
Descrição: http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/89/Pelee_1902_2.jpg
MONTE PELÉE
GARRINCHA

O problema todo não era apenas a replicação dos corpos, o corpo negro de Pelé com as pernas tortas do Mané, a questão era a da genial-emocionalidade combinada, aquela competência lendária que acompanhara o crescimento do futuro e que fizera tantos sonhar através dos séculos, vendo e revendo em 3D simulado (em todos os ângulos possíveis e imagináveis) as jogadas celebérrimas deles, que emoção!

O jeito foi fazer um andróide.

A imitação foi tão boa quanto a que se poderia obter sem os moldes originais. Foi preciso estudar as fotografias, que ainda eram 2D em cores, bem pobres, insuficientes, com elas enquadrando os elementos todos. Os omnicomputadores debruçaram-se sobre os trejeitos, os dribles, as fintas, os maneios, as torções, tudo que eles fizeram.

A estréia foi hoje.

Claro que os demais criadores também levaram seus robôs, com toda liberdade de fazer isso e aquilo para tentar parar o Mané Pelé (já vimos jogar o Mané e o Pelé, mas neste caso foi especial a conjunção), mas fosse por que fosse, o fato é que o robô-andróide MP REALMENTE esmagou a concorrência. Ficamos pasmados: não é possível. Mas era, era sim, parecia que os dois tinham incorporado no andróide, foi entontecedor.

Eu mesmo, que participei do grupo de criação, fiquei assombrado, não parecia possível que aquilo tivesse saído de nossas mãos.

É claro que hoje em dia não existe mais nenhum ser humano original, só os novos-seres, porque se houvesse eu diria que meus cabelos ficaram arrepiados. Saí de lá rouco de tanto gritar. NUNCA, está ouvindo, NUNCA mesmo Alfa Centauro Quatro vai ver algo assim de novo. Não tem jeito. Recolhemos o Mané Pelé e o enclausuramos, não vamos dizer aonde; queimamos o projeto, vai tomar banho.

Quem gravou, gravou, que não gravou não grava mais.

Já assisti minha cópia mais de 200 vezes.

Serra, sexta-feira, 13 de julho de 2012.

Lobisomens: o Terror


 

- Samuca?

- Que é?

- Agora bateu uma coisa ruim no fundo do coração...

- Tá com taquicardia?

- Não, cara, é emocional, uma coisa ruim, uma sensação de que algo tá errado...

- Porra, Felipe, fala logo, cê tá me deixando nervoso. Tá passando mal, fala logo, caralho.

- Não, não, tô bem, é só o sentimento de que tem algo esquisito.

- Mas, o que é? Se você não disser não vamos poder conversar, vamos ficar o tempo todo aqui nessa melação?

- Você sabe, nós temos trabalhado demais controlando os vampiros para eles não proliferarem e agora existem mais do que nunca nas repartições públicas, nos consultórios, nos escritórios de empresas, nas escolas, no Fisco, no Judiciário então nem se fala, tudo chupando sangue, a quantidade de trabalho está crescendo, uma sufocação danada, estresse puro, você sabe.

- Tô cansado de saber, a gente nem dorme direito. Tá todo mundo do mesmo jeito. E dos quarenta pra frente é essa luta, você tá ciente.

- Claro. Então...

- Então o quê? Desembucha logo.

- Onde estão as lobis-mulheres?

- Pô, cara, você tem razão, cadê elas?

- Tô a seco há MUITO tempo.

- Eu também, agora que você falou foi que reparei. Cadê elas?

- Sei lá, pensei que você tava faturando, porque eu não tou.

- Cara, fiquei com todos os meus milhões de pelos arrepiados. Tô ficando bravo. Será que os vampiros traçaram elas?

- Você fala, no sentido sexual?

- Claro que não.

- Pode ser, faz tempo que não vejo.

- Eu te disse que isso de trabalhar muito não leva a nada. Esquecemos as coisas essenciais.

- É mesmo, sou uma besta.

- Também sou. E o mais difícil nem é escovar os pelos, é fazer chapinha.

VOCÊ VIU LOBIS-MULHERES POR AÍ?

http://static.hsw.com.br/gif/werewolf-comparison.jpg
lobisomen
http://indiscutivelrelevancia.files.wordpress.com/2010/02/o-lobisomem2.jpg
http://jornale.com.br/wicca/wp-content/uploads/2009/02/lov.jpg

- E ir ao dentista também não é fácil, nem de longe. Teve aquela vez que perdi o canino direito e foi preciso implantar, lembra? O dentista ficou cheio de lanhadas no braço, cheio de escoriações, nem queria tratar mais, tá lembrado?

- Bom, vamos voltar ao assunto. Será que elas foram trabalhar em Hollywood? Tem muita coisa ruim acontecendo por lá.

- Se foram, como é que ninguém falou nada com a gente?

- Você é socialista utópico? Acredita em oportunidades iguais para todos os lobos?

- Não, mas se for assim, essa preferência, vou começar a gritar por cotas.

Serra, domingo, 08 de julho de 2012.

Língua à Mineira

 

PIADIM

Dois carros bateram, um era do mineirim, outro do americano que trabalhando no Brasil ainda não falava a língua portuguesa direito.
O americano, acostumado à realidade dos EUA, já saiu do carro com todos os dentes à mostra, a mão direita estendida, na mão esquerda o cartão da seguradora.
- Helou!
- RELOU O CARAI, MASSÔ TUDIM.

LÍNGUA À MINEIRA

Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjGHrNnsKyNULsqsp4SBljwh_7S4d1NsJLt_SIBPKWXq8yQ1sJL2HUkmRqpO8CC-vWYZ6hXH6sVyV4NWK8qJoKtsAOc51ME4RNz18o5mV7p4ET_CjvXzICjpowNC6_18P6aYkXK7OOkIKE/s1600/causo_mineiro.jpg
Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiFrNmIVOwssnEMgDjZTkKGVC-0i4ZYhVh1IyjB_Ve4QPKA5yQg9xPn-Ld6ceqBft066j9wGcH4uYKFwMkh2reOY-x_KwjnSbPTQhBPUrHm2IFUi9C0l6un083ZHywwjgvs8dS82Y9rx3c/s400/Radiografia+da+Educa%C3%A7%C3%A3o+Mineira.jpg

VARIASONS

I - Declaração Mineira de Amor aos Amigos...
Declaração Mineira de Amor aos Amigos... Amo ocê ! Ocê é o colírio du meu ôiu. É o chicrete garrado na minha carça dins. É a mairionese du meu pão. É o cisco nu meu ôiu (o ôtro oiu - tenho dois). O rechei du meu biscoito. A masstumate du meu macarrão. Nossinhora! Gosto dimais DA conta docê, uai. Ocê é tamém:
O videperfume DA minha pintiadêra. O dentifriço DA minha iscovdidente. Óiprocevê, Quem tem amigossim, tem um tisôru! Ieu guárdêsse tisouro, com todu carinho, Du Lado isquerdupeito !!! Dentro do meu Coração!!! AMO Ocê, uai!!!
 
II – Tipos de assaltantes
 
Assaltante Paraibano: Ei bichin...Isso é um assalto!Arriba os braços e não se bula Num se cague e não faça mungança...Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim se não enfio a pexera no teu bucho e boto teu fato prá fora...
 
Assaltante Baiano: Ô meu rei... ( pausa )Isso é um assalto...( longa pausa )Levanta os braços, mas não se avexe não...( outra pausa )Se não quiser nem precisa levantar pra não ficar cansado...Vai passando a grana bem devagarinho... (pausa pra pausa) Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado, Não esquenta meu irmãozinho...( pausa )
Vou deixar teus documentos na encruzilhada...
 
Assaltante Mineiro: Ô sô, prestensão...Isso é um assarto uai! Levanta os braço e fica quetim Quessê trem na minha mão tá cheidibala... Mió passa logo os trocado que não tô bão hoje Vai andando uai!
 
Assaltante de São Paulo: Ôrra, meu... Isso é um assalto, meu... Alevanta os braços, meu... Passa a grana logo,meu... Mais rápido, meu, que eu ainda preciso pegar a bilheteria aberta pra comprar o ingresso do jogo do CORINTHIANS, meu... Pô se manda, meu...
 
Assaltante Carioca:
Seguiiiinte bicho....Tu se ferrô. Isso é um assalto!
Passa a grana e levanta os braços rapá... Não fica de bobeira, vai andando e se olhar pra trás vira presunto.
 
Assaltante Gaúcho: O gurí, ficas atento...Báh, isso é um assalto! Levanta os braços e te aquieta tchê! Não tentes nada, e cuidado que este facão corta uma barbaridade. Passa os pila prá cá!
E te manda a lá cria, se não o quarenta e quatro fala...
 
Assaltante de Brasília: Querido povo brasileiro, estou aqui no horário nobre da TV para dizer para pedir seu voto de confiança. Prometo se eleito for te representar com responsabilidade e que por exigência do FMI ao final de todo mês aumentaremos as seguintes tarifas para dar uma ajuda aos pobres políticos do nosso país: Energia, água, passagens aéreas e de ônibus, gás, Imposto de renda, licenciamento de veículos, seguro obrigatório, gasolina, álcool, IPTU, ICMS, PIS, COFINS. Mas meu povo não se esqueça: somos uma nação feliz! O Brasil é penta e em fevereiro tem carnaval!!!
Variação linguística A língua não é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes. O uso de uma língua varia de época para época, de região para região, de classe social para classe social, e assim por diante. Nem individualmente podemos afirmar que o uso seja uniforme. Dependendo da situação, uma mesma pessoa pode usar diferentes variedades de uma só forma da língua. Ao trabalhar com o conceito de variação linguística, estamos pretendendo demonstrar: que a língua portuguesa, como todas as línguas do mundo, não se apresenta de maneira uniforme em todo o território brasileiro; que a variação linguística manifesta-se em todos os níveis de funcionamento da linguagem ;que a variação da língua se dá em função do emissor e em função do receptor ; que diversos fatores, como região, faixa etária, classe social e profissão, são responsáveis pela variação da língua; que não há hierarquia entre os usos variados da língua, assim como não há uso linguisticamente melhor que outro. Em uma mesma comunidade linguística, portanto, coexistem usos diferentes, não existindo um padrão de linguagem que possa ser considerado superior. O que determina a escolha de tal ou tal variedade é a situação concreta de comunicação; que a possibilidade de variação da língua expressa a variedade cultural existente em qualquer grupo. Basta observar, por exemplo, no Brasil, que, dependendo do tipo de colonização a que uma determinada região foi exposta, os reflexos dessa colonização aí estarão presentes de maneira indiscutível.Descrição: http://htmlimg1.scribdassets.com/36lmjgow5c125es3/images/5-eb8402742c.pngDescrição: http://htmlimg1.scribdassets.com/36lmjgow5c125es3/images/5-eb8402742c.pngDescrição: http://htmlimg1.scribdassets.com/36lmjgow5c125es3/images/5-eb8402742c.png
 

Antão (que é uma anta grande), mermão (que é um mermo grande), se você soa (badala) muito com o calor, compre um ar condicionado.

O CÉREBRO COMPREENDE EM QUALQUER SITUAÇÃO (ele se adapta; não compreende letra por letra, pega as palavras e compara com as pré-armazenadas, o que quer dizer que dentro do nosso cérebro existem centenas de milhares delas, verdadeiro exercício de fixação)

Descrição: http://entrenessa.com.br/wp-content/uploads/2010/01/texto-com-letras-trocadas.bmp
Descrição: http://entrenessa.com.br/wp-content/uploads/2010/01/texto-com-letras-trocadasuu1.bmp

Finalmente as pessoas entenderam que vivemos dentro de uma tempestade uniforme-catastrófica e isso mudou tudo na educação.
Serra, sexta-feira, 27 de julho de 2012.

Leviatã

 

Rapaz, Jorginho ficou chato demais da conta.

Somos amigos há mais de 18 anos, não dava para evitar, tive de ouvir dia após dia. Não sei o que o levou a ficar contra os governos todos, ele passou a odiar, não queria contar por quê. Bom, amizade é isso, é para sempre, não dá para divorciar.

E toca falar mal dos governos.

Não era um ou dois, eram todos, todo dia no bar.

Perguntei a ele se falava assim para a mulher, ele disse que sim, depois soube que ela pediu o divórcio.

As pessoas do bar quando viam o Jorginho cortavam volta, achavam assunto noutra mesa ou até saíam dele, me deixavam sozinho, os canalhas, até alguns amigos antigos desavergonhados.

Tive que ouvir, dia após dia.

E de tanto ouvir fui olhar na Internet.

Primeiro foi o ES.

Olhei só para achar argumentos contra os dele. Vi que o GEES gastava mal mesmo, todos os poderes. Comecei a prestar atenção, fui investigar, era aquilo mesmo que ele falava, até pior. Puta merda! Que coisa escandalosa! Isso quando não escondiam as informações. Por acaso sou contador e apareciam as coisas mais ridículas, o que chamaram de “parafuso pentágono”, o parafuso que para o Pentágono americano custava 100 podia ser encontrado a 30 no mercado.

Fiquei espantadíssimo.

Aprofundei.

Rapaz, o que existe por aí você não consegue imaginar.

Passei a prestar atenção na mídia (TV, Revista, Jornal, Livro-Editoria, Internet, Rádio, Cinema), mas somente nas notícias sobre os governos, donos dos nossos tributos que vão alimentar aquela bocarra insaciável. As aplicações são as mais disparatadas, sem qualquer justificativa racional.

Olhei para os outros estados.

Fiquei tão fascinado que não fazia outra coisa. Diferentemente do Jorginho, minha esposa acompanhava, pois era advogada e nossos filhos já estavam fora nas faculdades. Ficávamos ansiosos para chegar a casa e sempre que sobrava um tempinho nos nossos escritórios, olhávamos também.

Fui aos países, falo três línguas, fora o português.

Pôrra, cara, quase caí da cadeira.

Não há nenhuma explicação. Uma quantidade de aplicações aquieta o povo, há a roubalheira e há tudo aquilo desnecessário.

Comecei a falar com as pessoas.

O Jorginho é nosso guia.

A ideia dele é que devemos rediscutir a razão de ser do Estado geral, com todos os seus desdobramentos. Antigamente, diz, as pessoas não podiam ter acesso nem às cidades vizinhas, quando mais aos estados vizinhos e a distantes continentes, mas agora tudo está ao alcance com a telefonia universal e a Internet; seria em tese possível “despedir” o governo inteiro e substituí-lo por formas pós-contemporâneas de políticadministrar.

O ESTADO-LEVIATÃ

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Hobbes
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O Estado.

Não é tão simples assim, pelo contrário, é complicadíssimo, contudo vale a pena discutir, levantar a peteca, revolver o lodo, oxigenar o fundo, desalojar os vermes, dar um susto nas criaturas escondidas, provocar a Grande Revolução: será que estamos pagando cem quando deveríamos pagar trinta? Caso estejamos pagando 70 a mais, não poderíamos – ao enxugar o Estado – gastar mais conosco mesmos?

A pergunta do Jorginho (que meses antes eu taxava de idiota) soa completamente necessária agora.

Tornei-me adepto.

Fã de carteirinha do Jorginho.

Agora que o Jorginho está por cima da carne seca e aparece na mídia a mulher dele voltou, finalmente descobriu o valor do Jorge. Quem não vê que ele é um cara supimpa?

Serra, sexta-feira, 13 de julho de 2012.

Levando na Flauta

 

POBRE VELHINHA

Quando dão aulas pra gente no curso de fiscalização citam esse exemplo clássico da velhinha que passava na Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai para lá e para cá com a trouxa de roupas, levando-as sujas e trazendo-as limpas, o que os fiscais federais sempre constatavam: definitivamente não havia muambas.
Os federais ficavam encafifados, com aquela desconfiança de fiscal coçando atrás da orelha. Paravam a velhinha, nem um rádio de pilha, nem um celular, nem um computador, nada mesmo ano após ano.
Até que um deles se aposentou, parou a velha e perguntou o que ela estava traficando e ela disse “motos”.

LEVANDO NA FLAUTA (flautas de todo tipo)

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Descrição: https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjo8i1SYv_it0QD7-nPYRBSCa6Xo6MQNWRCEJymBalF-UirCfwWkozAdtvU0uM18mv-K_iJhbWiCmH5-ZZFS21F8kKovH8HtZInyGam2aWbRBlPvCqVixjvBGR_Q2e52QX7QbVH7Aen7SdB/s1600/fam%C3%ADlia+das+flautas.png
Descrição: http://www.e-musica.com.pt/images/familia_das_flautas_de_bisel.jpg
Descrição: http://www.mundomax.com.br/blog/wp-content/uploads/2010/01/flautas-doce-yamaha.jpg
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Então, decidi “levar na flauta”, achei um esquema de colocar as pedrinhas de diamantes dentro do tubo da flauta doce, quando chegava ao destino soltava a cola. Inscrevi-me no curso de flauta e freqüentei seriamente, de modo a não ser pego por não saber tocar nada. Quando me pediam, eu tocava, dizia “estou aprendendo” (o que era verdade), saía meio-desafinado, o pessoal me dava um olhar cúmplice-piedoso e dizia “precisa treinar mais” e eu, modesto, “é mesmo, mas lutando eu chego lá”, as pessoas desconversavam e faziam sinal de que não queriam que eu tentasse ali, todos riam, era uma beleza de congraçamento.

Até achar um filho da puta de policial no aeroporto que era aprendiz também, achou estranho o som e foi olhar pelo interior do tubo se tinha algo atrapalhando...

Safado.

Serra, sexta-feira, 20 de julho de 2012.