sábado, 18 de novembro de 2017


Funil Pré-Revolucionário

 

                            Como já contei neste Livro 140 no artigo Três Eternidades e Alguns Aborrecimentos Depois nosso amigo APB vai andar de ônibus vários milhares de quilômetros até Caracas (de Vitória, Espírito Santo, a Porto Velho, Rondônia, depois Manaus, Amazonas, e finalmente a capital da Venezuela) com a esperança de viver a presumida revolução de lá.

                            Em todo caso será interessante, porque lá se reunirão esperançosos revolucionários do mundo inteiro e eles ficarão bebendo nos bares e transformando o mundo várias vezes toda noite, ainda que alguns de fato trabalhem diligentemente pelas transformações. Certamente disso advirá um cadinho ou crisol formidável, muitas conversas proveitosas, muitos papos que irão fertilizar outras terras nas décadas do porvir.

COLETANDO INFORMAÇÕES SOBRE AS ÉPOCAS PRÉ-REVOLUCIONÁRIAS DO SÉCULO XX

DATA DO EVENTO LIMITE
LOCAL
1917
Rússia
1949
China
1959
Cuba
1973
Chile
1975
Vietnam

São os anos precedentes que interessam. É o burburinho nos – digamos – 7 anos anteriores que devem ser focados.

O FUNIL VENEZUELANO (o mundo esperançoso vai se voltar todo para lá) – a Venezuela convergirá para Caracas e o mundo para a Venezuela. A área metropolitana de Caracas é superdominante no país e tinha em 2001 12,5 % da população nacional.


Esse é um fenômeno sociológico muito, muito importante, fundamental mesmo, porque depois aqueles adubos psicológicos vão fertilizar outros lugares (como aconteceu depois de 1973 no Chile, os revolucionários frustrados espalhando-se pelo mundo).

Vitória, agosto de 2005.

AS VÁRIAS FACES DA VENEZUELA


Foto Limpa 3D Metrificada Retocada

 

FOTO LIMPA: HOJE HÁ EXCESSO DE COISAS NA FOTO (quando queremos ver apenas as motos só elas devem estar presentes, sem céu, sem mais nada; e assim deve ser com cada objeto; os artistas deveriam produzir uma quantidade ilimitadas de fotos sem adereços)


FOTO 3D: DEVE HAVER ALGUM JEITO DE MOSTRAR A PROFUNDIDADE DOS OBJETOS, COLOCANDO A TERCEIRA DIMENSÃO (veja aí o idiota do Homer dos Simpsons)


FOTO METRIFICADA: deve-se colocar do lado, em qualquer margem, um padrão (certamente o metro) para intuitivamente compararmos com as figuras em trânsito no cenário. Que distâncias são essas? Como um computador poderia calcular os objetos ou trabalhar a foto sem a escala do lado?


FOTO RETOCADA (as fotos da época dos soviéticos eram retocadas com péssimos propósitos, os de ocultar os desafetos, mas isso poderia prestar bons serviços) – para ressaltar o que é principal.


De fato, os fotógrafos e as fotografias têm ainda muito que aprender e ensinar, porque a tecnarte deve proporcionar SERVIÇO PSICOLÓGICO, que é principalmente o de atingir aquele a que se destina segundo a bandeira dos sexos, segundo as idades, enquanto raças, enquanto classes do TER (ricos, médio-altos, médios, pobres, miseráveis), bandeira da proteção, economia e assim por diante. As fotos não podem ter destinação geral, porque o olho que olha é diferente; antes as fotos não poderiam ser mudadas, cada observador tinha de se contentar com ver o que era mostrado, mas agora elas podem SE ADEQUAR A PERFIL de cada um, conforme a pessoa o defina.

OLHANDO DE PERFIL

Estudante de direito, 19, moça de classe médio-alta que gosta de ler, ver filmes, ir a galerias de arte, da capital e assim por diante.

Futuramente os serviços de apresentação (tipo Picasa e outros) apresentarão essas alternativas.
Vitória, agosto de 2005.

Fãs Incondicionais do Modelo

 

                            A CURVA QUE GARANTE      


Com base nas falas do nosso amigo GHB, que é doutor em estatística, passei a crer na margem estatística de erro, de 5 %; entendi que metade disso se distribuía à esquerda e metade à direita, com co-opções de outro tanto, quer dizer, a estrema esquerda tem 2,5 % de simpatizantes imediatos, formando no todo 5,0 % (2,5 % convictos e 2,5 de simpatizantes). Veja no diagrama que até ∆2σ temos 95,45 % de protegidos sobre o centro operador, muito próximo de 95 %, o que permite aceitar a idéia acima.

Então adotei 1/40 ou 2,5 % como modelo explicativo e as progressões (1/40) n como definição de fundo.

FUNDO DA DEFINIÇÃO (para 6,4 bilhões de seres humanos)

ITEM
FRAÇÃO
NA HUMANIDADE ATUAL
1º nível
1/40 = 0,025
160 milhões
2º nível
(1/40)2 = 0,000625
4 milhões
3º nível
(1/40)3 = 0,000015625
100 mil
4º nível
(1/40)4 = 0,000000390625
2,5 mil
5º nível
(1/40)5 = 0,00000000975625
62,5

Metade do 5º nível é de crianças, sobram 31; desses, metade não se interessará, restam 15; dos quais, metade é de pobres e miseráveis; restam 7. E assim por diante. Mas a tendência é de esses serem fãs incondicionais do modelo, porque serão fãs de qualquer coisa que for lançada – ou seja, você pode ter certeza de que qualquer coisa que seja feita sempre terá pelo menos 60 adeptos no mundo.

OS GÊNEROS DE ADESÃO

ADESÃO
QUANTIDADE
1ª - completa, irrefutável, absoluta, rica, participativa, interessada, divulgadora
60
2ª – médio-alta
2,5 mil
3ª - média
100 mil
4ª - pobre
4 milhões
5ª – miserável (adesão frouxa, primária)
160 milhões
6ª – os demais estão ao largo, serão cooptados nos tempos próprios.
3,2 bilhões

Isso garante que haja progressão em qualquer coisa lançada, sendo o mundo suficientemente largo (é a primeira vez que isso acontece em tal largura; na realidade isso se deu pela primeira vez quando a humanidade ultrapassou 160 milhões, o que deve ter se dado lá pelo ano zero, de fato o ano 1 da Era Cristã). Só que o ciclo dela pode ser bastante lento para alguns produtos. E de qualquer forma haverá pelo menos 60 indivíduos que jamais, sob nenhuma condição aceitarão o modelo, mesmo que os livros ou discos sejam dados. Do outro lado está o combate insistente e implacável (isso também ajuda a divulgar, quando a divulgação couber na vivência atual).

Vitória, agosto de 2005.

Expandindo o Impossível Até o Limite

 

                            RELAÇÃO DOS NOMES

Apartº de cobertura é o mais de cima
 
Duplex é qualquer um com o dobro da altura dos outros
 
Térreo
Subterrâneo

Duplex-cobertura seria o duplo, em que o último andar é o de baixo e no terraço ficasse a cobertura.

Pensamos meu filho Gabriel e eu num tão grande que juntasse lote de 30 metros de frente com sessenta metros de fundos, duas vezes, dois lotes ocupando todo um lado da quadra, portanto 30 x 120 = 3.600 m2 no total de um, 7,2 mil m2 para os dois andares. Já que estávamos pensando o impossível, levamos até o limite. No de baixo, disse ele, ficaria o apartamento propriamente dito, ao passo que – acrescentei – no de cima ficaria uma piscina com areia branca em volta, inclinada para parecer praia, com coqueiros e outras plantas em grandes vasos. Os ricos estão ficando cada vez mais audaciosos. Poderíamos ter cachoeira, até imitação de morro, áreas reservadas, pequena praça, um parquinho para as crianças; poderíamos ter de tudo, já que é fantasia. Uma coisa assim não ficaria menos que 1,5 milhão de dólares só para construir, sem falar nos equipamentos, que consumiriam 1/3 mais, segundo dizem, no todo 2,0 milhões de dólares: os ricos têm muito mais que isso, Bill Gates falou em gastar US$ 100 milhões numa casa.

Qual é o papel da fantasia dos ricos e médios-altos, para não falar dos médios e dos pobres (porque os miseráveis não podem ter nenhuma, nem a mais simples, pegam os sonhos dos outros) na construção do futuro? É claro que isso põe a engrenagem socioeconômica em ação e modifica poderosamente o espaçotempo. Os sonhos pequeninos dos pobres não levam muito longe, a menos que os estados os financiem com os tributos que coletam aos pobres para dar aos ricos. Então, os ricos movem mundos e fundos para financiar seus sonhos materiais, com isso inventando muito e tendo de dar à coletividade suas idéias e empenho, sua participação no financiamento da expansão. Não que devamos lhes agradecer, fazem isso pelo prazer deles, não pelo coletivo de trabalho, mas mesmo assim é verdade que do cômputo geral saem tais crescimentos.

É isso que precisa ser investigado: que é que saiu de cada sonho maluco dos ricos e médios-altos? Como existem relativamente muitos deles e muitos sonhos no mundo, essa investigação socioeconômica pode ser feita.

Vitória, agosto de 2005.

 

GRANDE IDÉIA (quem é que consegue pagar isso?)


EXISTEM ATÉ FIRMAS DE PAISAGISMO PARA JARDINS EM COBERTURAS (veja só como está se especializando!)

Um jardim em cobertura
Por: Rodolfo Geiser
A formação de um jardim na cobertura de um edifício se apresenta como uma solução viável para a integração de áreas verdes nas grandes cidades, permitindo um maior convívio do homem com a natureza.
 

Ecomapas

 

                            Quando a gente olha ao redor tudo ainda está muito no princípio, não muito distantes daqueles dias em 1972 em que comecei a ler os livros de René Dubos na Biblioteca Central da UFES, como já falei, na época em que o presidente mexicano de então fazia sua propaganda da Nova Era que nunca veio.

                            NÃO HOUVE REUNIÃO

·       AS PESSOAS NÃO SE REUNIRAM:

1.       Os indivíduos não foram disciplinados nem se autocontiveram em sua sanha destrutiva, continuam tão perdulários quanto antes;

2.       As famílias não deixaram de aspirar ao desnecessário, apenas exigem lixões desodorizados;

3.      Os grupos (as ONG’s, organizações não-governamentais) aproveitaram para fazer política e pegar carona no caixa dois, pois as safadezas multiplicaram, exceto entre os que já eram puros;

4.      As empresas não se tornaram menos oportunistas, continuam acreditando no lucro acima de tudo e de todos;

·       OS AMBIENTES NÃO MUDARAM QUASE NADA:

1.       Não houve mudança qualitativa nas cidades-municípios, mas em todo caso os governantes se tornaram mais precavidos em suas atitudes destrutivas;

2.       Os estados não postularam trabalho e confiança (como na bandeira do Espírito Santo, “trabalha e confia”);

3.      As nações não advogaram com fé positiva “ordem e progresso” (conservação e desenvolvimento ecológicos), como consta da bandeira do Brasil;

4.      O mundo tornou-se apenas mais educado em sua destruição e não verdadeiramente amoroso.

Em espanhol vem alguma coisa quando perguntamos por “ecomapas”, mas em português não. Onde podemos encontrar as PESSOAS e os AMBIENTES que estão conectados na salvação e no desenvolvimento das espécies (inclusive a nossa)? Os mapas ecológicos não podem ser apenas espaciais, devem indicar a REDE DE LIGAÇÕES pessoambientais, das pessoas participativas e em que ambientes: que atitudes positivas estão sendo tomadas?

Como estão sendo feitos agora os mapas mais parece um pedido (formal) de desculpas: “tomem lá esses aperitivos enquanto tratamos dos assuntos sérios”. Propaganda, nada mais que isso, estampas para agradar as crianças, figurinhas que trocar. Atitudes responsáveis não estão sendo tomadas para compor a REDE DE DEFESA E DESENVOLVIMENTO, de verdadeira ordem ecológica e verdadeiro progresso ecológico.

AS FIGURINHAS DO ÁLBUM


O MUNDO ECOLOGICAMENTE CONECTADO PARA UM SÓ PROPÓSITO, CHAMADO TERRA (sem útero que nos carregue não será possível parir o futuro) – do indivíduo ao mundo, um só propósito, a salvação coletiva e individual.


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


São desses novos mapas ecológicos que precisamos, MAPAS DE CO-LIG/AÇÃO (ato permanente de co-ligar, ligar juntos): uma pirâmide com um único eixo e não vários eixos desencontrados, cada qual pensando somente em si mesmo.

Vitória, agosto de 2005.

Descortinando Amplos Horizontes

 

                            Quando eu era criança em Cachoeiro de Itapemirim, antes de 1963 (porque saímos de lá em 18 de agosto daquele ano), quando tinha menos de nove anos meu pai - que era motorista de caminhão próprio - me levava na boléia para alguns passeios, pois meu irmão mais novo era muito jovem (até quatro no máximo) e meu irmão mais velho seguinte, o segundo, tinha até 17 anos no máximo, já não faria isso. Então, por anos seguidos era eu que ia.

                            MAPA DE CACHOEIRO DO ITAPEMIRIM, ESPÍRITO SANTO


Cachoeiro é, como se diz, muito “marrento”, “cata marra”, denomina-se “capital secreta do mundo”, acredita-se especial, é “sebento”, orgulhoso de sua cultura. Tem menos de 200 mil habitantes agora, mas em 1963 era realmente pequena cidade, exceto pelos padrões do ES. Situada nos vales da região cheia de montanhas de granito e mármore (que agora explora e exporta intensa e fervorosamente), passa por inacreditáveis temporais de raios. A cidade desenvolveu-se nesses fundos, de forma que não víamos muito, não descortinávamos os grandes espaços que vi depois em Linhares, com a correlata liberdade de que já falei.

Em Cachoeiro vivíamos fechados.

Numa das vezes papai me levou para ver as grandes manilhas que ele trazia para o IBC, Instituto Brasileiro do Café, situado no bairro que depois levou seu nome (o de nº. 33 no mapa acima), manilhas que tinham o dobro da minha altura, uma coisa impressionante. De uma outra vez fomos ao cocuruto de um morro que estava sendo aplainado por imensas máquinas para a construção de uma escola: de lá descortinei grandes horizontes e fiquei chocado com a largura do mundo, que imenso que ele era!

É assim, as experiências das crianças as marcam para sempre, com efeitos benéficos (como os meus) ou nefastos (como de outras, que sofrem). Não digo que sigam os passos do meu pai e da minha mãe, porque cada caso é diferente, mas isso de levar os filhos é muito importante, o que peço pelas crianças que ainda são e pelas que vão ser.

Vitória, agosto de 2005.