segunda-feira, 24 de julho de 2017


Os Lobatos e os Desertos, II

 

                            Eis a sequência simplificada.

QUE AS ESTRELAS NÃO PAREM DE BRILHAR (diz Roberto Carlos em A Montanha, disco de 1972)

·       Crátons solitários caminham a esmo e vão aos lugares mais estranhos;

·       Os arcos de montanhas levantam-se para delimitar os Lobatos (não é intencional, é claro);

·       Os Lobatos são os grandes canais resultantes;

·       Que vão se levantando em todas aquelas composições, até se tornarem florestas luxuriantes com grandes rios que secam, sobrando os lagos, que secam, tudo se transformando em desertos (com aqüíferos por baixo);

·       Nesses desertos, entre 273 e 65 milhões de anos, viveram todos os tipos de criaturas, na chamada Era dos Dinossauros.

Assim, Lobatos estão fatalmente associados a desertos.

A SEQÜÊNCIA EM POUCAS PALAVRAS

1.       Lobato;

2.       Grandes rios e floresta luxuriante;

3.      Lagoas e lagos em profusão;

4.      Planícies de grandes extensões;

5.      Desertos com numerosíssimos fósseis, denotando o passado petrificado.

Veja abaixo um quadro completo.

Isso nos diz onde procurar os fósseis de dinossauros. Embora eles possam ser achados no alto das montanhas (até porque elas não eram assim; foram sendo levantadas aos poucos, desde, até, debaixo do mar, e eram visitadas o tempo todo), é questão de preferência: a parte que SEMPRE esteve fora do mar, os crátons, e depois os Lobatos, grandes canais de água, foram mais freqüentados. Água atrai a vida, seja a do mar, seja a água doce. Portanto, em volta dos Lobatos vão aparecer muitos fósseis. De fato, como a linha marinha deles foi recuando sempre, a vida foi adiantando-se, pois eles são delimitadores naturais: quanto mais o solo era levantado, mais a vida avançava, até o limite do grande rio e dos lagos e por fim em toda a terra, o que marcará nitidamente o esvaziamento progressivo do Lobato – vida mais recente nos limites mais recentes, vida mais antiga nos limites mais recuados. Com isso poderemos traçar todos os páleo-mapas, milhão de anos após milhão de anos. Os fósseis são os limites dos Lobatos. Agora sabemos “precisamente” em teoria onde procurar.

IDENTIFICANDO LOBATOS SECOS (grandes desertos já                             existentes e por existir)

LOBATO
DESERTOS EXISTENTES
LA, Lobato da Austrália
Deserto de Stuart, Deserto de Simpson
LAF, Lobato da África
Deserto do Saara
LAN, Lobato da América do Norte
Áreas secas de Nebraska, Dakota, Kansas, Colorado
LEU, Lobato da Eurásia
Mongólia, Deserto de Gobi
LOBATO
POR EXISTIR
LAN, Lobato da América do Norte
Para os lados do Canadá
LANT, Lobato da Antártica
(Quando degelar, muitos milhões de anos depois ainda)
LAS, Lobato da América do Sul
Na Amazônia, nos Pampas
LE, Lobato da Europa
Alemanha e redondezas

Os paleontólogos dispõe doravante de mapas que indicam onde preferencialmente devem ir, com grande certeza de encontrar. Podem perguntar onde estava a linha 65 (L-65, de 65 milhões de anos atrás), a linha 32, a L-20 e assim por diante. Acharão fósseis 65 (F-65, de L-65) e outros.

Vitória, quinta-feira, 16 de setembro de 2004.

Os Guardiões de K-E

 

                                          KITAMI-ESACHI FICA EM HOKAIDO, JAPÃO


                            MAIS ESPECIFICAMENTE


                            E AINDA MAIS DE PERTO


                                          Supostamente está por lá. Acontece que os ainos, antigos moradores do Japão, os primitivos moradores ou nativos ou autóctones foram empurrados de toda parte até que como párias foram encantonados em Hokkaido. Com certeza estavam lá quando Adão foi construir o gerador, entre 3620 a.C. (porque pelo menos 130 anos passou arrumando a casa) e 2820 a.C., quando morreu. Conversou com os ainos e deve tê-los instruídos, tornando-os guardiões de seu túmulo. Claro, quando você quer fazer mágica, chama atenção para a mão contrária; se deseja um guardião, deve fazê-lo parecer tolo, sujo, esfarrapado, despreparado.

Se os ainos são os guardiões do túmulo de Adão, não nutrem nenhuma simpatia pelos japoneses, que os têm escorraçado há milhares de anos.

Vitória, segunda-feira, 20 de setembro de 2004.

Os Graus de Superverbalização

 

                            Veja que εi é o ponto de passagem, como um duplo funil, o primeiro focando no ponto e o segundo abrindo a partir dali; do lado de cá está a segunda natureza psicológica/p.3 e do lado de lá a terceira natureza informacional/p.4. Mas, uma vez tendo vazado para o lado de lá, quantos graus há de superverbalizações? É mais ou menos como os transfinitos de Georg Cantor. Claro que haverá mais superlínguas do que há línguas humanas (oito mil restaram); línguas são uma espécie de contrato de exclusão dos não-parentais lingüísticos: você, só por falar português, dará preferência a quem também o fale, a menos que algum interesse monetário maior se apresente. Línguas são reservas de mercado culturais (porisso mesmo são boas e ruins ao mesmo tempo: facilitam o crescimento igual e dificultam a heterodoxia nacional).

                            DUPLO FUNIL

                                                                       ε

                                 

Quantos GRAUS de superverbalização há? Não quantas superlínguas N.3, da terceira natureza, mas quantas formas de superverbalizar há? Por princípio, tantas quantas são as naturezas depois: 1) a primeira das supernaturezas é N.3, informacional/p.4; 2) a segunda é N.4, cosmológica/p.5; 3) a terceira é a dialógica/p.6; e se depois disso continua havendo não sei, porque para lá estende-se o não-finito, que só o Um freqüenta. Há três graus, dentro de cada um desenvolvendo-se inumeráveis superlínguas: SV1, SV de primeira potência, a superverbalização própria da terceira natureza. Depois, SV2 e finalmente SV3, de terceira potência. Evidentemente cada uma das nossas línguas é SV-1, e nelas é, em relação às de cima, tão pobre o manifestar-se quanto o é para nós o falar dos animais. Não devemos ter receio de pensar assim, porque para nós nossas línguas são muito úteis, porque não temos superpropósitos ou superobjetivos.

Vitória, quarta-feira, 15 de setembro de 2004.

Os Enganos que Marcam Nossas Vidas

 

                            Quando estávamos em torno dos 20 anos, ainda na universidade, fomos ao então recém-inaugurado Di Dom-Dom, bar do afamado Triângulo das Bermudas, na Praia do Canto, próximo do Sizino, que freqüentávamos muito; estávamos entrando e numa mesa um grupo de rapazes e moças ria desbragadamente, gargalhava estridentemente, eu achei ruim aquilo e o agora professor-doutor GHB reclamou que eu estava incomodado com a felicidade alheia.

                            De modo algum, pelo contrário, fico absolutamente feliz quando os outros estão bem, principalmente quando expressam isso com risos e brincadeiras. É que tenho um problema de audição que vem da infância, pois quando tinha uns seis ou sete anos em Cachoeiro de Itapemirim, morando no bairro Morro Santo Antônio passei por uma doença do ouvido em que ouvia tudo multiplicado por dez, o que é apenas um modo de dizer; em todo caso era muito alto, altíssimo, eu não conseguia ficar quieto, doía. Havia uma serraria do lado esquerdo da casa (ela ficava à esquerda de quem subia; agora é uma residência), quem vê de frente, cujo som normalmente eu nem notava, pois era criança tão afoita quanto qualquer outra. Mas naqueles dias foi como se ela martelasse diretamente dentro da minha cabeça e eu pulava na cama. Assim, por toda a vida os barulhos muito altos, por qualquer motivo, interferem com a minha existência, me desequilibram. Eu teria podido explicar isso, mas não tive chance, nem nosso amigo saberia; a tendência dele seria mesmo achar que era o fato de rirem que me incomodava. Não era, era o som excessivamente alto.

                            Porisso eu peço às pessoas que tenham paciência e procurem indagar, porque, vejam, já se passaram 30 anos desse episódio e ele não saiu da minha cabeça. E assim será com tantas pessoas em tão diversas situações, por vezes deixando rastros (não foi o meu caso) de rancor. Tantas e tantas vezes as pessoas poderiam não se afastar, apenas com base no diálogo.

                            Vitória, sexta-feira, 17 de setembro de 2004.

Os Conjuntos Proprietários dos Lobatos

 

                            Veja as PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os AMBIENTES (cidades/municípios, estados, nações e mundo) se digladiando em volta dos Lobatos, pois tudo que é muito bom é muito ruim também, a soma dos pares polares opostos/complementares é zero. Pessoas são ambiciosas, em nome próprio ou alheio; como Buda disse com sua vida, os não-iluminados se prendem às tensões dos desejos.

                            A Terra está toda seccionada, em termos de acesso e posse, havendo dos tais “terrenos”, os retângulos legais de acesso: fazendas, sítios, domínios, estradas, terras devolutas (que são dos governos), reservas biológicas, todo tipo de sonho humano. Subitamente as pessoas e os ambientes ver-se-ão sobre os Lobatos e os arcos de montanhas, com quantidades inavaliáveis de petróleo e gás; sonharão com a riqueza, tornar-se-ão, quiçá, orgulhosos e temerários. Toda uma reeducação nova precisará fazer-se, porque não serão dois ou três potenciais milionários como nas lendas texanas e sim milhares e milhões; como haverá muito óleo e muito gás, os preços cairão, sobrevindo a decepção, talvez. Uns ficarão verdadeiramente ricos e outros só terão sonhado com a riqueza. Por certo haverá uma “corrida do ouro” para os Lobatos e os arcos, visando comprar terrenos; pessoas venderão o que têm em troca dos sonhos de enriquecimento fácil. Contrairão dívidas. Milhões migrarão para o interior, até dezenas de milhões; os terrenos sofrerão majoração espantosa. As antigas áreas petrolíferas, como Campos e adjacências no Rio de Janeiro, o Espírito Santo e todo o leste brasileiro serão depreciados enquanto tais, porque já não valerá a pena explorar neles. Milhões de conseqüências, algumas agradáveis e outro tanto desagradáveis. De tudo isso só os bancos, como sempre, ganharão, porque estão no alvo do funil, para onde tudo é carreado (razão para investir neles, mais que nunca).

                            Enfim, não é o Paraíso. É apenas algo com que devemos ter o máximo de cuidado, o máximo de atenção.

                            Vitória, sexta-feira, 17 de setembro de 2004.

O Livro do Ano da Política

 

                            A Veja 1.872, ano 37 nº 38, de 22 de setembro de 2004, coloca uma chamada na esquerda em cima: “O escândalo da compra do PTB pelo PT. Saiu por 10 milhões de reais”. O PTB é o Partido Trabalhista Brasileiro.

                            Os políticos existem para nos fazer rir e poderia ser editado a cada ano um livro com citações de coisas ditas por eles em todo o mundo, mostrando suas fotos. Riríamos bastante.

                            O PTB é como um condomínio velho e decadente, cheio de podridões das quais os antigos moradores sentem nostalgicamente saudade acentuada, mas não se dispõe a voltar lá; as construções ainda de pé são imprestáveis, o material nem pode ser reusado, porque é de outra era. Um punhado de safadezas acontecia lá, mas a polícia não deu jeito.

O único motivo porque o PT poderia pretender comprá-lo (nunca ouvi falar disso, mas o Brasil está sempre inovando) seria para demoli-lo e usar os restos para aterro. O Brasil não beira o ridículo, não, está atoladíssimo nele.

                            Em todo caso, a idéia de fazer coleta no mundo inteiro, em todos os jornais, revistas, livros, TV’s, rádios e Internet é interessante.

                            Vitória, domingo, 19 de setembro de 2004.

                           

                            O PTB NA Internet

Ao se falar em trabalhismo brasileiro como ideologia, corrente política ou simples pensamento político, não se pode deixar de observar as origens do mesmo e em que contexto deu-se sua formação.
O Brasil vivia basicamente, no início do século, em um regime pós- colonial e de caráter latifundiário e oligárquico, marcado precipuamente pela política do café com leite. Ou seja, revezavam-se presidentes paulistas e mineiros no mandato executivo maior da República. Diga-se paulistas e mineiros representantes e mandatários da elite ruralista, monocultora e exportadora.

O Dia em Que o Século XX Terminou

 

                            Pela ordem do planejamento do calendário o século XXI começaria em 01.01.2001 (porque o ano zero foi engolido, não consta da Era Cristã); para o povo o século XX terminou em 31.12.1999, quando na realidade terminou em 31.12.2000.

                            Entrementes, tenha sido ou não planejado pelos americanos, o ataque terrorista findou o século XX em 11.09.2001; aquele velho século de domínio do tabuleiro-Terra terminou e outro muito mais complexo foi iniciado. Evidentemente a declaração simplória de que o mundo não é mais o mesmo (nunca é, basta uma formiga dar um passo ou um grão ser mudado de lugar) não basta às sintanálises mais coerentes. Terminou porque o país central foi atacado em seu próprio solo, como previ. Terminou porque simbolicamente as duas torres (como no jogo de xadrez) foram atacadas, quer dizer, as bordas do poder central políticadministrativo mundial representado pelos EUA foram assaltadas.

                            Foi um anúncio dos tempos terríveis que estão vindo. Tão simples quanto isso: um mundo terminou e outro começou. O 1991 na URSS, a Queda da URSS, marcou o fim de uma idade, a Idade Contemporânea (que durou de 1789 a 1991), e começou outra. O 11 de Setembro marcou o fim do século XX. Duas notícias tão próximas e tão significativas (mas, até onde sei, ninguém reparou).

                            Vitória, domingo, 19 de setembro de 2004.

                           

                            AS DUAS TORRES DO TABULEIRO FORAM ATACADAS Aconteceu no dia 11 de setembro de 2001

Em uma pequena sinagoga, não muito distante das duas Torres do World Trade Center, como de costume, um grupo de judeus ortodoxos se encontrou, cedo pela manhã, para oficiar as preces matinais. Normalmente, não é problema reunir um minian e a sinagoga fica lotada de fiéis.