quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017


Fluxo Numérico

 

                            No livro de Mário Ferreira do Santos, Pitágoras e o Tema do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, p.110, ele diz: “A palavra número vem de numerus (em latim), que, por sua vez, vem de nomos, lei, norma (em grego). Corresponde-lhe, no grego, a palavra arritmós. Esta vem do termo rytmós, do radical rhe, de onde rhêo, do verbo rhein, que significa fluir. Há um parentesco entre número e ritmo, portanto. Há uma analogia, em cujo logos ambos se identificam. O fluxo da criação implica o número”, negrito e colorido meus.

                            Veja que na Rede Cognata (q.v. Rede e Grade Signalíticas, Livro 2), criação = COMPOSIÇÃO, etc., plano = ILUSÃO, etc., de modo que uma tradução seria Plano da Criação = ILUSÃO DA COMPOSIÇÃO. Para a frase teríamos o FLUXO DA COMPOSIÇÃO IMPLICA O NÚMERO (bem como NOME) e vice-versa, o fluxo do número (geral) implica a criação.

                            Se não tivesse havido um desvio muito sério em relação ao que denominei Matrix Pitagórica teríamos chegado logo a essa conclusão, de que a Criação é um conjunto de número (como aparece no filme Matrix, na série de números – símbolos ideográficos chineses ou japoneses). Estaríamos operando o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) geral como conjuntos operativos de números. Talvez nem tenha havido desvio e nós sejamos um sonho pitagórico.

                            Se nós, desde o início, tivéssemos pensado a realidade como conjuntos de números, estaríamos muito mais avançados hoje, sem dúvida alguma.

                            Vitória, segunda-feira, 02 de junho de 2003.

Estudo do Universo

 

                            No livro Taoísmo, O Caminho do Místico, São Paulo, Martins Fontes, 1984, original de 1972, p. 4, o autor, J. C. Cooper, diz: “Antes de mais nada, trata-se de uma religião cósmica; é o estudo do universo e do lugar em função do homem e de todas as criaturas que nele habitam, e dos fenômenos que nele ocorrem”. Usando a Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2), podemos traduzir como T (= EQUILÍBRIO), O COMUM DO MODELO = EQUILÍBRIO, A ORDEM DO MODELO, entre outras fórmulas.        

                            No modelo que escrevi cada par polar oposto/complementar forma um triângulo eqüilátero, no vértice superior estando a reunião deles, formando uma tríade ou solução operativa. Se tomarmos apenas o par fica sendo um T invertido (ou na posição correta, conforme o caso), cuja tradução pela RC está posta acima como equilíbrio. Então, o TAO = T = EQUILÍBRIO e o taoísmo = EQUILIBRISMO, sendo todo ismo no modelo exagero ou doença do info-controle mais apto, agoraqui a humanidade. O Tão é equilíbrio, mas o taoísmo, como superafirmação do TAO, suposta solução para tudo, é doença. Consumir moderadamente água é essencial, água demais é afogamento. Estudo do universo = MODELO DE PI = MORTE DO PAI = ASSASSINATO DO CHEFE, etc.

                            Independentemente disso tudo, ver o Tao ou T como estudo do universo é profundo, porque seria o ESTUDO (ou modelo) DO EQUILÍBRIO dos pares de opostos/complementares. Isso é muito importante, dado que a indicação é de que nem um nem outro pólo prevalecerá, mesmo se num dos universos do par (existiria um antiuniverso que fecharia a soma em zero) um lado é desconstruído para afirmar o outro (do outro lado, vice-versa). Claro, os pares polares criam uma onda, um fluir para um e outro lado, como está no YIN/YANG, e no I Ching = A PIRÂMIDE (de 8 x 8 = 64 símbolos na base, formando uma tapeçaria de possibilidades do universo – linguísticas, das tensões ou tensores, de tudo mesmo). Não apenas os pares como também a onda, o ritmo que é estabelecido, a velocidade de trânsito, o tempo de convergência dos contrários/complementares, tudo isso. Não é simples, de modo algum, é tremendamente complicado (o Oriente vive isso emocionalmente, sem explicação, e o Ocidente sequer deparou ainda com a linguagem implícita no I Ching). Observe que o Tao, enquanto Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) ainda se restringe aos primeiros níveis, no máximo M/A e T/R, nem se capitulando ainda a F/I e a C/T, para não falar da Matemática.

                            Estudo do universo, sim, mas estudo que está muito atrasado.
                            Vitória, sábado, 31 de maio de 2003.

Este Critério: Sem X

 

                            Quando rebati Hart sobre Jesus pensei no que seria o mundo sem ele (Cristo, obviamente, pois H seria totalmente dispensável).

                            Suponha que X falte: o que seria então do mundo? Pense na falta de Moisés, de Buda, de Gandhi, de Martin Luther King, de Tiradentes, de Freud, de Marx, de Maomé, de tantos outros – que mundo teríamos? É fatal que uns signifiquem mais que outros. Que é que Graham (Thomas, químico escocês, 1805 a 1869) significaria de insubstituível? Não fosse ele teriam sido outros, que estavam pertinho, fazendo quase as mesmas coisas.

                            Na tremenda e complicadíssima árvore da mesopirâmide (PESSOAS: indivíduos, famílias, grupos, empresas; AMBIENTES: municípios/cidades, estados, nações, mundo) que falta faria tal ou qual conjunto? Seguramente se a empresa Princesinha, de Conceição do Mato Dentro, tivesse desaparecido, caso sequer tenha existido, ninguém, fora os poucos em volta, ficaria sabendo; 99, 999.999 % da humanidade desconheceria o fato. Se a Microsoft não tivesse existido o abalo teria sido grande, eu estaria escrevendo com o STAR OFFICE e o Linux, se os concorrentes tivessem surgido como espelho.

                            Não podemos fazer experimentos psicológicos (com figuras ou psicanálises, com objetivos ou psico-sínteses, com produções ou economias, com organizações ou sociologias, com espaçotempos ou geo-histórias), porisso não temos como retirar A ou B e ver a ÁRVORE DA MESOPIRÂMIDE modificar-se, suprimindo galhos inteiros. Só para dar uma idéia recente, a MATRIX PITAGÓRICA, como a chamei, não pôde ser implementada porque a Sociedade Pitagórica foi suprimida, o que talvez nos tenha custado dois mil anos a mais de automontagem.

                            Então, o critério deve ser este: retire X das equações psicológicas e veja a reconformação. Por esse critério Hart não faz falta alguma. Algum outro poderia ter assumido a posição dele, mais proveitosamente. Ou talvez a minha, sei lá.
                            Vitória, sábado, 31 de maio de 2003.

Esse Superpoder Americano

 

                            Quando houve em 2001 a crise de energia o Brasil anunciou a construção de 1.250 usinas novas, pelo menos enquanto declaração, como se sabe sem compromisso algum, é apenas propaganda, em nosso caso; os EUA falaram na construção de CINQUENTA MIL processadores ou montadores novos de energia, média de mil para cada estado de lá, é o que miravam.

                            Veja que os EUA tinham 285,9 milhões de habitantes em 2001, quando o Brasil estava com 169,6 milhões em 2000, proporção de 1,7/1; para uma renda lá de 9,15 trilhões de dólares em 1999, enquanto a do Brasil chegava (nominalmente, na realidade é muito mais, contemos o dobro) a menos de 600 bilhões, 1/15 daquela. Assim, multiplicando os dois índices, teríamos 15x1,7 = 26, aproximadamente, mas 50.000/1.250 = 40, de modo que 40/26 é igual a mais de 50 % a mais. Contudo, se contarmos o dobro de renda, a quantidade brasileira seria proporcionalmente maior.

                            Em termos proporcionais o esforço brasileiro, se cumprido efetivamente, teria sido maior. Entrementes, em termos absolutos PENSE no que é construir CINQUENTA MIL usinas de todos os tipos e estilos: ainda sobram 48,75 mil em relação ao Brasil. Isso é qualquer coisa incompreensível. Não houve, evidentemente, nenhum poder como o americano no mundo.

                            Acontece que não avaliamos mesmo esse poder terminalmente. É como o infinito ou números muitos grandes, que somos incapazes de visualizar. Falta essa avaliação, falta essa configuração real, bem-feita, por um grupo de acadêmicos competentes, que mostre o distanciamento que os EUA (NAFTA) e a Europa dos 15 estão conseguindo em relação a todo o resto do mundo, inclusive Japão, menos a China, que prospera rapidamente, a ponto de ultrapassar em muito os dois trilhões de dólares agora.

                            Falta isso.

                            E faltar isso já é faltar muito. É denúncia grave de incompetência.

                            Vitória, segunda-feira, 02 de junho de 2003.

Em Favor dos Cinéfilos

 

                            Outrora, 25 anos passados, sugeri que se fizesse o equivalente dos PASSES ESCOLARES para os operários, no sentido de quem vive com pouco comprar de uma vez só e ter como ser transportado para o trabalho. Coincidência ou não lançaram os VALES TRANSPORTES. Absurdamente eles têm prazo de validade, em especial os de roleta eletrônica, o que é tolice, pois o dinheiro foi pago à vista, ANTES DO USO. Como supor inflação? É uma dessas coisas incompreensíveis do Brasil.

                            Seria conveniente facilitar a vida dos cine-filos, os que gostam de cinema desbragadamente, como eu, meu filho e minha filha, dentre tantos, verdadeiros aficionados, lançando uma CARTEIRA DE TIQUETES ou de entradas de cinema, os bilhetes podendo ser reconhecidos por máquinas e servindo universalmente, em todos os cinemas, compondo-se de 1, 2, 3, “n” parcelas (digamos que os mais caros custem 10, os seguintes custariam 9, 8, etc., até o mais barato, um, que corresponderia a apenas uma fração – nós pagaríamos em frações, talvez de dois reais, o mais caro custando 20 reais). Isso serviria tanto para estudantes quanto para os demais, estudante pagando 10 de 20 (5 tiquetes) e os outros 20 de 20 (10 tiquetes). Quando houvesse promoção, seria uma fração, sempre par.

                            Isso já é feito nas vídeos-locadoras com os vídeos-cheques.

                            Alguém deve procurar beneficiar os que têm essa dependência de maluco-beleza, de doido-manso, de assistir simulações da Vida-racional. É bom, é gostoso, e é de bom alvitre ajudar.

                            Vitória, domingo, 01 de junho de 2003.

De Madrugada

 

                            Certa vez fomos vários amigos ao Rio de Janeiro, capitaneados por GHB e PACOS. Ao atravessar de madrugada de Niterói para lá vi no cais das barcas muita gente arrumando as barracas da feira e os peixes para venda de manhãzinha. Depois o mesmo se deu na Praça 15, no Rio, o que me marcou profundamente para sempre, porque eu acordava como estudante sempre às seis, para chegar à escola antes das sete (apenas no ES, segundo GHB, é que é assim – nos demais estados as aulas começam às oito). Meus irmãos mais velhos acordavam às vezes às 10 ou 11, o que eu achava incompreensível, até mais tarde fazer a mesma coisa.

                            Pensei em todos que de madrugada acordam para fazer o país começar a funcionar, para ao acordarmos os das elites tudo estar posto na mesa, ou ao almoço termos o que comer de fresquinho.

                            Nunca vi em nenhum lugar qualquer agradecimento, sem sequer de passagem como representação num filme. Muitas vezes nas coisas mais simples a vida humana assume as dimensões mais extraordinárias e esse fenômeno, tanto particular quanto coletivo, passa longe da representação intelectual, sempre voltada para o próprio umbigo.

                            Que desperdício é a vida desses intelectuais, sempre em tão profundos raciocínios que sequer tocam a superfície do real. É de lastimar, mesmo, é um dos fenômenos mais frustrantes da existência da humanidade.

                            Vitória, sábado, 31 de maio de 2003.

Criadores de Planetas

 

                            Do filme Missão: Marte e usando a Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2), onde se fala “criadores da Face”, se F = S, podemos ler CRIADORES DO PLANETA.

                            Imagine uma trama em que o planeta Terra é construído inteiramente, sendo a Lua o planeta natural ao qual foi ajuntado o nosso, construído com os restos daquele que teria existido entre Marte e Júpiter, onde agora fica o cinturão de asteróides, preparado inteiramente num trabalho de arquiengenharia estelar por raças superpoderosas que saem pelo cosmo semeando-o. Teria de ser um tremendo poder, mesmo.

                            A hipótese pode ser tornada menos absurda se fizermos ver que a Lua é o único satélite do sistema solar que está além do ponto de empate gravitacional com o Sol, isto é, ela é AO MESMO TEMPO satélite da Terra e do Sol. Com um pouco de cerebração, falsas notícias arqueológicas e geológicas e equações os roteiristas podem construir uma argumentação muito sólida para essa hipótese extraordinária, que geraria um filme piloto e várias seqüências, com os criadores vindo ver de vez em quando como vai a criação, o que ficaria registrado no tempo humano (de alguns milhões de anos) como lendas e mitos de descida de seres celestiais.

                            Seria um filme muito plástico, muito belo, podendo-se trabalhar bem as novas imagens galácticas proporcionadas pelos grandes telescópios.
                            Vitória, domingo, 01 de junho de 2003.