segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017


O Melhor para o Final

 

                            Guardo sempre o melhor para o final.

                            Assim sendo, cuidei primeiro da Magia/Arte, da Teologia/Religião, da Filosofia/Ideologia e só agora pretendo avançar para a Ciência/Técnica e a Matemática, para fechar, se possível, o Conhecimento geral em seus quatros vértices duplos e no centro.

                            Mas a Vida é traiçoeira, dado que morremos. Não teria sido melhor cuidar antes do mais importante? Não, porque outros podem fazê-lo, apenas talvez não tão proveitosamente, que sei eu? Do modelo, das posteridades, das ulterioridades pode-se facilmente, com algum esforço, completar a pirâmide do Conhecimento, ao que eu acrescentaria apenas meu modo particular de ver.

                            Depois, Ciência/Técnica e Matemática corresponderiam ao MEU GOSTO, ao meu prazer maior, e devemos em tudo e sempre cuidar primeiro dos outros, e só depois desse prazer separado, que é só e inequivocamente nosso, embora possa render para os outros. O isolamento e a satisfação de descobrir sozinho é um gênero de egoísmo cujo produto fatalmente reverterá à coletividade, mas fica antes a alegria de gerar e ver o quebra-cabeças se montando.

                            E é isso que tentarei agora, o fechamento de todas as vertentes, cujo ápice ou cume será a abertura Matemática total. Se sou capaz ou não é outra história.

                            Vitória, domingo, 25 de maio de 2003.

O Dia a Dia do Super-Homem

 

                            Criado por Jerome Siegel em 1933, nos EUA, está fazendo 70 anos de divertimento da humanidade, com revistas inumeráveis, muitos filmes, uma estória vitoriosa. Já foi abordado de mil maneiras diferentes. Naturalmente veio da afirmação de Nietzsche de que a humanidade iria até o super-homem, o mais-que-o-homem, o super-humano, na realidade (e é o que o modelo indica, de modo distinto).

                            Sempre abordam o SH do ponto de vista dos superpoderes, nunca da vida trivial, daquelas coisas que todos fazemos. É sabido das estórias que o SH não se alimenta, não dorme (mas faz sexo, com a Lois Lane, com quem finalmente se casou, depois de décadas de namoro). O que o SH faz com as oito horas em que todos estamos dormindo? Tem um supercorpo, todos podemos ver, mas terá também uma supermente? Sua supervelocidade significa também superleitura? Se tem um supercorpomente, como faz para exercitá-lo? Em outros termos, qual é a academia onde o SH malha? Se tem uma supermente, quanto da mídia (TV, Rádio, Revista, Jornal, Livro e Internet) consome por unidade de tempo? Numa das estórias ele foi mostrado assistindo simultaneamente 500 canais de TV.

                            Em Smalville (nas revistas, Pequenópolis), a nova série em que ele é mostrado adolescente, pré-adulto e pré-jornalista do Planeta Diário em Metrópolis (a mãe-das-cidades, significando Nova Iorque), algumas coisas corriqueiras são mostradas, mas falta muito para o nosso gosto.

                            Clark Kent não é mostrado fazendo estripulias, travessuras, brincadeiras, gozações, contando piadas, se divertindo (bondosamente, claro) à custa dos outros, construindo coisas esquisitas (pois ele possui o super-dicionárioenciclopédico de Krypton, seu planeta natal, que veio com ele na nave espacial que o trouxe, depois implantado na Fortaleza da solidão, no Ártico), tendo conflitos de crescimento, ânsias de esganar os adversários, etc.

                            Enfim, o lado humano de CK não é mostrado, ao contrário do de Jesus Cristo, JC, este super-humano real. Ficamos só com as supercoisas, nada do dia-a-dia, o que vem a ser um aborrecimento. Aí está motivo para um filme piloto e toda uma série posterior.

                            Vitória, sábado, 24 de maio de 2003.

Numeralidade do Nada

 

                            Como ficou estabelecido no artigo O Um e os Nomes, neste Livro 32, antes de tudo vem o um = PRIMEIRO = PI, depois vem os nomes = NÚMEROS, do dois para frente. Antes de tudo, pi, depois a seqüência. Então, o modelo = ESTUDO = ESCULTURA = ESCOLA, etc, vem depois. A emoção acontece antes.

                            Por outro lado, na Rede Cognata, numeralidade = NADA = MODELO. Como já traduzi alhures, “do nada, nada vem” pode significar DO MODELO, MODELO VEM”, ou seja, uma vez existente um modelo os demais virão dele, como do Primeiro Motor = PRIMEIRO MODELO.

                            Daí podermos concluir que o Nada se separou em duas partes, os pares polares opostos/complementares representando abstratamente a abertura real. Abre-se em matéria = ENERGIA = MOVIMENTO = MOMENTO e amatéria, a não-matéria.

                            Se existe mesmo uma Matrix Pitagórica (à qual poderíamos ter chegado logo depois de Pitágoras, há 2,5 mil anos atrás) numérica = MODELO, ela possui uma NUMERALIDADE, a condição numeral e numeralizante, podendo-se aplicar a todo e qualquer quadro um conjunto de números que o definam. A pergunta tornar-se-ia esta: como numeralizar o Nada? Como abrir o espaçotempo de configuração celestial = CENTRAL em duas porções, em universos funcionais? A chave = PI é a resposta essencial, porque ela vem antes da resposta = MODELO (existencial), o que nos diria que em PI estão TODOS os universos possíveis e imagináveis.

                            Você pode facilmente ver que todo universo é um conjunto CONTRÁRIO/COMPLEMENTAR DE NÚMEROS: abrindo-se uma quantidade de um lado deve-se abrir correspondente quantidade complementar ou pareada do outro, um espelho ADEQUADO, de reflexão total.

                            Tem um pequenino detalhe: por enquanto não sabemos como fazer.

                            Vitória, sexta-feira, 23 de maio de 2003.

Metamatemática

 

                            Do mesmo Mário Ferreira dos Santos, estas duas passagens:

·        P. 73: “Chamemo-la de Metamatemática, que é a verdadeira filosofia para Pitágoras. E era ele que dizia que o verdadeiro amante do saber é aquele que expressa com clareza o que sabe, e procura demonstrar o que sabe, seguindo as normas da matemática, isto é, fundando-se em juízos apodíticos, universalmente aceitos”.

·        P. 74: “A verdadeira filosofia, para Pitágoras, é a Metamatemática, a arte que consiste em alcançar os conteúdos do saber supremo, e que demonstra suas afirmações (teses) por meio de juízos apodíticos (universalmente válidos), a verdadeira ciência em suma”, negrito e colorido meus.

Coloquemos o Conhecimento geral assim, como no modelo (exceto a metamatemática), mas considerando o nível mais baixo e geral de uma pirâmide:

·        Metamatemática (saber divino)

·        Matemática

·        Ciência/Técnica

·        Filosofia/Ideologia

·        Teologia/Religião

·        Magia/Arte

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                                          NÍVEL MAIS BAIXO E GERAL

Assim como existe uma Linguagem e uma Metalinguagem, que dá as regras da primeira, deve haver uma Matemática e uma Metamatemática. Só que, diferentemente de tudo o mais, a Matemática já em centro, já é absoluto, e nela todos os raios se explicam nas oposições diametrais consistentes. A Metamatemática coincide totalmente com a Matemática ou geometria-algébrica.

Note que a frase marcada, segundo a Rede Cognata (veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2), seria equivalente, numa das traduções, a ALCANÇAR OS CONCEITOS DA PIRÂMIDE PRIMEIRA, a divina, a mais alta e consistente de todas, aquela que permite a construção das demais. Pode ser também DOMINAR OS CONTEÚDOS DO PRIMORDIAL PI (= CHAVE = SOL = SOM, etc.).

Vê-se que Pitágoras estava certo, mais uma vez.

Vitória, sexta-feira, 23 de maio de 2003.

Lições do Amor

 

                            Quando eu tinha lá cinco ou seis anos, em Cachoeiro de Itapemirim ainda, mamãe, sem empregada, lavava os pratos e eu enxugava. Nem meus irmãos mais velhos antes de mim, nem meu irmão mais novo depois, fizeram isso, não era “trabalho de homem”. Não me senti diminuído, nem encurralado em minha masculinidade. Eu a via sofrendo de excesso de trabalho e apenas procurei ajudar um pouco, pois tinha grande ligação com meu pai e com minha mãe. Não sou nada especial, ninguém de formidável, alguém a quem devam observar, nem nada, era um gesto simples, que milhões tiveram, em termos de atenção para com o próximo.

                            Veja só que o amor pode abrir portas, no sentido de aproximação dos seres humanos, como nos ensinaram Cristo e os iluminados de um modo geral. Se isso pudesse ser ensinado nas escolas, que grande diferença faria para o futuro humano! De forma mansa e branda, devagarinho para não assustar os animais que nós ainda somos, professoras e professores iriam pondo as questões, as indagações que levam ao melhor dos mundos.

                            Homens com relação a suas esposas, pais e mães com seus filhos e filhas, e vice-versa, novos e velhos, as raças, os sexos, tudo pode melhorar tremendamente se essa chave do amor (na Rede Cognata, veja Rede e Grade Signalíticas, Livro 2, amor = CHAVE) for usada. Se julgaram piegas o apelo ao amor foi porque o mundo se tornou tremendamente duro, cínico, debochado, besta, terrorista. Nunca é tarde demais para retomar essa senda proveitosa. Nunca é bobo ensinar aos mestres e mestras, para eles e elas repassarem a seus pupilos. O amor não é baixa condição, é a mais alta que existe, a que abre a porta para o Alto Mundo, digamos assim, para a mais perfeita das existências.
                            Vitória, domingo, 25 de maio de 2003.

Gozo Norueguês

 

                            A Noruega é um país nórdico, do hemisfério norte, eslavo (da palavra em rus, origem do russo de hoje, que significava “escravo”), norte-europeu, até há alguns séculos nação marginal, assim como são os países da América Latina hoje, ou pior. Mercê de políticadministrações corretas das elites de lá para com seu povo, prosperou muito e atingiu a condição de país de maior IDH, Índice de Desenvolvimento Humano, da ONU, Organização das Nações Humanas, que leva em conta vários fatores. Para se ter uma idéia, a posição do Brasil é lá por 80.

                            Sua população era de 4,5 milhões (por comparação com 3,1 milhões do ES, Brasil, em 2000, área de 45.597 km2, densidade de 68 hab/km2) em 2001, numa área de 323,9 mil km2, que é mormente gelada a maior parte do tempo, densidade de 14 hab/km2. Na realidade mais, porque a área aproveitável é bem menor.

                            O PIB chegou a US$ 152,9 bilhões em 1999, com PIB per capita então de US$ 33,5 mil, o que quer dizer que a família típica de quatro pessoas atingirá US$ 134 mil por ano, média familiar mensal de mais de 33 mil reais, pouco menos de 140 mínimos brasileiros, neste instante 240 reais por mês – o que o trabalhador daqui levaria 10,5 anos para ganhar, inclusive 13º e 1/3 de férias. O que um braçal daqui ganharia numa vida inteira de trabalho sofrido a família média de lá recebe em apenas três meses. A diferença entre os maiores e os menores salários é de 4/1, em lugar de 200/1 ou mais como no Brasil e em outros lugares. A população paga alegremente tributos que vão à casa dos 50 %, enquanto ordem de grandeza, porque o governo provê quase tudo, desde atendimento médico-hospitalar perfeito, estradas, pontes, escolas, a coisas insuspeitadas.

                            Veja a diferença de respeito lá e aqui.

                            O que nós vemos é que as pessoas de lá (indivíduos, famílias, grupos e empresas) e os ambientes (municípios/cidades, estados ou províncias e a nação) trabalharam lá com afinco, até chegarem a essa socioeconomia esplendorosa. Se tanto trabalharam as gerações passadas e as de agora, podem com justa despreocupação gozar a vida.

                            Parabéns!

                            Vitória, quarta-feira, 28 de maio de 2003.

Falta uma Filosofia Demonstrativa

 

                            No livro de Mário Ferreira dos Santos (São Paulo, IBRASA, 2000, Pitágoras e o Tema do Número), p. 73: “Mas até este ponto ainda não se caracteriza a contribuição do pensamento pitagórico. Sabemos que havia uma forte dose de cepticismo entre os gregos e Pitágoras trouxera para os gregos as grandes contribuições da matemática, da física e das artes. E, ante esses, é natural que demonstrasse os seus conhecimentos e procurasse provar as suas teses. Não é sem fundamento que se atribui a Pitágoras a fundação da geometria baseada em teoremas demonstrados. Nem só na matemática, mas também na filosofia ele expunha aos iniciados as razões de suas teses, demonstrando-as”.

                            De todo Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática) deveríamos esperar as demonstrações, em primeiro lugar índice de confiança no povo e nas elites, de partilhamento, e depois de respeito aos pares e à coerência interna. É consistente o conhecimento de que disponho, antes do prosseguimento? Não apenas nas tecnociências e nas matemáticas, mas em tudo, especialmente no discurso filosófico/ideológico, deveríamos poder contar com isso.

                            Embora quanto mais voltemos da C/T à F/I à T/R e à M/A menos específico vá ficando o conjunto tratado, ou, o que seria outra forma de expressar, mais vasto vá ficando o espaçotempo tratado (tratar na tecnociência o ET de uma peça de aço por sua resistência nas construções é diferente de tratar o ET da Criação, como se propõe os religiosos e teólogos, modo baixo e modo alto, respectivamente prática e teoria da Fé), devemos efetivamente fazer o esforço.

                            Mesmo assim, sendo o ET característico da Filosofia/Ideologia muito mais alto, largo e profundo, enquanto OBSERVAÇÃO da totalidade, do que o da Ciência/Técnica, ainda cabe a demonstração, como pedia Pitágoras, que estava adiantado em tantos aspectos, como podemos voltar a ver. E é isso justamente do que se desviaram os que vieram depois dele, discorrendo interminavelmente em frágeis bases, sem qualquer esclarecimento. LÁ POR DENTRO dos filósofos e ideólogos rolavam os pensamentos, depois manifestados em grades muito contraídas, de difícil leitura (nem tanto quanto ao intricado da trama, mais pela inconsistência, devido justamente à ausência de um EIXO DEMONSTRATIVO GERAL). Não houve, como na C/T e na Matemática, geo-algébrica, RESPONSABILIDADE, necessidade de responder ao mundo exterior. É porisso mesmo que a Filoideologia se tornou estéril, incapaz de manter-se como interesse geral, sendo muito justamente substituída pela tecnociência.

                            Vitória, sexta-feira, 23 de maio de 2003.