segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017


Estranhas Compreensões

 

                            Na Rede Cognata (veja Livro 2, artigo Rede e Grade Signalíticas) aparecem muitas coisas estranhas, mas também visões novas que só pelas palavras e pelas frases não conseguiríamos atinar.

·        Da música da bossa nova nos vem esta frase: “dia de luz, festa do sol”, que podemos traduzir como DIA DE MULHER, FESTA DO HOMEM; ou como DIA DE MORRER, FESTA DO PRISIONEIRO ou ainda como TIRAR DA MULHER, MORTE DO HOMEM. Se F não for pseudoconsoante, e sim F = S = P = X = Z, festa pode ser lida como SANTA (0) = PLANETA = PIRÂMIDE, etc., como visto, e a frase como DIA DA MULHER, PRANTO DO HOMEM.

·        De um filme francês, “por nome” (como dizem os abestalhados) Exército das Sombras nos vem a tradução como EXÉRCITO DE SATANÁS = MORTE DE SOBERANO = MODELO DA PIRÂMIDE, etc.

·        Potência robótica = INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL.

·        Absurdo negro = CRISTO NEGRO = AUGUSTO MODELO, etc.

·        Um colega de serviço, L. Cara Suja, disse dos motoristas que eles “estão cheios de problemas na cabeça”, que tem duplo sentido, natural da elaboração e da coletividade, e na RC pode ser lido como ESTÃO CHEIOS DE ANTENAS NA CABEÇA, ou seja, de chifres.

·        Diz-se dos que sabem elaborar sentenças ao falar que eles são “centrados” = ORDENADOS.

·        Estando eu a dizer que dos 18 aos 43, por 25 anos, fui ateu, nosso amigo PACOS emendou: ateu e àtoa, uma crítica dura, mas ateu = ÀTOA = G, que é meu nome familiar. De fato, não fiquei àtoa, trabalhei à beça.

·        Sonho = SIMULAÇÃO = PLANO, de modo que na verdade quando dormimos estamos planejando para o período seguinte de vigília. Há o estabelecimento de uma homeostase subterrânea, por assim dizer, o que nos mostra que a teoria freudiana é incompleta. E veja que Plano da Criação = SIMULAÇÃO DA CRIAÇÃO.

·        No livro Pitágoras e o Tema do Número, São Paulo, IBRASA, 2000, o autor, Mário Ferreira dos Santos, diz, p. 113: “Todos temos, através da música, uma experiência da harmonia”. Sendo música = MODELO e harmonia = PI, ficaria TODOS TEMOS, ATRAVÉS DO MODELO, UMA EXPERIÊNCIA DE PI, mas também TODOS DOMINAMOS, CRIAMOS DO ESTUDO, UM MODELO DE PI.

·        No mesmo livro, página anterior, em certa passagem está escrito: “O Um é o todo. O Absoluto é o Um”, ou seja, O PAI É O TODO. O CRISTO É O PAI, quer dizer, Cristo é o Pai e é o todo.

E assim por diante, é ilimitado e desdobra muitas feições novas.

Vitória, quinta-feira, 22 de maio de 2003.

Essas Formidáveis Enciclopédias

 

                            Das eletrônicas tenho a Barsa (duas versões, uma pirata e uma verdadeira), a Encarta (idem), a Britannica (só essa custou R$ 1,8 mil), a Hispânica e várias outras. De papel a Britannica (custou mais R$ 2,0 mil), a Mirador, a Einaudi (até o volume 20), a Barsa, o Tesouro da Juventude, Conhecer, Conhecer Universal, Conhecer 2000 e várias outras.

                            Gastei muito dinheiro nisso.

                            Depois de 30 anos comprando e encadernando fascículos ou adquirindo-as prontas, estou começando a lê-las, lentamente, sempre com grande apreço. O que mais me admira é que as pessoas (indivíduos, famílias, grupos e empresas) não façam isso - nem adquirir nem ler.

                            Veja a micropirâmide (campartícula fundamental, subcampartículas, átomos, moléculas, replicadores, órgãos, corpomentes), a mesopirâmide (indivíduo, família, grupo, empresa, município/cidade, estado, nação, mundos) e a macropirâmide (planetas, sistemas estelares, constelações, galáxias, aglomerados, superaglomerados, universos, pluriverso) e toda oportunidade de espanto com a automontagem do metaprogramáquina geral: fico tão abismado de as pessoas não se empolgarem! Espantadíssimo com o descaso quase universal. Quando falam de uma pessoa que lê enciclopédias e dicionários tomam-na por doida.

                            Tal é o mundo humano.

                            Não obstante, ali estão conhecimentos que, ainda que ligeiros, são muito explicativos em largura, altura e profundidade. Pensemos na riqueza que seria um povo antigo descobrir um dicionárienciclopédico contemporâneo. As coletividades poderiam dar saltos extraordinários. Ou nós descobrirmos um D/E de 400 anos no futuro.

                            Fico assombrado demais com o desprezo.

                            Não consigo me conformar, as pessoas morrendo de sede de entretenimento numa imensa lagoa de águas puras.

                            Vitória, sexta-feira, 30 de maio de 2003.

Escrita Maia

 

                            Um certo Diogo ou Diego de Landa (espanhol, nascido por volta de 1524, morreu em 1579, 55 anos entre datas), padre franciscano com grande fervor religioso, de um lado defensor dos índios contra a fúria destrutiva espanhola, do outro destruidor das coisas da cultura, apagou pelas chamas 5000 ídolos, 20 estelas, 13 altares, 27 grandes manuscritos e 187 de menor porte, se dermos crédito ao jesuíta espanhol Domingo Rodriquez (creio que franciscanos e jesuítas eram inimigos, daí que pode ser em parte fofoca).

                            Sobraram apenas três códices ou livros completos já abertos à leitura, com um quarto por ser aberto.

                            O tomo 8 de Conhecer Universal, 2ª. Edição, São Paulo, Abril Cultural, 1984 (sobre original italiano de 1981), p. 1424, diz: “Os maias desenvolveram um sistema de escrita com mais de oitocentos hieróglifos, dos quais só alguns foram decifrados”.

                            Sendo de 1981 a edição original, a base informativa é de 1980, 23 anos atrás. Os símbolos são, na verdade, em torno de 1.000 e notícias mais recentes da Internet dizem que já foram decifrados “mais de 500”, mais da metade – o que pode nos levar à totalidade, 50 % do caminho foi trilhado.

                            Veja que se de um lado o franciscano Landa protegeu, do outro destruiu. Claro, ele estava certo, as sociedades pré-colombianas do Novo Mundo que assassinavam ritualmente as pessoas eram nojentas mesmo, e fim de papo, terminalmente. São asquerosos os que matam animais, quanto mais humanos! Entrementes, por outro lado, foi uma perda não sei se reparável, não poder dispor de mais informações sobre os indígenas. Uma pena total.

                            Veja também que bastaram alguns anos para saltar de perto de zero a 180, depois a mais de 500, o que dá idéia do poder organizativo dos tecnocientistas da socioeconomia Ocidental e mundial.

                            Vitória, quinta-feira, 22 de maio de 2003.

Edição Musical de Cachoeiro

 

                            Uma vez perguntei a Miguel Depes Tallon se ele, que era como eu de Cachoeiro de Itapemirim, ES, poderia citar DEZ pessoas de lá que fossem nacionalmente conhecidas e ele contou mais de vinte, caminhando para trinta.

                            Cantores mundialmente famosos, de lá, são Roberto Carlos, muito, e Carlos Imperial, bem menos, enquanto os autores Raul Sampaio e Raul Sampaio Coco, como lembrou o colega fiscal Walmy (grande conhecedor de músicas), dois grandes letristas.

                            Então me lembrei de pedir que se fizesse um levantamento integral de todas as músicas de compositores de lá que já foram gravadas no Brasil ou fora, mesmo as mais obscuras. É curioso que um lugar relativamente tão pequeno possa ter produzido tantos valores notáveis! Pulsou em mim essa curiosidade. Valeria bem um estudo comparado: das gravações internas e externas, das letras, das melodias – tudo a seguir gravado em discos, talvez patrocinados pela PMCI e pelo estado do Espírito Santo.

                            Aí me ocorreu que poderia ser de toda a Magia/Arte e na realidade de todo o Conhecimento (acrescentando-se a Teologia/Religião, a filosofia/Ideologia, a Ciência/Técnica e a Matemática) geral. Não seria interessante? Pois isso abriria para estudos de outros municípios/cidades, estados e nações. O que certos lugares têm que possa despertar e impulsionar tantas vontades de fazer, de criar? Que substância cultural é essa que fermenta dentro? Que ideário seria esse?

                            Vitória, quarta-feira, 28 de maio de 2003.

Difícil Caminhar

 

                            Desde quando comprei o primeiro computador que ficou nas minhas mãos, depois do primeiro de Clara e Gabriel (um 486 que custou absurdos R$ 4.040 – então o mesmo tanto de dólares – e deu defeito logo em seguida), já tivemos seis, um que é este onde escrevo, um que é o atual da Clara, um que foi dado a André e três que deram defeito ou foram pirateados pelos consertadores.

                            Em particular, esse primeiro meu foi consertado DEZOITO vezes (cada conserto a R$ 50, no total uns 900 dólares), cada uma das vezes significando a introdução das enciclopédias todas de novo, com um cansaço incrível da repetição. A gente não se incomoda de trabalhar, é fazer sempre as mesmas tarefas que enjoa.

                            E é isso que precisa ser pesquisado e exposto: quantas vezes a mais o terceiro e quarto mundos são obrigados a cumprir as mesmas cargas de trabalho, antes de obter algum produto útil, em razão de máquinas ou programas defeituosos, por exemplo, “adaptados às condições brasileiras”, ou seja, de superexploração.

                            No mínimo é vergonhoso.

                            Encarnar nos EUA, na Suíça, no Japão, em Luxemburgo é fácil, agora, depois que as coisas estão relativamente prontas, ao passo que fazê-lo por aqui é complicado. É como as mulheres que sobressaem, devendo trabalhar em dobro, ou os negros, que devem ralar pra caramba antes de conseguir colocar a cara de fora, ao Sol da criação.

                            Do mesmo modo nós, da América Latina, ou Latrina, como gosto de dizer, a América podre, “dificultosa”, como diz o povo. América espinhosa, caminho complicado de pisar. Tudo deve ser feito com muito jeitinho, muito compassadamente, com extremo cuidado e atenção. Não é fácil prosseguir.

                            Nos EUA um carro é comprado com 1/3 do salário de um ano, ao passo que aqui dependemos de oito anos, proporção desfavorável de 24/1. Do mesmo modo máquinas e programas, de modo que não admira mesmo nada que eles produzam mais, para não falar dos impedimentos sociais, da descrença, dos choques com todo tipo de má-vontade governempresarial.

                            Enfim, é um verdadeiro milagre que consigamos fazer qualquer coisa de útil para o mundo.

                            Vitória, domingo, 25 de maio de 2003.

Descendentes de Bandidos

 

                            Dizem que os brasileiros são descendentes de degredados, mas não foram realmente muitos, e mesmo assim só no princípio, ao passo que na Austrália sim, lá era uma colônia penal de todo o Reino Unido.

                            Para começar, em vez de descoberto em 1500 por Pedro Álvares Cabral o Brasil, a Austrália só foi achada pelos ocidentais em 1770, capitaneados os ingleses por James Cook (1728 a 1779, 51 anos entre datas, morto pelos indígenas), chegando a Austrália ocidental a ter agora 233 anos. Lá, sim, eram todos degredados, assassinos, ladrões e todo gênero de maus elementos. Nem porisso a Austrália é ruim, hoje, e o Brasil bom.

                            Com área de 7.682,3 mil km2, população de 19,3 milhões em 2001, densidade de 2,5 hab/km2 (por comparação, respectivamente, a 8.514,2 mil km2, 169,6 milhões de habitantes em 2000, então densidade de 10,0 hab/km2 no Brasil), o PIB de lá era de US$ 404 bilhões em 1999, enquanto o de nosso país ficou em US$ 595,3 bilhões em 2000.

                            Embora o PIB real do Brasil seja muito mais alto que isso, dada a sonegação de informação que passa os 60 % (enquanto lá é muito menor), mesmo assim veja que a população australiana é de perto de um nono (1/9) a brasileira. Pais bandidos não implicam a descendência não se desenvolver e melhorar, nem o contrário, pais bons e tementes a Deus não significam garantia de sucesso para os filhos, nem muito menos de retidão.

                            O que devemos buscar como fonte da prosperidade de lá são os acertos das elites no trato com o povo, maior distribuição de renda, menor imoralidade no trato da coisa pública e coisas que tais – o que os pesquisadores daqui e de lá deveriam mostrar.

                            Tudo depende de a descendência dos piratas resolver trilhar o caminho da decência e, pelo contrário, os descendentes dos bons decidirem seguir o caminho dos demônios e da traição mútua. O resto a gente vê nos cenários que apresentam Austrália e Brasil aos olhos do mundo.

                            Vitória, quarta-feira, 28 de maio de 2003.

De Quem é a Rua?

 

                            Transeuntes ou caminhantes passam pelas calçadas, carros (automóveis, caminhões) e motos pelas ruas. Os ciclistas ficam onde? Se circularem nas calçadas se chocarão com os pedestres, se nas ruas com os veículos. Aí cabe a pergunta: deu quem é a rua?

                            Em primeiro lugar, é do Estado, que é a representação ideal ou legal do povelite/nação. Pela ordem os cidadãos votam a Assembléia Constituinte, esta a Carta Magna, daí derivando as leis, delas a instituição dos logradouros (praças, ruas, avenidas) e calçadas, toda a organização e a produção e reprodução do Estado.

                            Se pertencem ao Estado, pertencem a todos igualmente. Pela cidadania, a todos e a cada um, igualmente, igualitariamente, sem pertencer mais a uns que a outros. CADA UM é dono da rua – nem mais, nem menos. Entrementes, os ciclistas vêm sendo escorraçados. Aliás, os pedestres, os ciclistas e os motoqueiros, pois os proprietários de veículos se sentem donos exclusivos das ruas, a ponto de haverem criado, desde algumas décadas atrás, as “ruas de pedestres”, o que é esquisito, porque TODAS AS RUAS SÃO DE PEDESTRES – também. Os passantes e os ciclistas cedem-nas gentilmente aos motoristas e aos motoqueiros. É uma convenção, nada mais. Nesta civilização da supervelocidade convencionou-se implicitamente que as ruas estão sendo cedidas (mas isso é temporário, até que haja o retorno) à circulação preferencial de veículos, e não de passantes e esportistas. Eventualmente elas serão retomadas.

                            Vitória, sábado, 24 de maio de 2003.