quarta-feira, 25 de janeiro de 2017


Vendo os Anjos

 

                            Como o modelo mostra, temos PESSOAS (indivíduos, famílias, grupos, empresas) e AMBIENTES (municípios/cidades, estados, nações e mundo) numa mesopirâmide que fomos construindo e pela qual fomos subindo. Não somos mais indivíduos isolados, estamos integrados em patamares de crescente complexidade.  Constitui-se uma árvore de que as raízes são os nossos fundamentos psicológicos, como a humanidade se estabeleceu a partir da Biologia/p.2 como Psicologia/p.3 ou racionalidade.

                            Os fungos, as plantas e os animais não nos sentem ou vêem como Psicologia/p.2, ainda nos sentem ou vêem em seu nível próprio de compreensão. Não conseguem perceber nenhum dos sete degraus superiores da mesopirâmide – só enxergam o indivíduo como corpomente com o qual interagem. Para os animais, inclusive chimpanzés, que estão 97 % do ADRN próximos de nós, todos os objetos que temos não passam de coisas naturais, por vezes o aparelho de som, uma caixa de onde saem vozes e barulhos. Evidentemente uma vaca não compreende hospitais, carros, trilhos de trem, papéis de seguro, ações, conserto de encanamentos e o resto todo – todas essas coisas artificiais do dominante racional retraem-se para o nível natural onde estão todos os não-humanos. Então, SER HUMANO é estar inserido na racionalidade, que comporta aqueles distintivos oito níveis.

                            Doris Lessing tem um livro de FC, O Casamento dos Níveis 3, 4 e 5, no qual um cara do nível três pretende casar com uma moça do nível quatro, que por sua vez suspira por outro sujeito do nível cinco. Cada um é incompreensível para o outro.

                            Pois bem, as pessoas falam dos anjos e de ver anjos.

                            Se essas criaturas existem mesmo no patamar elevadíssimo em que as colocam os mitos, certamente NÃO ESTARÍAMOS VENDO OS ANJOS, estaríamos vendo nossa imaginação sobre eles, o corte que uma mente reduzida por fazer de algo muito maior. Veríamos apenas rastros, cortes mais ou menos amplos, contudo SEMPRE AO NÍVEL HUMANO. Todo o brilho ainda seria corte e não a existência própria dos anjos, muito menos de Deus, que está para os anjos infinitamente mais distante que os anjos estão para os seres humanos. Sempre no caso de eles existirem, é lógico.

                            É certo que as pessoas não estão vendo os anjos, propriamente, e sim detectando seus rastros. Os cachorros vêem os humanos? Sim, no nível Biológico/p.2; não, no Psicológico/p.3, que não podem compreender. Os cachorros sequer podem assombrar-se com o poder acumulado pela humanidade. Só a humanidade pode assombrar-se consigo mesma e assim mesmo apenas com fragmentos do poder total dela.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003.

Vendo o Coração do Império

 

                            Quando Roma era dominante, a periferia ia lá se chocar com as maravilhas da Capital do Império, vendo suas construções magníficas, formidáveis, entontecedoras. E foi assim com cada capital imperial e muitas cidades das satrapias e províncias.

                            Os provincianos sempre sofreram de dois modos: 1) por o centro ter o que eles não têm, 2) por, não tendo nas províncias o que outros possuem com fartura terem de prestar vassalagem mental. Essa dependência dos dependentes é que mata mesmo os invejosos. E, é claro, existem os que são mais felizes por não terem inveja de nada, sendo assim livres de imitarem alguém, mormente em ponto baixo.

                            Contudo, há dois mil anos levava-se três a seis meses, conforme a distância, para ir de uma província ao centro, ao passo que hoje as comunicações são instantâneas e vemos quase todos os dias as fotografias e as demais tecnartes centrais, por exemplo, as coisas de Nova Iorque, dita Capital do Mundo, ou de outras cidades dos países centrais. TODOS OS DIAS, se quiserem, os provincianos podem mirar o que não têm, deliciando-se com serem ou se considerarem pequenos e insignificantes. TODOS OS DIAS podem satisfazer seu masoquismo. Em filmes, em tudo mesmo, os provincianos de longe auscultam o coração do império bater a impotência deles. Cada batida é uma dor da ausência. Eu, que nunca invejei nada alheio, fico me sentindo um felizardo de ser como sou.

                            Vitória, domingo, 12 de janeiro de 2003.

Trilhas Linguísticas

 

                            Uma técnica simples, mas que precisou de a Internet existir, com os sublinhamentos ou realçamentos dos hiperlinks ou hiperlaços permitindo saltos dentro das enciclopédias e dos dicionários, dos novos dicionárienciclopédicos.

                            Com um programáquina de apoio por trás poderemos comparar os pontos de onde começou cada um, as trilhas pela qual prosseguiram e o ponto focal em torno do qual começaram a oscilar os desejos de Conhecimento geral, como numa ESFERA DE INTERESSE, mirando seu centro, que assim identificaria o interesse universal do freqüentador. Não apenas serviria ao progresso de todos e cada um como seria um TESTE DE INTERESSE PSICOLÓGICO (TIP), particularmente socioeconômico, especialmente econômico (agropecuário/extrativista, industrial, comercial, de serviços e bancário). Junto com a Direcionalidade (veja texto com esse nome no Livro 19) e os Jogos para a Direcionalidade (neste Livro 20), esses caminhos podem constituir uma nova pedagogia da era eletrônica, com aprendizado não apenas mais rápido como muito mais prazeroso e proveitoso.

                            A pessoa (indivíduo, família, grupo e empresa) clicaria numa palavra, da definição desta em PAL/I (palavrimagem) saltaria a outras e assim por diante, como já se faz nas enciclopédias eletrônicas. O programáquina, P/M, marcaria todas as palavras já saltadas, no novo clique dando uma definição super-resumida, se a pessoa precisasse se lembrar. Ou poderia haver um leque de opções de acesso a partir de números colocados na esquerda, se a pessoa fosse destra, ou na direita, se fosse sinistra, em oposição ao mouse ou rato de navegação. Haveria também uma listagem das palavras já visitadas, tanto em ordem de visitação quanto em ordem alfabética. E mil outros aprimoramentos que os desenhistas de programas podem implementar.

                            Em resumo, essa técnica, prática transformada em teoria, em ciência, pode ajudar extraordinariamente os governempresas.

                            Vitória, sábado, 11 de janeiro de 2003.

Tecnociência da Telepatia

 

                            Como já disse, falam da telepatia (transmissão do pensamento à distância, sem fala) como uma das ficções dos “poderes extra-sensoriais” (PES) que já mencionei.

                            Bom, o Conhecimento (Magia-Arte, Teologia-Religião, Filosofia-Ideologia, Ciência-Técnica e Matemática) geral teria de ser exposto, quando falamos de qualquer coisa. Em particular a tecnociência, especialmente a pontescada científica (Física/Química, Biologia/p.2, Psicologia/p.3, Informática/p.4, Cosmologia/p.5 e Dialógica/p.6).

                            Então nós poderíamos falar da TECNOCIÊNCIA DA TELEPATIA. Como é que, técnica e cientificamente, se transmitiria o pensamento de mente a mente? O pensamento decorre das bases eletromagnéticas cujas trilhas os cientistas estão começando a seguir. Sabemos da teoria da informação-controle ou comunicação (melhor que teoria da informação, apenas) que há um EMISSOR, um MEIO e um RECEPTOR, daí um emissor telepático, a transmissão em si e o receptor telepático. Não basta estar preparado somente um ou outro, devem estar ambos em condições, tanto A que envia quanto B que recebe, sem falar que o meio não pode ser impermeável. Sendo as ondas geradas no cérebro tão fracas, como amplificá-las? Depois, no meio, qual a distância que pode ser vencida em qual situação? Depois, há a Psicologia da Telepatia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, produções ou economias, organizações ou sociologias, espaçotempos ou geo-histórias). Por exemplo, as figuras são diferentes, há um amplo espectro de personalidades humanas, assim como há tantos tipos de rádios-emissores e de rádios-receptores.

                            Enfim, haveria um punhado de enquadramentos teóricos e práticos a estabelecer nitidamente, se desejássemos tirar a telepatia das sombras e das lendas para o dia-a-dia.

                            O que haveria de bom para a tecnociência é que o forçamento do pensamento nos levaria a descobrir uma quantidade de correlações úteis noutras áreas, como sempre acontece. Assim sendo, por puro respeito aos outros, ou por interesse próprio, forçar o raciocínio a seguir os caminhos da telepatia pode render seus frutos. Não é de modo algum desperdício.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003.

Sorria...

 

                            Deram de colocar em todos os lugares uma placa idiota que diz: “Sorria, você está sendo filmado”, o que supostamente deveria nos fazer rir. Só os dementes fariam isso, e só se não percebessem que no fundo é o espalhamento da vigilância do Grande Irmão orwelliano, representado em seu romance, 1984. Estão nos vigiando como se fôssemos criminosos ou propensos ao crime. Em lugar de presumirem a inocência julgam todos culpados e depois retiram os que não cometerem delitos.      Do mesmo modo atrás dos caminhões “Como Estou Dirigindo? ” - e um telefone para discagem, ou seja, estão dizendo “dedure-me”.

                            Que país estranho está se tornando esse Brasil, por influência da demência americana! Nós temos não apenas que ser complacentes, mas devemos nos empenhar ativamente, decididamente em entregar os motoristas por qualquer gesto em falso. Nomeiam-nos dedos-duros por procuração. Cada um que vá atrás de uma placa dessas é um presumido delator.

                            Do outro lado não basta nos vigiarem (o que, penso, é inconstitucional) com câmeras em todos os lugares em que estejamos, ainda anunciam isso como se fosse uma grande vantagem para nós, a ponto de provocar risos de satisfação. Ou eu não sei mais o que é a decência ou este país está se pondo numa posição muito trágica.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003.

Sexinternet

 

                            A nova fonte de sexo, a Internet, quem diria, prosperou demais desde quando a Rede foi aberta em 1989, há apenas 14 anos. Com ela a fonte jorrou abundantemente e sempre de forma caótica. A confusão é grande. Por exemplo, sempre colocam THUMBS: Latina Thumbs, Housewife Thumbs, tudo é thumbs, uma chatice, quando poderiam perfeitamente colocar apenas latinas, housewives, etc. Como até a zona deve ser organizada, colocarei o modelo a serviço disso.

                            Vejamos, os quatro sexos (fêmeas, machos, pseudofêmeas, pseudomachos), que chamaremos F, M, f e m, as combinações são FF, FM, Ff, Fm, MM, Mf, Mm, ff, fm, mm, sendo o primeiro dominante ou ativo, e MF, fF, mF, mM, fM, mf, para os outros casos. É claro que não interessa ser de um ou de outro dos quatro mundos (primeiro a quarto), mas as idades sim, excluída a pedofilia, ligação com os jovens abaixo da condição crítica sexual aceita. Aí cabem os contrastes, JOVEM e VELHO, digamos FÊMEA JOVEM, FJxMV, MACHO VELHO. Qual distância? Penso que a separação seria de 25 ou 30 anos, uma geração, mas na SI (sexinternet) há mulheres de 40+, 50+, 60+ e 70+. Poderíamos contar de 15 em 15 anos: 15/30, 30/45, 45/60, 60/75 (ninguém há de querer mulheres e homens de mais de 75, eu acho, exceto como mães e pais). Mas os homens não são classificados assim, o que é preconceito. A seguir temos as quatro raças (amarelos asiáticos, vermelhos americanos, negros africanos e brancos europeus, A, V, N e B).

                            LISTANDO

·        Quatro raças (4), com 16 modos

·        Quatro sexos (4), com 16 modos

·        Idades seria quatro faixas (4), com 16 modos

·        Latinas e não-latinas, closes e não-closes, donas de casa ou não, várias frações do corpo, com ou sem brinquedos, pago ou não-pago, pervertido ou não, voyeur ou não-voyeur, com animais (o que, como escrevi, é desumanização) ou não, na quantidade 1x1, 2x1, 2x2, 3x1, 2x3, 3x3, 4x1, o que fosse

·        As posições todas do Kama Sutra, e assim por diante.

Em resumo, mesmo com organização a coisa fica bem complicada, mas pelo menos assim podemos ir diretamente ao que queremos (e isso é uma forma a mais de manter as pessoas longe de problemas, gastando relativamente pouco, descarregando as tensões do dia-a-dia através da simulação sexual). Com uma quantidade de quadrados podemos simbolizar toda a lógica implícita da sexualização via Internet. Com o mouse a pessoa traçaria as combinações desejadas e o resto ficaria por conta das hipermemórias dos portais e navegadores – dos programáquinas gestores de retaguarda. É claro que os governempresas podem se perguntar por que organizar algo que é periférico, dado que não será provisório. É exatamente porque migrará ao centro, convergirá fatalmente ao centro da esfera políticadministrativa, mais cedo ou mais tarde, provavelmente mais cedo. A vantagem toda é que as pessoas perderão menos tempo para alcançar seus objetivos, sem esquecer que os jovens de hoje estarão em 30 anos no poder e tendem a levar com eles suas crenças e necessidades.

Além disso, as empresas, antecipando-se às concorrentes, ganharão rios de dinheiro na medida em que possam verter tal modelo produtivorganizativo em novas expressões nos programáquinas gestores ou administradores, quer dizer, em programas que rodem nas máquinas dos portais e navegadores que gerenciam ou aceitam ou recebem os sítios ou sites e que possam e desejem se colocar à frente das demais

Vitória, domingo, 12 de janeiro de 2003.

Revolução SIMS

 

                            Começando despretensiosamente com o Simcity 1000 (que não ficamos conhecendo, devia ser muito primário, porque o Simcity 2000 já era simples), melhorando consideravelmente no Simcity 3000, que Gabriel joga, e estando muito avançado no anunciado e ainda não disponível nesta data Simcity 4000, com telas formidáveis, o Simcity foi um grande acontecimento.

                            Daí lançaram o Sims, o jogo com pessoas (indivíduos, faltam famílias, grupos e empresas, ainda que estejam ligeiramente esboçados), enquanto o outro tratava de ambientes (apenas cidades, sem a contraparte municipal, e sem estados, nações e mundo – a coisa ainda está no nível das cidades-estados romanas e em geral antigas, embora as figuras sejam contemporâneas). Não há a Psicologia (figuras ou psicanálises, objetivos ou psico-sínteses, economias ou produções, sociologias ou organizações, espaçotempos ou geo-histórias), até porque eles não conhecem o modelo. Não há exposição da Economia (agropecuária/extrativismo, indústrias, comércio, serviços e bancos), mas eles podem migrar para lá. Seria formidável a junção do modelo com a capacidade deles e a riqueza acumulada, se tudo pudesse ser modelado, inclusive o Conhecimento (Magia/Arte, Teologia/Religião, Filosofia/Ideologia, Ciência/Técnica e Matemática SIM’S) geral como pedagogia, isto é, forma de ensinamento paralelo às escolas, o que agradaria tremendamente a qualquer estudante, mormente às crianças. Seria um salto revolucionário mesmo. Devemos também pensar nos profissionais SIM’S, nas 6,5 mil profissões, como forma de ensinar a bombeiros, marceneiros, pedreiros, todo tipo de gente. Agora imagine o que seria criar uma Internet Sims, ensinando como usar a Internet real com o auxílio de tutoriais SIMS! Formidável, não é?

                            O sistema Sims pode levar a uma revolução inacreditável, àquele ENSINAR BRINCANDO que nunca deu certo. Sem serem obrigadas, as crianças poderiam por si mesmas, como se fossem brincadeiras no reino da diversão, ir caminhando para os tipos de conhecimento mais adequados a cada uma.

                            Vitória, quinta-feira, 09 de janeiro de 2003.