sexta-feira, 23 de dezembro de 2016


A Glória de Cristo

 

                            Apareceram alguns livros maravilhosos recentemente, e alguns completamente tolos. Por exemplo, entre estes podemos contar o de Martin Seymour-Smith, Os 100 Livros que Mais Influenciaram a Humanidade (A História do Pensamento dos Tempos Antigos à Atualidade), Rio de Janeiro, Difel, 2002.

                            Na página 192 ele diz: “Nós entramos no que se pode chamar, sem dúvida, de Era Pós-Cristã. Os desejos de Cristo, se não o próprio Cristo, estão mortos. As igrejas fracassaram e hoje consistem em clubes para liberais, homossexuais e outros grupos não tão bem-vindos”, e mais adiante, mesma página: “Mas o Cristo dessa instituição chamada Igreja Católica, freqüentemente arrepiante e cruel, sempre certa de si mesma e da sua santidade, está, agora morto”.

                            É isso que dá deixar qualquer um tentar raciocinar, e principalmente falar. Mas, eu creio, a democracia é formidável, e deve ser preservada a quase qualquer custo. Primeiro, faz os mais odiosos governantes deixarem o poder obrigatoriamente depois de um determinado tempo, sem qualquer recurso. Depois, garante a qualquer otário, qualquer palhaço, o direito de voz, de ir e vir, de vida, de tudo. É simplesmente fantástico, adorável.

                            Ponto por ponto.

                            1º) não há qualquer Era Pós-Cristã, como não há nenhuma Era Pós-Búdica. Uma coisa assim tão vasta acontece para sempre. Agora mesmo a Igreja lançou o programa do terceiro milênio; que instituição na Terra pode arvorar-se durar mais de 300 anos (as empresas mais antigas duram 100, 150, 300 anos; algumas dinastias mais um pouco)? Tudo é ciclo, maktub, passará; mas algumas coisas duram muito mais tempo que o Seymour-Smith ou os desejos dele. A Igreja já passou por muitas crises. Ela possui a única língua verdadeiramente universal, o Latim. Está presente em quase todos os países. Têm um conjunto de homens e mulheres fidelíssimos, todos treinados na matriz, em Roma. Está num setor sempre renovável, a Fé, e assim por diante. Mesmo uma análise tímida mostra não apenas a Igreja como as vertentes cristãs todas muito fortes, administrando as consciências de mais de dois bilhões de indivíduos, 1/3 de toda a humanidade. O autor está totalmente enganado.

                            2º) os desejos de Cristo não estão mortos, mal começaram as suas construções verdadeiras. Nem foi feita uma avaliação correta, completa e desapaixonada dos serviços prestados pelos cristãos à humanidade. Os cristãos estão preparados para um novo avanço no mundo. Além do quê estamos numa interfase, num período de calma. Quando começarem quaisquer conflitos ou se houver alguma ameaça séria à vida coletiva e individual humana, quase todos retornarão ao redil.

                            3º) muito menos Cristo está morto, pelo contrário, está renascendo, como qualquer análise simplória pode estabelecer. Como o Ocidente não pode prescindir dos judeus, dos gregos, dos europeus, também não pode dispensar Cristo e os cristãos, se deseja um enfrentamento vitorioso contra as forças derrotistas, que o SS representa.

                            4º) nas igrejas não-católicas, onde os pastores são livres para casar, há menor ou nenhuma incidência de homossexualismo. Na Igreja Católica, em especial, onde há a exigência (correta) do não casamento, pois a tarefa é outra, a constituição de um superpoder para os dias que virão, naturalmente a grande pressão leva a desvios, mas é da minoria repudiada. Quanto ao homossexualismo em si, cada um tem direito de seguir a sua via, a sua escolha, as suas dependências, se trabalha por elas – só não deve com isso atacar a família, é a única proibição, dentro como fora das igrejas.

                            5º) as igrejas não são clubes liberais, embora a paz deste tempespaço agoraqui propicie essa acomodação, já que o Ocidente se tornou amplamente vitorioso justamente em razão do trabalho dos cristãos. Há essa definição de clube, que é útil, que é uma psicologia que deve ser favorecida pelo Estado, pelos governantempresários em geral, mas há também muito mais, ilimitadamente mais. Quem não vê é cego.

                            É verdade que a Igreja foi arrepiante e cruel, mas esta não é a única face sua. Ela também é caritativa, benevolente, amorosa, generosa, acolhedora e detém inúmeras qualidades, incomparavelmente mais do que podemos dizer de quase todas as instituições na Terra, inclusive do SS. Contudo, Cristo não foi nem uma coisa nem outra.

                            Enfim, o SS foi infeliz, arrogante, extremado, vil, baixo, aviltante, desprezível, abjeto, tolo e todo o lado ruim do dicionário.

                            É uma pena um historiador tomar essas posições unilaterais, de visão curta e sectária, apoiadas unicamente em seus desejos. Mas para alguma coisa serve, desde quando permite que se faça uma reavaliação de Cristo e da Igreja, e dos serviços que Ele e ela prestarão, estão prestando e prometem prestar à humanidade. Só assim descobriremos algo da grandeza que, esta sim, não é passageira. Como Cristo disse? As portas do inferno não prevalecerão. Na Rede Cognata AS PUTAS DO HUMANO ou AS SUJEIRAS DO HUMANO. Estava perfeitamente certo. E isso há dois mil anos, sem qualquer auxílio. Isso não é mesmo coisa de Deus?

                            Vitória, quarta-feira, 21 de agosto de 2002.

A Dívida Americana

 

                            Segundo eu soube, a dívida americana (não sei a composição, nem importa para o raciocínio a seguir), monta a 6,5 trilhões de dólares, ou 6.500.000.000.000 dólares - e dólar é aquela coisa verde que hoje vale em torno de R$ 3,20, dinheiro brasileiro que dá para comprar neste momento duas cervejas ou quase 13 pães.

                            Tradicionalmente a renda anual de juros sendo de 6 % nos EUA, ou 0,5 % ao mês, agora chegou ao patamar de 1,75 % anual, segundo a divulgação. Com (6,00 – 1,75) % = 4,25 % pela decisão do FED, por ano estão sendo subtraídos aos investidores quase US$ 280 bilhões. Com a inflação média histórica americana sendo da ordem de 4 %, na realidade as pessoas estão perdendo em torno de US$ 150 bilhões. Não ganhando dois por cento, e sim perdendo 1,25 %. O que eles ganham nem dá para repor a inflação, enquanto no Brasil os juros chegam (para grande terror dos aproveitadores) a APENAS 18 % ao ano, para inflação de quatro ou seis por cento anuais.

                            Se fosse o Brasil a decretar essa política seria uma calamidade mundial, ao passo que os americanos fazem para estimular os negócios, impedindo o dinheiro de sair da produção rumo aos bancos, para empréstimos ociosos. Nem com isso estão conseguindo.

                            A questão mais preocupante é que há ciclos de juros baixos e de juros altos, e que sabemos que à atual política de juros baixos sobrevirá uma política de juros altos. Se as pessoas aproveitassem e corressem para pagar suas dívidas, ainda bem; contudo, elas não fazem assim, são como lemingues correndo para o precipício. Tentarão esquecer os problemas, simplesmente varrendo-os para debaixo do pano do futuro. “Fica por conta do Abreu; se ele não pagar, nem eu”, como diz o povo.           

                            Quando a política de juros mudar de baixa para alta, digamos 12 % ao ano, isso significará 8 % = US$ 500 bilhões POR ANO acima da inflação. Então o povo e as elites americanas entrarão num colapso medonho, maior que qualquer coisa já vista.

                            Como eu já disse a meu filho, uma firma entra em falência porque ela é 100 % do que tem, e se você tirar 20 % que sejam a coisa começa a fazer água, não importa quanto sejam 20 % - e isso SEMPRE pode acontecer, nas circunstâncias corretas (ou incorretas).

                            Não é o Brasil, a Argentina, o Uruguai, a Nigéria e outros que preocupam, é o esteio central, que controla e manipula todos os demais. Como eu disse em 1985, os EUA estavam então espalhando a letalidade da crise que viria; agora ela veio e já veremos quanta mortalidade foi plantada e quanta será colhida.

                            Vitória, quarta-feira, 28 de agosto de 2002.

Vida em Marte

 

                            Especula-se se teria havido vida em Marte.

                            Eis o que o modelo tem a dizer.

                            Em primeiro lugar, tudo é transição. Daí devermos pensar que se a Terra está hoje na posição do toróide dessa vida que conhecemos (que é parte das possibilidades de Vida geral), não foi sempre assim, nem será. O Sol esteve mais quente, estará mais frio. Marte foi o passado, a Terra é o presente, Vênus será o futuro. A Vida não mira ninguém em particular, apenas acontece em determinadas condições, que são bem vastas mesmo. No vetor Sol-Terra é essa que conhecemos. Num vetor estrela-planeta qualquer, será outra. No passado vetor Sol-Marte terá sido uma. Com certeza a páleo-existência do Sol prenunciou outros modos de convivência. A Terra era escaldante antes, como Vênus é hoje. Este raciocínio aponta para a existência passada.

                            Em segundo lugar, há a questão da Bandeira Elementar: ar, água, terra/solo e fogo/energia estão presentes em Marte, embora em quantidades diferentes. As temperaturas são mais baixas, há menos ar, menos água, mas não são insuficientes. Isso também aponta para a existência.

                            Em terceiro lugar, descobriram vida nas fossas profundas do Oceano, sobre pressões que para nós seriam terríveis, utilizando calor das fissuras das cristas meso-oceânicas e dos micro-vulcões que trazem lava que vem do magma. Descobriram-na também sobre o gelo da Antártica, onde ela está há mais de 10 milhões de anos sem contato com a parentalha da superfície. Mais um apontamento.

                            E assim por diante, poderíamos discorrer durante muito tempo. O problema não é haver não-existir vida em Marte, é justamente o oposto, PORQUE: 1) se ela é nossa parente é relativa a OUTROS AMBIENTES muito remotos, para os quais não temos defesa na biblioteca operativa do nosso ADRN; 2) se não é pode desenvolver-se extraordinariamente sob a Bandeira Elementar da Terra, ou seja, usar a matriz terrestre de ar, água, terra/solo e fogo/energia, com temperaturas médias muito mais altas, para conquistar nossos ambientes e destronar nosso tipo de vida; 3) se tal vida existir por lá em dormência, pode ter se desenvolvido em condições MUITO MAIS HOSTIS que as nossas, portanto tendo adquirido muito maior grau de habilidade ou aptidão vital. Ou seja, sua capacidade de sobreviver pode ser incomensuravelmente maior que a nossa.

                            É sobre isso que esses caras, sôfregos de apresentar ao mundo algo surpreendente e chamativo (do interesse da mídia), não estão raciocinando.

                            Não é a vida não-existir em Marte que me preocupa, é o contrário. De todo modo ela será perigosa. Se há vida marciana naquele meteorito, graças aos céus ela foi queimada ao entrar na atmosfera terrestre.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.

Vendendo Info-Controle

 

                            Como já foi dito tantas vezes, o que vendemos mesmo, o que trocamos, é infocontrole, ou capacidade de               informar e de ser informado, de comunicar e ser comunicado.

                            Usualmente vemos tudo como coisas ou pessoas, produtos e organizações, mas estamos de fato vendendo e comprando Psicologia (troca de IC de figuras ou psicanálises; troca de IC de objetivos ou psico-sínteses; troca de IC de produtos ou economias; troca de IC de organizações ou sociologias; e troca de IC de espaçotempos ou geo-histórias). Se você vai a uma loja e compra uma centena de folhas de papel para impressão, na realidade está comprando o objeto através da autorização de transferência, recebendo-o e passando adiante números de mapeamento, o que é conhecido como dinheiro. O dinheiro não é uma coisa perdida, solta – ele é psicológico, da REDE DE PSICOLOGIA ou de humanidade. Encaixa-se no SISTEMA DE MEDIÇÃO, que acopla números às formestruturas, formas e estruturas, imagens e conceitos. Pela formestrutura da casa um tanto de números e registros (nem sempre, e o mais das vezes não-governamental – o governo não tem denotação tributária da maior parte das transferências do TER, como sabemos muito bem; a maior parte dos signos tributários permanece invisível, sob a sócioeconomia oculta, não-vinculada) são transferidos de mente a mente, de posse a posse. Então, é claro, o dinheiro é um SISTEMA ou PADRÃO DE MAPEAMENTO, é uma MÉTRICA PSICOLÓGICA digitanalógica. Tem um metro, que no Brasil é o Real, R$ 1,00, cem centavos. Tal medidor, é lógico, tanto mostra quanto oculta, e oculta tanto quanto a sociedade esteja doente de desconfiança, propensa à malignidade dos segredos.

                            Não entremos agoraqui na questão dessa métrica.

                            Entrementes, ela é uma Psicologia, está claro, um conjunto de sensores da Vida-Racional (sociedade do povo, civilização das elites, cultura do povelite/nação). E, é certo também, é um dos instrumentos da troca de IC. Como a Lei, a Moeda é uma fita de herança, um replicador da psicologia humana, um instrumento de corte psicológico, de rearranjo da matriz humana de prospecção. Seja a Lei, seja a Moeda, seja o Desejo, seja qualquer palavra do dicionárienciclopédico, o que esses instrumentos fazem é facilitar/dificultar (pois sempre é um par polar oposto/complementar, ou seja, um campartícula ou onda ou circulinha) a troca de IC; repetindo, o que cada par polar contrário/suplementar faz é intermediar a troca de IC.

                            Nós compramos/vendemos IC relativo a todas as palavras do D/E a todo instante. E usamos uma série de mediadores (Lei, Moeda, Costume, etc.) para intermediar essa transferência. A pergunta é esta: como é que nós lidamos com esses instrumentos? É certo que a Lei é tratada pelos tribunais de Justiça, pelo conjunto dos operadores do sistema (juizes, advogados, promotores, oficiais de justiça, etc.), pelos interpretadores ou exegetas e o resto, mas tudo isso passa longe de ser da mais extremada consciência; está muitíssimo longe de ser matematizada. No quê a Moeda vai adiante muita coisa.

                            Temos plena consciência dos conectivos?

                            Sabemos como eles operam? O fato de que oscilem tanto faz crer que não. Tantas crises supostas improváveis faz pensar isso. Podemos azeitá-los? Podemos melhorar sua performance? Podemos treinar-nos melhor em sua aplicação?

                            Deveríamos colocar mais gente estudando essas questões, até para identificar todos os conectivos. Por exemplo, a Moeda é um conectivo econômico ou de produção. A Lei é um conectivo políticadministrativo da posse, do TER, às vezes do SER, no que tange aos conflitos pessoais (individuais, familiares, grupais e empresariais) não diretamente ligados a direitos sobre objetos. Portanto, é um conectivo psicanalítico ou das figuras, referido a ofensas ao TER e ao SER. Quais seriam os conectivos sociológicos ou das organizações e psico-sintéticos ou dos objetivos? O Sistema Internacional de Unidades, SI, é o quê? É um conectivo espaço-temporal, de uso restrito às ciências (mas que os outros conhecimentos vêm usando).

                            Enfim, as coisas são nebulosas. Não estão claras.

                            SE nós não sabemos quais são e em que profundidade operam os medidores, que tipo de medição estamos fazendo da transferência de IC? Evidentemente bem imprecisa, pouco indicativa. Incompetente. Fica o sentimento de que essas medidas, que vem sendo apresentadas pelas ciências, que nem fizeram o corte epistemológico, nem conseguiram a matematização esperada, quase nada tem de sinalizantes. Estão longe de realizar qualquer focagem substantiva, significativa. Daí o desprezo que as pessoas quase todas, com toda razão, têm pelas ciências ditas sociais, da aritmética da Contabilidade à álgebra fajuta da Administração e da Economia, ou da prosódia e literatice do Direito. Elas estão mais próximas da Astrologia, da Magia, que de verdadeiras ciências.

                            E, é claro, passam demasiado longe da visualização completa das trocas de IC, o que é verdadeiramente uma pena. Sendo assim, os mapeamentos são péssimos mesmo, estão tateando no escuro, motivo de tantas trambicagens, tanto aproveitamento errado as potencialidades humanas. Uma pessoa um pouco mais esperta poderia predar toda a espécie humana. Como, aliás, tantos têm feito, com porções um tanto menos avantajadas.

                            Vitória, sábado, 17 de agosto de 2002.

Toni, Guia das Montanhas

 

                            Gabriel possui um boneco imitando um tigre, que vem num desses produtos Quaker, creio, e tem esse nome, Toni, Guia das Montanhas. Presumo que seja um personagem qualquer.

                            Acontece que Toni, Guia das Montanhas = DEUS, CRIADOR DOS MUNDOS, na Rede Cognata = CRIADOR ABSOLUTO = GERADOR AUGUSTO = GERADOR CRISTO, etc.

                            Como é que esse tipo de coisa acontece?

                            Como é que tais circuitos podem estar impressos nas mentes humanas e, mais ainda, impressas no ADRN? Supostamente tudo vem ao acaso, por sorte, montagem aleatória. Como é que tal montagem caótica iria produzir um circuito de codificação/decodificação mental, um MODEM cerebral?

                            Sobre ser espantoso = ESPLENDOROSO = ASSOMBROSO é assustador =ESPANTO = MORTO. Como o ADRN é compartilhado por, aparentemente, todas as criaturas na Terra, evidentemente todas as criaturas (fungos, plantas, animais e humanos) falam a mesmíssima Língua universal, ademais partilhada com todas as criaturas do universo, onde quer que se situem. Pode vir um ET de 10 milhões de anos-luz e ele conseguirá entender o que falamos, convertidas as degenerações.

                            Mais ainda, todas as línguas e dialetos da Terra são parentes, não apenas as indo-arianas e as dos troncos entre si. Todas são mutuamente conversíveis entre si e na Língua Universal.

                            Então, verdadeiramente, nós vivemos iludidos, enganados pelas aparências, assim como o TAO afirma: o que é não parece, e o que parece não é, que poderíamos traduzir como O QUE É NÃO AMIGO, E O QUE AMIGO NÃO É – resultando que (aparentemente) não existem amigos verdadeiros. 

                            A Língua revirou meus conceitos em muitos pontos.
                            Vitória, segunda-feira, 05 de agosto de 2002.

Super-Homem

 

                            É claro que eu sei do modelo que o super-homem é, crescentemente, entre as pessoas a família, o grupo e a empresa, e entre os ambientes o município/cidade, o estado, a nação e o mundo. Entrementes, quero aqui contribuir, se possível, para a renovação do personagem das revistas em quadrinhos.

                            Se ele é super-homem, é super em tudo, portanto, é super em mente e em corpo, em corpomente. É super, para baixo, em órgãos, em células, em replicadores. Como serão seus super-replicadores (o ADRN é o principal, mas não o único), como eles replicam, como eles operam? Como serão suas supermitocôndrias, seus supercomplexos de Golgi, seus superlisossomos, seus super-ribossomos? Como seus superórgãos fazem para torná-lo super?

                            Como ele trabalha a Bandeira Elementar (superar, superágua, superterra/supersolo, superfogo/superenergia e no centro a superVida, no centro do centro a superVida-racional)? Quanto ar deve respirar – quantos litros por segundo? Como lida com a luz do Sol? Como é que, sendo o Sol daqui amarelo e a estrela de lá, não sei, vermelha, ele adquiriu seus poderes?

                            Sendo a inteligência estrutural, é claro que sua mente não se desenvolveu quando meramente foi transplantada de Krypton para a Terra, quando bebê; porém, pode ser que os superpoderes corporais induzam superpoderes mentais, uma capacidade extraordinária de pensar com rapidez e grande focagem conceitual. De fato, numa rara vez uma das revistas mostrou um super-homem recolhido e solitário, magoado, vivendo num celeiro, vendo 500 canais de TV ao mesmo tempo.

                            E os conflitos mentais? Supereuforias e superdepressões. Superamores e superódios. Todo um super-dicionarienciclopédico. A Psicologia do SH não foi investigada. E as relações familiares dele? Como ele se relaciona com o grupo? Mirian Lane e o Jimmy, mais o diretor do jornal são os únicos com os quais ele convive realmente. O SH não bebe, não fuma, não sofre, não tem crises de consciência, não deseja usar os superpoderes para castigar os outros? Não é angustiado, não é irritável, não tem nele o que é humano?

                            Penso que tremendas transformações viriam dessas investigações mais profundas. Os personagens de revistas em quadrinhos não precisam findar agora PORQUE, como alguém disse, eles são os substitutos dos deuses, nestes tempos de relativa ausência religiosa, de des-deificação.

                            Essa humanização do SH é equivalente à humanidade que o Peter Parker, do Homem Aranha, sempre teve, e que sempre encantou os leitores. Isso o SH pode ter não em doses homeopáticas, mas em enxurrada mesmo, aos borbotões.

                            E todos os personagens podem ter isso.

                            É do que precisamos para passar uma hora por dia lendo algo que tenha ao mesmo tempo valor formal (dos desenhos, das cores, das palavras) e valor conceitual (das estruturas que sustentam o personagem e seu cenário, que são todas as coisas em volta – pessoas e ambientes). Assim, é preciso que existam grupos desenhando os contornos, cada detalhe.

                            Ao fazer uma nova série, se forem eles ou nós, é fundamental criar esses grupos, essas células de criação devem perseguir a total consistência do arquétipo, para todas as variáveis do modelo. Centenas de pessoas criando. Há que preparar a socioeconomia da produção cinematográfica para dar sustentação a esse super-grupo, tendo em vista que se tornará um sucesso indubitável, por ser tão parecido com a vida humana, principalmente se não for derrotista ou pessimista, autodestrutivo como os filmes japoneses.

                            Em resumo, o SH não só não morreu como tem um futuro brilhante pela frente. Um futuro de grandes, de altos vôos.

                            Vitória, domingo, 18 de agosto de 2002.

Ricos em Idéias

 

                            Juan Enriquez, em seu livro O Futuro e Você (como a genética está mudando sua vida, seu trabalho e seu dinheiro), São Paulo, Negócio, 2002, p. 160, diz: “ (...), entretanto, em 2000, durante uma reunião de mais de 3.200 estudiosos latino-americanos na ensolarada Miami... eles falaram sobre agricultura, Cuba, democracia, economia, justiça, leis, discriminação sexual, relações internacionais, migração, raça, religião... tudo menos ciência... Desculpa – nenhum especialista na área) ”.

                            Como já vimos no modelo, é-se absolutamente pobre, porque ser pobre é não ter algo. Até Bill Gates, com 60 bilhões de dólares é pobre de tudo que ele não tem, e é muito, é demais. Nunca se é rico mesmo, exceto ELI, Natureza/Deus, Ela/Ele, que tem absolutamente tudo.    

                            Então, há vários tipos de riqueza, em todo o Dicionário: de amores, de idéias,      de dignidades, de conhecimentos, de tudo.

                            Particularmente, pode-se ser rico de idéias. Mas elas não estão só na Ciência e sim em todo o Conhecimento: idéias mágicas/artísticas, teológicas/religiosas, filosóficas/ideológicas, científicas/técnicas e matemáticas. Pode-se ser rico em idéias nas 6,5 mil profissões. Não apenas na Ciência. É típico dos americanos visualizar apenas suas preferências. Evidentemente as ciências são importantes, até mesmo fundamentais, mas não só elas, todas as formas de conhecimento.

                            Quanto ao chamado empreendedorismo (que enquanto “ismo” seria doutrina, portanto sobreafirmação ou superafirmação, erro ou doença do info-controle mais apto, agoraqui da humanidade) ou relações de negócios, ele pode e deve acontecer em todos os ramos do Conhecimento. Não é só a Ciência que faz prosperar os mundos, é a produção e a produtividade, a eficiência da produção, o rendimento crescente da produção.

                            Ora, isso pode vir tanto da Ciência quanto das outras formas de conhecer. Pode vir de tudo, pode vir até de não-conhecer.

                            Agora, certamente a Ciência tem sido, por enquanto, a principal fonte de aceleração da produção. Como tudo é ciclo, vai vir o tempo em que ela se tornará o contrário, fonte de aborrecimento e regressão. Não devemos nos iludir quanto a isso.

                            Os americanos, como sempre, afeitos a sua suposta ética cristã-protestante (o autor gaba-se de ter nascido católico e ter sido criado em família protestante) e ao pragmatismo, querem as coisas de maior rendimento, uma das quais é agora a Ciência. No entanto, deixar um não-iluminado ou pelo menos um não-santo e não-sábio, até um não-estadista, que sequer é um pesquisador pensar tão largo assim, dá nisso: o anúncio de uma particularidade como se fosse uma generalidade, correndo-se o risco de tomar como regra geral o que é bem específico. Ele fotografa uma seçãozinha reta da onda e a anuncia como plana, como se fosse a eternidade uma reta.

                            Evidentemente os latino-americanos são por enquanto a avestruz da geo-história. Mas os latinos não foram antes e não serão depois assim. Tudo é transição.

                            O que importa é a riqueza de idéias.

                            Pode ser que os latinos passem por trouxas PORQUE estão precisando fazer acordos mais amplos do que apenas no âmbito muito restrito das ciências, enquanto os anglo-saxões, muito homogêneos em gerência do seu poder transplantado, estão na crista da onda. Do que sabemos do passado vemos que a crista da onda está por quebrar-se no momento seguinte; o fruto mais maduro e brilhante de todos está mais perto do apodrecimento.

                            Vitória, domingo, 11 de agosto de 2002.